História Sasaeng da Sasaeng (Reescrevendo) - Tome Cuidado

23 de Fevereiro de 2020, as 22:30

Ruas...

Eu estava um tanto que confuso, não conseguia organizar os meus pensamentos, pode se dizer que minha mente estava um caos total, uma verdadeira desordem mental, e para piorar, ou melhorar dependendo do contexto, eu estava a pé em plena Seul, teria que andar até o shopping e procurar por meu carro, se ele ainda estiver lá, não que tenham roubado ou coisa do tipo, mas pode ter ocorrido da empresa ter indo buscar desde que é um carro alugado.

Pessoas e mais pessoas passavam por mim, às vezes as mesmas que já tinham ido e estavam voltado, eu ainda estava a algumas quadras do Departamento de Polícia, meus passos eram curtos e desritmados, pode até ter ocorrido de eu ter feito algumas voltas na mesma quadra por minutos, a rodeando por completo várias vezes.

O motivo de minha confuso mental eram muitos, uma variação completa, pela primeira vez desde que cheguei a Coréia e desde que me conheço por gente eu estava realmente e completamente confuso, acho que se colocar em uma lista a compreensão fica um pouco mais fácil:

Primeiro: Os pais e toda a família de Min são desconhecidos;

Segundo: Há um garoto que parece a junção de todos os integrantes do BTS e ainda por cima seu nome é o mesmo de um deles;

Terceiro: Min está correndo risco de vida;

Quarto: Eu conseguirei fazer algo até antes de agosto, quando o BTS irá para o Brasil? Algo realmente grande;

Quinto: Quem diabos é aquela pessoa que está me seguindo com um carro preto?

Sexto: Um policial estava dando em cima de mim;

Acho que agora ficou um pouco mais compreensível.... Ou não também.... Mesmo assim eu estou confuso. E creio que estou andando em círculos há algum tempo.

Depois de ver que eu ainda estava a cinco quadras do Departamento de Polícia, eu parei de andar e pedi a uma senhora que estava passando onde ficava o shopping onde eu estava antes de ser levado pelos policiais, a senhora ficou um pouco confusa, mas eu expliquei como era tudo no shopping e algumas lojas a sua volta, pois eu não lembrava qual era o nome do shopping, e depois de poucos minutos ela me disse em que direção seguir, eu agradeci e me foquei em chegar ao shopping o mais rápido possível. Queria ir para o hotel em que estava hospedado e tomar um bom e demorado banho de banheira, para conseguir organizar minha mente, que ainda se encontrava em uma confusão....

[...]

Demorei cerca de meia hora para chegar ao shopping onde estava antes de ir para o Departamento e mais alguns minutos para encontrar o carro que havia alugado, ele estava em outro lugar, não estava onde eu havia o estacionado, como isso era possível eu não sabia, mas estava. Me limitei a entrar nele e seguir para o hotel.

23 de Fevereiro de 2020, as 23:40

Quarto do Hotel

Não demorei muito a chegar no hotel, pisei fundo no acelerador do carro e peguei ruas pouco movimentadas, o que é um pouco difícil de se encontrar. Assim que guardei o carro no estacionamento do hotel segui em direção ao meu quarto, cheguei nele em poucos segundos, entrei e fui direto para o banheiro, tirando e largando minhas roupas pelo chão do quarto.

Enchi a banheira e entrei na mesma, afundei a cabeça na água quente e tentei organizar minha mente, que agora estava um pouco menos confusa do que estava antes, tanto que esqueci um pequeno detalhe, ou não tão pequeno assim...

Sétimo: O nome do policial que deu em cima de mim é Jeon Jungkook, o mesmo nome de um dos integrantes do BTS...

Assim que adicionei esse ponto a lista tentei fazer algumas ligações entre os acontecimentos para ver se ajudava em algo, o que não adiantou nada, a não ser em me mostrar que existe uma pessoa que tem o nome de um dos integrantes do BTS e se parece com uma mistura de todos eles, e que existe outra pessoa que tem o mesmo nome de um dos integrantes do BTS e que deu em cima de mim e os dois são bonitos, assim como os integrantes do BTS...

