História Second Chance - Capítulo Dois

Pov Lexa

No momento em que alguém tropeça em mim sinto vontade de xingar, mas ao invés disso ajudo a pessoa pegar seus livros que haviam caído. Nesse momento noto que é uma mulher loira, uma bela mulher na verdade, com penetrantes olhos azuis que me encaram enquanto ela me pede desculpas. Estou meio transtornada pelo que eu estava indo fazer, mas enquanto olhava nos olhos daquela mulher esqueci de tudo e parecia que algo me ligava ao mundo novamente.

Pov Clarke

Pego meus livros e tropeço nas palavras ao pedir desculpas, mas sem nem perceber estou encarando os belos olhos verdes da mulher em quem tropecei. Ela é um pouco mais alta que eu, tem cabelos castanhos com cachos nas pontas, é linda e não sei o que aconteceu mas parecia que já a conhecia mesmo tendo certeza de que nunca a havia visto na vida. Percebo que a mulher estava triste, seus olhos a entregaram, assim novamente peço desculpas, dessa vez de forma mais contida.

- Me desculpe, estava andando distraída e com um pouco de pressa e acabei esbarrando em você. A propósito meu nome é Clarke - Falo estendendo a mão para ela, que a segura meio desconfiada.

- Lexa - Ela responde apertando minha mão e dando um leve sorriso, porém seus olhos continuavam tristes. - Preciso ir e está desculpada pelo tombo - Lexa diz e vira-se para continuar caminhando. Impulsivamente pego em seu braço e ela vira e olha em meus olhos, eu já estava encantada com ela, ficamos um tempo apenas nos olhando, quando eu falo:

- Peço desculpas novamente pela minha falta de atenção, mas foi bom ter esbarrado em você - Falo sentindo meu rosto corar - Está indo pra algum lugar importante agora? Poderia me acompanhar se não for te atrapalhar - Quando falo isso vejo a tristeza passar por seus olhos e percebo que ela passa por uma discussão interna antes de me responder.

- Na verdade eu estava indo fazer algo definitivo na minha vida - Ela responde dando um sorriso triste, e um arrepio percorre meu corpo - Mas parece que isso perdeu o sentido, então sim eu posso acompanhá-la seja lá onde estiver indo.

- Vou buscar minha filha na escolinha, você vai adorar conhecê-la. - Falo alegremente, e ela me olha de forma interrogativa, levantando uma sobrancelha - Sim, eu tenho uma filha - respondo sorrindo - Ela tem dois anos e seu nome é Eliza.

Pov Lexa

Sigo ao lado da mulher que descobri se chamar Clarke e tem uma filha que agora eu estava prestes a conhecer. No caminho vamos conversando ela me conta um pouco sobre sua vida, a filha que cria com a ajuda dos pais e de amigos, mas que segundo ela é o maior presente de sua vida. Descubro também que ela não namora, e não sei porque mas isso me deixou feliz. Enquanto conversava com Clarke quase esqueci que estava prestes a tirar minha vida e acabar com meu sofrimento, mas aconteceu alguma coisa dentro de mim, alguma coisa  me fez querer continuar. Decido por agora continuar sobrevivendo e quem sabe conhecer melhor aquela fascinante mulher.

Conto a ela sobre os acontecimentos da minha vida, deixando de lado meu quase suicídio, e quando falo de Costia ela me olha de forma carinhosa e segura minha mão, sinto uma eletricidade percorrer meu corpo com seu toque. Depois de 40 minutos de caminhada chegamos à escolinha. Fico na porta enquanto Clarke vai buscar a filha.

Minutos depois Clarke volta carregando uma garotinha fofa muito parecida com ela, elas vem conversando e rindo, sinto meu coração aquecer com a cena e sem perceber estou sorrindo e desta vez um sorriso verdadeiro.

