1. Spirit Fanfics >
  2. Santa Monica Dream >
  3. Sonho. - FINAL

História Santa Monica Dream - Sonho. - FINAL


Escrita por: GabrielaMelo

Notas do Autor


Olá, amores! Chegamos ao fim de mais uma história hehe
espero que todos vocês tenham gostado e eu agradeço muito a cada um que leu, acompanhou, favoritou e tudo mais. Muito obrigado mesmo!
E como de praste, tenho uma nova história (klaine) que se chama "To My Teenage Dream". O link está nas notas finais do capítulo!

um beijos, meus amores! Muito obrigadaaaaaaaaaaaaaaaa

boa leitura!!

Meu livro: https://www.clubedeautores.com.br/book/248026--ABRIL#.WlqlKainHIU

Capítulo 22 - Sonho. - FINAL


Fanfic / Fanfiction Santa Monica Dream - Sonho. - FINAL

 

            Mais perdido do que um turista em um país desconhecido, Kurt caminha há horas, apenas a procura de algum lugar ou alguém que possa lhe ajudar.

            – Licença... – O castanho entre em uma lanchonete velha e empoeirada. – Vi o cartaz na entrada... estão precisando de ajudante, certo?

            – Sim, estamos. – Um homem rechonchudo e com um grande bigode se aproxima. – Mas queremos adultos.

– Eu sou um adulto. – Kurt se ofende.

– Não, não é. – O homem faz um gesto com a mão, expulsando-o. – Vá! Longe daqui!

Irritado, Kurt o encara em ódio e lhe dá as costas. O castanho sai da lanchonete e respira fundo, pois nunca estivera tão cabisbaixo como agora. Os seus olhos se direcionam, devagar, para o céu e mais uma vez ele respira fundo, afinal, o céu acima de seus olhos não poderia estar mais nublado e escuro.

– Droga. – Ele resmunga e logo uma gota de água cai sobre a sua cabeça.

Sem pensar duas vezes, Kurt corre em frente e começa a procurar, dentre diversos prédios, estabelecimentos e casas, algum lugar no qual ele possa se abrigar. Os seus pés pisam em poças de água e a sua mochila faz peso nas suas costas já doloridas. Santa Monica jamais esteve tão escura e fria, bem como Kurt jamais esteve tão assustado e sem rumo.

O castanho, enfim, encontra um beco. Mesmo sendo escuro e aparentemente perigoso, Hummel adentra nele e continua com a sua procura.

– HEY! – Um mendigo grita.

O castanho se assusta e vira-se no mesmo instante para o homem sujo, de barba comprida e olhos fundos.

– O que quer? – O homem continua a gritar.

– Apenas quero me abrigar por conta da chuva. – Kurt responde, observando que o mendigo está se abrigando em uma pequena “barraca” feita de papelão. – Será que eu poderia...?

– Garoto, mal caibo eu aqui dentro. – O homem rebate.

– Mas...

– Vá embora! – Ele expulsa o castanho.

Lágrimas escorrem dos olhos de Kurt, todavia, se camuflam por conta da água da chuva que também escorre por seu rosto. Triste e irritado, ele caminha em direção a saída do beco, entretanto, antes que saia:

– Hey, garoto. – O homem novamente o chama.

– Sim? – Kurt vira-se para ele.

– Só até essa chuva passar. – O homem abre a cortina de sua barraca. – Assim que estiar, você some daqui.

– Sim! Pode deixar! – Kurt corre na direção dele. – Muito obrigado!

– De nada. – O mendigo abre espaço para ele.

[...]

 

– Você não vai dormir? – Sam se aproxima de Blaine.

– Não consigo. – O moreno retruca. Ele está sentado na sua cama e abraça as próprias pernas.

– O Kurt vai se virar. – Sam se senta ao lado dele. – Você sabe muito bem que, de todos aqui, ele é o mais inteligente.

– Sim, eu sei. – Blaine dá um sorrisinho triste. – É que eu tenho medo.

– Medo? – O loiro o encara bem.

– Sam... depois que conheci o Kurt virei outra pessoa. Uma pessoa melhor. E eu não sei o que faria sem ele.

– Você não vai perdê-lo, ok? – Evans aperta o braço de Blaine. – Logo estarão juntos. Apenas tenha paciência.

Blaine encara Sam nos olhos e, por alguma razão, sente confiança na voz dele.

– Por que você tentou nos separar? – Blaine pergunta, fazendo o loiro recuar a mão do braço dele. – Digo... se você era melhor amigo do Kurt, deveria se sentir bem em vê-lo com alguém que ele gosta.

