1. Spirit Fanfics >
  2. Self Destructive >
  3. Chapter IV

História Self Destructive - Chapter IV


Escrita por: luxnymph

Capítulo 4 - Chapter IV


Ponto de Vista — Justin Bieber

Eu dirijo como se a estrada fosse me livrar dos meus demônios interiores. Desligo o rádio, querendo um pouco do silêncio, mas o suave som das rodas do conversível torna-se meu companheiro novamente. Ao Sul, o Sol se põe como um menino preguiçoso, indo dormir novamente, e no banco do carona o meu celular vibra e toca como se estivesse em meio a um ataque epilético. Eu verifico o visor mas não reconheço o número. Atendo com receio. 

- Bieber. -  Como de costume, eu atendo, dizendo meu sobrenome em tom áspero.

- Sr. Bieber? Sou eu, Phoebe. - Pelo visto, o passa tempo favorito da motociclista é me surpreender,

- Phoebe? Aconteceu alguma coisa? - eu digo com preocupação nas palavras.

- Oh, não, - Ela dá uma risada bem humorada, soa como se estivesse rindo de mim! - eu só estou ligando para dizer que nós temos um dia vago na semana, é depois de amanhã. Está tudo bem pra você? - "Nós" deve ser ela e a trupe de amadores. Sem ofensa, mas eca.

- Na verdade, eu tenho uma reunião depois de amanhã. Pode ser amanhã? 

- Uh, ok, eles também devem estar livres amanhã. - Oh, é claro que devem, creio que sejam todos desocupados. - E me desculpe por ligar hoje, e a essa hora. - Sua voz é calma ao telefone, quase infantil, o que faz as coisas parecerem melhores. Isso é estranhamente agradável.

- Sem problemas, Srta. Bradstone. É bom ouvi-la. Como você está? - Eu digo querendo prolongar a conversa, mas ela mal me facilita isso.

- Bem, - Sua resposta deixa a desejar. Eu vejo o meu relógio. Eram 21h04min. - Você está dirigindo? - Como ela sabe?

- Sim. Espera, como você sabe?

- Sabendo. - Ela se limita. - Não é muito responsável falar ao telefone enquanto dirige então é melhor um de nós desligar...

- Não! A rodovia está praticamente vazia e eu estou quase em casa. - Eu soo como um adolescente exasperado para falar com a garota mais popular da escola. Isto me trás lembranças nada agradáveis. Na escola eu não era muito sociável e todos sabem o que acontecem com os anti sociais quando esbarram com valentões... eles se ferram.

- Mesmo assim. Já está tarde, as estradas de Nevada são um breu à noite.

- Você está me repreendendo?

- É melhor eu ir dormir. - Ela foge da pergunta, - Tchau. - e diz casualmente, mas eu percebo que ela ainda não desligou. E eu também não.

- Phoebe? - Chamo-a.

- Sim?

- Até logo.

- Até lá evite fumar porquê ainda não tivemos um "segundo round". - Ela era afiada demais com suas respostas. Não consegui segurar um sorriso tolo. Eu nunca tive uma conversa ao telefone com uma garota que não dissesse mais gírias que um traficante bastardo. Nunca assisti uma mulher se revelar de tantas formas em tão pouco tempo. E nunca havia cogitado fazer negócios com mulheres. Ela é a primeira.

- Eu não garanto que vamos ter mais um. - Entro em seu jogo.

- Pois eu sim. Até logo. - Ela diz e desliga na minha cara.

- Que? - Normalmente sou eu quem faz isso, mas Phoebe me deu uma lição. Eu dirijo com pressa como um adolescente irado. 
Na verdade, muitas coisas no meu temperamento estão "adolescentes".

Ao chegar em casa o meu celular volta a tocar desenfreadamente. Eu ignoro a chamada quando percebo que quem estava ligando era a mulher que me deu a maldita luz. Com a cabeça cheia de merdas, eu resolvi o queria.  

Entrei em meu laboratório, digamos, com más intenções para mim mesmo. Quero dizer, as minhas intenções eram as melhores, mas a droga estava completamente mal intencionada. Eu parecia um maníaco em busca de algo inexistente.

Conhecendo o ambiente, eu me desloquei para onde eu guardava as mais fortes doses de qualquer porcaria que eu tenha inventado nos últimos meses. Sentia-me desestabilizado com apenas uma droga de telefonema da minha mãe que eu nem ao menos atendi! Eu não a via há alguns meses, meus avós disseram que ela estava tentando manter contato comigo, mas eu a evito. Todas as vezes em que eu a vi, uma avalanche de traumas de infância me inundaram. Pai e mãe desequilibrados emocionalmente em uma mesma casa criaram nada mais nada menos que uma criança desequilibrada.

