1. Spirit Fanfics >
  2. Sem medo de enfrentar - Jeon Jungkook >
  3. Decisões corretas são incorretas

História Sem medo de enfrentar - Jeon Jungkook - Decisões corretas são incorretas


Escrita por: _Gocci_ e _Gocci

Notas do Autor


Chorei tanto pra escrever esse capítulo, que nunca pensei que ia fazer isso com uma fanfic! Estamos em reta final meus amores. Faltam entre cinco/sete para terminar!


♡ BOA LEITURA ♡

Capítulo 41 - Decisões corretas são incorretas


Fanfic / Fanfiction Sem medo de enfrentar - Jeon Jungkook - Decisões corretas são incorretas

A semana anterior foram os piores dias da minha vida. Observar o Jungkook pedindo um afastamento constante entre nós, doeu bem mais do que ver o meu próprio pai preso. Me machuca saber que a Margot voltou a ser a pauta principal de seus pensamentos e eu apenas mais uma espectadora de tudo o que está acontecendo com ele. Mas, com certeza o mais estranho é que Jungkook não tomou nenhuma medida legal ainda contra a Agnes. Julgo que, pode ter sido que ele não se sinta bem emocionalmente para iniciar um processo tão doloroso que pode se arrastar por anos.

Eu deveria estar prestando mais atenção em mim, já que não posso fazer nada por ele? Óbvio. Mas, não consegui. Ontem foi a apresentação do meu projeto em conjunto com Noah, ocorreu tudo como planejamos. Ganhamos até um elogio de um dos professores mais carrancudos de todo o bloco de química, no entanto eu estava no modo automático para realizar todas as tarefas.

Já não tenho mais o ânimo no curso. Estou tão distante da minha paixão por estudar, me questiono se eu realmente quero fazer o restante da faculdade. 

Confesso que, o meu objetivo era seguir os passos do meu pai quando ele era o meu norte. Entretanto, toda aquela admiração se foi após o meu coração concluir que ele não é tão inocente assim. Mesmo eu não lendo os milhares de processos, resolvi apenas aceitar passivamente como as coisas são. Sem me torturar mais. Meu pai fez as suas escolhas e eu preciso fazer as minhas agora. Responsabilidade, é como estar no meio do deserto e só ter água do mar para beber. Pode até doer tomar, mas se ela também não existe é pior.

Nesse instante, estou brigando com os meus neurônios para achar palavras cultas para terminar de escrever uma dissertação sobre um livro importante de física. Eu deveria entender nos pormenores tudo o que estava escrito naquelas quinhentas e quarenta e uma páginas e que li esse mês. E, felizmente consegui resumir bastante.

Ninguém me disse que uma faculdade era tão exaustiva, todavia agora é um alívio ter tantas coisas pra fazer. Pelo menos evito de pensar tanto em problemas.

— Parece que nós dois adoramos esse café pra estudar. — de uma mesa próxima, ouço o Jimin dizer. Ele está lendo algo. Olho para o rapaz e abro um meio sorriso. Nem tão tenso, porém longe de ser verdadeiro.

— Nunca te vi nem por aqui e menos ainda estudando. — digo enquanto volto a escrever ao me lembrar de uma frase indispensável que preciso colocar no papel.

— É um novo hábito. — ele expressa contente e toma coragem para se mudar pra minha mesa. — Eu tomei uma decisão e quero mudar… Graças a você. — abaixa o livro aberto, colocando os cotovelos por cima deste.

— Não é todo mundo que tem peito pra se transformar. Prepare-se para que todos te julguem e te questionem. Como se fosse Deus. Mas, não desista. No final, elas 'pagam a língua'. — abro um sorriso curto, não deixando de sentir seus olhos curiosos me cercaram à medida que avanço no texto.

— Eu gostaria muito de te ter mais tempo comigo... Agora que você e o Jungkook não estão mais juntos, não vejo problema pra ser seu amigo. — sua fala me deixa estática. A caneta simplesmente trava, junto com a garganta. Porque o Jimin disse aquilo? Porque deduziu justamente que não estou mais namorando o Jeon?

— Eu seria a sua amiga independente disso, o Jungkook não é o meu dono e sim, ainda é o meu namorado. — reafirmo com convicção e olho para o rapaz de feições doces.

— Desculpa, eu pensei que depois daquele escândalo que houve na festa vocês tinham rompido… Deve ser horrível namorar alguém que não te corresponde como merece. — alfineta, me chateando profundamente.

— Se o Jungkook não me amasse, pode ter certeza que eu não estaria com ele. — sorrio tentando superar a facada que foram suas palavras. É verdade que a Margot é alguém importante na vida do Jeon e eu respeito isso.

— Eu nunca amei ninguém, mas acho que quando amamos os nossos olhos brilham, e os dele e os seus, não. — ele afirma, fazendo uma análise intrínseca do meu olhar pesado e apagado. 