24 de Fevereiro de 2020, as 03:33

Bar do Hotel

Depois de algumas horas consegui organizar meus pensamentos e acabar com minha confusão mental. Jantei pouco depois da meia-noite e resolvi ir ao bar do hotel para relaxar um pouco, mas isso era apenas o que eu queria que tivesse acontecido.

Sai do restaurante do hotel por volta da meia-noite e quarenta, e fui para o meu quarto para pegar minha carteira, e meu celular afim de ver ser tinha alguma novidade relevante para mim e para ver se Neko-chan estava por acaso acordada e disponível para conversar um pouco, o fuso horário não ajuda muito nessas horas. Quando cheguei ao bar fui direto para uma das banquetas que tinham perto do balcão e assim que a atendente veio até mim pedi um Dry Martini, a moça me encarou por um tempo razoável com uma expressão confusa – se eu não estou enganado a idade para ser considerado maior de idade aqui é 19, e minha aparência muito jovem não me ajuda muito com isso, mesmo eu tendo quase 20 – depois de alguns segundos sem nenhum movimento ou resposta da atendente tirei minha carteira do bolso da calça e mostrei a ela minha identidade, uma delas pelo menos, no entanto, mesmo vendo minha idade na identidade ela ainda parecia receosa, lhe dei um pequeno e rápido sorriso e logo depois ela sai e voltou com meu pedido.

Passei um bom tempo pensando em nada lógico e coisas banais até que a tela de meu celular se acendeu e apagou repentinamente, a bateria estava acabando e eu não tinha pego o carregador no quarto. Chamei a atendente e pedi que ela trouxesse mais um, dos vários que já havia tomado, Dry Martini enquanto eu ia até o meu quarto para pegar o carregador do celular. Alguns bons minutos se passaram até que eu voltasse ao bar, e assim que passei pela porta do mesmo vi que haviam duas taças no lugar onde eu estava sentado antes de ir buscar o carregador, estranhei um pouco e olhei em volta para ver o motivo daquilo, a atendente estava conversando com um outro funcionário do hotel perto de uma das janelas do bar e havia um casal em uma mesa mais ao longe, pareciam que estavam se escondendo de algo, fora nós cinco não havia mais ninguém no estabelecimento. Segui em direção a banqueta onde anteriormente estava e peguei a taça com meu Dry Martini, e fui em direção à uma das mesas mais próximas a parede onde havia tomadas, em seguida colocando meu celular para carregar, me sentei a mesa e tomei do líquido um pouco amargo da taça que tinha em mãos.

Alguns poucos segundos se passaram e meu celular apitou e vibrou, o peguei e vi ser uma mensagem da Neko-chan em resposta a que eu havia lhe mandando a um tempo atrás razoavelmente grande.

–: Oie Neko, acho que aí é boa tarde, não é? Aqui é madrugada.... Como você está? Está comendo direito e se cuidando? Quando eu voltar não quero ter que ficar de enfermeiro viu? Trate de se cuidar para podermos ir no show juntos, essa foi a nossa promessa.

Antes de abrir a mensagem para ver qual fora a resposta de Neko-chan, fui ao banheiro, também deveras já havia tomado muitos drinks. Quando me levantei e segui em direção ao banheiro notei que havia mais uma pessoa no bar, agora éramos seis, ela estava sentada em uma mesa ao longe, distante de mim, da atendente que ainda conversava com outro funcionário do hotel, e do casal, havia pouca luz onde estava sentada, mas dava para se ver que era um homem, o qual me seguiu com o olhar até o banheiro. Eu sentia que conhecia ele... e não estava errado...

Quando sai do banheiro vi que aquele homem havia trocado de mesa, agora estava mais perto da mesa onde eu estava. Chamei a atendente e lhe pedi uma garrafa d’água, já havia cansado dos martinis e estava começando a me sentir um pouco tonto, não era essa a intenção que eu tinha quando sai do restaurante e pensei em relaxar um pouco, eu havia passado um pouco da conta.

Voltei a minha mesa com a garrafa d’água em mãos e me sentei quase que caindo, meu corpo estava um pouco “mole”. Peguei meu celular e abri a mensagem de Neko-chan, bebendo um pouco de água antes de lê-la.

