História Same Old Love. - Revenge.

Assim que ouvi a campainha, meu coração começou a dar saltos descompassados, e me perguntei por quê diabos eu estava nervoso. Me olhei no espelho uma última vez, me certificando de que minha bermuda estivesse suficientemente marcada e que meu moletom cobrisse até metade da minha coxa, deixando-as parcialmente à mostra. Tudo precisava estar perfeito nos mínimos detalhes. Saí do quarto, segui pelo corredor e desci as escadas. Antes de dar de cara com a minha isca, passei os dedos pelo cabelo e os baguncei, para não parecer muito ''Ei, olha só! Me arrumei todo só para você!''

E então, eu finalmente abri a porta.

— Oi... — ele disse, meio afobado.

Droga. Ele estava muito bonito.

— Oi, Chanyeol. — fiz minha voz doce sair, até mesmo me surpreendendo.

Logo de cara, pude perceber seu olhar em mim, dançando em meu corpo até parar em minhas coxas. Bingo! Ele até passou a língua nos lábios antes de me encarar novamente.

Isso vai ser divertido.

— Quer entrar? — abri espaço para o grandão, que assentiu rapidamente com a cabeça.

Dentro de casa, agora sentados no sofá, lado a lado, eu fingia brincar com meus próprios dedos, tentando fazer com que, de alguma forma, meu lado tímido e ingênuo estivessem presentes. 

Ou que eles existissem.

— Então... eu estou aqui. Você disse que queria conversar? — Chanyeol perguntou, me tirando dos meus pensamentos.

— Oh, sim, eu... — levantei minhas pernas e as cruzei em cima do sofá, deixando meu moletom preto subir e mostrar mais um pouco de pele. — eu achei que seria fácil esquecer de toda aquela situação. Você sabe, tudo o que aconteceu, mas não foi e não está sendo...

— Baek, me perdoe. Se eu pudesse voltar no tempo, eu...

Já escutei tudo isso antes, umas milhões de vezes.*

— Vamos para o quarto, Park.

E ele foi. Sem suspeitar de nada. Quem pede para ir para o quarto assim de repente?!

Rumamos para o quarto e, assim que percebeu onde estava entrando, Chanyeol recuou um pouco, mas garanti que ninguém nos pegaria ali. Tinha que ser ali. Mais uma vez, ele não suspeitou de nada. 

Talvez querendo apressar as coisas, quando me dei conta, estávamos sentados na cama com minhas pernas ao redor da sua cintura. Como eu havia parado ali?

— Channie, — eu disse, rente ao ouvido de Park Chanyeol, de maneira mansa. — eu te perdoo porque sinto sua falta. — um beijo casto foi deixado embaixo do seu lóbulo, me fazendo vê-lo prender um suspiro. — Sinto falta das suas mãos em mim. — guiei minhas próprias mãos até as dele, posicionando-as em meus quadris. — Você não sente?

— Baekkie... — sua voz grossa, involuntariamente, me arrepiou. — n-não podemos...

— E por quê não? — esfreguei  minhas nádegas em seu colo, sentindo seu membro contra minha pele. 

Ele suspirou. Chanyeol estava cedendo.

— Ele não está em casa? — cafajeste!

— Não. — segredei, reaproximando meus lábios de sua pele. — Por quê, uh? — uma mordida no maxilar, um suspiro pesado. — Tem medo que meu irmãozinho o pegue me fodendo na própria casa?

Como se eu fosse a última pessoa do planeta, Chanyeol me segurou com força, me colocando embaixo de si na cama em um movimento rápido. Senti seus lábios em meu pescoço, roçando e provocando enquanto suas mãos passeavam livremente por meu corpo, chegando até minha coxa, colocando-a em seu quadril. Ele se colocou por cima do meu corpo novamente, investindo em meu quadril devagar, ainda de roupa, me fazendo sentir seu membro semi-desperto no meu. Chanyeol esfregou-se com vontade, simulando uma penetração, como se estivesse me fodendo com força. Arfei alto.

Me vingar não seria uma ideia tão ruim, afinal.

O senti passar os dedos em minha barriga por baixo do meu moletom, dedilhando cada pedaço de pele que encontrasse até chegar em meus mamilos, os massageando devagar, juntamente dos movimentos de seu quadril em mim. Soltei um gemido e ergui a cabeça, não conseguindo me conter. 

Foco, Byun. Foco.

— Chanyeol? — o chamei, quase como uma súplica. — Você... você me deixa tão duro...

Talvez na intenção de me calar, senti seus lábios subitamente nos meus, abrindo-os de maneira agressiva enquanto sua língua logo pedia passagem, se enroscando na minha.

— Channie... — sussurrei entre o beijo, segurando sua mão e a guiando até meu amigo, já desesperado por atenção. — eu quero você aqui. — beijei seu pescoço, chupando a pele sensível enquanto o ouvia arfar baixinho em meu ouvido. — Por favor...

Logo depois de retirar minha bermuda e boxer, senti seus lábios em meu pênis. Chanyeol sugou toda a minha extensão sem pudor, passando a língua repetidamente em minha glande, me causando pequenos espasmos. Suas mãos seguravam firmemente minhas coxas — de um modo que com certeza deixaria marcas —, me puxando mais para o seu encontro enquanto eu gemia com manha, segurando os lençóis da cama. Segurei seus cabelos com firmeza e comecei a estocar sua boca no mesmo ritmo de antes, o sentindo brincar com a língua em mim de maneira perigosa. 

