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História Sempre Ao Seu Lado - Desespero


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


Bom dia, meu povo!
Bora para mais Valenfield porque esse casal É VIDAAAAA *_*
Mais um pouquinho de sofrência, mas JÁ JÁ estaremos embarcando numa nova fase focada na vida solitária do Chris, e, SIM, vai ter um pouquinho de dor porque é impossível para ele não sentir isso, maaaaass muitas coisas vão rolar.
Carinhas queridas hoje por aqui também <3
Espero que gostem, pessoal ^^
Boa leitura...

Capítulo 51 - Desespero


Fanfic / Fanfiction Sempre Ao Seu Lado - Desespero

Dez semanas, cinco dias e catorze horas...

Procurando. Vasculhando. Indo e voltando em busca de pistas.

O desespero afogando minha alma sem termos encontrado mais NADA, sem sangue, sem tecido, sem pegadas, marcas, NADA... É como se ela tivesse desaparecido completamente. Já decorei toda a floresta, as árvores, os arbustos, os buracos, tudo. E por mais que eu implore para algum dos cenários se alterarem e ela estar ali, ainda não consegui nenhum resultado.

Ela... Sumiu...

Simplesmente desapareceu...

E parece que carregou tudo de mim com ela.

Nos primeiros dias eu tinha certeza de que a encontraria, mas agora, sinto o pânico me dominar ao imaginar que posso estar errado. E conforme os dias passavam, a culpa, a dor e as lembranças começaram a chegar com tudo em minha direção, em forma de golpes intensos contra mim mesmo.

Os dias se arrastam, me ajudando a aumentar a aflição de onde ela pode estar, em que estado, em como... Meu Deus.

Não faça isso comigo, por favor, eu imploro, não faça isso.

Me tire tudo, TUDO, mas não ela, por favor, não me deixe sem ela.

Eu faço tudo, mas preciso dela ao meu lado, não é uma questão de escolha...

Apenas não sei viver sem ela comigo.

Não sei fazer nada sem ela aqui.

Eu prometo melhorar, prometo me dedicar mais as coisas certas, prometo tudo o que for preciso, mas, por favor, por tudo que seja mais sagrado, não faça isso comigo... Não me arranque a única força que ainda tenho para continuar a viver. Eu vivo por ela, luto por ela, respiro apenas por ela.

E se ela não estiver aqu...

Por que continuar com tudo isso?

Eu me dedico a salvar pessoas, mas se eu não consigo salvá-la...

Me mostre uma única razão para continuar seguindo em frente, porque eu sinceramente não vejo nenhuma. Não estou desprezando o que tenho, não e isso, mas... Eu não tenho força. Não tenho objetivo. Não tenho... Nada.

Me sinto oco.

Me sinto seco.

Me sinto morto.

É como se minha vida tivesse acabado e meu corpo insistisse em permanecer em pé, mesmo com tudo tendo parado. Acho que a única coisa que faz o ar entrar e sair de mim me mantendo “vivo” é a esperança de que em algum momento, em algum passo, eu a encontrarei... Mas... Tenho tanto medo... Tanto medo.

Mesmo não me dizendo diretamente, eu vejo o jeito que me tratam... Os olhares de pena, os cochichos quando não estou por perto e a certeza em suas feições de que a esperança de encontrar ela viva já não existiam mais. Mas para mim, por mais que todos tentem me arrancar a esperança de encontrá-la, não vou desistir.

Não posso desistir dela...

Porque se eu desistir da minha Jill...

Não haverá razão nenhuma para eu também não desistir de mim mesmo.

Jill... Por favor... Onde quer que você esteja... Não desista.

Volte para mim, volte para casa... Só... Volte.

Sabe que sem você, eu não posso...

Não sem você, pequena.

Enfrento tudo, encaro tudo, aceito tudo... Posso entrar numa batalha contra um exército, mesmo reconhecendo a derrota, mas PRECISO saber que você está bem. Preciso ter você como último rosto, como última lembrança, como último pensamento, porque agora, tudo o que tento puxar a mente, vem acompanhado com o último momento em que esteve comigo.

Lembro da primeira vez em que te vi, do primeiro beijo, do primeiro toque, das primeiras juras de amor, mas tudo, completamente TUDO guia os pensamentos para aquela janela onde te perd... Onde te perdi por enquanto. Não consigo puxar uma memória feliz sem isso vir acompanhado, não consigo, não tenho forças.

