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História Sempre Tem Um Lado Bom - Dom de se Aproximar e Sorrir


Escrita por: PJ_Redfield

Capítulo 8 - Dom de se Aproximar e Sorrir


Aqueles olhos verdes me olhando de um jeito único me fizeram perder toda a noção de tempo... Ele ficou ali me olhando e eu a ele, sem dizer nada. Não tinha mais ursos ou ET’s e mais nada.

Ele puxou a minha mão para ele e a segurou me olhando sem cerimônia nenhuma... O moço tímido da última semana parece que não quer mais se esconder. Esse Chris parece querer sair das sombras, aos poucos, mas quer.

Apesar dessa atitude, eu via passar pelos olhos dele o nervosismo, a insegurança... Mas principalmente eu via passar algo a mais. Um sentimento. Algo que me dizia que não bastaria apenas alguns encontros e acabaria...

Minha Nossa... O que eu faço? Estou apavorada, tenho tanto medo de quebrar a cara com alguém e a cada segundo que passo com ele, quero passar mais tempo e mais coisas com ele, quero abraçá-lo, quero beijá-lo e quero socar a cara das garotas que olham para ele quando passamos.

Desvio o olhar dele e encaro as pessoas lá embaixo querendo me esconder um pouco pela vergonha do meu medo tolo.

-- Você está bem? – Ele pergunta.

Eu balanço a cabeça concordando e sinto seus olhos em mim, mas não quero encará-lo, tenho medo do que eu ou ele possamos fazer... Eu quero, mas morro de medo e sinto vergonha por isso.

-- Ei... Eu falei alguma coisa ruim?

-- Não...

-- Então o que foi?

Eu não quero conversar sobre meus medos com ele porque eu estaria me entregando completamente e se ele souber o que eu sinto... Se ele souber, estarei em suas mãos.

-- Fala para mim.

O tom doce e meigo dele me passava uma confiança plena, mas eu fiquei quieta por alguns segundos e ele esperou.

-- Já teve uma namorada?

-- Não... Já saí mais de uma vez, mas nada sério. Por quê?

-- Eu só conheci homens que não prestavam.

Ele não disse nada agora, talvez chegando na resposta do meu silêncio sozinho. Eu queria contar sobre meu medo, mas não assim, sem ele me deixar claro o que sente por mim.

-- Então, é tão medrosa quanto eu?

Eu virei para ele que sorriu e desviou voltando a olhar para o seu ursinho e esperei ele falar.

-- Eu nunca namorei sério, mas o que eu tive com algumas já foi o suficiente para me fazer quebrar a cara.

É mesmo?

-- Hoje em dia é complicado.

-- Muito.

-- E eu sei que para vocês é mais difícil, porque realmente eu confesso que os homens estão cada vez piores e não culpo vocês por não confiarem. – Ele me olhou – Mas só tem uma maneira para descobrir se vale a pena ou não, Jill.

Eu desviei dele ficando constrangida por ele ter entendido tão rápido o que eu estava pensando. Então ele puxou a minha mão para mais perto me fazendo olhar para ele novamente.

-- Posso perguntar uma coisa?

Nossa, quando vem uma dessas, sempre devemos nos assustar.

-- Sim.

-- Responderia sinceramente?

-- Não sei.

Ele riu e eu o acompanhei, então ele ficou sério e vi aquela expressão meio tensa dele voltar a fluir e esperei nervosa pela sua pergunta.

-- Você realmente só ouviu a última parte do que eu estava falando com o Forest ou ouviu mais e não quis me falar?

Droga... Se eu confessar isso, ficará claro que sei que ele sente algo por mim e eu ficarei contra a parede sabendo, mas não sabendo o que fazer.

-- Eu já disse que só ouvi a última parte.

-- Mas aquilo foi sério ou você só ficou sem jeito?

-- Sem jeito pelo quê?

Eu não olhei para ele, me entregando completamente, mas acho que deixando claro que eu não queria falar daquilo nesse instante... Não que eu não quisesse, mas eu preferia um lugar que eu pudesse sair correndo se eu precisasse.

