História SECOND SEASON. Believe Tour. - New York here we are!

Pov. Hágata.

O cansaço me tomou conta, eu preciso deitar. Quando penso que terei um tempo livre descansando, algo sempre tem que atrapalhar e me lembrar do quanto a minha vida é corrida ou repleta de coisas do trabalho para fazer. Meu celular toca, quem pode ser a essa hora? Oh Deus. Victor. 

— Preciso que venha para Nova York amanhã. Recebeu meu e-mail?

— Se recebi, não o vi. O que há em Nova York?

— Estou aqui, e quero que vá comigo em umas agencias que querem ter Angelina com elas. Se gostarem, fechamos contrato amanhã, se não gostarem das propostas pode voltar para casa na mesma noite e continuamos a procurar por outras propostas.

— Angelina tem aula, não pode faltar por tantos dias. Mas eu quero viajar, preciso. Não viajo desde que voltei da turnê do Justin.

— Vejo vocês amanhã.

— Tudo bem. Aviso assim que eu partir. Busque-me no aeroclube, por favor.

— Sem problemas, fica combinado então.

Desligo com Victor, encaminho-me ao closet e em seguida ao banheiro, preparando-me para deitar. Justin talvez não vá gostar dessa viagem repentina, não gostamos de coisas repentinas, na verdade ele não gosta, eu não ligo até gosto. Mas não há nada que possamos fazer, é parte do meu trabalho e tenho que ir. Preciso ir.

Surfando pelos canais da televisão procurando por algo agradável que me faça dormir logo, a porta do quarto se abre, é ele. O vejo passar por mim e ir até o closet, certamente parar tirar suas roupas. Em seguida ele caminha até o banheiro, saindo do mesmo minuto depois. Preciso dizer a ele que eu e Angelina viajaremos amanhã. Fico esperando que ele se deite ao meu lado e o faz, estou preocupada, não quero discutir, basta o dia de ontem.

— Justin. — O chamo e ele me olha. — Viajarei amanhã com Angelina rumo à Nova York.

— Quando decidiu isso?

— Agora a pouco, recebi uma ligação de Victor.

— Há algo lá?

— Se vou para lá, sim né? — Ele revira os olhos, talvez eu tenha sido grossa. — Terei algumas reuniões.

— Voltam quando?

— Não sei talvez amanhã a noite mesmo, caso contrário, eu não faço ideia.

Ele assente sem nada dizer, ótimo não estou a fim de brigar. Vira-se de lado, de costas para mim e com certeza fecha os olhos. Pego meu laptop sobre o criado-mudo ao meu lado e providencio a saída do jatinho pela manhã, no horário que Angelina teria de ir para a escola.

Talvez essa ida a Nova York me faça bem, não viajo desde que voltamos da turnê de Justin e nossa rotina tem sido monótona até então. Temos nos estressado com frequência quando estamos juntos, e quando não estamos ele passa o dia todo trabalhando, fazendo-me ficar sozinha dentro de casa tendo apenas o trabalho de levar e buscar Angelina no colégio, e nas aulas extracurriculares.

Acordo com o despertador e penso em desliga-lo para voltar a dormir, mas estou empolgada pela viagem. Justin dorme serenamente ao meu lado. São três horas da manhã, preciso acordar Angelina para arrumarmos as coisas, temos uma hora.

— Bom dia meu amor. — Digo ao ver seus olhos claros se abrirem sonolentos.

— Bom dia mamãe.

— Vamos levantar e arrumar as malas?

— Malas? — Ela desperta curiosa.

— Iremos para Nova York dentro de uma hora. — Sorrio a ela.

— Ah meu Deus, que demais. — Fico contente por vê-la animada.

— Vá se trocar e arrumar suas coisas, depois você poderá dormir o voo todo.

— Ok.

Saio de seu quarto, volto para o meu, preciso tomar um banho e arrumar uma pequena mala de roupas. Assim que eu chegar a Nova York aviso a escola de Angelina o motivo de sua falta e aviso-os também que ela irá faltar por alguns dias. Estou feliz e ansiosa, estamos indo atrás do sonho dela.

Encontro Angelina conversando animada com Georgia que a serve o café da manhã. Olho para a parede de vidro da cozinha e está tudo escuro lá fora, e certamente deve estar gelado.

— Bom dia dona Hágata. — Georgia me cumprimenta.

— Bom dia Georgia.

— Já tomaram café? — Pergunto para ambas que concordam.

— Por que estamos indo para Nova York, mãe?

— Se eu contar, você vai pirar. — Digo animada. — Vamos a reuniões em agencias que querem você desfilando para elas.

— Eu não acredito! — Ela vibra e eu rio.

— Sim, sim, sim. E se não gostar, nós voltamos e continuamos procurando. Peço que escolha bem, filha. Você tem que se sentir a vontade, será um lugar que você irá frequentar muito, precisa gostar de onda irá estar. — A oriento.