Sem você... Nada vale a pena.

Sem você... Não consigo nem mais ver o verde da floresta.

Sem você... Me sinto sufocar aos poucos.

Sem você... Para que continuar?

Não, não há mais razões...

Se eu não conseguir te traz de volt...

Se eu não conseguir te encontr...

Se eu não conseg...

Se eu não...

Uma lágrima escorre pelo meu rosto escondido entre minhas mãos e a dor que sinto em meu peito é algo tão intenso que não existem palavras para descrevê-lo. Apenas... Arde. Queima. Destroi. E o pior? Meu corpo continua em pé.

Se a dor me destruísse por completo, eu a abraçaria de vez, mas ela me sentencia ao pior castigo imaginável: me deixa aqui. Nesse lugar estranho. Sem cor. Sem motivos para continuar, sem sequer uma luz para me guiar e mostrar o caminho certo. Nada. Simplesmente é o que restou de mim numa casca oca e sem vida que não consegue nem pensar mais para encontrar uma solução.

Jill, você...

Sei que merece mais, mas...

Eu simplesmente não posso continuar sem você.

E não quero sequer tentar fazer alguma coisa sem você, então...

Por favor... Por favor, pequena... Por favor...

Se não me quiser mais, tudo bem, mas...

Volte... Por favor, volte...

Me deixe ver seu sorriso, seus olhos brilhando outra vez, ouvir sua risada, sentir por uma última vez seu toque. Deus, por favor... Se quiser tirá-la de mim, apenas me permita encontrá-la e cuidar dela para eu ter a certeza de que está bem, está segura, mesmo longe de mim. Mas ficar com esta incerteza... Com essa dúvida... Com esse desespero me agonizando... Isso não, por favor. Se acha que eu não a mereço mais, tudo bem, mas eu PRECISO, EU PRECISO saber que está bem. É tudo o que eu peço, me permita... Trazê-la... De volta. Viva. Bem.

Por favor... Por favor, por favor, por favor.

Sinto outras lágrimas começarem a escorrer dos meus olhos, mas permaneço ali, sentado sobre o tronco seco caído no chão, ouvindo vozes muito baixas da minha equipe que havia pedido uma pausa. E embora eu notasse o esforço deles em me apoiar nessa busca, eu podia ver nitidamente que eles também tinham perdido a esperança.

Mas... Foram apenas dois meses.

Ela pode sobreviver sozinha, ela consegue, eu sei.

Mesmo que tenha... Pulado... Para me salv...

“PARA SALVAR VOCÊ, CHRIS.”

Minha consciência me pune e imploro que pare.

“Não adianta se esconder, é a verdade, sabe disso. Diga. Ela pulou daquela janela POR VOCÊ, PORQUE VOCÊ NÃO PODIA SE SALVAR SOZINHO. Estava sem saídas, ia morrer, era seu fim e ELA, A MULHER QUE VOCÊ AMA, SE SACRIFICOU PARA SALVAR VOCÊ. ELA PODE ESTAR MORTA AGORA E A CULPA É SUA!”.

-- Não...

Ela não est...

Ela não pode estar m...

Eu sei que é minha culpa, mas não posso acreditar que el...

Não, me recuso a desistir, ela está bem e vou trazê-la de volta, EU VOU.

-- Chris?

Ao ouvir aquela voz, limpo o rosto e vejo a Ayla sorrir sem jeito para mim, mas de olhos marejados também. Já a vi chorando esses dias, provavelmente pela mesma razão que eu, só que tentava esconder porque obviamente sabia que isso me “ajudava” a me sentir ainda pior e sem chão.

-- Sim?

-- A água acabou... Estamos longe do rio, então pensei que... Talvez...

-- Quer voltar ao acampamento?

Ela desvia parecendo já saber que levaria uma resposta negativa, mas eu sabia que realmente eles não voltariam sem mim. Seguiriam ao meu lado mesmo com fome e sede, algo que confesso que nunca imaginei vir da parte deles, mas que foi de uma extrema ajuda nesses dias de escuridão.

-- Não é longe, podemos retomar assim que enchermos os cantis e...

-- Tudo bem. Vamos voltar para reabastecer.