– Hã... Blaine. – Sam respira fundo. – Sabe... minha mãe era muito religiosa. Ela sempre acreditou em tudo que tinha na bíblia e em tudo que envolvia Deus. Antes dela morrer, o meu vizinho se tornou o meu melhor amigo, ou melhor, o meu primeiro amor. Eu era novo, mas já amava e me sentia o pior garoto do mundo por amar outro garoto, mas nele eu tinha o meu porto-seguro e quando a minha mãe morreu, acabei vindo para cá e achei um novo porto-seguro.

– O Kurt.

– O Kurt. – Sam suspira. – Pensei que eu poderia amá-lo como amei esse garoto, mesmo sabendo de todos os pecados que eu estaria cometendo.

– Mas não amou, certo?

– Amei, mas só depois vim perceber que esse amor era de amigos e não de namorados. – O loiro desvia seu olhar para baixo. – Mas acabei vindo perceber tarde demais, por isso fui tão egoísta e por isso peço desculpas.

– Sem problemas, já passou mesmo. – O moreno dá uma risada, mas em seguida suspira.

– Isso que me preocupa. – Sam aponta para o suspiro dele, fazendo Blaine ficar confuso.

– O quê? – Blaine retruca, em confusão.

– Por mais que eu não goste muito de você, me preocupa dez mil vezes mais você aqui só, do que o Kurt sozinho na rua. – Evans retruca e Blaine o encara nos olhos. – Em poucas semanas, Finn e eu iremos embora. Você só ficará com o Puck... e se ficar com ele, pois escutei boatos de que Puckerman foi muito bem na visita com os pais.

– Não me importo de ficar sozinho. Sempre fui só mesmo...

– Você diz isso agora. – Sam se levanta e se afasta um pouco dele. – Mas está se esquecendo de que algo dentro de você mudou, Blaine. Algo que mudou desde o maldito dia que você entrou nesse orfanato.

– A minha paciência com as pessoas? – Blaine dá uma risada, observando ele se afastar.

– Não. – Sam sorri. – A sua compaixão.

[...]

 

O dia amanhece sem o sol nos céus. Kurt dorme profundamente ao lado do mendigo e jamais passara tanto frio como na noite anterior. O castanho está agarrado a sua pequena bolsa e, devido a sua expressão tensa, parece sonhar com algo terrível.

– Garoto. – O homem cutuca Kurt. – Garoto! – Kurt acorda em assombro e o encara no mesmo instante. – Acho que está na hora de você ir.

– Mas... – O castanho coça os olhos sonolentos. – Eu não poderia...

– Garoto... meu barraco é pequeno. – O homem abre a cortina de sua casa de papelão. – Por mais que eu adorasse lhe dar uma moradia, não posso. Me desculpe.

Kurt o encara nos olhos e fica um pouco triste, mas o que o mendigo poderia fazer? De fato, além do próprio homem, mal se cabe uma mosca nesse pequeno barraco de papelão.

– De qualquer forma, obrigado. – Kurt sorri e se arrasta para fora do barraco.

– Sem problemas. – O homem também sorri. Seu sorriso é escurecido devido ao fumo. – E se eu fosse você, sairia do subúrbio e tentaria achar algo melhor mais no centro.

– Obrigado pela dica. – Kurt ajeita a bolsa nas costas e se afasta. – Até mais.

– Até, garoto. – O mendigo fecha a cortina. – Até.

No orfanato, Blaine, que mal dormiu, está deitado e observa o jardim do lugar pela janela do quarto. Ele observa os pássaros e observa as crianças brincando como se nada no mundo pudesse lhes tirar a felicidade. O moreno suspira e algumas lágrimas de saudade descem por seus olhos.

– BLAINE! – A voz de Finn soa e em seguida, ele abre a porta do quarto.

No mesmo instante, Blaine limpa as lágrimas se vira em direção a ele. O moreno jamais viu Hudson com um sorriso tão grande. Um sorriso que, por alguma razão, acaba de deixar o dia de Blaine mais feliz.

– Você não vai acreditar. – Finn diz, em extrema felicidade.

Blaine fica confuso, mas após isso parece ter todas as suas dúvidas respondidas. Puck entra no quarto, mais paralisado do que nunca.

– Oh meu deus. – Blaine se levanta da cama. – Não vá me dizer que...

– Eu fui adotado. – Puck diz, sem acreditar.

