História SECOND SEASON. Believe Tour. - Favorite uncle.

A campainha do meu apartamento toca, retiro-me da cozinha deixando Angelina a só, tomando seu leite e comendo agora um pedaço de bolo que compramos. Peço licença para Nicholas para ver de quem se trata a visita, tarde da noite.

— Posso entrar? — Ele diz e meu sorriso surge imenso nos lábios, por tamanha alegria pulo em seu colo por vê-lo, Nicholas não está mais na Tailândia e sim na minha porta.

— Como assim você está aqui? — Pergunto após desprender-me dele e de um abraço carinhoso.

— Era hora de voltar. — Ele diz sorridente, está tão lindo bronzeado e mais forte.

Angelina surge espantada e animada na entrada do apartamento, com certeza ouvira a voz de seu tio e viera às pressas vê-lo. Nicholas passou seis meses na Austrália e a última semana na Tailândia, disse que queria aproveitar a vida conhecendo novos lugares.

— Oh minha princesinha, como você está linda. — Nicholas toma Angelina em seus braços, despejando amor sobre ela.

— Titio Nich eu estava morrendo de saudade. — Angelina diz eufórica, amo os dois juntos, são tão ligados um ao outro.

— Eu também meu anjinho. Como você cresceu! — Ele está surpreso e ela ri, achando-se a senhorita alta. — Trouxe presentes.

— UHU! — Angelina vibra e eu rio.

Pego as duas malas de Nicholas tirando-as do hall de entrada, colocando-as para dentro do apartamento, e ele faz o mesmo com a outra mala ao seu lado. A porta é trancada novamente e observo meu irmão correr para o sofá com Angelina, carregando uma mala.

— OH! — Angelina enche os olhos de brilho quando seu tio abre a mala contendo somente presentes. Nicholas se diverte com a reação da sobrinha.

Aproximo-me, juntando-me aos dois. Por um segundo penso em ficar brava, há doces dos mais variados tipos e eu o repreendo com um olhar, é muito doce. E Nicholas faz o que sempre fizera, ignorara minha repreensão. A saudade que sinto de meu irmão é tanta, parece que não o vejo há anos. Porém tudo o que me resta é ser feliz com a cena de duas crianças se divertindo no sofá do meu apartamento, isso basta. Tê-lo por perto é o suficiente, eu o amo.

— Você está tão linda. — Nicholas me elogia e sorrio.

— Você também não está nada mal. — Rimos. — Como vão as paqueras?

— Conheci uma mulher interessante, uma australiana muito linda. — Meu coração se enche de alegria, gostaria muito de vê-lo com alguém.

— E então?

— Não era para mim. — Ele diz e eu reviro os olhos, Nicholas não desistiu de encontrar a mulher perfeita para ele e isso me dá nos nervos. — O que me conta de bom? — Ele pergunta. — Então a minha sobrinha vai começar a desfilar? — Ele diz animado e Angelina vibra ao seu lado fazendo-me sorrir.

— Ainda não acredito tio Nich. — Angelina diz.

— E eu muito menos. O que deu em seu pai, o super protetor? — Nicholas pergunta para Angelina, mas olha para mim em busca da resposta e eu apenas suspiro fundo.

— Como esperado, não aceitou a ideia de jeito algum e chegamos até mesmo a brigar. — Recordo-me da discussão e conto-a para Nicholas.

— Não sei o que dizer. Ambos os lados estão corretos, porém se Angelina não tirou mesmo a ideia da cabeça é porque ela realmente quer. Não custa nada tentar! — Nicholas diz e bagunça o cabelo de sua sobrinha provocando risos dela.

— Por isso que estamos aqui. — Ela diz contente e isso me faz sorrir, ela está feliz.

— Vai tudo dar certo, você irá fazer muito sucesso, sabe por quê? Porque você arrasa. — Nicholas diz convicto e em alto bom tom, deixando-nos felizes.

Passo mais alguns minutos com as minhas duas crianças prediletas, porque quando se juntam não há quem os separe como duas crianças que não se desgrudam, e quem sou eu para reclamar? Eu amo tudo isso.

Após tomar um bom e relaxante banho, tendo deixado Angelina curtir seu tio Nicholas sem eu por perto, quando volto à sala não os encontro. Vou até a cozinha apagar as luzes, em seguido direciono-me até o quarto de minha filha não a encontrando, o que já é de se esperar e sorrio por isso. Estão no quarto do meu irmão.

— Entra mamãe. — Angelina pede e abro a porta do quarto de Nicholas, encontrando-a sozinha com a televisão do cômodo ligada.

— Vai dormir com o titio Nicholas hoje? — Pergunto o óbvio do óbvio e ela assente sorridente, amo esse sorriso.

Deito ao lado dela apertando-a com força contra meu corpo em um abraço carinhoso, gosto de judiar dela dessa forma e ela nunca me nega. Dou-lhe beijos seguidos e estalados em sua bochecha, por Deus como a amo.

— Eu te amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, amo, para o resto da minha vida. — Digo.

— Eu te amo muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito mais. — Dou-lhe outro beijo estalado no rosto, esmagando-a em outro abraço de mãe urso.

— Mas que cheirosa que a minha boneca está. — Digo.

— Você também mamãe.