Levanto notando o olhar surpreso dela, mas prefiro não dizer mais nada, apenas faço um sinal para os demais que provavelmente falavam sobre a mesma coisa com ela e levantam para me seguir. Sigo a passos lentos, sem saber mais para onde ir depois que reabastecessem, já que já verificamos todas as direções por quilômetros e nenhum sinal. A chuva obviamente piorou tudo, mas... Nada? Nem mais um fio de esperança nos dado, eu apenas mantinha comigo o que meu coração insistia em dizer: ELA ESTÁ VIVA.

-- Aqui é o Declan. Chris, preciso de você no acampamento.

-- Chris aqui. Aconteceu alguma coisa? Alguma pista?

Uma nova onda de esperança me alcança.

-- Não, sem pistas... Só voltem para cá, precisamos conversar.

Isso não me parece bom, mas já que já estamos a caminho mesmo...

-- Tudo bem, logo chegamos aí.

-- Fico no aguardo.

Sigo o caminho com temor do que poderia encontrar, mas foram necessários apenas alguns passos para eu voltar a me martirizar.

Os pensamentos, lembranças e consciência voltam a me torturar por tudo que disse de errado e por tudo que deixei de dizer... Me puno por não tê-la pedido em casamento antes, me puno por não ter nos dado uma casa antes, me puno por não ter batido o pé e dito: “chega, chega dessa vida, chega dessa luta, merecemos mais e é o que teremos a partir de agora”. Sei dos perigos ao tomar essa decisão, mas eles parecem tão insignificantes comparados a situação de agora que tudo o que me resta é me culpar. Me torturar, me punir, me destruir ainda mais, na tentativa de conseguir acabar com o que sobrou de mim e me derrubar de vez.

Mas não.. Continuo em pé.

Por que continuo caminhando?

Por que, por que não fui eu ao invés dela?

Duas vidas que não podem ser comparadas, eu devia ter morrido, desaparecido ou não sei, mas não ela, ela é um alguém que todos amam, todos protegem, todos querem bem. Um alguém impossível de não se encantar ao primeiro olhar, um alguém que... Merecia ter sido protegida.

E eu... Quem sou eu?

Apenas um cara confuso e cheio de problemas.

Um alguém que chega a ser pecado ao comparado com ela.

Um alguém que... Não faria tanta falta assim.

Então por que não fui eu?

Por que ela?

-- O que estão fazendo?

Escuto o Caleb perguntar logo atrás de mim e quando noto, já estamos tão próximos do acampamento que podemos ver a movimentação do pessoal, mas... Espera aí. Eles estão desmontando o acampamento, é isso?

Quando chegamos, posso ver que realmente era isso. Eles desmontavam tudo, guardavam as coisas e pela expressão do Barry com a Claire ao conversarem com o Declan na parte mais afastada, só podia ser o que eu imaginava...

Estão indo embora... Estão desistindo dela.

Respiro fundo, já sabendo das merdas que eu ia ouvir, mas mesmo assim sigo até eles, vendo a Claire limpar as lágrimas ao reparar minha presença. Ela estava com olheiras e com uma aparência de total exaustão, já que mesmo tendo chegado sem esperanças, procurou como uma louca nessas semanas com os integrantes que sobraram da Terra Save. Porque é claro que eles têm os afazeres deles e não a conheciam, foram os primeiros a ir para casa. Mas de qualquer forma, ainda serei grato.

-- Declan?

-- Chris, estamos deixando a área.

-- Isso eu já percebi, mas segundo o protocolo...

-- Eu já passei por cima do protocolo há dias para manter as buscas por mais tempo, Chris, você sabe disso... Eu sinto muito, de verdade, mas... Precisamos ser realistas e admitir que não vale mais a pena.

Desvio dele e sinto a mão da Claire sobre a minha.

Eu não vou desistir da Jill, não vou...

-- Eu não vou embora, Declan.

-- Mas precisa, estou levando a equipe médica e todo o arsenal, não pode ficar aqui sozinho e sem esses auxílios. Não quero perder mais um agente e não vou, você tem que voltar conosco.

-- Chris, o Declan... Ele... Tem razão...

Barry fala ao lado dele com olhos marejados e não quero acreditar no que acabei de ouvir. Ele desvia os olhos de mim sabendo o que eu pensaria, mas levantando a cabeça com os olhos marejados, sinto como se enfiasse uma faca em meu peito antes mesmo de voltar a abrir a boca.

-- Você acha que ela não sobreviveu?