Neko: Oi Oppa, desculpa.... Acho que esse não é um bom momento para conversarmos, acho que já deve saber o que está acontecendo.... Me desculpe Sam Oppa, não estou me sentindo muito bem, mas não se preocupe comigo, logo ficarei bem.... Se cuide Oppa.

–: Neko o que houve? O que aconteceu? Eu não estou sabendo de nada. Mas o que você tem? Me diga! É tarde demais para me dizer para não ficar preocupado, já estou e muito. Por favor, não demore a me responder.

Assim que enviei minha resposta senti meu coração se apertar, era como se eu já soubesse as respostas para as minhas perguntas e meu corpo estava tentando me demonstrar isso. Bebi o resto da água que havia na garrafa em um único gole e fiquei com o celular em mãos à espera da mensagem de Neko-chan. Um bom tempo se passou e nada...

24 de Fevereiro de 2020, as 04:45

Bar do Hotel

Eu estava quase dormindo sobre a mesa do bar, estava sonolento, sem forças para levantar e meramente preocupado, Neko-chan ainda não havia me respondido e meu coração se apertava cada vez mais. Em algum momento fechei os olhos lentamente e deitei minha cabeça na mesa, meu celular ainda estava em minha mão, fiquei com a cabeça baixa e com os olhos fechados por um bom tempo até ouvir que alguém se aproximara de mim, não me limitei a abrir os olhos e ver quem era, pois poderia estar apenas passando.

“Misterioso” – Kim Seok Hye? – Ouvi quem passara me chamar, ou melhor chamar um dos meus nomes, aquela estranha sensação de conhecer quem era havia voltado e quanto mais eu pensava isso enquanto levava segundos para levantar a cabeça e olhar diretamente para que me chamara, mais a sensação se tornava concreta e logo percebi que conhecia aquela voz - Kim Seok Hye? É você mesmo? – Por fim levantei a cabeça e encarei a pessoa que estava sentada a minha frente, agora.

– Você? O que faz aqui?... Espera, como sabia onde me encontrar? – Minha voz sai um pouco fraca e rouca, eu estava sendo afetado pelas taças de martini que tinha tomado a pouco, meus olhos não estavam focando direito, a cada piscada que eu dava via cerca de três pessoas a mais para cada pessoa que estava presente no bar.

“Misterioso” – O estou fazendo aqui não nos convém agora e como sabe que eu vim lhe encontrar? Eu posso apenas ter vindo tomar uma bebida assim como você fez e pelo visto passou um pouco da conta, não é?

– Se passei ou não, não é da sua conta!... E até onde eu sei, esse bar é para os hospedes do hotel e não para terceiros. Por acaso está me seguindo?

“Misterioso” – Aishh... Cadê a sua educação?... Esqueça, vamos conversar como antes, sem formalidades.... Eu também sei que esse bar é apenas para os hospedes do hotel, e obrigado pela confirmação, agora sei onde te encontrar quando quiser te ver novamente – Vi um sorriso fugir de seus lábios, meu celular apitou e vibrou, quando fui pega-lo de cima da mesa, eu sequer me lembrava de tê-lo colocado ali, o derrubei no chão perto do pé daquele “homem”, me levantei um pouco tonto com a intenção de junta-lo do chão. Mas quando levei minha mão a ele senti meu corpo todo ser puxado para o chão, começando pelo meu braço estendido eu fui indo de encontro ao chão, no entanto antes que meu corpo inteiro atingisse o chão, eu fui segurado – Acho que alguém passou muito além da conta – Disse antes de me segurar pela cintura e me ajudar a levantar, me sentou onde antes estava sentado e pegou meu celular do chão, me entregando em seguida – Eu posso acompanhá-lo até seu quarto se quiser, e também, acho que nessas condições você não conseguia chegar a ele sem algum inconveniente.... Venha, vamos, no caminho você me diz qual o número do quarto – Eu não estava em condições de negar sua ajuda, mesmo que eu estivesse achando um pouco estranho, tanto a situação que ocorrera no dia anterior quanto a que estava ocorrendo, tinha apenas duas opções, ficar dormindo em uma mesa de bar como um bêbado, coisa que não sou, ou ir para meu quarto acompanhando de outra pessoa... – Noona, depois ­volto para acertar minhas despesas, tudo bem? – Ouvi um murmúrio em resposta e logo depois não ouvi mais nada, e tudo fico preto...