[...]

"— São 98ºC para o ponto de fusão e 187°C para a ebulição, a massa molar é 303, 353 g/mol. A fórmula você já sabe, é solúvel em água mas dissolva no clorofórmio, é mais rápido. — Sr. Peter pisca para mim enquanto faz anotações no meu braço, ele fala muito baixo e rápido. Estamos no fundo do laboratório e logo a Sra. Harris vai chegar para a aula prática de biologia, eu espero não ter que abrir sapos. — Ela vai reagir com ácido clorídrico e formar um sal, eu já te dei as folhas de coca, arranje carbono de sódio e use querosene também, só para garantir. — Ele dá um clique no botão e a ponta da caneta some. O Sr. Peter explica as fórmulas ao contrário para fazer seus alunos pensarem mais, mas no fim ele sempre acaba esclarecendo tudo. Não está sendo diferente agora. — Não se esqueça sobre os pontos de fusão e ebulição Bieber, é crucial! E lembre-se do que eu falei nas aulas, ao contrário!  — Ele puxa a manga do meu moletom para cobrir as notas que ele tomou em meu braço, eu não contenho um sorriso. Este cara, meu professor de química, está me dando coordenadas para fazer um experimento com cocaína! Sinto como se tivesse a Caixa de Pandora no interior do meu ante-braço. — Mantenha-se quieto Bieber, esse é nosso segredo.

— Certamente, Sr. Peter. — Eu digo algo pela primeira vez em nossa "reunião" no laboratório. 

— Excelente! Agora vá rapaz, arranque estes óculos da cara, mate uma única aula em sua vida, saia das proximidades, vá buscar a liberdade, arranje uma garota ou uma moto quem sabe,  — Ele se aproxima novamente do meu ouvido cochichando e tirando meus óculos, — um conselho rapaz: não compre drogas com os bacanas do 3°, eles são uns fodidos que estão loucos para acabar com garotos como você, — ele aponta o dedo para o meu peito, — e cá entre nós Bieber, — ele envolve o meu ombro com seu braço, — o material deles é uma merda! Chilenos fodidos misturam fermento com a coca para passarem livres pela alfândega*. Vai corroer seus pulmões e fígado em pouco mais de seis meses. Não caia nessa rapaz, fabrique seus brinquedos, — ele olha para mim de novo, — vai ter sucesso. 

— Eu farei senhor, obrigado.  

— Não me agradeça criança. — ele finalmente se desgarra de mim e segue até a porta.

— Então por que faz isso? Por quê me ajuda?

— Oras, por quê te ajudo? — Ele para olhando para mim pensando, eu acho — Você sou eu quando mais jovem, é um retrato meu com 16 anos. — o que ele está falando? E ele continua a me olhar procurando algo em meu rosto, eu acho que está sujo, então passo as mãos pelos cantos da boca e olhos checando se há algo errado, e ele faz o mesmo que eu. — Meu espelho. — Ele sussurra e eu fico sem entender, 

— Ainda não entendo...

— Nem tudo na vida é para entender, meu jovem. Acidentes acontecem, a natureza se regenera, o ser humano se destrói e por aí vai... — ele abre a porta dando um passo largo e acho que ele vai sair.

— Mas Sr. Peter!

— Adeus Bieber... Justin Bieber. — Diz cautelosamente e amargo saindo sem me explicar.

— Sr. Peter! — Ele bate a porta e nem mais sua sombra eu vejo. O que há de errado com ele? Pego meus óculos do chão e me olho no reflexo do vidro fumê ao meu lado; não tinha nada no meu rosto. Então o que foi?"

Despertei-me com um solavanco, esfregando minhas pálpebras sensíveis à tanta claridade por baixo dos óculos. Ao me levantar de onde quer que eu estivesse deitado, fui tomado pela sensação de tontura. Esforcei-me para recuperar alguma lembrança, mas tudo o que consegui foi uma maldita dor de cabeça. Meus ossos, minha carne, e toda a minha noção de tempo ou espaço estavam mortificados. Movi-me em direção ao solo, numa nova tentativa de me por de pé. Era como se o meu cérebro enviasse comandos e o meu corpo não os recebesse, tudo o que eu sentia era invalidez e degradação. 

 


Notas Finais


logo, logo postarei o próximo!
até mais, x.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...