Ele fica calado, me causando uma dor ainda maior.

Não, Barry... Não desista dela, por favor, você não, por favor.

Mas segundo os olhos dele, não tinha como ter dúvidas.

-- Nunca pensei que você desistiria dela, Barry... Não você.

-- Eu não desisti e nunca faria isso, garoto... Mas já se passaram quase três meses e não encontramos mais nada, nenhuma pista, NADA.

-- Isso não muda nada para mim.

-- Chris, me arranca o coração do peito dizer isso, mas... Em algum momento você se perguntou quantos metros é da janela que ela se jogou até esse chão? Se ela conseguiu sobreviver a isso e eu realmente quero muito acreditar que sim, ela ficou num estado muito crítico, não conseguiria passar tanto tempo sozinha nesse lugar.

Desvio os olhos dele sentindo as lágrimas virem, mas eu luto contra.

-- Chris, nós amamos a Jill... Mas... Talvez você deva... Se... Prep...

-- Não termine essa frase ou eu juro que jamais vou te perdoar.

Seus lábios se fecham e ele desvia os olhos de mim, mas mesmo sabendo quanto tempo passou e sabendo que o que ele dizia fazia sentido, cada célula do meu corpo se recusava a dar o braço a torcer e aceitar.

Não, nunca...

Jamais desistirei dela.

Nada me fará acreditar que ela... Que minha Jill... Não, nunca, nada.

Enquanto não estiver com ela em meus braços, não vou parar.

Não vou descansar, não vou parar...

Ela precisa de mim.

Minha Jill...

-- Podem desistir dela, mas eu não farei isso, eu não vou parar.

-- Chris, ela...

Claire começa a falar, porém as lágrimas a interrompem e... Não.

Por favor, Claire, você com este olhar não... Não desista dela também.

Espero que continue e observo seu jeito, mas noto o quão distante ela tenta deixar os olhos de mim, forçando um sorriso ao passá-los pelos meus e desviar outra vez, limpando as lágrimas que insistiam em escorrer.

Eu espero mais, implorando que ela me apoiasse em continuar porque ela também sabia que a Jill estava viva, precisando da nossa ajuda em algum lugar que ainda não tínhamos encontrado.

-- Ela está viva, Claire, eu sei que está.

-- Chris, el... Talvez... Ela...

-- Eu não acredito nisso...

Desvio sem querer acreditar no que eu ouvia e de QUEM eu ouvia.

Mas de qualquer forma, minha decisão já estava tomada.

-- Dane-se, não vou sair daqui sem a Jill... Podem ter desistido dela, mas eu não farei isso. Sei que ela está viva e bem, só esperando um de nós a encontrarmos. Mas vocês podem ir, eu a encontro sozinho.

-- Faz quase três m...

-- Dane-se, Barry!

Exalto a voz e ele desvia, parecendo se sentir péssimo.

-- Não vai ficar sem apoio médico, Chris, não vou deixar.

-- Não quero apoio nenhum, Declan...

-- Não ficará aqui sem isso.

-- Então eu fico, não tem problemas...

Quando a Rebecca surge por trás de mim, também com olhos marejados e olheiras, sorrio de canto vendo que embora a esperança tivesse abandonado seus olhos, ela insistia assim como eu.

-- Rebecca, não pod...

-- Eu não trabalho com vocês então não farei falta, Declan... – Ela o interrompe gentilmente – Quero ajudar e se o Chris continuar, eu continuarei também. A Jill merece mais do que isso e mesmo que tudo indique o contrário, eu acredito que ela ainda pode estar viva sim.

As palavras dela me cortam o coração e quando sorri exausta para mim, a puxo para perto e ela me abraça. Sinto meus olhos marejarem outra vez, mas tento forçar para não desabar na frente deles ou não conseguiria mais nada.

-- Obrigado...

Sussurro em seu ouvido e ela balança a cabeça.

-- Me desculpem, mas quanto mais insistirem... Pior será depois.

A voz do Declan puxa meus olhos de volta a ele, mas a Rebecca ainda fica abraçada em mim. Não quero brigar com ele mais do que já fiz e sei que realmente ele já passou por cima de muita coisa para manter as buscas até agora, então, por pior que seja, só posso agradecer. E implorar para me ceder o mínimo de ajuda para ao menos EU continuar procurando por ela.

-- Eu também ficarei.

