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História Secret - The past


Escrita por: Cavallera

Notas do Autor


Oii buuunitaxxx!
Como estão? Eu to ótima, vou pegar uma piscina depois de postar isso aqui hahahaha
Então, mais uma vez muito obrigada por todo o carinho, fav, comentários e vizuu! Vocês são foda, só mais 10 e seremos 200!!!!
Nesse capítulo vão haver as revelações mais bombásticas, pelo menos duas delas... Sobre o passado de Cassie com Scoot e sobre a entrada de Justin no tráfico. Vai rolar declaraçãozinha e tudo.
Mas no final, alguém que vai sacudir essa história vai aparecer! Corre pra ler!!
Boa leitura e ummmm beijoooo!

Capítulo 10 - The past


Fanfic / Fanfiction Secret - The past

Meu corpo treme, sinto como se a gravidade pesasse mil vezes mais e o chão me puxasse pra ele. Mas me seguro firme com os dois pés no chão. Justin olha confuso pra mim, meu olhos cravados em Scoot que tinha o velho sorriso debochado no rosto. Dou mais alguns passos fazendo barulho na areia do pear, é difícil acreditar que isso esteja acontecendo.

- O que você está fazendo aqui? - Justin vem até mim. Nós dois sob a mira das armas.

- De onde você conhece ele Justin? - o olho dura.

Scoot ri e prendo minha atenção nele.

- Sabia que viria Cassie. - ele sorri. Justin me olha ainda mais confuso. - Estava com saudade.

- Seu filho de uma puta, eu quero matar você! - falo me impulsionando em sua direção, mas Justin me segura, quando os homens armados destravam as armas.

- Vocês se conhecem? - Justin pergunta.

- Fale pra ele. - Scoot fala debochado.

Isso não pode estar acontecendo. Viver esse pesadelo outra vez é demais pra mim. Scoot não mudou nada, o cabelo preto bagunçado continua descuidado como sempre, seus olhos verdes agora são pouco visíveis por conta da pouca iluminação do pear. A camisa deixa seus braços a mostra revelando suas tatuagens que cobrem os dois braço, algumas que conheço bem, outras novas.

- Não acredito que você é amigo dele… - falo quase em um sussurro.

- Não somos amigos, somos sócios e … - Scoot é interrompido por Justin.

- Cala a boca Scoot.

- E o que? - pergunto. Sócios? Então o SL era do Scoot? Scoot Lander.

- Somos da mesma família agora. - Scoot fala sorridente como se comemorasse.

- Nunca Scoot. - Justin fala com nojo.

- O que ele quer dizer com isso? - olho para Justin, aflita com a resposta.

- Ele é namorado da Leah.

Preferia um tiro ao ouvir isso, olho para Scoot e parece que um filme passa na minha cabeça, tudo que eu passei com ele invade minha memória como uma avalanche. E agora ele está com Leah. Logo a Leah. Oh meu Deus, ela disse que está grávida. Dele.

- Ouça bem o que eu vou te falar. - caminho até ele com o dedo apontado em sua direção. - Você não vai encostar um dedo em Leah e fazer com ela e o bebê, o que fez comigo. - O encaro de perto, os homens me seguem com a mira das armas.

- Ao contrário de antes, eu não ligo pra se essa criança nascer ou não. Quem vai ficar com ela é Leah.

Perco totalmente a noção das minhas reações, ouvir aquilo ativa minha raiva e minha mão voa de encontro ao rosto dele. Scoot se retraí com o tapa, passa a mão no rosto e me olha de canto.

- Eu deveria ter te deixado morrer, vadia. - ele me empurra e quase perco o equilíbrio.

- Não encosta nela. - Justin me segura e avança em direção a Scoot, mas o seguro pelo braço. - Do que ele está falando, Cassie? - Justin volta a atenção pra mim.

- Ele… - sinto algumas lágrimas queimarem meus olhos, que ódio.

- Ela era minha namorada. - Scoot se mete, ainda passando a mão no rosto.

- O que? - Justin me olha, parece pedir que aquilo seja mentira, tanto quanto eu.