– Oh meu deus! – Blaine grita, levando as mãos a boca.

– Eu fui adotado. – Puckerman repete, como se tivesse tentando fazer cair a própria ficha. – Eu fui adotado.

– Meu deus! – Blaine corre na direção dele.

– Eu fui adotado! – Puck começa a aumentar o som da voz.

– Você foi adotado! – Finn grita do lado dele, dando pulos de alegria.

– EU FUI ADOTADO! – Puck estronda para que os céus lhe ouçam.

– Você foi. – Blaine o encara atônito. – Você foi.

Puck encara o moreno nos olhos e jamais esteve tão feliz quanto agora.

– Mas... mas o que eu faço agora? – Puck questiona, assustado.

– Sua mala! – Finn o empurra em direção ao armário. – Vamos!

Sem acreditar, os três correm em direção ao armário e começam a juntar os poucos pertences que Puck possui.

– O que houve? – Sam aparece no quarto. – Eu estava no banheiro...

– O Puck foi adotado! – Finn grita.

– Oh céus! – Sam dá um sorriso. – Meus parabéns, Puck!

– Obrigado! – Puckerman retruca, sorrindo e tentando arrumar tudo o mais rápido que consegue. – Nem acredito. Não posso acreditar.

– É claro que pode. – Blaine rebate. – Você merece. Depois de tudo que fez para ajudar a todos... é obvio que merecia.

– Deus. – Puck nunca esteve tão feliz. – Eles perderam o filho há alguns anos e queriam um garoto com seus 16 ou 17 anos. Disseram que fui perfeito.

– Tenho certeza de que foi. – Blaine sorri e Puck, enfim, fecha a mala.

Puckerman encara cada um deles nos olhos e respira fundo. Ele observa o quarto e tenta de todas as formas não cair no choro, mas acaba sendo tarde demais. Os três acompanham ele até o portão principal e juntos, observam os novos pais de Puck, ambos chorando de emoção e transferindo uma energia que faz com que todos os quatro também chorem.

– Se cuidem, ok? – Puck encara eles.

– Você também se cuide. – Finn o puxa pela mão e o abraça. – Por favor, não se esqueça de nós.

– Nunca. – Puck sorri e em seguida abraça Sam. – Quer dizer... vou pensar a respeito de esquecer o Sam.

– Puck! – Sam o repreende.

– Brincadeira. – Puck gargalha e em seguida abraça Blaine. – Se cuide e cuide do Kurt, ok?

– Vou cuidar. – Blaine aperta Puck. – Obrigado por tudo, Puck. E muito boa sorte nessa sua nova vida.

– Obrigado. – Puck se afasta, com um sorriso.

Os pais de Puckerman o abraçam com força e depois caminham, juntamente a ele, para fora do prédio. Sam, Blaine e Finn respiram fundo e tentam cessar o choro, mas parece ser algo impossível.

– Vou sentir falta desse desgraçado. – Finn comenta.

– E quem não vai? – Blaine sorri e suspira. – Menos um.

– Menos um. – Finn e Sam repetem.

DUAS SEMANAS DEPOIS...

 

– Santa Monica realmente está perdendo a sua credibilidade. – Uma mulher comenta, passando ao lado de Kurt.

O castanho está sentado na calçada de uma lanchonete e abraça a sua bolsa. Sujo, cansado e morrendo de fome, ele fecha os olhos na tentativa de não sentir dor à medida que respira. Seu estômago já está colado devido a secura e ele treme de frio diante da fraqueza.

– Geraldo. – Um homem entra na lanchonete. – Tem outro mendigo na sua calçada.

– Outro? – O dono da lanchonete agarra uma vassoura. – Será possível que todos os dias terei que espantá-los?

– Dessa vez é um garoto. – O homem senta em uma das bancadas. – Ele parece faminto.

– E o que eu tenho a ver com isso? – O dono sai de detrás do balcão com a vassoura na mão.

– É apenas um garoto, Geraldo. – Outro homem comenta.

– Shaun, não me importo se é um garoto, presidente ou até mesmo o papa. – O dono retruca convicto a enxotá-lo da calçada. – Não quero mendigos na calçada do meu estabelecimento.

– Veja... – Shaun termina o seu café e levanta-se. – Eu vou dar esse resto de sanduiche para ele e peço para que fique longe, ok?

– Contato que ele não apareça mais aqui. – Geraldo volta para o balcão.

– Vou avisar a ele que não volte mais. – Shaun segura o sanduiche e se afasta. – Até amanhã.