Ah, pronto... Agora é você quem está bancando a covarde, Jill. Encare ele e diga o que precisa... Não, não, não. Melhor não. Ah... Vou surtar.

-- Não acredito...

Olhei para ele que tinha mudado completamente a expressão enquanto encarava a multidão lá embaixo e segui o olhar dele... Em uma das barracas estavam o Joseph e o Brad. Eu ri e olhei para o Chris que revirou os olhos e o empurrei com o ombro.

-- O que foi? Eles não vão nos ver aqui em cima.

-- Mas podem nos ver lá embaixo.

-- E daí?

-- E daí que vão estragar tudo.

Eu olho para ele e ele desvia mostrando que falou sem querer o que estava pensando e os encara novamente.

-- Talvez vão embora antes que nós desçamos.

-- Vou torcer para isso.

Tudo isso é desespero para ficar sozinho comigo? Gostei... Meu sorriso foi inevitável.

-- Está com fome?

Ele pergunta parecendo querer desviar o foco e quando me lembro do que falávamos ainda antes dos dois lá embaixo, engato nesse assunto.

-- Não, mas... Eu acho que quero uma maça do amor.

-- Nossa, não como isso há séculos.

-- Eu também.

-- Mas nada mais importa...

Eu viro para ele que me olha sério então sorri daquele jeito de menino e encara o Jún... Quer dizer, o ET’zinho.

-- O Júnior existe.

-- É, graças a mim. – Eu ri.

-- E o nome do nosso mais velho, como é?

-- Ah, não sei...

-- Você escolhe.

-- Quando eu decidir, eu te conto.

-- Certo.

Eu lembrei da nossa foto e apontei para ele sorrindo.

-- Eu quero a foto.

-- Minha foto? Nunca...

-- Como assim?

-- Não, minha foto não.

-- É minha também.

-- Não, eu paguei e é minha.

Eu o encaro e ele ri suspirando alto e concordando com a cabeça.

-- Tudo bem, eu faço uma cópia... Mas tem que reconhecer o Júnior e pedir desculpas para ele.

Eu ri e reviro os olhos para ele que parece decidido, então ele ergue o Júni... O ET’zinho e eu o olho de mais perto, parecendo ainda mais feinho.

-- Tudo bem ET’zinho.

-- Júnior.

-- Júnior... Me desculpe por te chamar de ET’zinho e querer te deserdar.

-- Ótimo, ele te perdoa.

-- Agora quero a foto.

-- Não, já disse que vou te dar uma cópia.

-- Não demore.

-- Tudo isso é vontade de ter uma foto minha, hein?

-- Não, é que eu acho que eu fiquei bem na foto.

-- Hum... Achei que talvez fosse meu sorriso lindo que geralmente te deixa boba.

Ele riu e eu o estapeei no ombro tirando a minha mão dele para isso que se defendeu com o Júnior. ET’zinho.

-- Para de caçoar de mim!

-- Desculpe, é mais forte do que eu.

-- Desejo ardentemente que você fique bêbado e que eu esteja perto para ver e depois te torturar.

-- Não, não, isso não... Vou me controlar para isso não acontecer. A não ser que você fique bêbada também, aí tudo bem.

-- Não, isso não ia prestar.

-- É, já tentou me beijar assim que ficou sozinha comigo.

-- E você correspondeu sóbrio.

-- Pois é, imagine bêbado então.

Eu virei e o empurrei bruscamente contra o banco e ele riu alto. Eu desviei de cara fechada me esforçando para não rir com ele que não parava mais e notei que estávamos quase no chão.

-- Você quer subir mais uma vez?

-- Não...

-- O que foi?

-- A roda gigante te deixou soltinho demais.

Ele riu e eu sorri encarando a parte da frente agora e ele começou a caminhar com o Júnior pelo meu braço e cutucou meu rosto com ele e eu ignorei fingindo birra.

-- Desculpa se eu exagerei, não quis te ofender.

Eu viro para ele e seus olhos sinceros me perguntam como seria possível resistir a um homem desses.

-- Quando você beber, eu vou ficar sóbria para te contar e recontar depois.

-- Tudo bem... Mas não se culpe por me achar lindo.

