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História Secret Journey - Uma Pequena Esperança


Escrita por: Tinacris

Notas do Autor


Desculpem a demora, mas aí vai o capítulo. Espero que gostem.

Capítulo 7 - Uma Pequena Esperança


Fanfic / Fanfiction Secret Journey - Uma Pequena Esperança

Jisoo acompanhou Kei até o quarto de brinquedos. Ao aproximar-se da porta, ela pôde sentir o ar vibrar e parou. Kei virou-se para ela.

Tudo bem?

— Mas o que tem aqui dentro? – Jisoo falou meio hesitante.

É melhor que Mijoo lhe explique. Esse é o único cômodo da casa que não conseguimos permanecer por muito tempo. Farei as apresentações e depois vou procurar Jiae.

Jisoo concordou com ela sem evitar ficar um pouco assustada. Quando entraram, a princípio, tudo o que viu foi um quarto sem móveis e cheio de prateleiras onde pareciam estar encaixados todos os tipos de brinquedos assustadores. Bonecas de louça, palhaços de mola, brinquedos que fazem barulho. Era para ser um quarto alegre, mas não era. Os bonecos pareciam tristes e solitários, mas alguns tinham uma expressão carrancuda e seus olhos pareciam realmente enxergar. Sentada perto de uma janela segurando um taco de baseball, havia uma moça de cabelos negros, muito bonita, alta e encorpada. Jisoo achou que se ela estivesse no mundo material, a energia dela poderia se igualar à sua, pois ela podia sentir uma força na garota, algo contido. Lee Mijoo levantou-se e caminhou até elas sem tirar os olhos de Jisoo.

— Não me espanta ter deixado para me conhecer por último. Como pode ver, esse quarto não é dos mais agradáveis.

— O que tem aqui? – Jisoo perguntou olhando em volta.

— Quando usamos o tabuleiro, libertamos muita maldade. Não entendíamos como as coisas funcionavam, fomos ingênuas. Foi aqui que usamos o jogo.

Achei que tinha sido no sótão – Jisoo desviou os olhos de uma boneca que a encarava de cima da prateleira mais alta.

Não, foi aqui. E o que foi liberado foi selado aqui dentro junto comigo. Muitas vezes, quando estão zangados, querem tentar romper o selo, mas eu não deixo. Se isso acontecer, ele vai pensar que nós fizemos isso.

Jisoo a olhou espantada. Só então percebeu que havia marcas de arranhões nos braços da garota, além de manchas roxas e o que pareciam ser mordidas. A missão de Mijoo não era fácil. Ela tinha que estar sempre pronta e vigilante para evitar que todas acabassem pagando pelo seu erro.

— Como consegue...

— Eu mereço estar aqui, elas não.

Jisoo encarou Kei, que ainda estava parada na porta. Ela ouvia calada, parecia concordar com a autopunição de Mijoo.

— Não, eu ainda não conheço a história toda, mas de uma coisa eu tenho certeza, nenhuma de vocês merece estar aqui.

Mijoo relaxou e voltou a sentar. Ela apontou para um macaco de pelúcia cujo rabo estava amarrado a um gancho da janela.

— Foi ele que me fez esse arranhão no braço. Ficou agitado depois que aquele estranho veio aqui e tentou passar pela porta. Ele quase consegue, pois eu estava distraída olhando pela janela. Nunca pense que é fácil lutar contra um macaco de pelúcia.

Jisoo sorriu. Ela gostava do senso de humor de Mijoo.

— Eu normalmente nunca pensaria isso.

Mijoo olhou para Kei e sua expressão ficou grave.

— Ela tem que saber, Kei. Por que Baby Soul ainda não contou tudo?

— Se Seo Jisoo souber de tudo, vai nos colocar em risco, porque ela vai querer resolver tudo sozinha. E isso irá colocar a vida dela em risco também. Soul não quer outra garota presa na mesma situação em que estamos.

— Mas ela está errada! Essa garota pode ser a nossa única chance!

Jisoo deu um passo à frente, ficando entre as duas.

— Só um momento, quero lembrar que ainda estou nesse quarto e que vocês estão falando sobre mim.

Mijoo a encarou.

— A princípio, eu não acreditei que você era tudo o que falaram, mas agora eu acredito.

Por quê? O que mudou sua opinião sobre mim?

Mijoo olhou em volta com um sorriso.

Antes de você entrar aqui, eles estavam começando a se agitar, assim como o macaco ali. Mas quando você passou pela porta, parece ter tido um efeito tranquilizante sobre eles. Ficaram imóveis, quietos. Você e eu formaríamos uma boa dupla, Seo Jisoo.

Jisoo não pôde deixar de sorrir novamente.

— É, acho que sim.

Nesse momento, Jiae chegou na porta e ficou ao lado de Kei.

— Baby Soul quer falar com você, Jisoo.