– Até. – Todos os homens falam.

Shaun respira fundo e caminha até a saída da lanchonete. Assim que chega a calçada do local, observa que o garoto está de cabeça baixa e, por essa razão, o cutuca com os pés.

– Garoto! – Shaun o chama. – Veja... tenho metade de um sanduiche bem gostoso aqui. Você quer?

Devagar e quase sem forças, Kurt levanta o seu olhar e o guia exatamente em direção ao de Shaun.

– Kurt? – No mesmo segundo, o motorista de Blaine gela.

– Sha.. shau... – Kurt tenta falar.

– Oh meu deus, Kurt. – Shaun se agacha e perde toda e qualquer cor de seu corpo. – O que você está fazendo aqui?

– Eu... e...

– Céus. – Shaun começa a suar. – Venha. Vou lhe levar para minha casa.

O motorista de Blaine apoia o corpo fraco de Kurt sobre seus ombros e o ergue, fazendo-o gemer de dor. Rapidamente Shaun o leva até o carro e sem pensar duas vezes, arranca com o mesmo em direção a sua casa.

Depois de alguns longos minutos, Shaun chega a sua pequena casa e retira Kurt de dentro do automóvel. O motorista leva o castanho para dentro e o acomoda em sua cama.

– Você precisa comer. – Shaun avisa. – E precisa de água.

O motorista corre em direção a sua cozinha e pega um grande copo com água. Ele corre de volta, se senta ao lado de Kurt e ergue a cabeça dele para que beba toda água. Hummel engasga um pouco, mas rapidamente bebe tudo e faz o motorista voltar para cozinha em busca de mais água.

– Vou preparar qualquer coisa para você comer. – Shaun avisa, terminando de dar o segundo copo com água.

Ele volta para cozinha e procura dentre toda a sua bagunça alguma comida que possa servir, mas dentre todos os salgadinhos e refrigerantes, o único alimento que lhe resta é uma bandeja de comida congelada.

– Sei que não é tão bom, mas já é algo. – Ele volta com a bandeja, agora esquentada pelo micro-ondas.

Com dificuldades, Shaun alimenta Kurt durante os próximos 20 minutos. Aos poucos, a cor do castanho vai voltando ao normal e a sua dor no estômago vai melhorando.

– O que houve? – Shaun aproveita que ele terminou de comer para perguntar. – Por que estava lá e principalmente por que estava daquele jeito?

– Fiz 18 anos. – Kurt responde com a voz fraca. – Quando se faz 18 anos, o orfanato não tem mais obrigação de cuidar da pessoa.

– Céus, que horror.

– Vaguei por Santa Monica durante duas semanas. Tentei arranjar algum emprego em mercadinhos, papelarias e até mesmo açougues, mas não consegui. Tentei conseguir comida e dinheiro, mas também quase não arranjava, por isso acabei ficando bem fraco e sem forças para continuar andando por aí.

– Meu Deus, Kurt. – Shaun o encara em preocupação. – Isso é horrível. Mas que bom que encontrei você. Ficará comigo por enquanto.

– O quê? Não posso...

– Ficará comigo sim. – Shaun rebate em determinação. – Fiquei sabendo que a audiência do Sr. Blaine é daqui a duas semanas, portanto, ficará comigo até lá. Não quero o namorado do meu patrão vagando por aí.

– Você não se incomoda do Blaine ser o meu namorado? – Kurt dá um sorrisinho.

– Obvio que não. – Shaun recolhe o prato de Kurt. – Sabia que o Blaine gostava de meninos desde o primeiro dia em que o vi. Inclusive, fiquei bem triste quando ele arranjou aquela namorada, pois sabia que estava mentindo não só para os pais como também para si mesmo. Mas o que eu poderia fazer, não é? Sou apenas um empregado.

– Você não é apenas um empregado. O Blaine gosta muito do senhor.

– E eu agradeço aos céus por isso. – Shaun sorri e se afasta um pouco. – Agora vá tomar um banho e depois venha ver um pouco de televisão comigo. Hoje o jogo será do Giants contra os Jets.

– Jogo? – Kurt faz uma careta.

– Jogo sim. – Shaun gargalha. – E aproveite a minha simpatia, pois não tenho uma companhia aqui em casa já faz um bom tempo.

Kurt também gargalha e caminha em direção ao banheiro. Já no orfanato, o clima, mais uma vez, não poderia estar mais pesado.

– Que horas você vai? – Sam pergunta, observando Finn ir e vir.