Naquela noite, pedi para Chanyeol me deixar gozar em sua boca, e ele o fez com gosto.

Naquela noite, o fiz confessar que eu era melhor do que qualquer um que ele já havia fodido. Até mesmo o meu irmão.

Logo depois de me recuperar do orgasmo, garanti que faria o mesmo com ele, de maneira tão gostosa quanto ele havia feito comigo minutos atrás. 

— Feche os olhos. — mandei, descendo uma trilha de beijos até seu peito já desnudo, assim como o resto, mesmo não sendo aquele o foco principal. — Não vale espiar.

E entrando na brincadeira — ou armadilha —, ele fechou. Sem espiar, nem por um segundo.

Levantei da cama com a promessa de que voltaria, mas apenas voltei para vendá-lo e amarrá-lo com as gravatas que eu já havia deixado por perto, ouvindo sua voz maliciosa ao dizer ''o que está planejando, Baekkie?''

Apenas ri baixinho em seu ouvido e o mandei se calar.

Take away your things and go

(Pegue suas coisas e vá embora.) 

You can't take back what you said, I know

(Você não pode retirar o que disse, eu sei)

Me levantei e, silenciosa e rapidamente, peguei nossas roupas, vestindo minha cueca e bermuda. Jurei que estava demorando por estar pegando algo para nossa diversão, e Chanyeol acreditou, mas tudo o que eu peguei, de fato, foi a câmera em cima da escrivaninha, já orgulhoso do que eu mesmo havia planejado. Olhei para lente e sorri, mandando um beijo para quem ia assistir mais tarde e filmando o cara peladão na cama. Oh, como ele amaria aquelas confissões!

Deixei Park Chanyeol em cima da cama do meu irmão, Baekbeom, no mesmo estado em que eu os tinha pego na minha cama, semanas atrás. A diferença era que não havia ninguém em cima dele agora.

Sim, era exatamente isso. Os dois me passaram a perna e transaram na minha cama. Eles só não contavam que eu voltaria mais cedo da faculdade, porque eu havia apenas uma prova naquele dia. Achei que seria justo deixar o meu lado puta aparecer pelo menos uma vez na vida e, já que era pra fazer, que fosse com estilo.

Ah, isso seria divertido.

Tranquei a porta do lado de fora e ri vitorioso, enquanto eu já ouvia alguns gritos de protesto e outros pedidos de desculpa — os mesmos de sempre! — do lado de dentro. A minha única parada antes de ir embora foi na mesinha de centro da sala, onde se encontravam o Notebook e o Pen Drive de Baekbeom, com todo o seu projeto da faculdade do dia seguinte. Peguei a câmera, conectei no Notebook e comecei o meu trabalho.

Eu definitivamente não iria pro céu.

E definitivamente não ligava.

I'm not spending any time, wasting tonight on you

(Não vou perder tempo e desperdiçar minha noite com você)

I know, I've heard it all

(Eu sei, já escutei tudo isso)

So don't you try and change your mind

(Então não tente e nem mude de ideia)

Cause I won't be changing too, you know

(Pois eu não vou mudar também, você sabe)

Já fora de casa, peguei meu celular e disquei rapidamente os números que eu ainda — infelizmente — lembrava de cor. 

— Você? Me ligando? — Beom atendeu com desdém, como de costume. — O que você quer?

— O cara na qual você roubou de mim está em seu quarto nesse exato momento, pelado e duro, sem roupas no armário que caibam nele. Se ele for idiota o suficiente, talvez ainda esteja vendado...

— O que voc...?

— Onde quer que você esteja, acho melhor ir para casa. — ri com escárnio, passando a língua nos lábios. — Peça para ele lhe explicar o que estava fazendo lá...

— Baekhyun, eu juro que...

— Shhh, não terminei. — sentei-me no carro e girei a chave, pronto para ir embora. — Peça para ele lhe explicar desde o início. Cada palavra. Se ele negar, mentir ou omitir alguma coisa, não se preocupe, irmãozinho, — olhei para o espelho retrovisor, arrumando minha franja bagunçada. — eu tenho tudo gravado aqui, em mãos.

Nem um único som foi ouvido do outro lado da linha. Ele estava com raiva.

— Maninho? — o chamei, planejando acabar com aquela ligação. — Não falte na faculdade amanhã. Espero que tenha uma boa apresentação.

Desliguei sem esperar alguma resposta e sorri, olhando para câmera em minhas mãos e me lembrando do vídeo — na qual teria mais espectadores do que eu pensei antes de dar início ao plano, pois a princípio, apenas Beom veria.

Crueldade demais? Oh, sim, eu sei, mas qual é! Vocês deixariam essa oportunidade passar? Eu estava tão cansado desse mesmo antigo amor, daqueles que quebram nossos corações.*

Pisei no acelerador e dei partida no carro, esperando estar vivo amanhã para poder contar essa história para meus filhos e netos. Eu poderia ser preso, ou então expulso de casa, mas pelo menos seria divertido.

E, crianças? Nunca repitam isso em casa.