Parker, antigo parceiro da minha parceira, fala decidido, mas Declan o olha não parecendo gostar muito, já que ele estava em meio a uma missão quando soube dela e pediu que o substituíssem no meio da operação. Declan enlouqueceu quando soube, afinal, mesmo não pertencendo mais a nossa base daqui, ele se mudou com uma indicação nossa.

Mas como julgá-lo? Minha pequena e ele eram amigos.

Apenas tenho a agradecer por ele estar aqui.

-- Não, não vai, Parker.

-- Declan, mas eu...

-- Você não vai ficar. – Declan interrompe – Nos demais não posso mandar e o Chris tem razões extremamente fortes para ainda discutir comigo quanto a isso. Mas você já abandonou uma missão no meio e uma advertência o espera em sua base, não posso e nem quero te manter mais tempo por aqui.

-- Declan, é a Jill, eu não posso simplesm...

-- Mas você vai.

Ele corta o assunto e Parker parece querer discutir, mas fica calado desviando os olhos dele sem parecer se preocupar mesmo com a advertência e sim em abandonar a área com a mínima chance de nossa parceira estar aqui precisando de nossa ajuda para sobreviver.

-- Não vou desistir dela, Declan... Eu não posso.

-- Sei que é difícil, Chris, entendo você e não te julgo por isso... Você não faz ideia de como eu queria encontrá-la bem e levá-la de novo conosco, só que não acredito mais que isso seja possível.

-- Vou encontrar, Declan e não volto ant...

-- Uma semana, Chris. – Ele me interrompe – Deixarei munição e suprimentos para vocês e se não conseguirem encontrá-la em uma semana, quero tudo de volta. Principalmente você.

-- Uma semana pode não ser o suficiente e eu...

-- Em uma semana quero você de volta, sem desculpas. Com ou sem ela.

Mas e se eu nã...?

Não posso desistir dela, não posso.

Só que no momento, não quero discutir com a oportunidade.

-- Tudo bem...

-- Chris, uma semana.

-- É, eu ouvi, Declan...

-- Chris... Eu quero sua palavra.

Desvio dele pensando numa forma de escapar, mas sentia assim como ele, Claire, Barry, Rebecca e Parker esperando uma resposta minha. Tento forçar a mente para encontrar um meio de fugir, só que nem para isso eu mesmo estou servindo agora...

-- Chris. Sua palavra.

-- Não posso, Declan...

-- Você precisa.

-- Quer mesmo que eu vá embora acreditando que ela morreu se nem ao menos encontrarmos o corpo? Como quer que eu viva comigo mesmo sabendo que posso deixar o mínimo de chance para trás?

-- Chris... Você viu com seus próprios olhos o que havia nessa floresta. Conseguimos limpá-la assim como a mansão no período em que estivemos aqui, mas você sabe o que pode ter acontecido com os corpos se um zumbi, um cão ou qualquer outra coisa carnívora tenha os encontrado, certo?

-- Voc... – Eu paro.

Ele não quer que eu me “contente” com isso, não é!?

-- Acha que algo a devorou?

-- É a única explicação que vejo, porque ela nunca teria condições de ter saído andando depois de ter caído desta altura e você sabe disso. Sei que mantém esperanças, mas realidade é bem diferente de milagre. Se ela tivesse se arrastado, teria trilha de sangue, mas nada além de um pingo ou outro que tivemos dificuldade de encontrar, nenhuma marca de luta, nada... Ela sabe que viríamos procurá-la, não se arrastaria para lugar nenhum, você sabe disso. E se alguma criatura viesse, ela nem arma tinha para se defender, não tinha como sobreviver. Então... Me desculpe, mas acho que quando ela caiu já não havia mais esperanças. E infelizmente, por mais que me doa dizer, algo a encontrou antes de nós. Antes mesmo de você descer.

-- Não posso acreditar nisso...

-- Eu sei. Mas mesmo assim quero sua palavra.

-- Não vou parar de procurar até encontrá-la.

-- Então você nunca vai sair daqui.

-- Que assim seja...

Ele respira fundo e vejo que olha para o Barry, mas com a troca de alguns olhares, é o Declan que volta a falar. Eu queria bloquear a voz dele para não precisar mais ouvir aquelas coisas, só que infelizmente não consegui.