– Assim que a Rachel pedir para sair. – Hudson responde, andando de um lado para o outro em impaciência. – Será que está dando certo?

– As freiras não podem prender ela aqui dentro, Finn. – Blaine comenta.

– E se prenderem? – Finn encara, em espanto, o moreno.

– Não podem! – Blaine repete. – Relaxe, pois dará tudo certo.

Novamente, Hudson fica impaciente. Ele está a mais ou menos 30 minutos andando de um lado para o outro. Sam e Blaine apenas ficam lhe acompanhando com os olhos e tentando lhe acalmar como conseguem.

– Finn? – Rachel aparece no pátio.

De súbito, Finn corre até a jovem freira que, se aproxima com a expressão pálida.

– E então? – Finn pergunta.

– Estou livre. – Ela sorri.

– Oh Deus. – Hudson leva as mãos a boca e lágrimas aparecem nos olhos dele.

– Segundo as freiras, no inferno, mas livre. – Rachel gargalha e os meninos sorriem.

Lágrimas também aparecem nos olhos de Rachel e, sem pensar duas vezes, Finn parte em direção a ela e a beija.

– Eca! – Sam branda, as gargalhadas.

– Deixe eles, Sam. – Blaine suspira, lembrando-se de Kurt.

Finn termina de beijar Rachel e em seguida a abraça. Um abraço forte e com direito a muitas lágrimas.

– Acho que chegou a hora de irmos. – Finn avisa.

– Sim. – Rachel sorri.

– Não aguento mais despedidas. – Blaine comenta.

– Nos veremos em breve, Blaine. – Finn o abraça.

– Assim espero. – Anderson o aperta com força. – Se cuide.

– Qualquer coisa, estaremos morando em uma casinha no centro de Santa Monica. Só gritar pelo órfão azarado e pela freira renegada.

– Pode deixar. – Blaine gargalha.

Finn abraça Sam e após isso segura a mão de Rachel, para que juntos, eles caminhem até o portão. Ambos saem e Blaine respira fundo.

– O próximo sou eu. – Sam avisa, cruzando os braços.

– E então ficarei só. – Blaine retruca. – Nunca pensei que falaria isso, mas...

– Você está com medo de ficar só? – Sam o encara.

– Como jamais pensaria que ficaria. – Blaine também o encara. – Acho que você tinha razão... eu realmente mudei.

 

DUAS SEMANAS DEPOIS...

 

– Está com medo de amanhã? – Sam pergunta, enquanto coloca os sapatos.

– Estou com medo do que pode acontecer. – Blaine suspira. – Não sei como a justiça age em relação a um testamento. Se eu tiver que me casar com a Ashley, tudo acaba.

– Oras, não se case. – Sam se levanta da cama e agarra a sua bolsa.

– Mas daí eu posso correr o risco de perder a empresa e todo meu dinheiro. Como vou comprar uma casa para morar com o Kurt?

– Não compre, Blaine. – Sam o encara. – Vocês darão um jeito. E darão um jeito sem precisar de dinheiro ou qualquer outra coisa, pois estarão juntos.

– Nem que para isso tenhamos que morar na rua?

– Nem que para isso precisem morar na rua. – Sam insiste. – Tudo vai dar certo. Sei que o que vou falar é ridículo, mas confie em mim.

– Ok. – Blaine respira fundo. – Mas e você? O que vai fazer?

– Não sei... – Sam caminha até a porta. – O que o destino me mandar fazer.

– Tenha cuidado. – Blaine se levanta para se despedir, mas Sam o impede com o dedo indicador.

– Sem despedidas, por favor. – O loiro agarra a maçaneta da porta. – Apenas me prometa que cuidará do Kurt.

– Eu prometo. – Blaine sorri.

– Então eu vou partir mais aliviado. – Sam sorri e abre a porta. – Foi um prazer, Blaine Anderson.

– Até mais, Sam.

O loiro fecha a porta atrás de si e Blaine respira fundo, observando o quarto, agora vazio. Ele nunca sentiu um buraco no seu coração tão grande quanto agora. Todas as lembranças voltam à tona em sua mente. O primeiro momento que ele chegou no orfanato, o primeiro contato com Kurt, o último contato antes da adoção e o reencontro.

– Só mais um dia, Blaine. – Ele sussurra para si mesmo e se deita na cama. – Apenas um dia.

