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História Sedentos - XV - Lefkó


Escrita por: Wrestlery

Notas do Autor


Boa leitura! <3

Capítulo 15 - XV - Lefkó


Fanfic / Fanfiction Sedentos - XV - Lefkó

 

Washington, DC, EUA — 00h03min 

Sakura Haruno 

— A senhorita está bem? — uma voz feminina chamou minha atenção. — Oh, você está chorando! 
Abri os olhos, vendo a situação embaraçosa em que eu me encontrava; a bolsa aberta jogada no chão e eu agachada à sua frente. O reflexo da recepcionista atrás de mim dava para ser visto no espelho em minha frente. Completamente confusa e com o rosto molhado pelas lágrimas, eu agarrei as alças da bolsa e me levantei rapidamente. 
— Estou bem. 
As portas do elevador se fechavam enquanto eu olhava para a feição confusa da mulher. De costas, fui me movimentando até entrar no ascensor que acabara de se fechar e, por pouco, não me esmagou. "Sorria, você está sendo filmado". Estas plaquinhas estranhamente me faziam bem, ao pensar que nenhum maluco me abordaria ali, logo que, cada ato de sua parte estaria sendo gravado e analisado. Mas, naquele momento, a única coisa que eu conseguia pensar era em Sasuke. Era claro que aquilo não passara de uma alucinação, porém, não era certo que Sasori também fosse uma. 
Mal consegui esperar as portas se abrirem e me joguei para fora, quase tropeçando nos próprios pés agitados. O grande corredor estava vazio, nenhum som era escutável. Inquieta, tirei a chave da bolsa e a enfiei na fechadura, rezando mentalmente para que ele estivesse, ao menos, vivo. 
Então eu entrei. 
Uma mistura de desespero e apreensão, eu vi as luzes acesas, o que, talvez, fosse um bom sinal. Sem me conter, saí correndo pelo apartamento e gritei o nome de Sasuke. 
Ele não me respondeu.
— Sasuke Uchiha! Responda-me! — berrei, parada em frente à cama de casal vazia. — Sasuke! 
Então meu corpo foi brutalmente virado para trás e eu encontrei seus olhos negros e um sorriso cômico. Minha mão queimou para virar um tapa naquele rosto sacana. 
— Seu imbecil! 
— Eu estou bem, obrigado — a voz zombeteira ecoou pelo quarto, dando-me um sentimento de alívio devastador. 
E aquilo foi forte demais para mim. Olhei em seus olhos vivos e lembrei daquela terrível imagem que bambeou-me as pernas finas. Sentei na cama e cobri o rosto com as mãos; meus olhos ardiam e, logo mais, transbordavam, emocionados. Era tão bom vê-lo vivo, à minha frente, com aquela pose de machão idiota que sempre foi. 
— Ei... O que aconteceu? — sentou-se ao meu lado ao indagar. 
Umedeci os lábios trêmulos e olhei em seus olhos, tocando-lhe o rosto levemente. Era real, eu não estava alucinando. Sasuke estava bem. 
— Eu me preocupei tanto com você! — o abracei, afundando a cabeça na curvatura de seu pescoço; seus braços me rodearam, confortantes. — Seu filho de uma boa mãe!, Nunca mais saia de perto de mim! 
O Uchiha riu. 
— O que aconteceu, despeitada? — de repente, sua feição se contraiu, irritadiça. — Foi aquele loiro idiota?! Porque, se foi...
Balancei a cabeça, sorridente. 
— Não! Não foi nada, agora eu estou bem!
— Me conte logo.
Suspirei. 
— Eu tive uma... visão. Não sei bem como explicar, mas já está tudo bem. Foi só uma visão. 
Sasuke franziu o cenho, suspeitoso. 
— O que aconteceu em sua visão?
Meus lábios secaram e eu prendi a respiração. Os dedos trêmulos com as unhas pintadas de rosa-claro deslizaram em seus ombros. Engoli em seco e cruzei as pernas, me convencendo mentalmente de falar aquilo. 
— Você morreu.
Um sorriso nervoso se apossou dos lábios de Sasuke enquanto ele fitou o chão.
— Ah, é mesmo? Que chato... 
Suas mãos tremiam como as minhas. Ele estava claramente assustado. 
— Sasuke, calma. 
Então ele balançou a cabeça negativamente, se inclinando para beijar-me a testa. 
— Estou calmo, despeitada. Isso não vai acontecer, não irei morrer antes de você — disse, sorrindo sacana e eu segurei uma risada. 
— Ahn... Eu sou imortal. 
Explodi em risadas, não aguentando mais. Sasuke levantou o dedo do meio, emburrado. 
— Você precisava estragar o clima... 
— Que clima? Você estava dizendo que eu iria morrer antes! 
Whatever — deu de ombros, sorrindo. — Vou pedir macarrão, aceita?
Levantei-me da cama, indignada. 
— Estamos em um incrível hotel de luxo e você quer pedir macarrão?! Qual o seu problema, Uchiha?
Ele revirou os olhos e se levantou.
— Dinheiro. 
— Ah, claro. 
— Na verdade, é muito bom o macarrão daqui — concluiu. — O molho é especial. 
Me dei por vencida e levantei as mãos. 
— Certo, peça dois pratos. Vou tomar banho.

