1. Spirit Fanfics >
  2. Se Eu Ficar >
  3. Capítulo IX - Eu Não me Importo...

História Se Eu Ficar - Capítulo IX - Eu Não me Importo...


Escrita por: IsobelCostles

Notas do Autor


Oi, gente!!
Como vocês estão?! Eu espero que bem!!
Eu estou correndo contra o tempo para conseguir dar conta de tudo. Esse ano vai ser um dos mais agitados para mim, ufa!!!

Capítulo 9 - Capítulo IX - Eu Não me Importo...


“Pessoas mentem o tempo todo. Damos respostas vagas às perguntas difíceis. Não falamos sobre o que realmente nos aflige. Muito pelo contrário, olhamos dentro dos olhos alheios e dizemos: “Está tudo bem”, ainda que a dor venha nos cortar em pedaços ou a solidão nos esmague aos poucos. 

Pessoas mentem todos os dias. Para os seus amigos, namorados… Para as suas famílias. Mas a pior mentira que contamos, é para nós mesmos. Por isso, algumas vezes, demoramos para perceber… Que a verdade estava na nossa frente o tempo todo, só não queríamos acreditar.”

POV - Deidara

Eu sentia uma dor cortante por todo o meu corpo e a minha cabeça latejava como se estivesse prestes a explodir. Abri os meus olhos, vendo um quarto completamente branco e vazio. Ao tentar falar, senti o gosto amargo se estender pela minha língua… Parecia como ferrugem, mas eu poderia jurar que era sangue. 

_ Finalmente… - A voz baixa atraiu a minha atenção. _ Achei que fosse dormir a noite toda.

_ Pro… Professor?! - Olhei para Hidan, que estava confortavelmente sentado em uma poltrona com um livro preso as mãos. _ O que faz aqui?

_ É uma longa história, mas vamos começar pelo que você se lembra… - Disse ao se levantar e pegar um copo com água. 

_ Pouca coisa, eu estava no estacionamento e um cara apareceu… - Menti, corando-me. _ Acho que era um ladrão, eu não sei… 

_ Ele parecia ser mais do que um ladrão. - Me entregou a água, se sentando na beira da cama. _ Na verdade, parecia te conhecer muito bem.

_ O que ele disse?! - Exclamei em um tom desesperado.

_ Ele não disse nada demais… - Fingiu certo descaso. _ É que eu sou um bom observador.

_ Bom, nós nos conhecemos… - Afirmei, envergonhado. _ Mas me diga, professor, porque você ainda está aqui?!

_ Eu te trouxe para cá, achei justo ficar até a sua alta pela manhã… - Respondeu entrecortado, como se ele estivesse criando a resposta perfeita. 

_ Algum amigo meu sabe?! A Sakura sabe?! - Perguntei, bebericando a água. 

_ Claro, ela estava comigo no momento em que te encontramos. Eu pedi que ela ficasse e contasse tudo para a direção… - Falou se levantando e indo abrir um pouco a janela. _ Não faz muito tempo desde que ela me ligou perguntando sobre você e querendo trocar o turno para vir para cá, mas eu disse que era melhor eu cuidar disso. 

_ Sério?! - Franzi o cenho, curiosamente. _ Eu não entendo, nós nem somos próximos…

_ Mas você ainda é o meu aluno. - Falou com naturalidade.

_ Isso é verdade… - Disse, vendo ele abrir um sorriso tremendamente bonito. 

_ Como se sente? - Hidan perguntou, recostando-se no batente da janela. 

_ Dolorido… - Respondi, fazendo uma careta que o mais velho achou hilária. 

_ Amanhã você se sentirá melhor, eu garanto… - Cruzou os braços, olhando a vista pela janela. _ Olha, eu liguei para o seu pai… 

_ Espera, o que?! - Cerrei a mandíbula, imaginando o que aquele velho não deveria ter falado. _ Porque fez isso?! Quer dizer, mesmo sabendo que eu sou de maior?!