- É verdade. - suspiro. - E ele foi a pior parte da minha vida.

- Não cuspa no prato que comeu Cassie. - Scoot fala se apoiando no carro. Ele faz sinal para os homens armados e então eles voltam pra dentro do carro.

- O que ele fez a você? - Justin pergunta.

- É uma longa história. - choro.

- Me conta, agora. - Justin me segura pelos braços levemente.

- Eu engravidei dele Justin. Eu ia ter uma filha com esse monstro. - Olho pra Scoot com nojo.

- Cass… - Justin parece triste por mim. Me olha com pena, eu acho.

- Mas ele tentou me matar. - falo e Justin se surpreende.

- Mentira! - Scoot protesta. - Eu salvei a sua vida.

- Como é? - me volto pra ele indignada. - Você me enganou e tentou me matar sim.

- Eu tive que fazer aquilo. - ele se defende.

Rio debochada.

- Nós éramos felizes Scoot. - O encaro. - Você sabe que foi um descuido, nós estávamos bêbados quando transamos sem proteção. Mas por que não poderíamos cuidar de uma criança?

- Nós eramos adolescentes caralho! - ele se estressa. - E você iria me infernizar com uma criança de um lado para o outro, se eu não tivesse agido eu não teria tudo que tenho hoje.

- Jogar a sua namorada grávida de uma cachoeira é se livrar de um problema? - falo calma. Vejo Scoot se contrair, como se aquilo o atormentasse também.

- Ele jogou você de uma cachoeira? - Justin para ao meu lado e encara Scoot assim como eu.

Assinto com a cabeça.

- Eu estava grávida de 4 meses. Eu já sabia que era menina, meus pais já sabiam e me apoiavam, mesmo sendo jovem demais pra ser mãe. Scoot ainda relutava em aceitar, mas eu ainda queria o convencer de que não seria tão ruim assim.

As lágrimas rolam pelo meu rosto e algumas vezes minha voz falha.

- Então um dia ele me ligou e pediu pra que fossemos passear juntos em uma cachoeira, eu fiquei tão feliz. Achei que ele estava aceitando de alguma forma. - mordo meu lábio afim de conter o choro e sinto Justin acariciar meus cabelos. - Mas não. Enquanto caminhávamos perto da queda d’água, Scoot me empurrou. Eu me segurei em sua mão, me impedindo de cair, mas meu corpo ainda inclinado para o buraco de água.

- Cassie… - Scoot fala, sei que ele está perturbado com as lembranças.

- Então eu escorreguei, ficando pendurada apenas agarrada em sua mão. Eu implorei, implorei por mim, pela nossa filha. - olhei pra ele que mantinha o maxilar serrado. - Mas ele me jogou de lá e eu não vi mais nada. Acordei em uma cama de hospital, vazia e sozinha, sem a minha filha. Os médicos disseram que poderia ter salvado ela caso eu não estivesse sangrando tanto.

- Eu esperei. - Scoot fala. Ele olha fixamente para o chão. - Assim que você caiu desci e tirei você de lá, inconsciente. Você respirava normalmente, não se afogou e então eu te deitei e esperei… - ele para e seu semblante se retrai.

- Esperou o que? Ver se ela iria morrer? - Justin grita estressado.

- Esperei ela sangrar. - ele fala e então sinto um aperto no peito. - Assim que eu vi o sangue tive a certeza de que tinha abortado, pra que não houvesse chances de mudar o que eu queria que fosse feito e então liguei para o socorro. Eu não queria que você morresse Cassie.

Minhas pernas falham e eu me sento no chão, eu não consigo mais chorar depois disso. É impossível tentar compreender um ser capaz de agir dessa maneira, de agir com tanta frieza. Justin se agacha ao meu lado tentando me por de pé, mas não consigo. Eu só quero sumir. Justin segura meu rosto e me da um selinho, não tenho forças para tentar negar. Ainda estou brava com ele.

- Você merece a morte mais lenta e dolorosa que alguém pode ter. - Justin avança na direção de Scoot. - Você é um verme, um bosta.

