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História Se Eu Ficar - Capítulo VIII - Nada Pode Piorar...


Escrita por: IsobelCostles

Notas do Autor


IMPORTANTE

O capítulo pode conter mini "gatilhos". Nada pesado, mas me sinto melhor ao avisar.

Capítulo 8 - Capítulo VIII - Nada Pode Piorar...


POV - Sakura

Pela manhã, eu acordei sentindo o cheiro de café e bacon, o que fez o meu estômago roncar alto. Rolei na cama, trombando com o corpo do loiro que praguejou, me empurrando para fora da cama.  O barulho oco do meu corpo se chocando no chão foi alto o suficiente para ele acordar, me olhando como se a culpa fosse completamente minha.

_ O que você tá fazendo no chão?! - Perguntou fingindo inocência. 

_ Da próxima vez, você vai dormir no sofá… - Murmurei me levantando e indo para o banheiro. 

_ Grossa!! - Berrou, me deixando ainda mais furiosa. 

Depois de um bom banho, eu deixei Deidara fazer a sua higiene pessoal e fui para a cozinha. Naruto estava preparando panquecas e Temari batia alguma coisa verde e gosmenta no liquidificador. Cumprimentei a todos com um saudoso “Bom dia” e ajudei colocando a mesa. Todos tomamos café juntos e aproveitamos para conversar sobre o final do semestre que estava deixando até mesmo os garotos preocupados. 

De fato, eu era uma ótima aluna, com notas acima da média e um CR de 9.5, mas ainda me sentia um pouco preocupada desde a última conversa que tive com Hidan. Naquela época, eu estava dispersa nas aulas e isso prejudicou um pouco a minha vida acadêmica, mas nada que eu não venha recuperar com algumas noites de estudo. 

Ao terminarmos o café, Deidara foi para casa se arrumar, enquanto Temari e eu aproveitamos a carona oferecida por Naruto até a Universidade. 

_ O que aconteceu com o Deidara, Saky?! - Temari perguntou assim que entramos no carro. 

_ Tenho certeza que é o de sempre… - Naruto disse encarando a loira pelo retrovisor. _ Ele deve ter arrumado briga em algum bar de esquina.

_ Quem dera fosse… - Falei, atraindo a atenção de ambos. _ Ele disse que foi o Obito. 

_ Espera, o que?! Mas ele não tinha terminado com esse filho da puta?! - Naruto rosnou.

_ Não acredito, ele voltou para ele? - Temari perguntou, se agarrando ao banco do carona e me encarando preocupada pela vida do amigo. 

_ Eu não sei se eles voltaram… - Respondi a verdade. _ Só sei que eles ficaram no dia da festa do Gaara e depois disso com certeza ficaram mais vezes, até que isso aconteceu. 

_ Claro que iria acontecer, o cara é um psicopata ciumento… - Naruto afirmou, com os olhos presos no transito. 

_ Meu Deus, isso é horrível… - A loira disse, se recostando novamente. 

_ Ele falou que hoje vai colocar um basta em tudo… - Falei, olhando para o Naruto. _ Então, por favor, esteja por perto quando isso acontecer.

_ Eu vou estar. - Afirmou com a sua peculiar arrogância. Era visível que o Naruto gostaria de socar a cara daquele otário. E por Deidara, eu nunca iria impedir. 

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Chegamos na Universidade, faltando vinte minutos para as aulas. Então, deixamos quaisquer obrigações de lado e fomos para o jardim, aproveitar um pouco do sol que finalmente resolveu aparecer. Temari se sentou ao meu lado no banco, enquanto Naruto ficou de pé na nossa frente, tagarelando sobre a tal garota chamada Hinata. Era engraçado ver ele apaixonado por alguém, pois sempre era o primeiro a negar e o último a perceber. 

Enquanto conversávamos, avistei uma figura um tanto quanto conhecida vindo em nossa direção. Por um segundo, eu desejei levantar e segurar Shikamaru pelo braço, impedindo-o de chegar até a Temari. Mas eu prometi não me meter, mesmo que isso me custasse a amizade do mais velho…

_ E então, ela disse que gosta de filmes de comédia e eu estou pensando em chamar ela para ir no cinema… - Naruto falou animado.

_ Sério, finalmente arrumou uma namorada?! - Shikamaru indagou, olhando o garoto com a sua famosa sobrancelha arqueada. 