- Lexa essa é Eliza - Clarke me apresenta a linda garotinha, que acena para mim - Liz essa é a Lexa, uma amiga da mamãe - ela diz à filha, que me olha com aqueles lindos olhos azuis, tão semelhantes aos da mãe, dou um sorriso para as duas e me ofereço para carregar a mochila de Liz e os livros de Clarke, que aceita me agradecendo. - Desculpa, acho que já tomei seu tempo demais, se quiser pode deixar que eu levo as coisas da Liz.

- Estou com tempo livre - falo sorrindo - muito tempo livre na verdade, posso acompanhá-las depois vou embora - Clarke concorda e seguimos em direção à seu apartamento.

Durante a caminhada Clarke conversa com Liz que conta de forma atrapalhada como foi seu dia na escolinha, observo as duas com um sorriso bobo no rosto. Uma vez ou outra Clarke olha na minha direção sorrindo e comenta alguma coisa sobre o que conversava com a filha. Liz era realmente uma menina adorável. Ao chegarmos a entrada do prédio de Clarke, entrego seus pertences e mesmo sem querer falo que vou embora, os momentos que passei conhecendo-as foram fantásticos.

- É aqui que nos despedimos - eu falo - Foi um prazer conhecê-las garotas. - Faço uma reverência que faz as duas rirem. Então Clarke me dirige um olhar que não consigo interpretar.

- Sei que já atrapalhei parte do seu dia, mas se não for te atrapalhar ainda mais gostaria de almoçar conosco? Assim podemos conversar um pouco mais, e o prazer é todo meu - Diz Clarke me olhando de forma interrogativa, no aguardo de minha resposta. Não teria forças para recusar, não sei como mas Clarke mexeu comigo de uma forma muito intensa.

- Tudo bem, eu fico mas não quero incomodar - Falo timidamente enquanto Clarke se dirige ao prédio, cumprimenta o porteiro, para quem eu aceno e nos dirigimos ao elevador.

Depois de entrarmos Clarke vai fazer o almoço, e eu vou ajudá-la, enquanto ela dá banho e troca a roupa de Eliza fico com os preparativos do frango. Depois de pronto, sentamos as três à mesa e almoçamos. Quando terminamos Liz vai dormir e ficamos eu e Clarke na sala.

- E então vai me contar o que de tão importante você iria fazer hoje e eu te atrapalhei? - Clarke me olha de forma inquisitiva, me sinto desconfortável ao falar sobre isso com ela, mas decido ser sincera.

- Na verdade Clarke posso dizer que hoje você salvou minha vida, Clarke - Olho em seus olhos e vejo dúvidas, decido continuar - Quando você tropeçou em mim eu estava indo até a torre do centro da cidade para me jogar, eu ia acabar com a minha vida, mas parece que depois do dia que tive hoje isso perdeu o sentido. - Termino dando um sorriso de canto para ela que me olhava incrédula.

- Você está falando sério? - Eu apenas aceno positivamente para ela e quando dou por mim ela está me abraçando calorosamente. Prontamente retribuo, ficamos um tempo abraçadas eu sentia seu cheiro doce e inebriante e queria que o tempo parasse naquele momento. Nos separamos e ficamos conversando até que Liz acorda e procura a mãe, nessa hora que percebo quanto tempo ficamos conversando, estava quase anoitecendo.

Dou um beijo no rosto de Liz que sorri envolve meu pescoço com seus braços gordinhos e me despeço de Clarke com um abraço desajeitado que ela retribui com um beijo no rosto. Trocamos números de celular e prometi que não iria desistir e que manteríamos contato.

Novamente coloco meus fones e caminho até minha casa que não era tão longe dali. Chego em casa tomo um banho e vou para a cama, fico pensando no que me aconteceu hoje, na forma que inconscientemente Clarke Griffin salvou minha vida e eu sentia que a partir de agora as coisas iriam mudar para melhor e eu estava decidida a aceitar essas mudanças. Fico pensando em Clarke e Eliza até adormecer