Ele riu e eu desviei novamente. Então nossa saída chegou e saímos dali e foi nítido o olhar do Chris ao redor, provavelmente procurando os meninos. Eu caminhei tranquilamente sem olhar ao redor, apenas vendo as pessoas que haviam sobrado e reparando que o sol bonito de antes havia sumido e dado espaço a nuvens escuras de uma possível chuva.

Caminhamos mais e vimos uma barraca com as maças que eu queria e não precisei dizer nada, ele foi comigo até lá pedindo as mais vermelhas e grudentas. Eu comecei a lamber e a tentar morder e o ouvi rir enquanto me encarava, então fomos sentar em um banco mais afastado para comer e nisso ficamos comendo em silêncio, mas eu percebi que ele revezava o olhar entre mim e a multidão parecendo mais nervoso do que antes.

-- Você está muito tenso.

-- É que eu realmente não queria que eles nos encontrassem.

Será que ele tem medo que um dos dois o entregue quando nos ver aqui juntos e sozinhos? Sim, talvez seja isso também, além de que com certeza não vão nos largar mais e essa ideia também não me deixa muito contente.

-- Está gostando?

-- Sim, está uma delícia...

-- Não, eu digo... – Ele ri sem jeito – De hoje.

Eu viro para ele que parece ansioso pela resposta e eu sorrio para ele fazendo cair um pedaço de maça no meu vestido e ele ri. Eu pego e como o pedaço vendo que a parte da minha roupa ficou grudenta, mas eu ignoro.

-- Sim. E você?

-- Sim, muito... O tempo do seu lado voa.

Eu sorri sem jeito e desviei dele fingindo me concentrar na minha maça que agora estava quase no fim. Ele jogou o palito da dele fora tendo terminado e prendeu os olhos em mim me fazendo rir e colocar minha mão nos olhos dele.

-- Não olha para mim enquanto eu como.

-- É engraçado.

-- Pois é, olhe para lá.

Ele riu e puxou o ursinho dele de novo e eu reviro os olhos para ele. Termino minha maça e jogo o palito no lixo também e abraço o meu ursão olhando para a multidão. Vejo que ele vira para me olhar e se estica no banco, mas volto meu olhar para o céu que está fechando mais.

-- Preocupada com o tempo?

-- O lugar que você quer me levar depois... Não importa se estiver chovendo?

Ele parou e olhou para o céu e eu ri da cara que ele fez parecendo se aborrecer com aquilo e eu puxei meu urso para mais perto.

-- Não pode estar chovendo... Nem com essas nuvens.

-- Vai me levar para ver o céu em algum lugar?

-- Não vou contar. – Ele sorriu.

Só pode ser isso... Nossa, se ele me levar em um lugar bonito para ficar olhando o céu... Só eu e ele... Que droga. O que tudo ele vai tentar? Será que vai falar franco comigo? De vez? Nossa...

Minha cabeça gira com a ideia e tento afastar isso sem antecipar nada. Então sinto pingos de chuva começar a cair e as pessoas começaram a correr para todos os lados para se abrigar e nós rimos e levantamos indo para debaixo de um toldo pequeno atrás de uma das barracas. A chuva criou mais força e começou a despencar água intensamente do céu e trovoadas altas começaram.

-- Acho que o passeio acabou.

Ele fez careta ao ouvir minhas palavras e eu sorri, mesmo infeliz pelo tempo não estar do nosso lado, mas ele suspirou alto.

-- Vai passar.

-- Acho difícil.

-- Não seja pessimista.

-- Tudo bem, desculpa. – Eu ri.

Nos apoiamos na parede da barraca e passou um vento gelado me fazendo tremer com o frio súbito por eu estar molhada.

-- Está com frio?

-- Um pouco.

-- Eu devia ter trazido a minha jaqueta para você.

Eu sorrio e mais um vento gelado me faz tremer e abraço mais o ursão, mas sinto os olhos pensativos do Chris em mim. Eu olho para ele de canto e vejo que parece querer encontrar uma solução.

-- Ah... Vem cá.

Ele me puxa e passa os braços ao redor de mim e eu rio do jeito tenso dele em fazer isso e fico boba em sentir o perfume dele de novo.