24 de Fevereiro de 2020, as 05:00

Elevador do Hotel

Eu realmente havia exagerado nos martinis, enquanto ele me segurava e se esforçava para não me deixar cair eu fazia exatamente o contrário, queria ir de encontro com o chão ou simplesmente com as paredes, cambaleava para lá e depois para cá, meu corpo estava mole e queria se encontrar com o chão de modo amigável. A ida até o elevador do hotel foi uma guerra, por mais que eu tentasse me manter em pé meu corpo não cooperava, queria que eu caísse de qualquer jeito, eu não tinha nenhum controle sobre meu corpo, se não fosse por ele eu estaria caído em qualquer um dos corredores do hotel.

Entramos no elevador e eu me escorei em uma das paredes do mesmo para não precisar mais ficar nos braços de quem me ajudara, mas não durou muito, assim que a porta do elevador se abriu e nós demos o primeiro passo para sair meu corpo vacilou e me fez ir de encontro ao outro, que me segurou firmemente, pude sentir que um leve sorriso se formava em seu rosto. Se não fosse pelo meu lamentável estado eu teria me afastado e pedido desculpas a ele, mas eu não conseguia sequer controlar meus olhos que volte meia se fechavam e abriam como se fossem as paletas de um vidro de carro em dia de chuva.

“Misterioso” – Estamos no andar certo? Apertou o número certo quando entrou no elevador? Qual é número do seu quarto? Tente se lembrar, Seok Hye.... – Forcei minha memória para tentar me lembrava, naquele exato momento eu havia me esquecido do número de meu quarto, eu estava realmente mal.

– Eu acho qu-que.... que é 666, n-não consigo me lembrar.... Como eu sou patético, olha o só o meu estado e ainda por cima estou sendo ajudado por você, isso é algum tipo de penitência? Tudo que eu estou fazendo agora está se voltando contra mim? Isso é mesmo sério? Tudo o que eu fiz foi....

“Misterioso” – Não se culpe, você não fez nada de errado, está tudo bem. Só vamos até seu quarto logo para que você possa tomar um banho e descansar – Ele me interrompeu antes que eu dissesse o que não devia, e algum parte minha agradeceu por isso – Número 666, bom, vamos ver, deve ser aquele ali, se estiver certo é só inserir a senha na porta e entrar. Vamos lá, já estamos quase chegando.

Ainda cambaleando e sendo segurado por ele, fiquei em frente ao painel onde deveria colocar a senha da porta e me forcei a lembrar qual era a senha, longos minutos se passaram até que eu conseguisse me lembrar e destrancar a porta. Ele ia me ajudando a entrar no meu quarto, mas eu o impedi.

– Obrigado pela ajuda, muito obrigado mesmo, mas acho que agora eu consigo me virar... me virar sozinho, não se preocupe, pode ir para a sua casa – Falei com uma de minhas mãos em seu peito, do lado do seu coração, pude sentir que ele batia acelerado, eu ainda estava mal, mas podia perceber que algo a mais havia ali e que não era uma simples ajuda.

“Misterioso” – Tem certeza Seok Hye? Não quer que eu entre e lhe ajude mais um pouco? Não será incomodo para mim.

– Mas para mim sim, mais uma vez obrigado pela ajuda, mas agora eu consigo me cuidar sozinho, pode ir, eu prometo que ficarei bem – Forcei um pouco a voz para parecer mais confiante, tirei minha mão de seu peito e a levei até a porta começando a fecha-la – Já é quase de manhã, então, tenha um bom dia...

“Misterioso” – Se cuide Kim Seok Hye, tenha muito cuidado da próxima vez, talvez eu não esteja aqui para lhe ajudar futuramente – Disse ao se virar e começar a andar, continuei a fechar a porta, mas algo me impediu de fecha-la completamente, aquele que me “ajudara” havia colocado um pé entre o batente e a porta me impedindo de tranca-la, o encarei ou pelo menos tentei o fazer e esperei que dissesse algo....