_ Eu não sei, me desculpa… - Suspirou. _ Eu só imaginei que talvez ele se preocupasse…

_ Ficou desapontado quando ele não se preocupou?! - Rebati com sarcasmo.

_ Não, eu fiquei furioso. - Disse ao se aproximar. 

_ É, por um tempo eu também fiquei… - Falei, me encolhendo na cama. _ Então, ele comprou um apartamento no centro para mim e depois foi embora do país.  A última coisa que ele me disse foi para não arrumar problemas, que o dinheiro continuaria chegando. 

_ E aí, um professor qualquer liga para ele e conta que você tomou uma surra no estacionamento da Universidade… - Ironizou. _ Que professor babaca, não é mesmo?! 

_ Ao menos ele parecia ter as melhores intenções… - Gargalhei, sentindo todo o meu corpo doer. 

_ Isso com certeza… - Hidan parou do meu lado, mexendo cuidadosamente no meu cabelo. 

_ Nossa, você deve estar cansado, não é mesmo?! Porque não vai descansar um pouco, eu estou bem… - Falei, sentindo o meu rosto queimar ao perceber o rumo que a situação estava tomando. 

_  Bom, ainda são seis e quinze… - Disse, se afastando ao olhar o relógio preso ao pulso esquerdo. _ Eu vou em casa tomar um banho, você precisa de alguma coisa?

_ Só deixe a luz do banheiro acesa quando sair… - Respondi, aninhando-me nas cobertas.  

_ Tudo bem, eu deixarei… - Afirmou sem entender. 

Eu me virei na direção da janela,  fechei os meus olhos e fingi estar dormindo, pelo menos até que ele saísse. Droga, ele era o meu professor e isso deixava um clima estranho no ar… 

“As mãos tocavam-me o dorso e se dirigiam pelo pescoço, até encontrar os meus lábios. Era uma carícia seca e pouco prestativa, mas eu podia sentir meu corpo gelar…

_ Achei que não faria mais isso comigo… - A voz de Obito era arrogante como de costume. _ Pensei até que estivesse com nojo de mim.

_ Por que você faz isso comigo?! - Perguntei com dificuldade, sentindo os seus dedos pressionarem a minha língua.

_ Porque você é a minha putinha… - Respondeu, rente a minha orelha. _ E no final do dia, eu sou o único que vai te querer.

_ Isso é mentira… Eu… Eu não quero mais isso… - Choraminguei sobre os lábios alheios.

_ Não diga isso, Deidara… - Senti a sua mão puxar-me os cabelos. _ Você não pode se livrar de mim.”

 Acordei suado, sentindo as lágrimas escorrerem soltas pelo meu rosto. Do lado de fora, o vento forte e insistente, deixava claro que se tratava de uma daquelas tempestades persistentes da estação. Olhei para a poltrona, notando que Hidan ainda não havia retornado. Provavelmente estava preso no trânsito, já que a cidade parava com uma simples garoa, o que dizer de um temporal… 

_ Droga… - Praguejei, limpando o meu rosto e me obrigando a levantar. 

Depois de alguns minutos sentado na cama, eu consegui impulsionar o meu corpo o bastante para ficar de pé e com certa dificuldade, chegar até a janela. Nesse momento, ouvi o barulho da porta e me virei, vendo Hidan trajando um sobretudo preto, com seus cabelos meio úmidos e um guarda-chuva na mão. Exatamente como chegava nas aulas, a eterna postura de um professor.

_ Achei que ainda estaria dormindo… - Falou, colocando o guarda-chuva de lado e vindo me ajudar. _ Eu queria ter conseguido chegar mais cedo, assim a chuva não teria te acordado… 

No momento em que ele se aproximou, eu me senti ainda pior. Como se eu não fosse merecedor de tais cuidados. O que eu estava pensando?! Só estava no hospital, porque me deixei levar novamente pela conversa de um homem que tinha como vocação me machucar…  

_ Porque você está fazendo isso?! - Perguntei, tentando ao máximo não chorar na frente dele. _ Eu… Eu não mereço… E você mal me conhece, mas continua aqui… 

_ Bom, você sempre chega dez minutos adiantado para as minhas aulas, isso mostra que é responsável. Nunca ficou com uma nota vermelha, acho que também é bastante inteligente. Costuma questionar qualquer que seja o tema apresentado em sala, sendo a cara de alguém que se esforça para aprender sobre tudo e qualquer coisa… - Dizia, enquanto fechava a janela. _ Eu posso não saber sobre a sua vida pessoal, os seus traumas ou sonhos, mas conheço você, Deidara. 

