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História Sempre Ao Seu Lado - Parceira


Escrita por: PJ_Redfield

Capítulo 71 - Parceira


Fanfic / Fanfiction Sempre Ao Seu Lado - Parceira

Apesar das olheiras e expressão de nervosismo, entro na B.S.A.A. fingindo estar o mais normal possível. Cumprimento todos que encontro, forçando um sorriso amigável e... Bom, talvez aí foi minha falha, fazendo alguns me olharem pela segunda vez com curiosidade. Mas enfim, precisava vir.

Caleb saiu em missão há dois dias e não estava mais aguentando esperar, então se eu me desviar do Declan, tudo ficará bem, sem desconfianças ou pressão em relação a minha aparência. E quando chego ao andar de treino, dou de cara com alguém que poderia ser minha chave de ouro para conseguir o que quero.

– Ei, Chris! Quanto tempo, homem!

– Dylan, ei... Como vai?

– Bem e você?

– Bem... Está ocupado?

– Estou no intervalo, do que precisa?

Ele sempre foi um bom amigo, acho que posso confiar.

– Pode ficar apenas entre nós?

– Sim, claro... – Ele fala mais baixo, olhando para os lados.

– Preciso que vá nos arquivos e pegue para mim tudo o que encontrar sobre um homem chamado “Ricardo Irving”. – Falo mais baixo – Ninguém pode te ver, Dylan, muito menos saber que é para mim.

– Para quando precisa?

– Para agora.

Ele balança a cabeça sem sequer hesitar.

– Me dê um minuto, Cap.

– Ótimo, vou para minha sala, me encontre lá.

– Certo.

Dylan sai disfarçadamente e sorrio pelo seu jeito, sentindo um pouco de remorso por não poder passar mais tempo com ele e os demais. Se fossem tempos antigos, estaria os ajudando todos os dias que estivesse por aqui, na maior alegria e satisfação, mas... Desnecessário explicações.

Saio dali em direção a minha sala, colocando a chave na fechadura quando ouço um barulho estranho vindo de uma das salas ao lado. Uma sala já sem utilidade há mais de um ano que eu saiba, agora sendo usada apenas para bagunça, então... Deveria estar trancada.

Dou alguns passos sorrateiros até a porta, notando que ninguém passava pelo corredor, e, ao aproximar o ouvido da madeira, ouço o barulho de algo sendo derrubado. Sem mais demora, escancaro a porta e dou um salto...

MINHA NOSSA!

– AH, MEU DEUS!

– C-C-C-Chris... N-N-Nós...

Desvio dos dois e começo a rir pela situação...

Ayla e Tom eram os autores dos barulhos que ouvi e a contar pela ausência da camisa do Tom com o cabelo amarrotado da Ayla, eu quase peguei uma cena completamente proibida a terceiros. Mas como ambos ficaram extremamente vermelhos com o flagra, acho que não precisava dizer “aqui não é lugar para isso”, até porque, tenho moral ZERO para repreender sobre isso com tantos anos me amassando com a Jill pelo escritório, arsenal, vestiários, corredores, almoxarifados e qualquer lugar próximo de onde estivéssemos.

– Chris, nós... É, nós... – Ayla tenta explicar.

– É n-n-nós s-s-s-só est-táv-vam-m-mos... – Tom gagueja mais que o normal.

Para falar e para lutar ele se atrapalha, mas para isso, hein...

Fecho um pouco da porta ao ver dois agentes no final do corredor e apenas faço um sinal com a cabeça, ainda os vendo extremamente constrangidos com o meu flagra. Mas como disse, moral zero e... Cara, eu achava que ia ser o Caleb.

– Tudo bem, só... Sejam mais cuidadosos, isso dá detenção.

– Sim, mas nós... É... – Ela fica sem palavras outra vez.

– Não se preocupe, não vou ser eu quem vai falar.

– Obrigada, nós já vamos sair, eu prometo!

– Só... Tomem cuidado. E tranquem a porta!

Dou um sermão e eles riem ainda ruborizados.

Fecho a porta de atrás de mim e saio em direção ao meu escritório, com as lembranças dos meus amassos com a Jill aflorando de todas as formas possíveis em minha cabeça. Mas quando entro na sala e acendo a luz, fico parado ali por alguns minutos, olhando minha nova estante colocada... Troféus, quadros, medalhas e pequenas esculturas de condecorações.

Me aproximo daquilo e respiro fundo, não ficando feliz com meus feitos, mas sim encarando tudo aquilo como o resultado de dois anos me sentindo completamente perdido e desorientado sem minha parceira.

