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História Serenity - Capítulo único - what if we lose our minds?


Escrita por: mooochi

Notas do Autor


olha eu de novo com mais uma história do oneus e dessa vez com um ship guilty pleasure meu seodo, poderia ser mais fofo porém sei lá oq aconteceu kkkkk

eu editei mas algo pode ter passado! ah e outra coisa, como podem ver essa história tem um aviso de violência, não é nada gráfico mas se você se sentir desconfortável com esse tipo de coisa é só pular os dois parágrafos que estão com o '—' na frente!

é isso! boa leitura 💛

Capítulo 1 - Capítulo único - what if we lose our minds?


Em um mundo ideal, Geonhak talvez não estivesse com Seoho. Eles eram como água e óleo, enquanto um gostava de livros instigantes, filmes independentes e jazz, o outro preferia ficar horas e horas arrumando sua motocicleta, escutando rock pesado e passava longe de um livro sempre que podia. 

Geonhak gostava de acompanhar novelas e comer seu jantar antes das seis da tarde, nada de comidas pesadas no início da noite, já dizia sua mãe. 

Seoho gostava de filmes de ação e comidas que passavam longe de ser saudáveis para um jovem no auge dos seus vinte e poucos anos.  

E por mais que os dois fossem os completos opostos em muitas coisas, em outras eles se completavam de uma maneira que só eles entendiam. Além de ainda estarem em uma fase que o coração perdia uma batida e o estômago se revirava só de pensarem um no outro.

Apesar de terem uma relação minimamente normal e saudável, as vezes as tempestades chegavam no paraíso que haviam criado, e nesses momentos Geonhak se questionava se tudo aquilo valeria a pena, assim como Seoho também se perdia em suas inseguranças de finalmente ter chegado em um ponto onde não teria mais perdão. 

 

(...)

 

Aquele dia era para ser um sábado normal, Geonhak havia voltado do seu turno na cafeteria, já tinha tirado suas roupas de trabalho e vestido seu pijama favorito para o ínicio do outono. O resto da noite já tinha sido planejado também, iria pedir comida e maratonar sua novela mais recente, avisou o namorado que estava em casa também. 

Tudo saindo como se era esperado. Dali a alguns minutos sua comida estaria ali, Seoho voltaria para casa e os dois poderiam finalmente aproveitar o final de semana juntos, depois de dias ocupados e um tanto quanto estressantes. 

Ao pensar no outro, Geonhak pegou o celular esquecido no pequeno sofá e viu a conversa dos dois, a última mensagem era sua e ela não havia sido lida ainda. O que era um tanto estranho, levando em conta que Seoho sempre respondia rapidamente e quando iria ficar ocupado ele também avisava. 

Talvez ele estivesse dirigindo, Geonhak pensou,  e se fosse esse o caso significava que ele chegaria no apartamento em poucos minutos. Deixou o celular de lado, ainda não tinha nenhum motivo para se preocupar, e finalmente li Jogou o aparelho no sofá e decidiu começar a adiantar um pouco do seu drama, uma vez que Seoho estivesse lá eles com toda certeza não iriam ficar apenas vendo filmes ou novelas. 

Geonhak sorriu com os pensamentos indecentes que tomaram conta, não era culpa sua, tudo aquilo era apenas sua saudade sendo manifestada pelo seu subconsciente. O que fez ele sair do pequeno transe que havia entrado fora a campainha avisando que a comida havia finalmente chegado. 

Assim que colocou as duas sacolas em cima do balcão da cozinha, voltou para pegar o seu celular e enviar uma foto para o namorado com uma quantidade duvidosa de emojis apenas para o provocar.  Algo não parecia certo naquela situação, ele estava com um sentimento ruim, mas decidiu não pensar muito sobre, Seoho só deveria estar dirigindo, por isso não havia respondido nem nada. 

Nada demais. 

Tentou realmente não pensar muito mais sobre a falta de resposta do outro quando se sentou encostado no sofá com os pratos em cima da mesa. Enquanto os créditos iniciais rodavam na tela, uma ideia atingiu o rapaz. Para acalmar um pouco essa sensação ruim que tomava conta, iria mandar uma mensagem para um dos colegas de trabalho do namorado.

Rapidamente achou o nome de Youngjo.

Decidiu de última hora que iria ligar para ele, não seria tão incomum assim mandar uma mensagem. 