_ Qual foi, Shika?! - Ele exclamou, abrindo um sorriso e abraçando o moreno. _ Você voltou?! 

_ É, eu voltei… - Olhou diretamente para Temari que franziu o cenho. _ E acho que foi a melhor coisa que eu fiz.

_ Com certeza! - Naruto afirmou, dando uma leve murchada ao ver a expressão furiosamente inconformada de Temari. _ É, eu não queria ser você, mano… 

_ A gente pode conversar?! - Ele perguntou, fazendo com que a garota corasse. _ Eu realmente quero conversar com você, Temari…

_ Agora não dá, eu estou ocupada! - Falou, se levantando e indo embora. Deixando um Shikamaru completamente frustrado para trás. 

_ Não achou que seria fácil de primeira, achou?! - Brinquei, me levantando e batendo de leve nos seus ombros. 

_ Claro que não… - Disse dando um sorriso de canto. _ Com ela nada nunca foi fácil… 

Eu me despedi dos dois e fui atrás da minha amiga. Tinha certeza de que ela estaria no banheiro chorando ou quebrando alguma coisa na sua sala. Eu só não sabia por onde começar a procurá-la. Então, por impulso, eu optei pela sala. 

O departamento da Temari era no segundo prédio, depois do prédio principal que era separado pelo estacionamento. E enquanto eu caminhava, ia contando mentalmente alguma desculpa para não ter falado nada sobre a conversa que tive com Shikamaru antes mesmo de imaginar que ele apareceria aqui, bem no trabalho dela. Eu não queria mentir para a loira, mas também não queria ver ela ficando emburrada comigo por um mero acaso. Ambos eram meus amigos, mas é claro que se algo acontecesse, eu optaria pela amizade dela. 

Enquanto preenchia a minha mente de pensamentos turbulentos e ansiosos, notei que o carro do Deidara já estava no estacionamento. O que era estranho, já que ele tinha prometido me procurar quando chegasse, pois eu não estava gostando da ideia dele ir sozinho confrontar o Obito. Sendo assim, deixei os problemas da Temari de lado, apenas por um segundo e fui em direção ao carro do loiro. Quanto mais eu me aproximava, mais conseguia escutar os xingamentos e ameaças, o que me fez apertar o passo. 

Chegando no local, eu fiquei aterrorizada com o que vi. Deidara estava sentado no chão com o rosto completamente ensanguentado, enquanto Obito, apoiado pelos calcanhares, enforcava-o com ambas as mãos. Eu não tinha voz para gritar, mas corri até os dois, empurrando o maníaco agressor para longe e me colocando entre eles. 

_ Sua maldita filha da puta, o que pensa que está fazendo?! - Ele vociferou se levantando e me encarando com os olhos em chamas. 

Dei dois passos para frente, olhando-o nos olhos. O medo fez com que a minha voz desaparecesse, mas ao menos eu me sentia corajosa o bastante para conseguir enfrentá-lo. Achei que com o meu embate, ele recuaria, mas seu ódio era tamanho que o homem cerrou os punhos e veio na minha direção. Fechei os meus olhos, imaginando o que eu poderia fazer depois do primeiro soco… 

_ O que você pensa que está fazendo?! - A voz familiar de Hidan, acalmou o meu coração e quando abri meus olhos, vi o professor segurando o braço do Obito como se fosse um simples hashi. _ Eu perguntei, o que você pensa que está fazendo?! 

_ Cai fora, seu otário… - Obito exclamou, empurrando as mãos de Hidan, que prontamente o soltou. _ Isso daqui não é da sua conta, tá legal?! 

_ Talvez não seja, mas acho que é da conta da polícia… - Ele ameaçou pegar o celular no bolso da calça e imediatamente Obito cessou seus movimentos. 

_ Tudo bem, eu tô caindo fora… - Levantou as mãos na altura dos ombros em um sinal chulo de rendição, como um verdadeiro criminoso. 

_ Então, só desaparece… - Hidan disse, vendo o garoto sair andando naturalmente com as mãos nos bolsos, como se nada tivesse acontecido. 

Depois que Obito finalmente se foi, eu me levantei do chão com a ajuda de Hidan, que ainda parecia um pouco atordoado com tudo o que presenciou. 