-- Acho que isso funciona.

-- Espero que sim... Desculpe, eu devia ter trazido a jaqueta.

-- Estava calor, Chris... E um sol muito bonito.

Ele respirou fundo e me puxou para mais perto e eu afundei o rosto no peito úmido dele pela camisa, mas logo o frio passou e a sensação de estar nos braços dele me invadiu.

O perfume doce dele não era nada comparado ao perfume de sua pele... Um cheiro que me invadia e fazia minhas pernas tremerem. Levanto o rosto mais para o pescoço dele que tinha o rosto encostado nos meus cabelos e ouvi sua respiração calma e senti seu calor intenso. Eu suspiro baixo e fecho os olhos, me encolhendo mais em seus braços, sem abraçá-lo porque mantinha meus braços encolhidos entre eu e ele. Mas o frio ou o calor não era nada comparado a sensação de estar nos braços dele, braços fortes que me faziam pensar em coisas demais... Meu coração traidor acelerou mais quando o Chris me apertou mais e abro os olhos olhando para a parte de seu pescoço encostada em meu nariz.

Droga, Jill... O que você está fazendo? Que droga é essa que te faz sentir assim perto dele? Ele é lindo demais, perfeito demais, sei que não posso resistir suspirar e sonhar, mas isso... Essa vontade de estar perto, de não querer dividi-lo ou pensar bobagens demais, dar indiretas e querer que ele se aproxime mais... Droga.

A chuva continuava igual e vi que ele olhou para cima provavelmente desistindo da ideia de que logo passaria.

-- Jill, eu vou até o carro e levo os ursos comigo, aí trago a jaqueta para você... Depois vamos para minha casa, o que você acha?

-- Sua casa?

-- Sim... Esperamos a chuva passar e te levo onde eu disse.

-- Ainda com esperança de que ela passe?

-- Sem dúvida... Eu entendi tudo, essa chuva é só para limpar o céu para nós.

Eu ri dele e ele se afastou um pouco de mim, mas ainda mantendo os braços ao meu redor e sorriu daquele jeito torto que eu adoro.

-- Viu só como sou bonzinho, deixei você ficar sentindo meu cheiro tão bom por vários minutos.

Eu o empurro e ele ri de mim vindo em minha direção e me dando um beijo nos cabelos molhados e agarrando meu urso.

-- Eu volto em um minuto, está certo?

-- Tudo bem.

Ele olhou para cima e com uma piscada para mim, saiu correndo e eu passei os braços ao meu redor sentindo o frio novamente.

Então eu sorri... Sorri pelo dom dele de se aproximar de mim e me fazer rir no instante seguinte que seria para eu ficar constrangida, porque normalmente eu ficaria tensa depois de me afastar de um abraço, mas ele cada vez mais se aproxima e sabe como me deixar leve, relaxada, sem deixar o nervosismo me dominar. Sabe que eu ficaria constrangida, assim como ele provavelmente, e faz o momento ficar mais leve e descontraído... Mesmo que seja zoando com a minha cara.

E eu adoro isso... Adoro o jeito que ele faz eu me sentir. Essa sensação feliz, leve e suave, de proteção e harmonia. Tudo. Eu amo isso.

-- Oi, moça.

Me viro em um salto com uma voz estranha e vejo um homem com uma garrafa de cerveja na mão e um sorriso interesseiro em mim, mas não demonstro medo, apenas o encaro.

-- O grandão te deixou sozinha?

-- Não, ele já vai voltar.

-- Posso te fazer companhia enquanto isso.

-- Não, obrigada. Pode ir.

-- Não seja tímida...

Ele se aproximou e eu me afastei ficando na beira do toldo. Ele riu parecendo extremamente bêbado e se apoiou na barraca. Olhei para trás imaginando se eu devia sair, mas assim talvez eu me desencontrasse com o Chris e ele poderia ficar me procurando... Se bem que se esse cara ainda estiver aqui quando o Chris voltar... Bom, também talvez não seja a melhor escolha.

Sinto um puxão forte no meu braço e vejo que o cara me puxou bruscamente para mais perto e puxo meu braço para me soltar.

-- Não põe a mão em mim!

