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História Scare - Shawn Mendes - Sumiu.


Escrita por: hummelbeatriz

Capítulo 24 - Sumiu.


Mansfield, 7pm.

Peguei Liz pela mão e saímos portão afora. Cameron nos esperava do lado de fora, sentado sobre o capô do carro. Assim que nos viu veio correndo em nossa direção.

— Liz, finalmente conheci você. – disse Cameron sorrindo e se precipitando para abraçá-la.

Mas, no momento em que Cameron ia tocá-la, a garota arregalou os olhos e se escondeu atrás de mim.

— Tá tudo bem, Liz, ele é meu melhor amigo. – falei baixo para acalmá-la – Nós vamos pra casa agora, tudo bem?

Entramos no carro e seguimos em direção ao aeroporto e, em menos de meia hora, estávamos dentro do jatinho. Liz olhava pra tudo assustada, e percebi que ela ficou especialmente horrorizada quando o comissário foi até ela para prender o cinto de segurança. Fiz sinal pra ele que não se aproximasse e sentei-me ao lado dela, falando o tempo todo que estava tudo bem e que ela não precisava mais ter medo.

Em poucos instantes trouxeram a comida e Liz comeu como se há semanas não consumisse nenhum alimento. Cameron e os comissários olhavam assustados, mas eu os repreendia com o olhar, fazendo com que todos saíssem de perto para que ela comesse em paz.

Permaneci com ela o tempo todo em silêncio até que ela terminasse de comer. Quando ela soltou os talheres olhou pra mim, e percebi que seus olhos estavam marejados; em poucos segundos ela chorava compulsivamente, mas não permitia que eu a abraçasse ou encostasse nela. Aos poucos ela se acalmou, mas não respondia as perguntas que eu fazia. Respeitei seu silêncio e assim fomos até chegarmos em casa.

Jack estava lá a nossa espera para colocar minha tornozeleira novamente. Apresentei Liz a ele rapidamente e subi com ela para o quarto onde ela dormiria.

— Liz, esse vai ser seu quarto. Deixei algumas camisetas e calças minhas pra você usar, amanhã o Cameron trará roupas de menina pra você. Tem toalha no banheiro e, caso precise, tem mais cobertor no closet. – ela permanecia estática olhando para a cama enquanto eu falava. – Meu quarto é o da frente, mas eu estarei lá embaixo com os meninos agora. Qualquer coisa me chama que eu subo correndo, tá bom?

Encostei a porta do quarto e desci as escadas para encontrar Cameron e Jack na cozinha.

— O que você vai fazer com ela agora? – perguntou Jack.

— Não sei bem. Por enquanto é melhor ninguém saber que ela está aqui, principalmente a família dela. Cameron, você pode comprar algumas roupas, sapatos e coisas que meninas precisam, por favor?

— Olha, até posso comprar, mas se vou comprar certo já é outra história. – riu o rapaz.

— Pede ajuda pra alguma menina, quem sabe pra Lox. – sugeriu Jack.

— Eu estou preocupado com ela. – falei fitando o chão. – Ela não disse uma palavra desde que saímos de lá, sem contar a crise de choro que ela teve no avião. Mas ela não me deixava abraçar ou encostar nela.

— Shawn, lembra quando você voltou pra casa? – começou Cameron – Você estava meio em choque também. Agora imagine ela que ficou durante anos presa e sofrendo torturas.

— Como assim torturas? – gritou Jack.

Cameron e eu nos olhamos e pedimos para que Jack mantivesse silêncio absoluto sobre tudo aquilo. Ele concordou, mas não sem tentar arrancar de nós as informações que tentávamos esconder.

— Vocês não confiam em mim, né? Não vou contar nada, prometo! – pedia Jack.

— Bro, vai por mim, é melhor você não saber de nada. – explicou Cameron – Na hora certa você vai saber, mas por enquanto é muito importante que ninguém saiba de nada, pelo bem do Shawn e, agora, da Liz.