_ O que ele queria?! - Perguntou, me olhando e só então os seus olhos enxergaram Deidara no chão. _ Maldição… 

_ Deidara, você tá acordado?! - Perguntei, enquanto nos agachamos ao seu lado. Sem nenhuma resposta, Hidan colocou a mão em seu pescoço e notou que os batimentos estavam normais.

_ Ele está desmaiado… - Falou, segurando o rosto do garoto nas mãos. 

_ Precisamos levar ele ao médico. - Falei chorosa ao reparar o estado que estava as suas roupas. _ Ah, Deidara… 

_ Calma, Sakura… - O homem de cabelos platinados disse, se levantando e pegando o loiro no colo. _ Você precisa ficar aqui e relatar tudo na direção, eu vou levar o Deidara em um hospital…

_ Mas… - Ameacei a falar, porém, ele me cortou. 

_ Sakura, você precisa fazer o que eu estou pedindo. - Disse sério e eu engoli seco assentindo. 

_ Pode ao menos me ligar quando ele acordar? - Pedi.

_ Vai ser a primeira a saber, eu prometo. - Disse, dando de ombros e levando-o para o seu carro. 

De pé em frente a uma poça de sangue, eu estava completamente atônita. Fiquei alguns minutos parada, apenas observando o sangue secar sobre o cimento frio. Até que em um estalo, eu dei de ombros correndo para a diretoria. No caminho, trombei com Naruto e ele notou no segundo em que meus olhos mergulharam sobre os dele que havia algo de muito, muito errado. 

_ O que aconteceu?! - Ele segurou o meu pulso, olhando para as manchas de sangue em minhas mãos e roupas. 

E novamente as palavras me faltaram, eu apenas o abracei, chorando pelo sentimento de impotência que transbordava em meu ser.  Naruto me apertou em seus braços, como se quisesse me proteger não só dos olhares alheios que nos rodeavam, mas de todo o restante do mundo. 

_ Agora, pode me dizer o que aconteceu?! - Ergueu o meu rosto com uma das mãos, olhando-me profundamente. 

_ O Obito bateu no Deidara. Eu encontrei eles nos estacionamento, mas não consegui fazer nada… - Falei em um sussurro. _ Se o Hidan não tivesse chegado a tempo… 

_ E onde está o Deidara?! - Naruto perguntou furiosamente, mas de uma maneira controlada. O que me deixava ainda mais preocupada.

_ O Hidan levou ele para um hospital… - Respondi. 

_ O que o Hidan falou com você?! - Me soltou, se afastando alguns centímetros. 

_ Para eu ir na direção e contar tudo o que aconteceu, mas eu não estou com cabeça para isso e…  - Falei, sendo prontamente cortada pelo loiro. 

_ Você precisa ir lá e contar tudo, chama a Temari para ir com você… - Ele deu de ombros.

_ Não, espera… - Pedi, vendo ele me olhar de soslaio. _ Onde você vai? 

_ Vou ter uma conversa com esse psicopata desgraçado… - Falou, descendo as escadas e sumindo do meu campo de visão. 

_ Droga… - Murmurei, indo a procura de Temari.

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Depois de encontrar a Temari, nós fomos até a diretoria e eu passei cerca de duas horas relatando em detalhes o que aconteceu. Lógico que antes um superior chamou a polícia, era uma questão de princípios e sujar o nome da Universidade seria um desapego tamanho por parte da Diretora. Com o boletim de ocorrência feito, eu fui dispensada das aulas da manhã. Então, optei por ir ver o Deidara. Mas antes, eu precisava saber em que hospital o loiro estava. Sendo assim, eu peguei o meu celular na mochila, vendo as diversas chamadas de Hidan. A Temari me olhou preocupada, nos puxando para um canto menos movimentado do corredor e no mesmo instante, eu retornei a ligação. 

_ Hidan, como ele está?! - Perguntei, sentindo o meu peito se comprimir. 

_ Ainda não acordou, mas ele está bem… - Disse com a voz mansa, indicando que as coisas realmente estavam indo bem. _ Vai ficar internado essa noite para uma observação, mas amanhã já poderá ir para casa e receber visitas. 

_ Eu vou passar o meu turno para outra pessoa e ficar com ele essa noite, só me mandar o nome do hospital e eu irei imediatamente… - Olhei para Temari que assentiu.