-- Ah, docinho, não se faça de difícil... Talvez pudéssemos ir para debaixo de outra barraca.

-- Não seja estúpido, idiota.

-- Jill?

Olho para trás e vejo o Chris encarando fixamente o cara na minha frente e vou até ele sem dar mais importância para o cara atrás.

-- Vamos embora.

Ele não me escuta e mesmo comigo tentando puxá-lo, ele continua a encarar o cara que continua a me olhar de um jeito nojento.

-- Algum problema?

-- Não, Chris... Vamos embora.

Mas ele não me ouviu e o cara riu alto e soluçou, mas o Chris continuou a encará-lo friamente já sabendo o que estava acontecendo antes dele chegar.

Apesar do Chris ser um amor, eu sempre soube que ele era esquentado e não quero que ele perca a cabeça por minha causa, afinal uma briga sem sentido pode afetar a carreira dele.

-- Sua namorada é linda.

-- É, eu sei disso... E como disse, a “minha” namorada.

-- Mas tem que saber dividir... Ela é gostosa demais para ficar só na sua cama.

Chris deu um passo brusco na direção dele, mas me enfiei na frente dele o fazendo parar mesmo que ainda encarando o cara. Senti a respiração dele aumentar e o nervosismo nítido em seus olhos e querendo ir para cima do cara.

-- Vamos embora, Chris.

-- Limpa a sua boca para falar dela, seu imbecil.

-- Prefiro limpar a boca para colocar nela.

Chris avança para ele, mas eu o paro antes dele alcançá-lo e o empurro para longe ouvindo o cara rir de atrás de mim e o Chris espumar de raiva.

-- Chris, por favor, vamos embora...

Ele para, mas não me dá ouvidos parecendo querer ir para cima do cara que ainda ria e soluçava pela bebida.

-- Chris, ele está bêbado, não dê importância.

Ele não me olha, então coloco a mão em seu rosto e o puxo para mim o fazendo finalmente me olhar, com uma expressão furiosa, mas acaricio seu rosto prendendo a atenção dele em mim.

-- Chris, por favor... Vamos embora. Por favor.

-- Jill, eu...

-- Por favor. Não vale a pena, por favor.

Ele suavizou o olhar para mim e colocou sua jaqueta ao meu redor sem olhar mais para o cara e me puxou dali pela cintura e saímos para a chuva que tinha amenizado um pouco. Chegamos ao carro e ele abriu a porta para mim e eu olhei para ver se ele vinha mesmo para o carro, mas ele seguiu o caminho certo e entrou, fechando a porta e ficando em silêncio encarando a chuva lá fora.

Era nítida a irritação dele e a vontade de voltar até o cara lá fora, mas eu virei para ele tentando chamar sua atenção, só que continuou do mesmo jeito.

-- Ele estava bêbado, Chris.

-- Eu devia ter quebrado a cara daquele retardado.

-- Não, não devia.

Ele continuou nervoso e eu coloquei minha mão no rosto dele o puxando na minha direção para fazê-lo me olhar e então suavizou um pouco a expressão de fúria.

-- Se acalma.

-- Jill, como eu posso...

-- Chris, por favor. – Eu o interrompi – O dia está tão bom, não estrague com uma bobagem.

Ele suavizou mais o olhar para mim e concordou, virando mais o corpo para mim e prendendo os olhos nos meus. O cabelo dele escorria água e passei os dedos ali para tirar o excesso, mas quando afastei a mão ele a puxou de volta.

-- Não, não para.

Eu deixei minha mão apoiada em seu ombro e fiquei enrolando uma mecha curta do cabelo dele em meus dedos e ele continuou a me olhar parecendo querer se acalmar.

-- Melhor?

Ele sorri e revira os olhos fazendo uma careta e eu rio.

-- Tem que se controlar.

-- É o que me dizem... Mas na minha opinião, eu devia só me “soltar” mais.

-- Talvez... – Eu ri – Em algumas coisas apenas.

Ele abriu um sorriso daqueles e fiquei feliz em ter resgatado o Chris sorridente de antes, então eu suspiro e puxo mais a jaqueta dele para mim.

-- Vamos para minha casa?