O dia em questão rapidamente se passa, dando lugar a uma nova manhã nublada e sem sequer nenhuma luminosidade do sol no céu. O moreno já está pronto e estático na frente do portão principal do orfanato. As freiras estão atrás dele e o advogado ao seu lado.

– Vamos? – O advogado pergunta.

– Vamos. – Blaine respira fundo e dá um passo à frente.

Antes de sair do prédio, Blaine ainda observa o lugar por uma última vez. Querendo ou não, aqui foi onde ele conheceu Kurt e mudou toda sua vida.

– Até nunca, Sr. Anderson. – Maria fala e em seguida fecha com força o portão.

Blaine mexe a cabeça em negativo e depois acompanha o advogado até o carro. O moreno vai o caminho todo em silêncio e sem conseguir tirar Kurt de sua mente. Tudo que o moreno faz, de agora em diante, é pensando nele.

– Já sabe as regras. – O advogado estaciona na frente do tribunal. – Fique em silêncio e deixe tudo comigo.

Blaine o encara e apenas responde em positivo, mesmo sabendo que o homem está de complô com Ashley. Ambos saem do carro e entram no tribunal. Os olhos de Blaine logo percorrem todo lugar a procura de Kurt, mas nem sequer a sombra do castanho se é vista, o que deixa o moreno em pura preocupação.

– Blaine. – Uma voz soa atrás dele.

O moreno vira-se e dá de cara com Puck e Finn. Sem pensar duas vezes, o moreno os abraça forte.

– Vocês vieram. – Ele diz, apertando os dois.

– Claro que íamos vir. – Puck gargalha.

– Viram o Kurt? – Blaine termina o abraço e os encara nos olhos.

– Ele não chegou? – Finn pergunta.

– Pelo que estou vendo, não. – Anderson nunca esteve tão preocupado.

– Sr. Blaine. – O advogado chama ele. – Melhor nos sentarmos.

– Ok, tudo bem. – Blaine acena em positivo. – Nos vemos mais tarde.

– Vai dar tudo certo. – Puck aperta o ombro dele.

Blaine apenas acena em positivo e caminha, juntamente ao advogado, para a sua cadeira. Os meninos também se sentam e, aos poucos, todos vão se acomodando.

– Estamos atrasados! – Shaun entra no prédio.

– Preciso muito ir ao banheiro. – Kurt avisa.

– Vá logo, pois eles já devem estar começando. – Shaun corre na direção do tribunal.

Kurt também corre, entretanto, em direção ao banheiro do local.  Porém, assim que chega onde queria, rapidamente toda e qualquer urina parece sumir de sua bexiga, pois Hummel acaba dando de cara com quem menos queria.

– Ashley. – Ele diz.

Em um piscar de olhos, a garota corre em direção ao banheiro feminino, mas isso não parece impedir que Kurt a siga, portanto, o castanho também entra no cômodo.

– Isso é um banheiro feminino! – Ela grita.

– Não me importo. – Kurt se aproxima dela. – Você pode chamar quem quiser, mas antes de me prenderem ou me expulsarem daqui, você vai me escutar.

– Eu não tenho nada para falar com você.

– E quem disse que você vai falar? – Kurt se aproxima mais. – Você apenas vai escutar.

– Pois bem. – Ela cruza os braços e o encara.

– Ashley, eu amo muito o Blaine. Sei que isso pode parecer bobo e, para você, pode parecer inclusive ridículo, mas é um amor no qual jamais pensei que poderia sentir por qualquer pessoa. É um amor que dói, um amor que cura, um amor que me faz sentir vontade de viver. – Kurt a encara nos olhos. – Não sei se já amou alguém dessa forma, mas se sim, deve saber o quão isso nos faz bem e também nos traz medo. E eu tenho medo, medo de que alguém o machuque, ou o deixe triste, assim como você poderá deixá-lo no dia de hoje.

– Não sei onde você quer chegar com isso. – Ashley desvia o olhar.

– Apenas quero um pouco de compaixão. Não peço que desista de tudo, mas também não peço que dê continuidade a isso. Não estrague os sonhos do Blaine. Não estrague a vida dele. Não por algo tão insignificante quanto o dinheiro. – Kurt continua a falar e ela mais uma vez o encara. – Eu lhe imploro, por favor, não tente se casar com ele ou lhe causar algum mal. Eu o amo muito e você estaria me matando se estragasse os sonhos dele. Por favor...

– É só isso? – Ela encara Kurt nos olhos. – Se for só isso que tem a me dizer, me dê licença, pois tenho uma audiência esperando por mim.