Todo o carinho e amor do mundo envolvido. Não poderia ser de outra forma. Obrigada Deus, agradeço-O mentalmente. Ouço a porta do banheiro do quarto ser destrancada, olhando por cima do ombro vejo Nicholas tomado banho trajando um pijama.

— Que bagunça é essa? — Ele pergunta divertido fazendo eu e minha filha rir.

Nicholas em um pulo de balançar-nos sobre a cama, se juntou a nós fazendo uma boa bagunça. Cócegas para lá e para cá, risadas de tirar o fôlego, levamos alguns segundos para sessarmos a alegria. Concluo que seja a saudade falando alto entre nós.

Angelina adormecera nos braços de seu amado e idolatrado tio em meio aos cafunés, durante um filme que havíamos decidido assistir. Checo meu celular e nada de Justin, nenhuma ligação perdida ou uma mensagem. Ele está tão estranho, estressado com tudo que faço, ele não é assim. O que há com ele? Suspiro fundo preocupa com meus pensamentos. Talvez seja bom estarmos longe um do outro nesse momento.

— Preocupada? — Nicholas pergunta e assinto. — O que está acontecendo?

— Seu cunhado está estranho. — Olho para ele entregando minha preocupação em meu olhar.

— Como assim estranho?

— Nervoso e irritado demais comigo, ele não é assim. Nunca foi tão implicante da forma como tem sido.  

— Talvez seja o trabalho, deve ser a ansiedade pelo lançamento do terceiro filme. — Analiso o que Nicholas dissera.

— Deve ser.

Penso mais alguns segundos comigo mesma sobre o que deve estar acontecendo, tentando assimilar o que Nicholas dissera. Justin nunca agira estranho em todos esses anos por conta de seu trabalho e pela ansiedade, não será agora. Há algo ou então sou louca e não conheço o meu marido.

— Não é o trabalho. — Digo convicta, com certeza não é. — Quatro anos de casados, cinco de relacionamento, tantos anos ao lado dele e garanto que por trabalho o estresse dele não é.

Nicholas é meu irmão, de tolo não tem nada, muito pelo contrário, mais desconfiado que eu, talvez ele não queira pensar no pior. Alias não há no que se pensar, não consigo imaginar qualquer erro vindo do meu marido. Tantos anos, por que qualquer erro agora? E que erro? Eis a questão.

— Nenhuma ligação ou mensagem o dia todo. — Conto.

— Sabe o que você pode fazer de melhor? — Nicholas diz-me.

— O que?

— Descansar essa sua cabecinha preocupada e dormir. Você está em Nova York com a sua filha e com o seu melhor irmão do mundo, então deixe ele para lá. Se ele não ligou hoje, amanhã vai ligar. Homens. — Sorrio e o escuto, suspirando fundo e fechando os meus olhos.

O despertador de meu celular soa estridente debaixo do meu travesseiro, desperto rápido assim que meus olhos se abrem e vejo minha filha que dormira tranquilamente entre mim e seu tio que já não está mais na cama conosco. Desligo o despertador para que não a acorde. Olho o celular e nenhuma mensagem ou ligação do meu marido, há algo errado.

Admiro os lindos traços angelicais de Angelina, acaricio seus fios dourados como os de seu pai. Minha menininha dorme como um anjo. Ergo meu corpo e deposito um beijo em sua testa. Observo seus olhinhos mexerem e serem abertos, dando-me visão dos pares de olhos mais lindos do meu mundo. Ela se espreguiça e me olha com um sorriso nos lábios.

— Bom dia meu amor.

— Bom dia mamãe. — Sua voz manhosa de sono é melodia para os meus ouvidos.

— Dormiu bem? — Pergunto enquanto acaricio seus cabelos.

— Uhum. — Ela murmura e no mesmo instante vira seu corpo, procurando por seu tio que deveria estar ao seu lado assim como estou. — Cadê o tio Nich?

— Tomando banho. — Ela para por uns segundos em busca de ouvir o barulho do chuveiro. — Coisa que você também deve fazer mocinha.

É cedo e quero logo começar o dia. Manterei Justin longe dos meus pensamentos o máximo possível o que acredito ser quase impossível. Antes de entrar para o banho, já em meu quarto, ligo para Victor pedindo que venha a meu encontro.

— Quanto tempo Sra. Bieber. — Ruth a governanta do apartamento sorri para mim assim que sento para tomar café na companhia de Nicholas.

— É mesmo, Ruth. — Sorrio de volta para ela.

Nicholas e eu conversamos um pouco até que a campainha toca. Atendo a porta, meu empresário surge animado contagiando nosso ambiente. Voltando a cozinha acompanhada por Victor, Angelina aparece bem vestida juntando-se a nós.

— Estou com saudade do papai. — Olho para Nicholas assim que ouço as palavras de Angelina.

— Por que não liga para ele? — Nicholas sugere à Angelina.

— Talvez ele esteja ocupado trabalhando, por isso não ligou ainda. — Digo tentando amenizar a tensão do assunto.

— Mas ele nunca deixou de ligar. — Ela comenta triste.

— Podemos ligar para ele mais tarde, o que acha? Porque agora temos que comer para sairmos. — Foi a vez de Victor falar.

— Uhum.