— Eu já ia até lá falar com ela, Jiae. Obrigada.

Jiae sorriu e puxou o braço de Kei.

— Venha, vamos ver como está Jin. Acho que o papo lá em cima vai ser meio particular.

Kei foi meio relutante. Antes que Jisoo saísse, Mijoo a chamou.

— Jisoo, tem mais uma coisa...

O quê?

Sua tia não gosta muito desse quarto e já manifestou o desejo de esvaziá-lo de todos os brinquedos. Se isso acontecer...

— O selo se rompe.

— É

— Eu não vou deixá-la fazer isso. Fique tranquila.

 

No sótão, Baby Soul a aguardava ao lado da janela.

— Ouvi vozes lá embaixo. Estava falando com Mijoo?

— É, tirei a manhã para conhecer as outras.

— E o que achou?

— Achei que vocês são um grupo muito peculiar e que já está na hora de me contar quem é “ele”.

Baby Soul a olhou séria, mas sem questionar.

— Aquele homem que saiu daqui era um servo dele. Foi por causa dele que os selos foram colocados. Quando você tentou destruir o tabuleiro, ele sentiu.

— Então, quer dizer que “ele” não despertou ainda?

— Acredito que não, e isso talvez nos dê algum tempo.

Yein me deu algumas dicas para ludibriá-lo da próxima vez que aparecesse.

— Se a dica veio dela, pode confiar.

Jisoo suspirou e sentou-se no assoalho de madeira.

— Minha tia suspeita que tem fantasmas na casa.

Baby Soul sorriu.

— Sua tia acredita nessas coisas? Mas que besteira!

As duas riram.

— Sabe de uma coisa, Baby Soul... vocês são as primeiras amigas verdadeiras que eu tenho.

Baby Soul respondeu com um sorriso tímido. De repente, um barulho foi ouvido abaixo de onde elas estavam. Jisoo se assustou.

— O que foi isso?

— É Mijoo lutando com algum boneco endiabrado.

Jisoo foi engatinhando e colocando o ouvido no chão.

— O que está fazendo?

— Você quer dizer que o quarto de brinquedos fica debaixo do sótão?

— Isso mesmo, por quê?

Jisoo levantou-se e encarou baby Soul com um brilho no olhar.

— Já pensou que se abrirmos uma porta aqui, em cima do quarto, você poderia falar com Mijoo sem ter que passar pelo selo? E olhe em volta. O sótão abarca os outros quartos também. Soul, você poderia ver Yein e Mijoo na hora que quisesse. E se conseguíssemos uma escada, elas poderiam vir até o sótão e nenhum selo seria quebrado. Apenas Jin e Sujeong ficariam de fora, mas já dava para fazer uma pequena reunião.

Baby Soul a olhava com os olhos arregalados. Aquela era uma possibilidade impossível para ela, que jamais poderia tomar a atitude de conseguir fazer uma abertura entre os aposentos. Mas Jisoo poderia. E aquilo, pela primeira vez, se tornou possível para ela.

— Isso seria... maravilhoso.

— Minha tia vai levar meu avô até à cidade amanhã. Ficarei só em casa. Pegarei ferramentas e começarei a fazer isso.

— Sua tia vai perguntar quando ver os buracos.

Deixe para se preocupar quando chegar a hora.

 

No porão, sentadas em volta de uma mesa velha de madeira, Jin escutou o relato de Jiae sobre o estranho que apareceu querendo forçar sua entrada.

— Era ele – ela apontou com a cabeça para a parede.

Como pode saber? – Kei perguntou.

— Quando ele forçou a entrada aqui, pude sentir sua energia negativa. Senti a mesma energia esta tarde.

— Se é o servo que está fazendo essas coisas... – Jiae começou o pensamento.

— O tabuleiro só teve forças para chamar a atenção dele – Jin concluiu.

As três respiraram aliviadas. Jin percebeu que Kei estava meio arredia e pegou na mão dela, chamando a sua atenção.

— Qual é o problema?

— O problema é me sentir impotente para agir. E quando resolvo fazer isso, acabo estragando tudo. O tabuleiro quase foi ativado por minha causa.

— Não diga isso, Kei – Jiae falou com suavidade.

Um barulho vibrante veio da parede, sobressaltando as três.

— O que foi isso? – Perguntou Jiae.

— Ele tenta forçar a entrada novamente, mas enquanto houver uma réstia de luz aqui dentro, ele não vai conseguir – falou Jin sem tirar os olhos da vela acesa no chão.

Outro som fez a casa tremer. Um trovão. De repente, uma chuva começou a cair, podendo ser vista da janela alta e estreita do porão. As três olhavam para a janela molhada com olhares saudosos.

Um dia, vamos poder brincar na chuva de novo – disse Jiae.