— Como vamos estar pulando de felicidade, se aquilo da festa nos fez tão mal? Casais tem crises, Jimin. — tento proteger o sentimento de amor que há. Jungkook é a única pessoa que eu tenho e por mais que agora eu tenha que lidar com uma cicatriz exposta e muito dolorosa, não posso abandonar os desafios que existem para mostrar o quão sólido é esse sentimento.

— Aby, eu preciso falar contigo. Será que... — parece milagre alguém chegar justamente quando se fala dele? Se sim, aconteceu um agora mesmo. Jungkook entrou no café sem que me desse conta por causa do Park estar me entretendo demais com suas conclusões utópicas. A expressão do tatuado não é nada amistosa enquanto espera ansioso a ida do Jimin, que logo entende o recado em meus olhos e se retira elegantemente da mesa. Ele leva o seu livro de "O empresário e o monge" embora.

Posto a saída silenciosa de Park Jimin da última mesa do café, o Jeon passa a ocupar o mesmo lugar que o ricaço. Assim que ele pousa na cadeira alheia, percebo uma névoa densa em seus orbes, a cabeça baixa como se sentisse vergonha e um tom de voz mais que ratifica o que eu penso.

— Você está melhor? — deixo a caneta no centro do caderno e arrasto a minha mão pela superfície para pegar a sua. Os dedos estão gelados e o olhar, uh, duas grandes calotas polares.

— Você sabe que não. — é franco em sua resposta curta. — Menos ainda depois de como eu agi com você na festa… — abocanha o interior do beiço com uma raiva absurda e desproporcional.

— Quando eu fiquei lá e ignorei os seus pedidos, eu assumi esse risco, Jeon. Não há do que se arrepender se estava fora de si. — tento minimizar a sua angústia com uma mentira doce. O modo que ele me tratou naquela noite, é uma coisa que nem tão cedo vou esquecer. Mesmo entendendo suas ações, suas atitudes e assumindo minha própria culpa por não ter respeitado o seu desejo, ainda sim, o meu coração está magoado.

— Não é justo que seja tão complacente com o meu surto. Eu poderia ter me controlado de algum jeito… — culpou-se mais uma vez, abrindo um espaço entre nossas mãos.

— Não teria conseguido e além do mais, foi algo muito grave que aconteceu. — faço uma grande força para fazer com que ele entenda racionalmente o que houve.

— É… E também é a última vez que eu vou agir de modo tão impulsivo com você. — diz confiante e pela primeira vez após chegar, estabelece contato visual. Há algo em suas voz e também no fundo de seus olhos que não posso explicar, por mais que tente achar palavras adequadas. — Eu não posso te prender em um relacionamento onde você vai sofrer por me ver sofrer. Aquele dia, eu percebi o quanto você me deixa vulnerável e ao mesmo tempo também fica por minha causa. — Jungkook exige de si uma frieza ao dizer sobre seus sentimentos, mas as piscadas longas e o apertar recorrente dos dedos, entrega sua sensibilidade.

— Quer um tempo só pra você, não é? — meu coração fica enclausurado em uma dor intensa quando ele articula essa possibilidade.

— Eu não amo pela metade, assim como não acredito em um relacionamento pela metade. — afasta o abdômen que se encostava na mesa e cola as costas na cadeira, para se distanciar.

— Não acredito que veio pra terminar comigo… — solto um suspiro pela boca, não conseguindo lidar com a falta de preparo que tive para essa notícia. — Por acaso, é tão pequenininho esse amor que você dizia sentir? Como pode acabar com gente por conta do que Agnes fez! — indignada, esbravejo.

— Não é só pelo o que ela fez e sim pelo o quê despertou em mim. A Margot morreu por minha causa, sabe o que é viver sabendo que ela sempre foi infeliz do meu lado e eu não percebi? Que não fiz nada por ela? Eu prometi que encontraria quem assassinou o seu pai e o puniria com toda a força da lei… Eu não cumpri, Abigail. E se de alguma forma eu posso me redimir por ter sido uma droga de marido, eu preciso tomar decisões corretas daqui pra frente. — avança com o seu corpo todo até o meio da mesa. Jungkook me encara com raiva, não de mim, mas dele mesmo. Sente ódio por se sentir inútil pelo que houve com a Margot. Culpado.

— O que é uma "decisão correta"? Me jogar fora por uma mulher que você nem pode ter mais? — claramente, Jeon Jungkook está em um delírio. Hoje, ele está me machucando muito mais.

— A questão não é essa. Eu não poderia estar em paz com essa culpa. Nem do seu lado e em lugar algum. O que a Agnes disse, mudou tudo. — ele esmaga o punho e cerra os dentes com grande força.

— O ódio e a vingança, me desculpa te decepcionar, mas não vão te trazer nada de bom. Menos ainda paz. — mais centralizada, afirmo o que qualquer pessoa com o mínimo de senso crítico sabe. 

— Eu estou ciente e mais ainda de que se eu cruzar os braços, vou morrer por dentro. — gesticula intenso ao conduzir a sua mão para o coração.