_ Não tem necessidade, Sakura. - O homem disse de uma forma extremamente complacente. _ Eu já pedi ao professor Kakashi para me substituir, vou ficar aqui. Até porque, eu me sinto no dever de cuidar de um aluno, já que o trouxe até o hospital. 

_ Tem certeza, professor?! Quer dizer, você não precisa pegar essa responsabilidade. - Reforcei.

_ Não é nada demais… - Falou despreocupado, me fazendo suspirar em agradecimento. 

Depois que nos despedimos, eu imediatamente liguei para o Naruto. Depois de muito chamar, a ligação caiu na caixa de mensagens. 

_ Naruto foi atrás do Obito… - Contei para Temari que bufou alto, indicando preocupação.

_ Não acredito… - Ela cerrou a mandíbula. _ Eu espero que ele não faça nenhuma besteira. 

_ Você sabe como o Naruto fica quando está furioso, eu tenho medo dele fazer alguma besteira… Ele… Droga… - Encostei as minhas costas na parede, sentindo que o mundo estava desabando. 

_ Liga para o Shikamaru e pede para procurar pelo Naruto… - Temari falou, segurando firme em meus ombros. _ Nós duas vamos para a minha sala. Eu vou te preparar um chá e você vai tentar se acalmar.

_ Eu preciso ir procurar ele, Temari… - Falei, desnorteada. 

_ Não, agora você não será de ajuda para ninguém. - Pegou o celular da minha mão, ligando para o ex namorado. _ Toma, fala com o Shika para ir atrás do Naruto. Mande ele pedir a ajuda do Lee ou do Neji, que seja…

Assenti, pegando o aparelho celular da mão alheia e conversando com o Shikamaru. Quando contei sobre o Deidara, senti que o mais velho ficou sem reação, como se a culpa de apresentá-los há quatro anos atrás fosse completamente dele. O que todos sabíamos que não era.

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A tarde chegou e ainda que angustiada, eu precisava ir trabalhar. Temari me acompanhou até os portões da Universidade e a cada passo, ela se certificava de me lembrar que notícias ruins sempre chegam mais rápido. Logo, nada de grave poderia ter acontecido. 

_ Promete que vai me ligar quando chegar lá?! - Ela pediu com uma voz firme. 

_ Claro, mas a cafeteria são só quinze minutos daqui… - Respondi, tentando parecer tranquila. _ Não tem com o que se preocupar.

_ Eu sempre vou me preocupar… - Disse sorrindo e voltando para a sua sala. 

Suspirei pesado, tentando ao menos acreditar no que Temari disse sobre notícias ruins, assim talvez eu conseguia me concentrar em não fazer nenhuma merda no trabalho. Cheguei na cafeteria e Tenten estava à minha espera para a troca de turno. Cumprimentei ela sem muita animação e ainda que a pequena garota percebesse o meu estado, nada poderia fazer, pois não éramos tão próximas a ponto dela se sentir confortável em perguntar… 

_ Olha, Sakura, eu troquei os refis de refrigerante da máquina e já limpei os banheiros… - Disse me entregando um dos aventais. 

_ Nossa, não precisava. - Sorri gentilmente. _ Assim, eu não terei nada o que fazer…

_ A tarde é um dos horários mais movimentados. Então, não foi nenhum sacrifício te ajudar… - Ela afirmou, pegando a sua mochila e se despedindo com um leve tchauzinho. 

Sozinha, eu me sentei próximo ao balcão e fiquei mexendo no celular, esperando que por um milagre Naruto me ligasse. Depois de alguns minutos, já estava entediada e depois de algumas horas não tinha com o que pensar. 

A cafeteria estava lotada de universitários e empresários, já que a grande maioria dos ambientes em torno eram empresas famosas e a Universidade de grande renome. Sem ajuda, eu me revezava em atender as mesas e o caixa ao mesmo tempo, até que finalmente Lee chegou. 

_ Conseguiu encontrar ele?! - Perguntei, vendo o garoto passar correndo para pegar o seu avental. 

_ Não, mas o Shikamaru foi para as delegacias. - Respondeu, indo para o caixa. 

_ Acho que algo ruim aconteceu… - Falei, ouvindo pela terceira vez uma senhora chamando pelo seu pedido.

_ Acho que você precisa fazer o seu trabalho… - Ele passou a mão carinhosamente sobre a minha bochecha. _ Naruto é um cara esperto, ele não vai ferrar a vida dele por uma babaca. 