Jin abraçou as duas amigas e ficaram sonhando com a chuva que caía lá fora.

 

Sujeong havia aberto um dos livros novos que tinham acabado de chegar. Era sobre maldições e era muito raro. Ela podia manuseá-lo com facilidade. Era cheio de gravuras e referências. Uma figura em particular chamou sua atenção. Era o mesmo símbolo gravado no selo da porta e que era visível apenas para elas. Ela ia começar a ler o texto, mas percebeu um movimento às suas costas. Estava tão compenetrada que não viu quando Tia Sora entrou. Ela virou-se e viu a mulher diante dela, olhando espantada para o livro aberto e abraçando o próprio corpo, arrepiado pela sua proximidade.

— Quem está aqui? – A voz da mulher era trêmula, mas tentava soar firme. – Este... este livro não virou as páginas sozinho. Sei que tem alguém aqui. Não tenha medo de aparecer, sei que não quer me fazer mal.

Sujeong não respondeu, mas abaixou-se e soprou algumas folhas secas que haviam entrado pela janela. As folhas caíram suavemente aos pés da mulher. Tia Sora as observou e sorriu.

— Então, estou certa? Você não quer me fazer mal?

Nesse momento, Jisoo entrou e viu a cena. Sua presença fez com que Sujeong se tornasse visível para Tia Sora. A mulher encarava a moça espectral com mais curiosidade do que medo.

— Jisoo... você está vendo o mesmo que eu? – Tia Sora perguntou. – Eu disse que havia fantasmas nessa casa, não foi?

Jisoo encarou Sujeong que olhava para ela sem saber o que fazer. Mas Jisoo sabia. Se a tia comprou aqueles livros, era porque já sabia de alguma coisa. Se ela achasse que Sujeong era um espírito do mal, chamaria alguém para fazer uma “limpeza” na casa. Ela respirou fundo e falou:

— Sim, Tia Sora, eu estou vendo.

A tia virou-se e a encarou.

— Você não tem medo?

— Tia, tem algo que eu quero lhe contar. Podemos ir até a cozinha?

Com um último olhar tranquilizador para Sujeong, ela arrastou Tia Sora para fora da biblioteca. A garota as viu sair e recostou-se trêmula na mesa. O que ia acontecer agora?

 

Jisoo contou tudo para sua tia, sem omitir nada. Sua única preocupação era que fosse novamente considerada uma louca e mandada embora. Mas confiava em seus instintos. Quando ela acabou de falar, Tia Sora entornou um copo de vinho doce de mesa. Ainda tinha o olhar vidrado.

— Você as vê desde que chegou aqui?

— Sim, desde o primeiro dia.

— Meu Deus...

— Acredita em mim, não é?

— Ora, como eu poderia duvidar depois do que vi.

A tia a encarou.

— Aquele barulho no porão...

— Sim, algo estava forçando sua entrada aqui e nós impedimos.

— Fico pensando na pobre moça que vive no porão. Aquele é um lugar para ratos!

Jisoo sorriu.

— Isso poderia ser melhorado. Uma pintura e uma limpeza ajudariam.

Tia Sora encheu outro copo de vinho.

— Tia Sora, você tem pesquisado a história da casa, não é? Por isso comprou aqueles livros.

— Sim, eu tenho pesquisado.

— E... o que pretende fazer agora que sabe de tudo?

— O que acha que eu vou fazer? Vamos pensar num jeito de libertar essas meninas, é claro!

Jisoo sorriu agradecida.

— Isso é bom, porque eu preciso lhe pedir algo.

 

Baby Soul tomou um susto quando a porta do sótão foi aberta. Jisoo entrou e atrás dela estava a tia. A mulher olhava em volta, curiosa.

— Onde está ela?

— No meio do sótão.

Soul a olhou sem entender. Jisoo aproximou-se e pegou a mão dela.

— O que está fazendo? – Sussurrou Baby Soul.

A energia de Jisoo obrigou Baby Soul a ficar visível para Tia Sora. A mulher olhou para ela espantada e depois sorriu acolhedora.

— Olá, Baby Soul, desculpe ter confundido você com os ratos e enchido esse lugar de repelentes. Isso não vai mais acontecer.

Baby Soul olhou magoada para Jisoo.

— Por que fez isso? Por que contou a ela?

— Ela ia descobrir cedo ou tarde. Mas tem um motivo para estarmos aqui.

Tia Sora saiu e entrou novamente. Ela havia ido pegar uma caixa de ferramentas que haviam deixado do lado de fora.

— Isso é o que eu estou pensando?

Jisoo sorriu.

— É sim, vamos começar a fazer uns buracos no chão, se não se importa.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Será que Jisoo fez bem em contar a verdade para a tia? E será que as meninas vão poder se ver novamente sem quebrar os selos? O que Sujeong vai descobrir no livro? Aguardem.


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