Só que fiz uma promessa... A mim, a ela e a minha própria vida: VOU TRAZÊ-LA DE VOLTA PARA CASA. Este próximo ano, não será como os dois últimos, agora tenho mais do que esperança e dor. Apesar de não ser exatamente uma direção a seguir, tenho mais do que tinha antes, então não vou desperdiçar. E quando o Caleb voltar, talvez consiga mais coisa com o Declan sobre o caso, embora as últimas notícias era dele querendo encerrar o caso “confidencial” por falta de provas.

Mas não tem problema, eu me viro sozinho se precisar. Como disse, entendo a falta de fé deles, mas de minha parte, isso é inadmissível. E sei que se eu precisar de ajuda, terei muitas mãos aqui dentro que estarão dispostas a me ajudarem.

Desvio os olhos da estante e vou as gavetas de arquivos, pegando relatórios de todas as missões que fiz com a Jill no mesmo país onde aconteceu esta com Ricardo Irving e ela foi vista. Quem sabe tenha algum detalhe que deixamos passar e que agora pode ser útil... Como tenho muita coisa para investigar, preciso pegar até o que pode ser irrelevante, talvez exista algo que seja crucial para agora.

– Ei, Chris! Me disseram que estava por aqui!

Fecho a gaveta rapidamente tentando tampar os relatórios com as mãos enquanto os segurava próximos ao corpo. Mas o olhar do Declan parecia normal e tranquilo, sem desconfianças... Pelo menos até reparar no que eu estava tentando fazer com as pastas que segurava.

– Pois é, resolvi dar uma passada...

– Por que não veio falar comigo? Está tudo bem?

– Sim, tudo ótimo eu só... Ia falar com você depois mesmo.

– Hum, certo... Curtindo as férias? Pode ficar o tempo que quiser em casa.

– Que bom, eu queria perguntar se teria problema eu ficar afastado por mais uns tempos mesmo, estava revisando alguns relatórios do último ano e achei que algumas adições eram necessárias, te mandarei quando acabar.

– Relaxe, Chris, descanse e aproveite suas férias agora!

– O trabalho não me deixa nem que eu tente...

– Ou você que não deixa dele?

Ele ri e tento acompanhar, então a tentação cai sobre mim.

– E então... Algum caso importante aparecer? Ou estão no de sempre?

Por um momento ele desvia, mas dá de ombros como se nada houvesse.

– Nada de muito diferente, apenas casos dos quais já sabe mesmo.

– Hum... Nada novo então?

– Não, nada novo.

Declan parece bater o martelo e embora eu tenha o encarado por alguns segundos na esperança de que me contasse, era bem evidente de que não iria fazer isso. Então, pensando no Caleb, me mantenho em silêncio, apesar de que queria gritar pedindo para me deixar participar... Mas sei qual seria sua resposta e acabaria perdendo a ajuda do Caleb também, que seria expulso do caso e da B.S.A.A. talvez.

Então... Permaneço nas sombras.

– Tudo bem.

– Chris, eu encontr...

Quando Dylan entra na sala, arregala os olhos na direção do Declan e congela sem saber o que fazer a princípio. Nosso chefe o olha curioso, principalmente pelas duas pastas que carregava nos braços e sem querer que se aproximasse e descobrisse tudo, vou até o Dylan e as pego sem deixar o Declan ver.

– Obrigado, Dylan!

– Ah, é, bom... Acho que está tudo aí.

– Pedi ao Dylan para pegar uns casos que já tinha entregue e não achei aqui.

– É mesmo? Hum, me avise quais são depois, quero tudo em ordem.

– Depois que revisá-los e deixar como quero, trago de volta e aviso.

– Tudo bem, então... Vai voltar para casa?

– Sim, quem sabe termino isso hoje.

– Descanse, Chris... DESCANSE!

– Vou tentar, pode deixar.

Ele bate de leve nas minhas costas e sai, deixando Dylan voltar a respirar.

– Desculpe, não vi que estava aqui!

– Tudo bem, acho que ele não desconfiou...

– Certo... Enfim... O que tinha, está aí, mas é quase nada.

– Sem problemas, muito obrigado, Dylan!

– Que isso, se precisar de mais alguma coisa, me avisa.

– Pode deixar... E não conte a ninguém, certo?

– Ninguém vai saber, fica tranquilo.

Eu quem bato de leve no ombro dele agora e saio.

Queria imediatamente olhar as pastas, mas precisava continuar sem levantar suspeitas ou atrair olhos curiosos para o que eu carregava. Então vou ao elevador e aperto no botão para descer, porém, antes das portas se fecharem, alguém se enfia ali dentro comigo com uma expressão nada agradável.