-- Uma semana, Chris... Depois disso, a área será interditada e qualquer um que se recusar a sair, será levado a força e preso. Não me obrigue a te ver de atrás das grades porque com certeza lá, você acabará se auto destruindo de vez. E não acho que a Jill fosse querer isso. Então se quer que ela fique bem onde quer que esteja, siga o que ela com certeza ia preferir ver: você seguindo em frente.

Não... Não posso.

-- Declan...

-- Uma semana.

-- Eu preciso de mais, por favor...

-- Me desculpe, Chris, mas estou fazendo isso por você. Uma semana.

-- Declan, por favor, eu prec...

-- É minha palavra final.

Ele me olha pela última vez e sai, me fazendo tentar acalmar o pânico descontrolado que começa a se formar dentro de mim. Vejo alguns passarem próximos a nós e me darem um sorriso gentil de pena, mas desvio, esfregando o rosto sem querer deixar o desespero transparecer.

-- Sinto muito, Chris, mas...

Parker para ao estender a mão e sorrio ao retribuir.

-- Você ajudou muito, Parker, obrigado por vir.

-- Eu devia continuar, devia ficar aqui até encontrá-la.

-- Não, eu ficarei... Vou encontrá-la, eu prometo. Pode ir e muito obrigado.

-- É assim que se fala, Chris. Até logo, te espero com boas notícias.

-- Apenas voltarei com ela, tenha certeza.

-- Boa sorte.

Ele dá uma batidinha leve em meu ombro e sai, caminhando entristecido até a aeronave com os olhos ríspidos do Declan o observando, mas nenhum deles abre a boca. Desvio deles, me perguntando como faria para cobrir tudo aquilo outra vez apenas entre eu e a Rebecca e em UMA SEMANA.

Meu Deus, como...?

Me ajude, por favor, preciso encontrá-la.

-- Continuaremos aqui com você, Chris.

Claire se aproxima e olho para ela.

Por que está dizendo isso se perdeu a fé?

-- Por quê? Vocês acham que ela está morta.

-- Não importa o que achamos... Ficaremos com você até o fim.

-- Ela não morreu, Claire, eu sei que não.

-- Então vamos procurá-la.

-- Uma semana pode não ser o suficiente...

-- Faremos o possível, eu prometo.

-- Vamos procurá-la, garoto...

Barry se aproxima e força um sorriso, tentando me mostrar que também ficaria ali comigo mesmo não conseguindo mais ter esperança. E por mais que eu soubesse que eles já tinham perdido completamente a fé, no momento, eu me contentava com eles continuando ali para me ajudar a aumentar a área de busca, embora eu duvide que o Declan deixe mais alguém da B.S.A.A. ficar conosco.

Não que alguém queira, mas talvez minha equipe...

Viro para procurá-los, mas quando os vejo com o Declan onde ele claramente discutia com eles sobre “alguma coisa”, tenho a certeza de que seríamos só nós quatro mesmo. Desvio deles e vou para o arsenal com Claire, Rebecca e Barry de atrás de mim, me deixando sentir os olhares a todo momento.

Mas ao terminar de recarregar tudo que precisava, volto meus olhos até minha antiga equipe vendo que o Declan praticamente os arrastava para dentro. E com o olhar deles em minha direção, como se pedissem perdão por aquilo, apenas forço um sorriso e balanço a cabeça em concordância.

Eles já me ajudaram demais, foram muito além do que deviam e serei grato para sempre. Mas acabou, eles merecem voltar para casa e descansar, isso não foi fácil para ninguém e serei grato a várias pessoas... Só que não há tempo de agradecer agora, tenho apenas mais uma semana para vasculhar tudo outra vez e ir mais adiante.

Viro para floresta e vou até ela voltando a caminhar, ouvindo os passos dos demais de atrás de mim, embora soubesse que o único que realmente acreditava que a encontraríamos era eu mesmo.

Será que eles também acham minha Jill foi devor... Não.

Que ela foi pega e levada por alguma dessas coisas que andavam por aí?

Não, não pode ser real, não posso acreditar numa coisa dessas...

Eles podem ter desistido, mas eu não.

Eu nunca, eu... Jamais aceitarei...

Vou te encontrar, Jill...

Espere por mim.

Eu... Preciso.

Eu vou.


Notas Finais


FAMÍLIA maravilhosa, hein!?
No próximo capítulo, voltamos para B.S.A.A.!
Espero que tenham curtido ^^
Até a próxima *--*
Bjooon <3


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