Ashley caminha em frente e sai do banheiro, deixando Kurt sozinho e com lágrimas nos olhos. Será que a partir de hoje, todos os seus sonhos serão estragados? Seja o que for que irá acontecer, Hummel respira fundo e também sai do banheiro.

O castanho caminha até a porta da audiência e assim que os policiais a abrem, todos do tribunal viram seus rostos na direção dele, inclusive o próprio Blaine. Como um calmante, Blaine relaxa como nunca e abre um sorriso imenso ao ver seu namorado. Seus olhos se encontram ao longe e toda possível confiança que Kurt poderia lhe transmitir por um olhar, ele transmite.

– Vamos dar início. – O juiz avisa.

Kurt desvia o olhar do namorado e em seguida caminha até Puck e Finn.

– E aí, cara? – Puck e Finn o recebem com abraços.

Hummel os abraça e todos passam a observa a audiência. Advogados falam, juiz fala, testemunhas falam e minutos e minutos começam a se passar nos ponteiros do relógio.

– Segundo o testamento, Sr. Blaine deverá por direito se casar com a Srta. Ashley, partilhando assim, todos os bens, incluindo os da empresa dos pais do primeiro. Mas para isso, obviamente, a Srta. Ashley deverá estar de acordo. Portanto, Ashley Pratt, ao palanque.

Ashley caminha até o palanque e Blaine vira-se para trás. Novamente os olhos dele se encontram com os de Kurt, entretanto, desta vez, Blaine quer chorar.

– Srta. Ashley. – O juiz inicia. – Você estaria de total acordo em relação ao matrimonio proposto pelos pais do Sr. Blaine? Lembrando que, caso aceite, deverá arcar com metade dos lucros da empresa da família.

Ashley respira fundo e de longe encara Kurt nos olhos. O castanho a encara como jamais encarou qualquer pessoa. Seus sentimentos estão neutros, pois ele não transparece raiva, tristeza, ou qualquer outra emoção. Ele apenas espera o momento certo para saber qual rumo a sua vida tomará. E esse momento é agora.

– Eu... – Agora ela encara Blaine. – Eu não estou de acordo.

No mesmo instante, todos no tribunal fazem barulho. Kurt fica boquiaberto, Blaine leva as mãos a boca e todo o resto parecem totalmente surpresos.

– Não acho justo o Blaine se casar com alguém que ele não ama. – Ela prossegue. – Nós nos gostamos muito, mas como amigos. Apenas amigos. Portanto, é preferível que ele tome conta da empresa sozinho.

– Está me dizendo que desiste do acordo, Srta. Pratt? – O juiz ajeita os óculos caídos.

– Sim, desisto. – Ela repete.

Novamente, todos fazem barulho e Blaine não parece acreditar no que está escutando.

– Então, diante da desistência da Srta. Pratt, Blaine Sanders não se casará com a mesma e arcará com todos os compromissos da empresa e do seu dinheiro que, agora, devido a sua maioridade, é de pura e responsabilidade do mesmo. Declaro a audiência finalizada.

O juiz bate o martelo e em um pulo todos gritam. Puck e Finn comemoram como nunca, Shaun corre para abraçar Kurt e Blaine permanece estático.

– Mas... mas... – Blaine tenta falar, assim que Ashley se aproxima dele.

– Agradeça ao seu namoradinho. – Ela responde. – Se não fosse pelas bonitas palavras dele, eu jamais desistiria. Mas parece que ele realmente ama você. Meus parabéns.

Ashley se afasta do moreno e ele vira-se em direção a Kurt. O castanho sorri e devagar se aproxima, em passos curtos e sem desviar o seu olhar dele.

– Kurt... – Blaine fala, assim que se aproximam.

Mas o castanho não diz nada, ele apenas corre e simplesmente beija o moreno. Os meninos gritam e Shaun comemora. Os dois se beijam e entrelaçam suas línguas com gosto. Suas mãos percorrem o corpo um do outro e o beijo deles têm gosto de saudade.

– Feliz aniversário, amor. – Kurt sussurra entre o beijo.

– Obrigado. – Blaine beija mais ele. – Como você está? Como se virou?

– Pergunte ao Shaun. – Kurt sorri e Blaine fica confuso.

– Shaun? – Blaine o encara em confusão.

– Fiquei na casa dele durante esse tempo. – Kurt responde e Blaine sorri. – Finalmente tive o pai que sempre quis ter.

– Céus. – O moreno gargalha. – Me lembre de promovê-lo.