_ Tem razão! - Inspirei profundamente, seguindo para as mesas. 

Hoje era um daqueles dias que o mais correto seria não sair de casa. Evitar ao máximo interagir com o ambiente externo e se possível não ligar, muito menos mandar mensagem para ninguém… Sabe, esses dias?! Esses mesmo, que tudo o que poderia dar errado, estava acontecendo como um carrossel. Bom, dizem que nada é tão ruim que não possa piorar. 

_ Sakura, porque não vai repor o chantilly na máquina, enquanto eu atendo o restante das mesas?! - Lee se apoiou no balcão, sussurrando no meu ouvido. Provavelmente por perceber que eu estava aérea a  ponto de atrasar todo o trabalho. 

_ Tudo bem, mas vou continuar os atendimentos quando eu voltar. - Falei, indo até os fundos, pegando o saco de chantilly e levando para a máquina. 

Por algum tempo, eu fiquei entretida com o doce sendo misturado pelas grandes espátulas de inox. Logo, pude perceber que o Lee não me dispensou por eu estar atrapalhando, mas porque aquele era um dos momentos em que me acalmava o bastante para eu esquecer qualquer que fosse o problema. Era simples, idiota e até mesmo patético, mas o suave movimento da máquina, junto ao reconfortante som das suas pequenas engrenagens, fazia com que o meu cerebro se desligasse do mundo ao meu redor. 

Fiquei por minutos na mesma posição, olhando o processo de emulsificação da pasta, até se transformar em um creme. E quando os batimentos do meu coração tornaram-se tão inexpressivos quanto eu gostaria, eu voltei ao balcão e agradeci ao grande e doce rapaz que corou, pegando nas minhas mãos e apertando-as com doçura. Lee, apesar de ser um homem, possuía o coração de uma criança. Era ingênuo o bastante para alguns o chamar de bobo, mas isso era um problema de alguns e não dele. 

A tarde estava quase no fim, aproveitei que o fluxo de clientes diminuiu para subir até a varanda externa. Limpei todas as mesas e organizei todos os mínimos detalhes. Ao descer, notei que Lee estava na primeira área externa, atendendo uma mesa. Então, eu aproveitei para limpar também o balcão. 

_ Saky, um dos amigos do Gaara está aqui… - Ele me entregou a lista com os pedidos. _ Ele até perguntou por você.

_ Amigo do Gaara?! - Olhei em direção a porta, mas não conseguia ver ninguém por conta de alguns arbustos decorando o local. 

_ É, eu acho que o nome é Sasori… - Respondeu, me ajudando a preparar as bebidas. _ Olha, porque não leva o pedido da mesa e o comprimenta?! Ele é o maior gato!

_ Ah, claro… - Peguei a bandeja, colocando os pedidos e seguindo para a área. 

Fazia uns dias em que o ruivo não me entrava em contato. Depois da noite em que tivemos, Sasori e eu nos tornamos um pouco próximos. Trocamos mensagens e muitas vezes ele me ligava apenas para conversar sobre coisas aleatórias. Eu pensei em aceitar o seu pedido em me visitar, mas me sentia sempre envergonhada de levá-lo em casa, sabendo que dividia o apartamento com Temari. 

Enquanto caminhava até a mesa, olhava o mínimo possível para cima. Eu queria dar aquele ar de encontro casual. E até foi, mas o estranho era ele estar sozinho… 

_ Quanto tempo… - Brincou, me olhando com a típica feição de quem já me viu nua. 

_ Achei que nunca viria aqui… - Falei, sorrindo de canto. 

_ Não poderia deixar de te ver, muito menos de tomar um bom café… - Afirmou, com deleite.

_ Achei que estaria acompanhado. - Mudei de assunto, corando.

_ Ah, eu estou… - Olhou para a rua como se procurasse por alguém. _ Os dois precisaram sair. 

_ Ok, eu vou deixar as bebidas aqui… - Falei, arrumando a minha postura. 

Enquanto colocava a bebida do Sasori sobre a mesa, ouvi o ligeiro barulho da porta e alguns passos se aproximarem. Notei que os olhos de Sasori se tornaram menos apáticos, como se fossem pessoas que ele tinha afeto. Ao me virar para cumprimentar, senti como se meu coração fosse parar. 




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