Os homens que estavam no carro voltam a sair e um deles segura Justin com as mãos para trás com força o fazendo se curvar um pouco.

- Chega desse papo, até por que você me feriu muito. - Scoot me olha. - Sabe do que eu estou falando.

E eu sei. Algumas vezes eu me comportava como uma vadia, era uma adolescente tentando ser aceita no ciclo de amizade de Scoot. Isso por que eu era bem diferente do mundo em que ele vivia. Nos conhecemos em um show, Scoot tinha uma banda e naquela noite eles foram chamados para substituir outra, na qual o vocalista havia quebrado o cotovelo.

Eu nunca tinha entrado naquela boate, mas queria experimentar coisas novas. Durante a apresentação, Scoot me olhava de cima do palco, algumas vezes parecia que ele cantava uma frase da música só pra mim. Depois que ele desceu de lá sabia que viria falar comigo e foi o que aconteceu.

Foram semanas de contato, até que as coisas foram ficando mais sérias, ele me pediu em namoro e depois disso entreguei à ele a minha virgindade. Scoot foi meu primeiro homem. Obviamente meus pais eram contrários ao nosso relacionamento até por que ele era completamente diferente, mas eu o amava.

Depois de um tempo tudo caiu na rotina, não nos tratávamos com tanto carinho, ele olhava para outras garotas na minha frente e outra vez eu acabei ficando com um cara da banda dele. Scoot surtou, mas me perdoou, eu só queria me vingar pelo o que ele me fazia passar. Mas nada mudou e eu continuei me insinuando para outros caras quando sentia ciúmes de Scoot. Até que um dia ele bebeu tanto que eu decidi fazer o mesmo, nós dois putos um com o outro e bêbados. Nossa “conversa” nada sóbria na tentativa de nos reconciliar acabou em sexo, sem proteção. E foi ai que o pesadelo começou.

 

- Mas eu não quero mais saber dessa merda. - ele fala bravo. - Não vai mais haver acordo nenhum. Quero que vocês dois se fodam. - ele cospe as palavras olhando para mim e Justin. - E Cassie. Nick mandou lembranças.

Ouvir aquele nome faz meu ouvido zunir.

- Então foi você? - me levanto fraca do chão. - Seu filho da puta, o que você fez com ele? - grito indo em sua direção.

- Até agora, nada que ele não merecesse. - ele sorri debochado. - Mas estou pensando em um fim grandioso para ele.

- Faça alguma coisa com Nick e eu vou até o inferno atrás de você. - falo com os dentes quase serrados de raiva.

- Então você etá disposta a salvar o seu melhor amigo? Ótimo, sou ótimo em brincadeiras. - ele da as costas para mim e abre a porta do carro. - Vou bolar alguma coisa, espere um contato meu.

Ele entra no carro e liga o motor, os homens entram em seguida, soltando Justin que passa as mãos nos pulsos que devem estar doloridos.

 - Volte aqui seu covarde! Onde está Nick?

Ele não responde e sai cantando pneu, passando a toda velocidade ao meu lado. Seu carro logo sai de vista.

Fico alguns segundos olhando para o nada, como se ele fosse voltar e me contar o que fez com meu melhor amigo, minha respiração completamente descompassada é a única coisa que consigo ouvir no silêncio do pear.

Assim que consigo me situar, olho para Justin. Ele está parado com a mão no pulso, me olha com o canto de olho e então me aproximo.

- Você está bem? - pergunto olhando seu pulso.

- Sim, foi apenas uma torção.

- Ótimo, volte pra casa e peça ajuda para Doroth. - digo passando por ele indo para o carro.

- Onde você vai? - ele se vira para mim.

- Pra minha casa.

- Você sabe qual é sua casa agora Cassie. - ele me olha e vejo que quer me convencer, mas não estou nem um pouco disposta a uma nova discussão.

- Vamos falar disso outra hora.