– Ei, Kate!

– O que veio fazer aqui?

– Pegar uns papeis, nada demais...

– Disse que ia me avisar quando voltasse, o que está aprontando?

– Aprontando? Nada.

– Mentiroso!

Ela me acusa e tento disfarçar.

– Não seja biruta, está tudo normal!

– Mentira de novo... O que está escondendo de mim?

– Não é nada! Sossega, Kate!

– Hum... Não quer contar.

– Não tem o que contar.

Os olhos suspeitos dela me encaram e tento manter a expressão de inocência, mas era mais do que óbvio que eu não estava conseguindo. Ela está me cercando há dias e eu só fujo, então com certeza está com mais do que uma pulga de atrás da orelha... Mas ela não pode saber. Ninguém pode.

E quando as portas se abrem, tento sair sem parecer ansioso, mas ela mantinha os braços cruzados a frente do corpo com os olhos semicerrados em minha direção, como se tentasse enxergar além de mim.

– E então... Nos vemos um dia desses.

– O que tem nas pastas?

– Nada demais...

– Sei.

Droga, Kate...

– Vai ficar por casa agora?

– Ainda não sei, eu... Tenho umas coisas para fazer.

– Sei.

DROGA, KATE, PARA!

– Eu já vou... Tchau.

– Tchau.

Mesmo de costas, sei que ela me encara até eu desaparecer da vista dela. Mas sem querer perder mais tempo, vou até meu carro e tranco as portas, olhando ao redor para ver se não tinha mais ninguém no estacionamento e abro uma das pastas... Realmente não tinha muita coisa, mas poderia ter um simples detalhe ali que antes, ou alguém outro, não tenha percebido, mas que agora, possa ser o que falta para eu alcançar minhas respostas.

Vou te encontrar, Jill... Eu prometo.

Deixo as pastas de lado e ligo o carro, indo para casa mesmo com minha cabeça estando longe dali. Estaciono na minha vaga e aproveito o encontro com o Sr. Clarke para pagar ambos os alugueis, recebendo pela milionésima vez a pergunta “mas tem certeza de que quer manter os dois apartamentos?”, mas não me irrito mais. Acho que estou mais compreensível pelos últimos meses, mesmo tendo a certeza de que agora, mais do que nunca, tenho fé de que o apartamento dela voltará a ter uso muito em breve.

Você vai voltar, Jill...

Te trarei de volta, eu juro...

Onde quer que esteja, vou te buscar...

E voltará para casa, meu amor, minha vida... Eu prometo.

Pego o elevador e começo a subir para o meu andar, caminhando rapidamente pelo corredor. Mas é eu colocar a mão no trinco e perceber que a pronta estava somente encostada, que dou um salto ao ver a Kate ali dentro olhando os papeis que eu tinha espalhado por todo lado.

– COMO VOCÊ ENTROU AQUI?

– Pela porta... – Ela responde sem me olhar.

– ESTAVA TRANCADA, KATE!

– Sim, “estava”...

Reviro meus olhos e vou até ela recolhendo os papeis, mas sem mais aquele olhar curioso e intrigado, ela me olha em silêncio. Não quero saber se ela conseguiu deduzir alguma coisa, só quero que vá embora sem dizer nada.

– Como chegou aqui tão rápido?

– Encontrou evidências da Jill viva?

Ela pergunta séria e desvio, ainda recolhendo tudo.

– Não são bem evidências, mas...

– E é por isso que se isolou? Esteve aqui o tempo todo?

– Sim. E sim, desculpe.

Faço uma pilha com os papeis e noto ela desviar na direção deles, mas não parecia brava ou preparada para um sermão. Sei que ela disse que ia acreditar que a Jill estaria viva assim como eu, mas não sei até onde essa “promessa” vai... Ela deve ter dito apenas para me apoiar e aliviar a consciência.

– Quem mais sabe disso?

– O Declan, mas ele não sabe que sei... E o Caleb, que foi quem me contou.

– Descobriu mais alguma coisa além do interrogatório?

– Não, nada... Mas vou descobrir.

– Por que não me contou?

– Não queria te envolver.

Ela soca meu braço e me afasto.

– Ai, Kate!

– Você é muito estúpido!

– Não sabia se ia me ajudar ou manter em segredo!

– Que falta de confiança é essa? Falei que acreditava com você!

– Sim, mas... Não sabia se era sério ou apenas para me fazer sentir melhor.