Foi de repente, a gente se aproximou em uma troca de olhares e eu me arrisquei a dar um passo em direção aos seus lábios. O beijo tinha gosto de sereno e hortelã, como se ele já estivesse preparado para o que estava para acontecer. A minha urgência era desajeitada, mas o seu autocontrole era completamente profissional. 

_ Deidara… - As mãos foram de encontro aos meus ombros, segurando-me com relutância. _ Não desse jeito…

_ Porque?! - Sussurrei sobre os seus lábios.

De olhos fechados, eu ansiava por mais investidas dele. Era inebriante a ponto de me fazer esquecer da dor, dos ferimentos, do Obito e até mesmo das nossas posições sociais. Todavia, ainda éramos aluno e professor…

_ Você está ferido... - Constatou. E era óbvio que ele não falava dos meus machucados. 

_ Mas eu preciso disso... - Murmurei. 

_ Eu não sou gay… - Disse, me fazendo parar completamente e analisar a situação.

_ Espera… - Me prendi à expressão alheia, tentando processar o que ele falou. _ Tá de brincadeira?! 

_ Não. Quer dizer, essa é a primeira vez que eu estou sentindo isso por um cara…  - Ele proferiu as palavras com tranquilidade e isso só fez piorar a minha postura completamente entregue de minutos atrás.

_ Fala sério?! - Me afastei, transtornado. _ Onde é que eu estava com a  cabeça?! Eu… Eu sou muito idiota… 

_ Deidara, eu sinto muito… - Esticou a mão na minha direção, mas se perdeu do toque.

_ Olha só, eu realmente quero ficar sozinho… - Disse, dando de ombros e observando a chuva pela janela. 

O suspiro aborrecido de Hidan, foi como um soco no meu estômago. Ouvi, então, os seus passos sobre o carpete, pouco a pouco se desvencilhando dos meus e pelo vidro a sua silhueta me abandonou. Foi então que a porta bateu e novamente, eu me encontrava sozinho. 

=====================================

POV - Sakura

Dizem que não temos controle sobre os nossos próprios corações. Sentimentos podem mudar sem aviso. O pânico pode fazer um coração bater tão forte quanto o amor… Mas ambos também conseguem fazê-lo parar, frio, dentro do peito. 

Naquele ápice de segundo, quando meus olhos viram a sua imagem em quase completa nitidez, o barulho alto da bandeja batendo no chão de ladrilhos coloridos e o olhar triste de Itachi em um silencioso pedido de desculpas, me fizeram congelar. Uma lágrima desceu em meu rosto e eu não soube ao certo o que fazer. Na verdade, eu nem sei se algo poderia ser feito. 

_ O que aconteceu, Itachi?! - Sasuke perguntou, olhando na minha direção. 

_ Deixa que eu ajudo! - No momento em que Sasori se levantou, Itachi o cortou em um gesto seco, se abaixando imediatamente ao meu lado. 

_ Ela sem querer derrubou a bandeja…  - Ele respondeu a pergunta do irmão, me olhando profundamente. Só então, eu pude perceber que Sasuke não tinha visto o que aconteceu. Ele não tinha visto nada. 

_ Droga, me trouxe para outro lugar cheio de incompetentes?! - O mais novo resmungou e eu não conseguia parar de encará-lo. 

_ O que aconteceu aqui?! - Lee chegou com uma vassoura e um pano para me ajudar. 

_ Foi um acidente… - Sasori disse, novamente se levantando. 