Entro no carro e o silêncio dentro dele me engole. Coloco as mãos no volante, mas não consigo ligar o carro, minhas mãos tremem e sinto um nó na garganta. Tento colocar a chave na ignição, mas meus olhos marejados me impedem de enxergar e erro o buraco várias vezes. Me irrito e jogo a chave contra o painel que faz um barulho alto. Choro encostando a cabeça no encosto do banco, coloco as mãos no rosto como se aquilo me fizesse parar, mas é como se eu precisasse por toda essa dor pra fora. E preciso.

Ouço batidas na janela do carro e olho para o lado do carona. Justin. Ele abre a porta e entra.

- Cass…

- Por favor, saia. - falo sem olhá-lo. Não quero que fique me vendo nesse estado deplorável que estou ficando.

- Eu não vou sair, você está sem condição alguma para dirigir e precisamo conversar. - ele fala com o tom autoritário de sempre.

- Olhe pra mim, acha que depois dessa merda toda eu quero conversar? - olho pra ele, sinto seus olhos me analisarem e sei que ele sente pena do que vê. Meus olhos vermelhos de chorar e minha expressão de destruída.

- Não é sobre nós, precisamos, mas não agora. - ele faz uma pausa. - É sobre você, sobre o que está te assombrando.

Desvio o olhar dele, pois ele está certo. Essas memórias parecem vermes me consumindo por dentro e preciso por para fora.

- Eu a queria tanto. - começo, meu olhar se prende ao longe. - Eu fui irresponsável, mas eu sabia que seria uma boa mãe. Foi um susto quando descobri, eu estava tendo aqueles sintomas típicos de grávida e quase todos os dias ia parar na enfermaria da escola. Até que a enfermeira me pediu com toda a calma do mundo para fazer um teste de gravidez. - rio fraco. - No início achei algo ofensivo, mas depois sabia que precisava fazer só para um descargo de consciência. E deu positivo, aos 16 anos eu iria ser mãe.

- Você contou para seus pais? - Justin pergunta.

- Não tive tempo, na minha escola não era nenhum pouco típico meninas de 16 anos engravidarem, então aquilo se tornou um alerde. Assim que a enfermeira viu o teste me levou quase que de arrasto para a sala da diretora e imediatamente chamaram meus pais. Foi traumatizante, eu chorava sem parar e minha mãe fez o mesmo quando a diretora contou a ela. Mas eu não posso reclamar, eles não brigaram comigo ou coisa parecida. Apenas conversaram e falaram como seriam as coisas dali para frente.

- E como contou a Scoot?

- Aquela altura a notícia da jovem grávida já tinha percorrido toda a escola, alguns amigos de Scoot o contaram no mesmo dia e ele apareceu furioso na minha casa. Conversamos um pouco do lado de fora, mas meu pai o obrigou a entrar e ele pareceu se aborrecer mais ainda.

- E os pais dele? - olho para Justin, ele parece bem interessado em me ouvir.

- Scoot foi criado pelo pai, um traficante. - aponto para frente como se Scoot ainda estivesse ali. - Então não me surpreende ele se tornar isso. E acho que o pai dele nunca soube de tudo isso.

- E depois?

- Depois Scoot desapareceu, eu ligava para ele, deixava mensagens, mas ele nunca retornava, das poucas vezes que eu tinha a sorte de fazê-lo atender, ele dizia ter um ensaio com a banda ou qualquer outra mentira. Quando eu fui ao médico para saber o sexo do bebê, ele apareceu no estacionamento no final da consulta.

- Ele estava interessado.

Rio sarcástica.

- Interessado em me convencer a abortar. - falo e olho para Justin que agora tem a face paralisada de choque. - Foi essa cara que eu fiz quando ele me disse aquilo. Eu corri até ele com o ultrassom, fascinada que seria mãe de uma menininha. Ele sequer olhou para o papel e de cara disse que eu deveria tirar a criança para o bem de nós dois.

- Como ele pôde ser tão…

- Frio, incessível, covarde, tão monstro? - respiro fundo. - Foram essas perguntas que me fiz enquanto sai correndo em direção a minha mãe, sem lhe dar nenhuma resposta. Obviamente ele viu que uma conversa não resolveria, então resolveu agir por conta própria.

