História See You Again - See You Again

NARRADOR ON

Nada mais na vida daquela grande família estava dando certo, ficava cada dia mais difícil para todos compreenderem como tal tragédia veio a acontecer com o casal.

Faltavam poucos dias para se completar exatamente dois anos que estavam em coma e, faziam quase dois anos que os choros de Min-Jee eram constantes. A menina sempre foi inteligente e lidava com as diversidades da vida melhor que muitos adultos, mas, para Jin, pessoa que ficou responsável pela menor, já que, por muitos pedidos de Baekhyung, aceitou ficar com a família Kim ao invés de sua avó materna. Essa mesma, se encontrava em uma das piores situações, afinal, ninguém queria acreditar no que estava acontecendo.

Todos tinham combinado de passar no hospital no dia por insistência de Min-Jee. Com apenas oito anos de idade, tinha a determinação de encarar o que estava para acontecer: queriam desligar os aparelhos que mantinham seus pais vivos. Claramente, sua família não aceitara essa ideia ridícula partindo do médico.

Com diversas flores, os seus amigos e familiares, entraram no quarto onde os dois repousavam serenamente. Se desconhecidos olhassem, pensariam que o casal estava dormindo. E estão. Um sono talvez eterno.

Quietos. Não precisavam falar nada, não necessitava. Olhar para aquela cena era dura demais para os presentes; lembranças, arrependimentos, angústias, medos, saudades, um mixe de sentimentos.

Para Taehyung, o que lhe representava era o arrependimento.

Para Yoongi: lembranças.

Hoseok: medo.

Jin: orgulho.

Seus pais: saudades.

Min-Jee: amor.

Sabia que, se fossem para morrer ali, morreriam juntos. Por isso, a menina se desvencilhou de Jin que a segurava forte e foi até a sua omma. Com uma única lágrima fina, deixou um beijo em sua bochecha e fez o mesmo processo com o seu appa. Pegou a mão esquerda de sua omma, e a direita de seu appa unindo-as sobre o ar e as deixando ali.

-Tio Jin, eles estão prontos. -Falara e o rapaz se assustou. Olhou para os pais dos dois que assentiram chorando rios. Logo, olhando para o médico e, estando pronto para desligar, ouviram uma respiração pesada e a sua íris escura aparecer.

Ficaram imóveis sem saber como reagir com aquilo, porém, Jimin começou a se movimentar em sua cama atraindo a atenção para si. Ele estava se contorcendo e tossindo. Não sentia sua respiração fluir.

Os médicos correram para ele e lhe aparelharam ainda mais, dando todo o oxigênio que necessitava.

Ainda agitado, Jungguk o encarou.

-J-jimin, o-o que? – Murmurava. -O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

Jimin ao ouvir aquela voz que tanto amava, o encarou e apertou suas mãos unidas por sua filha, logo acalmando o esposo.

Sem ainda acreditar no que estavam presenciando, soltaram o ar que nem sabiam que estavam segurando e se permitiram sorri.

-Estão vivos.

MESES DEPOIS

Depois de um susto enorme que tomaram -sim, mais um- com o Jimin diagnosticado com Embolia Pulmonar, doença a qual, pode ser causada por coágulos nas pernas formado quando o fluxo sanguíneo é restringido e diminui. No caso, muito tempo deitado. Os médicos não sabiam o porquê de Jungguk não ter obtido a mesma doença, já sua família, agradeceu.

Após alguns meses, já recuperado, Jungguk ficou ao lado do marido durante todo o tratamento que graças a Deus, só rendeu remédios para afinar o sangue e diminuir sua propensão a coagular.

Logo, Jimin já poderia ir para casa e, como Jin e Min-Jee não saiam de lá, não tiveram que chamar taxi para irem à sua casa.

Estavam com saudades, admitiam a todo momento. Nunca iam imaginar a dor que foi para os seus amigos e pais os verem naquela situação.

Estando na porta de casa, o casal estranhou por não ter nenhum deles ali e, ainda mais por não os deixarem olhar a praia que Jungguk tinha tanta saudade. Se acomodaram novamente, e puderam matar a saudade e aproveitar, finalmente, um momento somente eles três, já que Jin teve que sair e disse que voltaria para busca-los e antes de ir, fechou qualquer brecha que tinham para olhar do lado de fora. Obviamente, se formou uma interrogação na cabeça de ambos.