Despi-me em frente ao espelho acima da pia. Olhei as cicatrizes de mordidas em meu pescoço e senti vontade de chorar. Estava miseravelmente ridícula, patética. Que espécie de anjo eu era? Talvez fosse para eu tentar contatar Deus ou Jesus Cristo e ver o meu propósito na terra. Ou eu apenas deveria pregar o bem, batendo na porta das casas e vendendo bíblias católicas. Mas, virar um anjo nunca foi o meu sonho e não seria agora que eu deitaria a minha cabeça no travesseiro e deixaria toda essa palhaçada me conduzir a virar uma serva do céu. Eu me chamava Haruno Sakura e iria honrar este nome. 
Coloquei os pés na banheira e deixei meu corpo afundar, fechando os olhos. Ouvi, abafadamente, um barulho da porta do apartamento se abrindo; me levantei, preocupada. Então, a voz de Sasuke se sobressaiu, chamando-me para vir jantar. 
— Já vou! 
Depois de me lavar como o flash, destapei o ralo da banheira e vi a água desaparecer. Me sequei e vesti a camisola de seda, calçando as pantufas brancas e saindo do banheiro. Já sentando à mesa, Sasuke saboreava o delicioso macarrão, mas, ao colocar os olhos em mim, parou o que fazia. 
— Perdeu alguma coisa em mim? — perguntei, me sentando em sua frente. 
— Perdi. Mais tarde eu procuro — um terrivelmente sensual sorriso malicioso desenhou-se em seus lábios. 
Balancei a cabeça e rodei o garfo em meio à massa, fazendo com que ela se enrolasse nele. Levei à boca. 
— Realmente, é uma delícia. 
— Eu falei — sorriu convencido. 

§

Olhei naqueles olhos negros tomados por luxúria e desejo que me fitavam intensamente. Seu corpo estava sobre o meu, claramente clamando por mim. Então eu assenti com o olhar, fazendo-o dar um próximo passo. Dedilhou-me as maçãs do rosto, sorrindo de canto e, logo após, me beijando loucamente. Apertei suas costas e senti-o entre minhas pernas inquietas; Sasuke estava tenso pela primeira vez em muito tempo, e isso era ótimo. Tomando o controle da situação, troquei nossas posições e deslizei a palma da mão por seu abdômen definido, selando os lábios em seu maxilar trincado por puro prazer. 
Sasuke apertou minha cintura e sorriu entre o beijo, acarretando-me uma onda elétrica atravessar o corpo frágil. Puxando o controle para si novamente, e brutalmente me colocou sob seu corpo semi-nu e distribuiu beijos pela minha clavícula, sentindo as marcas de mordidas em seus lábios. 
— Você está sendo uma menina muito má — cochichou em meu ouvido. — Coloca essas camisolas tentadoras e não quer fazer nada além de dormir. 
— E você é um tarado! — falei, sentindo suas mãos ágeis apalparem meus seios. — Ah!
E foi tudo muito rápido: em um momento nós trocávamos carícias e, noutro, olhávamos assustados para o vidro da janela principal, que acabara de estourar. A lâmpada do abajur piscavam intensamente, obrigando-me a levantar e acender a luz. Sasuke vestiu a calça e se levantou com a camisa nos braços. 
Eis que uma risada rouca ricocheteou os ares e penetrou-se em meus tímpanos, fazendo-os doerem; tapei os ouvidos. Meu namorado se aproximou de mim, preocupado. 
— O que houve?
— Quem... está rindo? — soltei, apertando ainda mais a cabeça e sentindo meus olhos arderem. — Pare! 
— Sakura, ninguém está rindo.
A risada não cessava, apenas aumentava o volume consideravelmente a cada movimento que eu fazia. Eu poderia ter a mais plena certeza de que não vinha de Sasori, ele certamente não me atingiria assim. Vaguei o olhar pelo quarto, procurando o autor daquilo; obviamente, não havia ninguém além de mim e Sasuke. 
— Calma — ele dizia, um pouco desesperado. 
— Como eu posso... Ai! 
Tirei as mãos do ouvido, quando a risada cessou. Então, vi o líquido escarlate queimar minha mão e os olhos de Sasuke se arregalaram.
— Mas que porra... — começou, falho. — Sua orelha...
Da janela quebrada, um barulho chamou nossa atenção. 
— Quem diria que o meu irmãozinho fosse tão safado — a criatura de asas negras comentou enquanto andava sobre o vidro estilhaçado. — Chegou a hora de voltar para casa, Lefkó

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Okay... I'm sorry for killing a millions of people. Whatever!

— Jogos Mortais


Notas Finais


Então foi isso.
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Whatever = tanto faz (inglês)
Lefkó = branco(a) (grego). *No caso, a pureza de Sakura pode ser representada, em palavras, por "branco"/"lefkó".*


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