- Eu sinto muito. - Justin fala e me viro para ele.

- Eu também. - sou um sorriso forçado.

- Sinto muito por ele ter cruzado a sua vida e agora sinto mais ainda por eu ter te decepcionado. - ele aperta o maxilar. - Lamento te fazer passar por mais uma dor.

Ele, de certa maneira tem razão. Ter descoberto tudo foi uma das minhas maiores decepções.

- Por que Justin? - me ajeito no banco me virando perfeitamente para olhá-lo. - Por que drogas?

Ele suspira.

- Antes que você pense algo, eu nunca usei drogas ou tive qualquer comportamento adverso que me levasse a esse lado.

- Então como chegou a esse ponto?

- Quando eu assumi a KJax, ela iria desmoronar em alguns meses se algo não fosse feito. Os investidores já não queriam mais confiar em nós, estávamos perdendo patrocínios e nosso capital estava se esgotando. Eu tenho um amigo, do abrigo. Ele foi adotado primeiro e depois de um tempo nos reencontramos em um clube onde, por sorte, nossos pais eram sócios.

- E o que ele tem a ver com tudo isso?

- Ryan é um cara que realmente se juntou ao mundo das drogas. Certo dia, quando eu estava quase jogando tudo para o alto ele me explicou como esse lado da dinheiro. Óbvio que eu me neguei a entrar e a ouvir o que eu achava ser baboseiras, mas então ele me convenceu a ouvi-lo. Eu não precisaria sequer falar com os traficantes, apenas transportar o que pra eles é uma relíquia.

- Mas como você explica todos aqueles pés de maconha? - pergunto me referindo ao andar secreto na KJax.

- Eu ganhava muito, mas não tanto quanto os caras que vendiam maconha. Cassie, as pessoas são nojentas quanto a isso, fumam maconha como se fosse o ar que respiram. Eu sei que parece doentio, mas se existe alguém para comprar, eu vendo. E então eu comecei a ver os lucros chegarem, com o dinheiro do tráfico eu pude investir na KJax, ela se tornou popular novamente e eu salvei meu pai de um ataque de nervos.

Olho pra ele, o analisando. Eu não sei até onde posso julgá-lo, por que olhando por esse lado da história, Justin não mexe com o tráfico, sequer o vi fumando alguma vez, ou falando gírias e agindo como a maioria dos traficantes, está claro que, apesar de ilegal, Justin faz isso pela Kjax.

- Me entende agora? Entende por que eu queria que você me ouvisse? - ele me olha cauteloso e eu assinto com a cabeça. - Eu sabia que iria achar que sei lá, eu subisse o morro ou ficasse na esquina com saquinhos de droga pra venda. Não é assim. É mais… sério.

- Sinceramente? - olho pra ele que me olha fixo com aqueles olhos castanhos. - eu não sei exatamente o que pensar. - volto a olhar para frente.

- Eu entendo. - ele abaixa a cabeça e se vira para a porta.

- Mas eu compreendo o seu lado Justin. Talvez não seja a coisa que eu aceite com mais facilidade, mas agora vejo que fez isso pela empresa.

Ele se volta para mim.

- Eu agi por impulso, não é sempre que você descobre uma estufa de maconha embaixo da empresa em que trabalha. Que aliás é do seu namorado. - rio.

- Eu amo você Cassie.

Ouço Justin falar em alto bom tom e o olho calada. Eu não sei bem como reagir a essa espontaneidade.

- Eu amo você, de uma forma que parece arder como fogo aqui dentro. - ele aponta para o peito.

Abro a boca para tentar responder, mas não faço ideia do que.

- Hoje, quanto você descobriu tudo e saiu chorando sem me deixar explicar eu senti que havia perdido o chão. - ele faz uma expressão séria. - doeu Cassie, doeu quando fui trás de você em casa e Mama disse que você havia saído com uma mala. - ele respira pesado.

- Just… - ele continua.