O loiro concordou, a contra gosto, e foi embora. Cameron ficou mais alguns minutos e foi para casa também. Subi as escadas devagar e parei em frente ao quarto de Liz.

A porta estava entreaberta e a luz estava acesa, o que me permitia vê-la sem precisar entrar no quarto. Ela dormia com o edredom até o pescoço, deixando apenas a cabeça para fora. Estava um pouco quente para se cobrir daquela forma, mas ela estava há tantos anos sem sentir o toque de um cobertor macio e quentinho que não pude julgá-la. Conseguia ver as roupas dela dobradas em cima da cadeira e os sapatos ao lado da cama.

Tentei dar meia volta e ir para o meu quarto, mas não resisti e acabei entrando e me aproximando da cama. Olhei pela porta do banheiro e vi que a toalha ainda estava enrolada em cima da pia; imaginei que ela não teve coragem de se aproximar do chuveiro logo de cara. Sentei-me ao lado dela e, por alguns instantes, fiquei somente observando a garota dormir. Não era um sono tranquilo e várias vezes pensei que ela poderia estar tendo pesadelos, mas não tive coragem de acordá-la. Decidi deixar a luz acesa e a porta aberta, para poder ouvir caso ela chamasse. Parei na porta e olhei para ela uma última vez.

— Está tudo bem agora, eu vou cuidar de você pequena.

.

Los Angeles, 7am.

Acordei cedo e desci as escadas para preparar nosso café da manhã. Tentei imaginar o que ela gostaria de comer no seu primeiro café da manhã fora de Mansfield. Fiz panquecas, torradas, café, servi suco e iogurte, além de frutas e geleias. As horas passaram e nada de Liz aparecer na cozinha, até que resolvi subir para ver como ela estava.

Quando cheguei à porta do quarto pude vê-la sentada na cama, com um olhar assustado, segurando o edredom na altura do nariz.

— Liz, está tudo bem? – perguntei, entrando devagar no quarto, mas cuidando para não chegar muito perto da cama.

Ela me olhava, mas não falava nada.

— Posso sentar aí com você? – perguntei.

Liz fez que sim com a cabeça e, aos poucos, tirou o cobertor de cima do corpo. Sentei-me ao lado dela e esperei que ela falasse alguma coisa. Como o silêncio permanecia, arrisquei fazer algumas perguntas.

— Como foram essas semanas depois que eu saí de lá?

A garota irrompeu em lágrimas novamente, mas dessa vez ela falava algumas coisas que eu não conseguia entender direito.

— Liz, por favor, se acalme. – eu tentava falar da forma mais amável possível – Está tudo bem agora, você pode falar.

Ela respirava fundo e se esforçava para falar, mas parecia que as palavras não sabiam como sair. Imaginei que, o que quer que tenha acontecido nessas semanas, foi realmente traumatizante para ela. Apesar de estar lá há muito tempo, as coisas que aconteceram após minha saída devem ter sido novas pra ela, e muito mais difíceis do que qualquer outra coisa que ela vivia até então.

— Se você não quiser falar tudo bem, eu vou te respeitar. Mas eu realmente gostaria que você descesse comigo para tomar café da manhã. – disse com um sorriso – Eu não sabia do que você gostava, então coloquei tudo que tinha na mesa.

Percebi que ela esboçou um leve sorriso e se moveu para fora da cama. Estendi minha mão e ela segurou, e então descemos as escadas juntos em direção à cozinha.

Assim que ela viu toda aquela comida em cima da mesa seus olhos brilharam. Ela começou a comer rápido e eu tive que pedir para que ela comesse mais devagar. Comendo naquela velocidade com certeza ela passaria mal. Ouvi meu telefone tocando e fui em direção à sala para atender a ligação de meu pai.

— Oi filho, por acaso você falou ou viu sua irmã ontem?

— Oi pai, não falei não. Aliás, faz uns dois dias que não falo com ela. Está tudo bem?

— Aaliyah sumiu, Shawn.



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