A chamada tocou até cair na caixa postal. 

Algo realmente estava errado. 

Geonhak não sabia muito bem o que fazer, apenas sentia o incômodo crescer cada vez mais dentro de si. Mandou uma mensagem para Youngjo ligar para ele assim que possível e bloqueou o aparelho o colocando a sua frente na mesa. 

Aquela situação não era tão incomum entre eles, na verdade, ela havia se tornado bem rara depois de um ano que estavam juntos. Porém assim que começaram a namorar, Seoho costumava desaparecer por alguns dias sem dar nenhuma notícias e aparecer com a maior cara de pau coberto em bandagens e curativos.  

Uma das piores brigas dos dois havia sido causada exatamente por esses sumiços, e depois de quase terminarem para valer, Seoho havia prometido que nada iria acontecer. Desde então ele realmente havia mantido sua palavra, apesar de algumas vezes ter que resolver alguns assuntos sem explicar muito bem do que se tratava para Geonhak.

Mesmo querendo saber o que eram esses tais assuntos, Seoho nunca havia explicado, sempre que conseguia acabava desviando o assunto. Geonhak não iria mentir que depois que os machucados começaram a sumir, ele não se importou mais com isso, apenas havia tomado a palavra do outro uma promessa que nenhuma daquelas noites que os dois passavam acordados cuidado dos machucados se repetisse. 

Mas, agora parecia que talvez aquela promessa seria quebrada. 

 

(...)

 

O som da porta da frente se abrindo foi o que fez Geonhak acordar, em algum momento perto do final do segundo episódio que assistia a fadiga do dia havia o alcançado e ele pegou no sono. Assim que levou seu olhar para a figura que entrava no apartamento seu coração falhou uma batida.

Era Seoho. 

 —  Por mais que não quisesse acreditar no que estava na sua frente, tudo parecia muito real para ser um pesadelo. Seoho estava com uma aparência péssima, os ombros estavam caídos, o cabelo estava totalmente bagunçado, um dos olhos estava inchado e com a pele ao redor bem avermelhada, sem contar que podia jurar que havia sangue seco no colarinho da camiseta que ele estava usando. 

Não queria imaginar o que estava escondido debaixo das roupas do namorado.

Precisou de um momento para compreender que toda aquela situação não era fruto de sua imaginação, e assim que a realidade o atingiu novamente ele se levantou e começou a se aproximar do outro. 

"Seoho, o que aconteceu?" Perguntou baixo.

Seoho, por sua vez, não o respondeu apenas levantou seu olhar. 

Nenhuma palavra havia sido trocada, os dois se encaravam como se apenas na troca de olhar os questionamentos fossem jogados de um lado para o outro assim como uma possível resposta do que estava acontecendo. 

Geonhak conhecia bem o outro, poderiam ficar em pé nessa pequena guerra por bastante tempo, então decidiu que no momento não era mais importante estar certo e sim cuidar dos ferimentos do outro. 

Assim que se aproximou mais pode escutar como um sussurro bem baixinho o pedido de desculpas. 

“Vamos cuidar de você. Vem” Com a mesma delicadeza que sempre pegou a mão com pequenos cortes nos dedos e o puxou para o banheiro no final do corredor. Todo o caminho, mesmo que pequeno, havia sido um desafio de controle emocional para Geonhak, queria gritar com o namorado, queria respostas, entender o porquê de tudo aquilo acontecer. 

Queria pelo menos entender o motivo que havia feito a promessa mais importante entre eles ser quebrada. 

No entanto, sabia que seria egoísta demais em exigir isso de Seoho, ainda mais que ele estava claramente em um estado vulnerável — algo que não era nada comum se ver. Geonhak sabia que uma palavra mal interpretada poderia destruir tudo que levaram anos construindo. 

“Você consegue tomar banho sozinho? Precisa de ajuda?”

Seoho não respondeu de primeira, já estava dentro do cômodo despindo-se das roupas sujas. 

“Não, está tudo bem.” 

Geonhak suspirou olhando as costas do rapaz à sua frente. Algumas marcas roxas eram visíveis, porém não havia nada além disso. Poderia estar muito pior, era o pensamento que rondava a mente do moreno, não saberia o que fazer se o estado de Seoho fosse pior, uma vez que não era como se pudessem entrar em uma emergência ou chamar a ambulância. 