_ É o trabalho dela, Sasori… - Sasuke falou, bufando. _ Se ela não sabe fazer, não deveria estar aqui. 

_ Chega, Sasuke! - Itachi exclamou, fazendo o mais novo enrijecer a postura. 

_ Não dá… - Sussurrei chorando para o Itachi que tentou segurar a minha mão.  

_ Ei, Sakura!! - Sasori chamou o meu nome, mas eu só consegui correr para o mais longe possível. 

Eu não sei por quanto tempo andei, nem em qual rua estava. Minha única certeza era a de que ele não poderia me seguir, nem mesmo se quisesse. É, estava acontecendo de novo. Engraçado que há três ou quatro semanas, eu havia prometido nunca mais me abalar.  E olha só agora, eu não consigo pensar em outra coisa que não seja a minha ruína frente a expressão vazia e pouco amigável de Sasuke Uchiha. 

_ Como eu queria desaparecer… - Exausta, eu me sentei em um dos bancos do jardim.  

_ Ei, Sakuraaa… - Olhei para trás, vendo a figura de Itachi se aproximar.

_ Ah, não… - Me levantei, andando para longe. _ Cai fora, Itachi!!

_ Não, espera… - Ele parou. _ Por favor, Sakura!

_ O que você quer, ein?! - Me virei na sua direção, furiosamente. _ Já não acha que fez merda o bastante?! Você disse que não voltaria lá, mas voltou… E… E ainda por cima levou o Sasuke… E… Droga, ele está cego?! Que inferno está acontecendo, me fala?! Eu juro que se não me falar, eu vou acabar surtando, porque eu não aguento mais… Eu fugi… Eu fugi e tentei recomeçar, mas nenhum recomeço consegue explicar porque o meu melhor amigo fodeu com a minha vida… 

Itachi não disse nada, só veio na minha direção e me envolveu nos seus braços. Foi um abraço apertado, quase sufocante… E era tudo que eu mais precisava. Passei as minhas mãos envolta do seu corpo e me escondi como uma criança. Chorei mais uma vez por motivos que eu não conseguia explicar, senti o meu coração doer muito. 

Talvez fosse por não conseguir arrumar algo que eu nem sabia o que era. Por precisar estar bem e não conseguir. Pelas cobranças ou pelo peso carregado e não sustentado pelos meus ombros cansados. Eu chorei pela necessidade de ser alguém e esse alguém não poder ser eu… Chorei, porque infelizmente, eu ainda amava ele… Mais do que poderia imaginar. 

 


Notas Finais


* Hidan está realmente apaixonado... E não, gente... Não é uma paixão de momento, ele esteve guardando isso por muito tempo. Por isso naquele dia em que Hidan estava conversando com a Sakura sobre dar aulas de reforço, ele foi tão prestativo. O homem queria uma oportunidade de se aproximar mais da melhor amiga do Deidara. Tanto é que quando ele saiu da sala, Deidara reclamou com Sakura a expressão que o professor fez na sua direção.
* Deidara por outro lado, ainda é novo e está extremamente traumatizado pelas coisas que passou com Obito. Acho que ele realmente pensava que conheceria o amor nos braços daquele infeliz. Bom, tomara que o professor consiga mostrar o que é amar e ser amado para o nosso pequeno.
* Sasuke apareceu (finalmente), mas ele não é mais o mesmo em que Sakura conhecia... E eu não falo somente da deficiência visual (cegueira), mas a personalidade dele estava amarga, carrancuda e infeliz. Isso foi visível pela pequena garota, quando ele menospreza o seu trabalho por um erro em deixar a bandeja cair. Foi difícil para ela ver no que ele se transformou.

*** Bom, eu vou abordar diversos temas nessa história, até porque todos são ou foram próximos a mim. Aconteceram com amigos, primos e companheiros. Então, tudo será abordado cuidadosamente para não ferir ninguém que esteja lendo. Vou expor com detalhes algumas particularidades de cada personagem e deixar que vocês desfrutem de tudo. ***

Um beijo e até mais!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...