- Eu chorei. - imagino a cena de Justin chorando e sinto meu coração se dilacerar. - Assim que Mama saiu, eu soquei a parede um milhão de vezes e chorei pensando que havia perdido você da forma mais estúpida que alguém pode perder alguém que ama. Cassie eu amo você mais do que a mim mesmo, mas eu vou entender se preferir se afastar. Foi o que eu te pedi desde o início, mas vou entender se quiser ir agora. É coisa de mais para você aceitar.

Nunca. Nunca mesmo, alguém me falou algo assim. Nem tão verdadeiro quanto sinto ser essas palavras. Eu o amo também, mais do que ele pode imaginar, eu o quero mais do que qualquer coisa, mas, realmente, é muita coisa para aceitar. Mas quantas vezes tivemos que lidar com algo que não gostávamos só pra que no final tudo ficasse bem? Quantas vezes você comeu aquela beterraba só pra agradar a sua mãe? Eu, nenhuma. Mas não é nesse ponto que eu quero chegar.

Justin está envolvido com o tráfico até o pescoço, mas antes de eu descobrir e até agora, nada a ver com isso me atingiu. Ou seja, se Justin, faz isso ou não, não pode me afetar. Não é algo que eu não possa relevar de jeito nenhum, eu só não posso me meter.

Eu ainda não sei o que falar, só agir. Saio do meu banco e subo em Justin, ficando de joelhos em seu banco, suas pernas no meio das minhas. Eu o beijo.

- Eu também amo você, Justin. E eu não quero ir, nunca quis. - falo encostando nossas testas.

Ele acaricia meu rosto e coloca uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha. Eu sorrio. Então nos beijamos, mostrando que só sabemos expressar as coisas mesmo, com atitude.

 

***

 

É como seu eu tivesse tirado um peso enorme dos meus ombros ter me aberto com Justin em relação ao meu passado com Scoot. Me espreguiço, olhando para o lado e vendo Justin dormindo profundamente. Ele me trouxe de volta pra casa, me convenceu a voltar. Mas não rolou mais nada do que só deitar na cama e dormir.

Coloco uma calça jeans e uma blusa meia manga preta. Meu look básico de todo o sempre. Desço as escadas e logo sinto o cheiro de café. Estou faminta, não lembro da minha última refeição e ao lembrar disso minha barriga ronca mais alto.

- Bom dia querida. - Mama se vira pra mim já com um prato pronto na mão e o me esticando para pegar.

- Bacon e omelete, acho que sou capaz de repetir umas 5 vezes. Estava com um desejo enorme por esse prato - brinco e ela ri.

- Quando fiquei grávida do meu segundo filho esse era só o meu desejo. - ela fala enquanto serve café pra mim, em uma xícara.

- A diferença é que não estou grávida. - sorrio.

- Bom, se você come 5 vezes esse prato e não está grávida, imagino quando estiver.

Ela fala e eu rio enquanto mordo um generoso pedaço de bacon. Realmente, minha fome deve aumentar em mil quando eu engravidar. Falando em gravidez, ah merda. Esqueci de tomar meu remédio, acho que está uma semana atrasado. Penso e me repreendo mentalmente.

Enquanto Mama terminava de fritar outro omelete pra mim a campainha toca. Doroth foi ao mercado com o motorista então não vou perturbar Mama para abrir a porta. Seco minhas mãos cheias de gordura de bacon no guardanapo e vou até a porta. A campainha toca mais uma vez e acho estranho não terem avisado que alguém havia entrado pelos portões. Olho pelo olho mágico da porta. Uma mulher, não aparenta mais que 40 anos, cabelos castanhos e olhos claros. Abro a porta.

- Olá. - sorrio pra ela, mas com cautela. - Posso ajudá-la?

- Acho que pode. - ela sorri tímida.

- Você está procurando por alguém? - imagino que deve ser por Mama ou por Doroth.

- Na verdade sim, mas não tenho certeza se é aqui. - ela olha ao redor olhando a casa. - Bom acho que é sim. - ela se garante e sorri.

- Sou Cassie, em que posso te ajudar? - estendo minha mão para ela que cumprimenta delicadamente.

- Patricia, mas pode me chamar de Pattie. Sou a mãe biológica de Justin.


Notas Finais


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