“Tá… Tudo bem. Eu vou colocar isso para lavar.” Ele só percebeu que estava tremendo quando se abaixou para pegar a calça jeans já esquecida no chão. “Vou trazer uma troca de roupas para você, também.” 

Só deixou o pequeno banheiro quando escutou o som do chuveiro, pelo menos sabia que o outro não havia desmaiado ou algo do tipo. 

Enquanto colocava as roupas na máquina, não se importando muito se havia algo nos bolsos ou alguma outra coisa de valor, se pegou pensando em anos atrás, quando isso havia acontecido pela primeira vez. 

Será que se tivesse parado isso no começo ele estaria se sentindo daquele jeito agora? 

O som da água enchendo a máquina fez com que os pensamentos do rapaz também inundassem sua mente. Seoho e ele eram tão diferentes, como estavam juntos a tanto tempo? Como os dois mundos se interligaram tão bem sendo que Geonhak não sabia exatamente o que acontecia uma vez que Seoho não estava no trabalho ou em casa, como poderiam ser felizes se escondiam tantos segredos assim um do outro?

Balançou a cabeça como se o ato fosse fazer os pensamentos sumirem, e por um minuto realmente sumiram. Voltou para sua tarefa principal pegar uma das roupas que o namorado havia deixado em uma parte do seu guarda-roupa. 

Voltou ao pequeno banheiro e deixou as peças em cima da pia, assim como um pequeno kit de primeiros socorros. Esperava que aquela mensagem por mais sutil fosse compreendida pelo namorado, naquela noite ele não iria conseguir ajudá-lo. 

Não iria ter coragem de encarar o corpo coberto de hematomas e pensar que aquilo estava tudo bem, ou que iriam esquecer do fato no amanhecer. Geohak não saberia lidar com todas as emoções que estava sentindo no momento. 

Sabia que Seoho iria demorar um tempo colocando os curativos nos machucados, por isso decidiu arrumar a bagunça que havia deixado na sala. Não era algo necessário, mas se distrair momentaneamente o ajudaria a não brigar com o namorado. 

 

(...) 

 

O apartamento estava silencioso, a televisão não emitia nenhum som, a trilha sonora entre os dois eram as respirações leves de Seoho. O casal não havia trocado nenhuma palavra desde que Geonhak havia voltado para o quarto, parecia que qualquer palavra dita entre os dois iria quebrar um vidro tão fino que apenas causaria mais fermentos nos dois rapazes. 

Seoho não demorou para cair no sono, e só quando teve certeza que o outro estava realmente adormecido Geonha decidiu olhar com mais calma cada detalhe que um dia havia roubado um suspiro seu.

E continuava roubando. 

Apesar das marcas roxas que agora eram apenas um detalhe a mais, Seoho tinha traços lindos. O rapaz deixou que seu olhar passeasse por toda a expressão serena que o outro tinha, as pequenas respirações eram quentes, assim como a temperatura de sua pele.

Geonhak passou apenas a ponta dos dedos pelas bochechas altas, os olhos fechados, pela ponte perfeita do nariz, pelo arco do cupido levemente fundo, podia sentir seu coração acelerar com cada movimento que fazia. 

Por mais que ainda vivessem uma montanha russa ele sabia que não escolheria qualquer outra pessoa, os amigos poderiam falar que Seoho era apenas uma má influencia o quanto quisessem, poderiam até falar que em algum momento os dois iriam perceber que não funcionam como um casal, mesmo depois de anos juntos.

Mas Geonhak sabia que apesar das turbulências ele e Seoho conseguiam equilibrar tudo. 

Mesmo com o coração pesado, Geonhak deixou com que sua mente relaxasse, abraçou o corpo um pouco maior que o seu de uma forma que os batimentos de Seoho fossem sua serenata, a melodia que iria levar todos os pensamentos ruins embora. 

Eles iriam conseguir a serenidade que tanto queriam, não agora, no meio da noite com um turbilhão de sentimentos, mas quem sabe pela manhã.

 


Notas Finais


uma reflexão me apareceu enquanto eu escrevia essa história e eu queria dividir com vocês, será que poucos momentos bons são o suficiente para tentar passar pelos difíceis?

complexo eu diria.

mas enfim, me deixem saber o que acharam!


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