– Não seja bobo, Chris! Sou sua amiga, é ÓBVIO que ia querer ajudar!

É sério mesmo?

– A Claire não pode saber... Ninguém pode.

– Então ninguém mais vai saber até a encontrarmos! Pronto!

– Acredita mesmo no mesmo que eu, Kate?

– Quero acreditar, tenha certeza!

Ela vai até a porta a fechando e a trancando e volta a se aproximar, puxando uma das cadeiras e tirando as pastas da minha mão enquanto já ligava o notebook. Observo em silêncio a princípio, mas ela aponta para a térmica.

– Você se encarrega pelo café!

– Kate, você não precisa fazer isso...

– Preciso e vou! Vamos encontrar a Jill e trazê-la de volta!

– Eu só tenho UMA evidência e nem é bem uma evidência, não sei mais o que fazer ou onde procurar... Por isso fui buscar umas coisas na B.S.A.A., mas sinceramente, não sei mais o que fazer direito.

– Então é a melhor hora para eu entrar na operação também!

– Kate, sério, não precisa fazer isso, não tem obrigação nenhuma.

– Eu sei, mas vou fazer e não vamos parar até trazê-la de volta... Ou encontrar essa mulher que esse cara disse que viu! Só que sei lá, eu nunca quis te dizer, mas sempre achei muito estranho não terem encontrado o corpo dela e nem do figurão lá.

– Sim, nada disso se encaixa.

– E se... – Ela para.

Seus olhos desviam, incertos de me dizer o que ia falar há pouco.

– O que foi? Alguma ideia?

– Eu li seu relatório e... Disse que o tal Wesker era sobre humano.

– Sim, ele se transformou num Superman do mal.

– E se... Ele sobreviveu também?

– O quê? Wesker vivo?

– Talvez... E se ambos sobreviveram?

– Não, impossível, aquele filho da mãe tem que ter morrido.

– Se a Jill pode ter sobrevivido, ele tem ainda mais chances... E se, sei lá, ele sobreviveu e entregou a esse tal de Irving? Sei que parece loucura, mas se consideramos a chance da Jill estar viva, temos que considerar do Wesker também estar, e, quem sabe, isso nos leve a direção certa.

– Mesmo se for verdade... Passamos anos procurando por ele e o encontramos sem muita intenção na última vez. Claro que queríamos isso, mas certeza mesmo, era impossível de ter.

– Entendo... Mas é mais uma direção.

– Sim, talvez ajude em alguma coisa, mas... Não sei. Não quero acreditar.

– Sim, eu imagino, mas... Ande, faça meu café, pelo jeito demorarei a dormir de novo e vai precisar me dar muita cafeína para me manter acordada e sendo útil ao mesmo tempo.

– E o trabalho?

– Eu finjo uma dor de estômago.

Rio do jeito dela e respiro fundo, com ela já começando a ler tudo.

– Obrigado, Kate... De verdade.

Ela sorri e volta os olhos em mim.

– Vamos encontrá-la, Chris... Eu prometo.

– Sim, nós vamos. Vou te dar quanto café você quiser.

– Ótimo, já pode começar!

– Te dou o que quiser, só... Me ajude, por favor.

– Não conseguiu até agora porque estava sem mim!

– Ah sim, sem dúvidas... – Ironizo.

– Ei, olhe só... Enfim seremos parceiros!

– Sim, sem rejeições desta vez.

– Sabia que ia te conquistar!

Ela ri sozinha e volta aos papeis, me fazendo sorrir sinceramente outra vez por sentir mais empolgação do que antes... Eu tinha esperança sozinho, mas agora com alguém que acredita no mesmo que eu e que me mostra que realmente está disposta a trazê-la de volta, MUDA TUDO. Caleb não sabia se acreditava ou não e se Claire, Barry ou qualquer outro viesse me ajudar, seria por “obrigação”, porque fé como eu, apenas a Kate demonstrou ter.

Mais uma vez me engano em relação a ela.

Sem dúvidas, ela é a melhor amiga que eu poderia ter encontrado.

Mas, sem enrolação, precisamos encontrar minha Jill.

Te traremos de volta, pequena...


Notas Finais


Dylan é tudo, não é não!?
E a Ayla enfim se decidiu hahahaha flagra total...
E a Kate, bom, "apenas" sendo Kate, será que ela fará diferença no caso?
Galeraaaa, no próximo capítulo a coisa toda vai ficar quente, viu!
Digamos que... Uma nova missão vai surgir...
Quem sabe na África, hein!? Hehehe.
Espero que tenham gostado!
Até a próxima *--*
Bjooon <3


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