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História Scare - Shawn Mendes - Casa.


Escrita por: hummelbeatriz

Capítulo 23 - Casa.


Assim que Jack soltou a tornozeleira, Cameron e eu fomos o mais rápido possível para o aeroporto onde nosso jatinho nos esperava. Como sempre, Cameron cuidou de tudo, inclusive do contrato de silêncio que a empresa deveria cumprir; era de extrema importância que ninguém soubesse que eu havia saído de casa em direção à Mansfield.

— Ok, já estamos a caminho, - disse Cameron – mas qual é o seu plano para quando chegarmos lá?

— Não tenho plano.

— Quê? Como assim não existe plano, Shawn? – gritava Cameron.

— Não tenho plano. Vou chegar lá e ameaçar o Sr. Hessen. – falei, tentando parecer calmo.

Cameron esfregava as mãos no rosto com força, irritado.

— Você é absolutamente inconsequente, Shawn! E se ele entrar em contato com a polícia? Você vai preso, e dessa vez não ficará na sua casa. Tem ideia de como isso é perigoso?

— Tenho! Tenho ideia sim! Mas eu também sei de todas as coisas que eles fazem lá dentro e de como a Liz sofre com cada uma dessas coisas.

Tentei respirar fundo, mas sem sucesso. Parecia que meus pulmões diminuíam de tamanho a cada instante, pois era cada vez mais difícil puxar o ar. Levantei da poltrona e fui em direção ao banheiro para lavar o rosto. Fiquei parado por vários minutos, com as mãos apoiadas na pia minúscula e a cabeça baixa, tentando fazer meu coração voltar a bater no ritmo normal.

Eu sabia que era uma loucura tentar tirar a Liz de lá, e eu e Cameron poderíamos sofrer danos irreversíveis, mas algo me dizia que eu podia seguir em frente, que em pouco tempo Liz estaria comigo. Cameron veio me chamar para sentar, pois já estava perto da hora do avião pousar.

— Pensei em eu ir primeiro e falar com ele. – disse Cameron – Vai que ele libera a Liz e nem fica sabendo que você está aqui.

— Ele jamais ia liberar alguém assim, sem mais nem menos. – falei sem ânimo.

— Posso mentir que faço parte de alguma organização policial ou algo assim...

— Cameron, ele te conhece! – falei, repreendendo-o.

— Você tem alguma ideia melhor então?

— Eu mesmo vou falar com ele.

Cameron abriu e fechou a boca várias vezes, como se quisesse falar algo mas desistisse no último segundo.

— Eu sei que é arriscado, Cam, mas eu posso tentar negociar com ele. Preciso que você fique atento, do lado de fora. Qualquer problema eu faço uma chamada de emergência pra você ou algo assim e você me socorre.

— Socorrer como, Shawn?

— Chama alguns seguranças pra ficarem de sobreaviso. Se a coisa ficar feia eles entram e resgatam Liz e eu.

.

Chegamos aos portões do reformatório e eu segui sozinho para dentro do lugar mais sombrio em que já estive. Dei uma última olhada para Cameron e ele acenou com a cabeça, me incentivando a ir em frente. Percebi que ele estava pálido e com medo, mas ainda assim pude sentir seu apoio.

Cheguei ao hall e um vento frio fez os pêlos do meu braço se arrepiarem instantaneamente. Andei devagar em direção ao balcão e a atendente me olhou com espanto.

— Boa tarde. Gostaria de falar com o Sr. Hessen. – disse da forma mais educada que consegui.

— Ele só atende com hora marcada. Você tem horário com ele? – disse a atendente morena de cabelos ondulados.

— Não. Mas diga que Shawn Mendes está aqui e não sairei daqui enquanto não falar com ele.

Cerca de 20 minutos se passaram desde que a morena subiu as escadas rumo ao escritório do Sr. Hessen para anunciar minha chegada. Então, ouvi o barulho dos seus sapatos batendo apressados no piso e a figura antipática da garota se aproximou de mim.

— O Sr. Hessen está te esperando no escritório dele. Se quiser eu levo...

— Conheço bem esse caminho, obrigada. – falei e segui para a suntuosa escada.

A cada passo que eu dava sentia minhas pernas mais pesadas, como se clamassem para que eu não fosse naquela direção. Com muito esforço cheguei ao andar em que ficava o escritório do diretor e, para minha surpresa, a porta já estava aberta.

Parei diante da porta e vi a figura perversa do Sr. Hessen sorrindo maliciosamente para mim.

— Ora, ora, ora. Não imaginava ver o senhor por aqui, Sr. Mendes. – disse ele com sarcasmo.

— Não pense que senti saudades suas, Sr. Hessen. Minha visita aqui é para uma negociação.

— O que te faz pensar que tem direito de negociar comigo, rapaz? – o sorriso havia desaparecido de seu rosto e seu olhar agora era cruel.

— Vim para levar Liz comigo. – falei num impulso.

Ele me encarou durante alguns segundos e irrompeu em uma risada maquiavélica, fazendo com que eu recuasse dois passos.

— Não.

— Que diferença faz para o senhor ela estar aqui ou não? Assim como eu me comprometi a não falar nada, cuidarei para que ela também permaneça em silêncio. – argumentei.

— Que diferença faz? – ele me olhava com os olhos semicerrados – A diferença é o valor que eu vou deixar de receber, criança. Além do mais, me afeiçoei à pequena Liz, seria muito triste não tê-la aqui. – disse cínico, fazendo bico.

— Crápula! – gritei – Liberte Liz e tudo ficará bem. Você bem sabe a influência que eu tenho no mundo todo por causa da minha fama. Posso destruir você!

— Desde quando te dei liberdade para me chamar de “você”? – disse ele se aproximando devagar – Não seria nem um pouco vantajoso liberar a garotinha que faz o melhor serviço na visita íntima. – riu malicioso.

Demorou alguns instantes para que eu entendesse do que ele estava falando, mas, assim que a ficha caiu, uma raiva imensa tomou conta de mim e, quando dei por mim, estava imobilizado no chão.

— Acho que temos alguém apaixonado por aqui. – ele ria enquanto mantinha meus braços presos e pude ver suor brotando na sua testa, bagunçando o cabelo sempre impecável – O que ter faz pensar que poderia me vencer em uma briga?

— Liberte-a! Ou abrirei a boca e o mundo todo saberá o que acontece aqui!

Sr. Hessen me soltou e levantou-se devagar, arrumando o cabelo com as mãos e secando o rosto com um lenço. Ele fez um sinal para um dos seguranças, que saiu, e para o outro solicitou que trouxessem Liz.

— Sr. Mendes, sua solicitação será atendida. O senhor poderá levar a senhorita Liz para casa, mas fique ciente de que agora ela é responsabilidade sua, e que se alguém ficar sabendo dos meus métodos aqui dentro, as consequências serão muito mais graves que apenas buraco e banho. Estamos entendidos?

Fiz que sim com a cabeça e, quando olhei para a porta, vi Liz entrando com um olhar assustado, mas ao mesmo tempo firme. Corri ao encontro dela e a abracei, mas senti a mesma me empurrando delicadamente.

— Liz, você vai pra casa comigo.



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