-- Sim.

-- Podemos pedir alguma coisa para comer, tenho fé de que a chuva vai passar até o anoitecer.

-- Vou torcer para isso. – Eu ri.

-- Obrigado, Srta. Pessimista.

Nós rimos e ele puxou minha mão dele dando um leve beijo nas costas dela, mas quando colocamos o cinto, escuto as portas de trás do carro se abrirem e nós dois olhamos para trás dando de cara com dois sorrisos encharcados muito conhecidos.

-- Chris, cara, ainda bem que você está aqui... Jill!

Brad sorriu ao me ver e o Joseph que estava atrás de mim se curvou para ver se era eu mesma me fazendo rir.

-- Olha só, finalmente o Redfield...

Vi de canto a encarada que o Chris jogou no Joseph para silenciá-lo, então o Brad riu para nós espalhando o cabelo do Chris que se esquivou.

-- O que acharam do parque?

-- Muito legal. – Respondi.

-- Desde quando estão aqui?

-- Algumas horas.

-- Legal... Legal vocês dois aqui.

Chris o encarou também e eu desvio sorrindo o deixando livre para passar uma bronca pelo olhar nos dois.

-- E então, vamos para onde agora? – Joseph perguntou.

Eu ri lembrando que o Chris fechou a cara quando os viu na roda gigante dizendo que os dois estragariam tudo se nos encontrassem.

-- Vou levar vocês dois para casa.

Chris falou carrancudo e vi que os dois atrás se entreolharam, mas sorriram abertamente e eu apenas observei.

-- Não seja velho, Chris. É sábado! Qual é a chance de nos encontrarmos em uma praticamente noite de sábado! Vamos fazer alguma coisa!

Será que ele não percebe que eu e o Chris queríamos fazer muitas coisas, só que sem eles? Ou talvez estejam fazendo isso de propósito...

-- Fala aí, Jill... O que você acha?

Eu viro para eles e vejo que o Chris me encara também para ver o que eu diria, mas apenas levanto os ombros, indicando ele na minha frente.

-- O Chris decide.

Ele desvia e os meninos se lançam sobre ele que os encara feio.

-- Não, estamos encharcados... Precisamos de um banho logo ou vamos ficar todos doentes.

-- Então vamos para minha casa! – Joseph disse – Eu empresto roupas para vocês e aí decidimos se saímos ou ficamos por lá aprontando alguma coisa.

-- Não, acho melhor cada um ir para sua casa.

-- Eita, Sr. Certinho.

Chris liga o carro ainda com uma expressão de decepção pelos planos terem fugido do alcance dele e seguimos o caminho em silêncio.

 

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Quando paramos o carro na frente do apartamento do Joseph, ele volta animado entre eu e o Chris e olha para mim.

-- Jill, anda, pede para ele.

-- O quê?

-- Se você pedir para vocês ficarem, o Chris vai te ouvir.

Eu ri e desviei dele, mas ele me cutucou me fazendo novamente olhá-lo.

-- Anda, vamos, podemos ficar aqui se quiserem, podemos jogar cartas, beber e falar bobeira... Anda, Jill.

Vejo que o Chris o encara e volta os olhos para ele, então levanto os ombros. Joseph e Brad se penduram no banco dele e mesmo os encarando, eles sorriem, então o Chris revira os olhos com um meio sorriso e sai do carro.

Eles comemoram e eu saio do carro também. Os dois vão na frente e o Chris vai ao meu lado parecendo desanimado agora.

-- Eu disse que estragariam tudo.

-- Relaxa, Chris... Ainda não é de noite. – Eu sorri – Podemos ir aonde você quer depois daqui.

-- Mesmo?

-- Sim.

Ele abre um sorriso e eu o acompanho feliz em ver como é fácil deixá-lo alegre.

Ah, Jill... Não devia estar tão ansiosa por isso, porque você e ele sozinhos, longe de tudo e todos em uma noite bonita e estrelada, pode não prestar... Ou pode prestar demais.

Desvio o pensamento e sigo com ele até os meninos a nossa frente.


Notas Finais


Próximo capítulo: Segunda-feira.
Bom final de semana ;-)


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