— E porque precisa ir por esse caminho sem mim? — questiono sem forças para permanecer com os meus olhos nos dele. Rasga-se alguma coisa dentro de mim, toda vez que o tenho em meu campo de visão.

— Porque esse Jungkook que nasceu, não pode mais te fazer feliz. E, eu sinto muito. — retorno com dificuldade para o seu rosto. Observo como aquilo dói mais nele do que em mim. Essa obrigação imaginária que ele criou para com a Margot, destruiu aquela forma tão doce que existia entre nós dois.

— Não deveria ter feito eu me entregar assim... Eu dei tudo de mim pra você. Desde o meu corpo até o… meu coração. — começo a me desfazer emocionalmente. Nem percebo e meus ollhos se preparam para derramar toda a minhas tristezas. As lágrimas que caem gradativas, uma por uma, molham as minhas bochechas. Quanto eu me aguentei para não chorar? Demais. O gosto amargo da desilusão, parece me atingir em cheio.

— Por isso eu estou deixando o caminho livre, porque por um tempo, você me fez me sentir vivo e feliz de novo. Mas, eu não posso ser de ninguém mais. — cerro os olhos para limpá-los das lágrimas que borram a minha visão.

— E qual decisão correta vai tomar? — como se tivesse sofrido um nocaute, pergunto.

— Vou concluir o meu curso de direito. — fala com um pesar enorme. Jungkook está não só abdicando de seu amor por mim, como do que sente pelas letras. A sua vontade de vingar Margot, estava canalizando todas as suas forças para um objetivo só. Que talvez, o deixasse ainda mais na escuridão.

— Você uma vez me disse que odiava fazer direito…  — capturo uma de suas constatações pessoais. Ele me disse uma vez, mas agora, parece que o mesmo está tão distante do que eu conheci, que acho que relembrá-lo, não adianta nada.

— É, está certa sobre isso. — Jungkook mesmo estando fraco, levanta-se. O rapaz puxa a cadeira e fica do meu lado. Não sei qual era o sentimento correto que senti ao ter sua presença tão próxima. O mais provável seria, mágoa.

— Mudou de opinião também quando disse que, um dos seus maiores medos seria não envelhecer com a mulher que você ama? — frente à frente, analiso minuciosamente o olhar de Jungkook focado no meu. A boca corada puxando um sorriso reto, os olhos grandes paralisados, as sombracelhas escuras abaixadas, junto ao cenho.

— Não vai ter um dia que eu não passe me arrependendo de ter desistido de nós dois… — seus dedos vestidos com anéis, tocam uma bochecha minha, me deixando mais fragilizada ainda.

Sou incapaz de resistir com os seus lábios tão perto. Não me despedir pelo que parece ser a nossa última conversa, é de novo superior ao meu orgulho antes, inabalável. Deixei-me conduzir pelos meus sentimentos e me lanço em seus braços em um ato de negação e desespero pelo término. Minha boca avança lentamente para a sua e faz um trajeto que não há mais volta. Sinto o seu calor me corresponder como sempre, os doces ósculos, tímidos no começo, ganham um desejo que é possível sentir por quem nos olhasse. Como se fosse o último de nossas vidas. O fôlego me falta no atrito intenso que o Jungkook provoca quando se apodera da minha cintura, ele queria aquele beijo muito mais do que eu. Mas, evitou dar o primeiro passo. Giro o meu rosto para a esquerda, a fim de alavancar uma união mais profunda entre as línguas.  Agarro o seu dogtag com força para o prender naquele momento por mais segundos.

A forma como sua boca me devora, se entrelaça na minha como se dependesse dela para sobreviver, me faz temer que talvez, esquecer essa paixão tão grande, seja impossível para nós. 

— Aby… Não me faça voltar atrás. — se separa aos poucos para conseguir dizer. Mesmo que ele não queira, ele nada fortemente agora contra o desejo que sente. — Sabe que eu te a-… Gosto muito de você. — evita dizer pela primeira vez que me ama. Jungkook está a ponto de chorar. 

— Então, permita-me te poupar... de duvidar mais um pouco. — esforço-me acima do normal para respirar. Minha garganta se autosofoca e o abdômen não se sustenta mais pelo tanto que se contrai.

Recolho o meu caderno apressadamente e o abraço para ter no quê me apoiar. Estou destroçada. É como se o vazio que senti a vida inteira, se ampliasse e formasse um buraco que não tem fundo, nem dimensão. O amor é uma faca de dois gumes. Mas, porque o lado negativo tem um corte tão profundo?

Eu não queria ver o Jungkook nunca mais e, com certeza eu vou dar um jeito que fazê-lo morrer pra mim, assim como o próprio fez para si.


Notas Finais


Gente comente aí. Estava sonhando bem nas nuvens com esse término. Mas, aí me descobri apaixonada pelos dois e chorei horrores por esse pé na bunda KKKKKKKKK Tô com os olhos inchados de tanto sofrer


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...