Seis horas e quinze minutos de voo de Los Angeles a Nova York, no horário de LA chegamos dez horas e quinze minutos, mas com o fuso horário, chegamos às treze horas e os mesmos minutos. Dormimos o voo todo, o que é bom, estamos sem sono e descansadas.

Sorrio por ver Angelina correr em direção a Victor dentro do pequeno aeroporto privado para donos de jatos particulares. Abraço-o em seguida, com ajuda de dois seguranças não precisou que eu carregasse nossas malas.

— Animada, Angel?

— Sim e muito, tio Victor. — Há um sorriso gigante nos lábios da minha filha.

— Estamos famintas. Precisamos almoçar! — Digo.

— Iremos almoçar em um restaurante ao lado da primeira agencia que iremos, assim seguimos para a reunião logo em seguida. O dia será corrido, mas se quiserem posso desmarcar as outras reuniões e deixar para o dia seguinte.

— Quantas reuniões têm hoje?

— Quatro.

— Transfira uma para amanhã.

— Ok.

Seguimos para o restaurante sendo acompanhados pelos seguranças, tivemos um almoço curto e bem humorado. Eu estava com saudade de Victor, meu empresário. Angelina está empolgada, animada e um pouco nervosa, tendo eu que acalmá-la o máximo possível.

Mando uma mensagem para Justin, avisando que chegamos bem, mas não sou respondida. Ele está bravo, e o entendo em parte, mas nem tudo é da maneira como ele quer e gosta. Ele sempre fora tão compreensível e suas atitudes tem sido contraditórios, não dá para entender.

Durante a primeira reunião do dia, Angelina mantinha-se atenta a tudo que era conversado. A proposta parecia boa, mas não o suficiente, o potencial dela merece mais. Empresa boa e com uma proposta fraca, se não querem a minha proposta, há quem queira.

Segunda reunião do dia, Angelina continuava empolgada ajudando-me a tomar suas decisões, proposta mediana para a empresa que não é tão boa quanto a anterior. Eu deveria ter cancelado a reunião assim que soube que era essa empresa, mas não custa nada tentar. Ou custa, nosso tempo.

Terceira e última reunião do dia, Angelina encontrava-se cansada por ter que permanecer quieta em reuniões demoradas, pegar transito e ir para outra reunião. Mas seu animo continua, o cansaço faz parte. Nessa última agencia gostamos da proposta, é realmente excelente, e por experiência não fechamos contrato ainda, precisamos encontrar outras opções, não sabemos se podemos encontrar algo melhor ou não.

— Cansada? — Pergunto enquanto preparo um copo de leite para ela, que se encontra tomada banho, na cozinha de nosso apartamento. Temos um apartamento em Nova York.

— Sim, essas reuniões são entediantes, mamãe. — Rio dela. — Você teve que ir a muitas reuniões?

— Tive sim. — Sorrio pelo interesse dela. — Se você quer fazer algo, tem que fazer direito. Temos que fazer as escolhas certas. Fomos a essas reuniões para que você pudesse entender como funciona, se quiser, podemos não ir às reuniões de amanhã.

— Podemos? — Angelina faz feição de piedade e eu rio novamente.

— Sim. Peço que me enviem por e-mail as propostas com os catálogos, com a sua ajuda escolheremos uma e então marcaremos uma reunião.

— Não acredito que fomos às reuniões de hoje à toa, mãe. — Solto um risada.

— Não foi à toa. Foi experiência. Viemos para cá para isso, não foi? Então.

Angelina bebe seu leite e a faço companhia. Meu celular toca, espero por alguns segundos desejando que fosse Justin, mas não é, e não deixo de ficar feliz, afinal é Nicholas.

— Oh meu Deus, que saudade de você. — Ele diz assim que atendo.

— Eu que o diga. Não sabe o quanto sinto sua falta. — O respondo sendo totalmente sincera, sinto saudade do meu irmão. Nicholas está passando a semana na Tailândia.

— Sinto tanto quanto você.

— E então, como estão às coisas por aí? Babo em suas fotos todos os dias, esse lugar é lindo demais.

 — Estão bem, e sim, a Tailândia é incrível. Soube que está em Nova York. — Como não saber, não é mesmo? Paparazzi para todos os lados.

— Pois é, estou. Tantas coisas aconteceram, tentei entrar em contato com você o final de semana todo.

— Peço desculpas, tive meus motivos.

— Entendo. — Suspiro, eu sinto tanto a falta de Nicholas.

A campainha do meu apartamento toca, retiro-me da cozinha deixando Angelina a só, tomando seu leite e comendo agora um pedaço de bolo que compramos. Peço licença para Nicholas para ver de quem se trata a visita, tarde da noite.

— Posso entrar? — Ele diz e meu sorriso surge imenso nos lábios, por tamanha alegria pulo em seu colo por vê-lo, Nicholas não está mais na Tailândia e sim na minha porta.