Já escurecendo, o mais velho retorna à casa para buscar a família Park Jeon. Foi recebido com inúmeros questionamentos, enquanto Min-Jee ria de tudo ao longe.

Depois de muita discussão sobre o motivo disso tudo, finalmente saíram de casa e deram de cara com a praia. Porém, havia uma luz um pouco afastada da água salgada. Ao se aproximarem, perceberam que tinha uma fogueira e pessoas sentadas em troncos de arvores, iluminarias de balões sustentadas por bambus. Uma coisa linda.

Aquelas pessoas que viram, não eram quaisquer, eram a sua família. Felizes e sorridentes, se juntaram a eles e conversaram.

Taehyung e Hoseok conversavam como se nada tivesse acontecido e, por incrível que pareça, Yoongi também conversava com o dono do sorriso quadrado.

Min-Jee e Baek sorriam timidamente um para o outro. Namjoon apreciava aquilo com ternura e satisfação, já Jimin, bom, aquele ali é um caso perdido quando se trata de ciúmes da menor.

Yoongi puxou um violão que havia trago e começou as melodias seguido por uma voz doce e feminina.

‘It's been a long day, without you my friend

And I'll tell you all about it when I see you again

We've come a long way from where we began

Oh I'll tell you all about it when I see you again

When I see you again’

‘Tem sido um longo dia sem você meu amigo

E lhe direi tudo quando vê-lo novamente

Fizemos um longo caminho desde onde começamos

Oh, lhe direi tudo quando vê-lo novamente

Quando vê-lo novamente’

Min-Jee soltou a voz do mesmo modo que tinha ensaiado com seu tio Yoongi, arrancando de seus pais um suspiro de orgulho.

-Estamos lhes contando agora – Tae começou. – O quanto vocês fazem falta.

-O quanto aprendemos com vocês. – Vez de Hoseok. – Aprendemos que amar não é a coisa mais fácil do mundo.

-Que perdoar, é um dom. – Yoongi prosseguiu. – Um dom que todos temos e que, é só preciso aprender a usar.

-Que todos temos defeitos. – Jin, dessa vez. – Que esses existem para mostrar o quanto nossas qualidades são maiores.

-Que mesmo sendo diferentes. – Namjoon. – Somos iguais. E que possuímos sentimentos.

-Que nunca devemos desistir. -Min-Jee falou e os pais lhe encararam. – Mesmo quando a vida lhe fechar uma porta, logo, outra abrirá. Tive todos os motivos do mundo para acreditar que nunca encontraria uma família, e, a vida me deu vocês. Por isso, eu passei a acreditar que todos temos uma segunda chance quando muito ansiamos por algo, e vocês tinham o meu coração. Eu amo vocês. Meus pais.

Todos se abraçaram com lágrimas nos olhos e a música continuou, dessa vez, contendo a voz de todos.

 ‘Oh

How could we not talk about family

When family's all that we got?

Everything I went through

You were standing there by my side

And now you gonna be with me for the last ride’

‘Oh

Como podemos não falar sobre família

Quando família é tudo que temos?

Tudo que passei

Você estava lá ao meu lado

E agora você estará comigo para um último passeio’

Uma coisa a música tinha de errado; esse não vai ser o último passeio, pois sempre se verão novamente.

E, o que eles mais possuem de raro é a família. Cada membro dela, permanecerá vivo em cada coração, sempre será lembrado. Pois a família é algo para se guardar, é algo para se lembrar.

‘Quando o dia fora difícil, ele estava lá. Quando estava feliz; ele estava lá, quando chorava; os motivos eram ele, se sorria; obviamente, também era ele.

Sempre pregando peças e brincando com o coração alheio, faz questão de ir e vir sem se importar com a dor que poderá deixar.

O causador disso tudo? Claro, o amor.

Foi com a música que tudo começou e é com a música que tudo irá acabar. ’

E vocês, são a nossa família.

See You Again.

NARRADOR OFF