– Pois é... agora você é o chefão. – Kurt brinca.

– Pois é. – O moreno fica nervoso. – Não faço a menor ideia de como vou cuidar da empresa, mas...

– Mas?

– Se você estiver ao meu lado, com certeza eu vou me sair bem.

– Então você vai se sair bem para sempre, pois eu nunca vou ficar longe de você, meu amor. – Kurt sorri e novamente o beija.

Eles se beijam novamente e os meninos correm em direção aos dois.

– Hey! – Puck os atrapalha.

– Você ganhou, cara! – Finn abraça Blaine.

– Ganhei. – Blaine começa a comemorar com eles.

– Ganhou! – Eles começam a pular.

– GANHEI!

 

UMA SEMANA DEPOIS...

 

– Será que pelo amor da virgem Madonna eu já posso abrir os meus olhos? – Kurt questiona, enquanto está vendado.

– Agora pode. – Blaine corre para frente dele.

Já irritado pela demora, Kurt retira a venda de seus olhos e praticamente gela ao ver uma enorme casa bem diante de seus olhos.

– Se lembra daquela casa que eu prometi? – Blaine sorri.

– Blaine... – Kurt fica boquiaberto.

– É nossa. – O moreno abre os braços.

Lágrimas aparecem nos olhos de Kurt e ele simplesmente corre em direção aos braços de Blaine. Com força, o castanho abraça o namorado e o beija entre o choro.

– Meu Deus, Blaine. – Kurt chora como nunca.

– Vamos entrar! – Blaine o puxa.

Eles entram e o moreno começa a mostrar cada cômodo da enorme casa. Lágrimas escorrem pelos olhos de Kurt e a cada passo dado em sua nova casa, ele chora mais.

– E esse é o nosso quarto. – Blaine abre a porta.

Kurt entra e leva as mãos a boca diante do grande quarto que já está todo mobiliado em móveis de madeira e tecidos brancos. Logo a frente, uma enorme sacada chama a atenção do castanho.

Kurt caminha até a sacada e novamente se emociona ao ver a roda gigante de Santa Monica. Blaine, que está atrás dele, aproveita o momento e retira de sua bolsa o CD que Kurt acabou se esquecendo de levar consigo quando saiu do orfanato.

– Você se esqueceu disso quando foi embora. – Blaine avisa, colocando a música “Santa Monica Dream” da dupla Angus e Julia Stone.

– Não esqueci. – Kurt responde, admirado com a vista. – Deixei de propósito para você não se esquecer de mim enquanto eu estivesse longe.

– O mesmo que eu fiz com você há três anos. – Blaine se aproxima dele e o abraça por trás.

– Exato. – Kurt sorri e ambos observam a vista. – Então quer dizer que essa é a nossa casa?

– Sim. E aqueles quartos aqui ao lado serão dos nossos filhos.

– Sério? – Kurt começa a chorar novamente. – Vou ter minha família?

– Sim, a família que você sempre quis ter. – Blaine beija o pescoço dele. – Seremos felizes e nos amaremos para sempre, afinal o destino nos uniu por um acaso e agora tenho certeza de que é para toda vida.

– Eu te amo, Blaine. – Kurt aperta as mãos do moreno que o envolve. – E agradeço aos céus por você ter aparecido, me irritado, me ajudado a roubar o meu próprio caderno, me deixado confuso, dado o meu primeiro beijo, ter desaparecido e voltado ainda me amando. Obrigado por tudo, meu amor.

– Eu que agradeço, amor. – Blaine o beija. – E agora nós vamos começar uma nova vida. Você, eu e os nossos futuros filhos.

– Sim. – Kurt sorri e, por alguma razão, observa a letra da música. – Sabia que essa música é a nossa cara?

– Sério? – Blaine sorri e o aperta mais. – Por quê?

– É simples. – Kurt vira-se de frente para ele e o observa. Seus olhos se encontram e em seguida os lábios do castanho se juntam com os dele. Ambos suspiram e o moreno alisa o rosto de Kurt, como se essa fosse a primeira vez que eles se encontrassem. – Porque você um sonho que eu jamais quero que acabe. Você é o meu sonho de Santa Monica.


Notas Finais


Chegou ao fim!! Espero que tenham gostado, amores!!!
E a aqueles que querem acompanhar a minha próxima história fiquem a vontade >>> https://www.spiritfanfiction.com/historia/to-my-teenage-dream-11074791

Muito obrigada aos que acompanharam!!!! Amo vocês e até uma próxima!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...