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História Série Crônicas de Amor de Sherlock Holmes e Molly Hooper - A Primeira Vez de Molly Hooper e Sherlock Holmes


Escrita por: Aline_Andrade7

Notas do Autor


Sinopse: Sherlock é o pior tipo de namorado do mundo. Molly sabe disso. O problema é que ela é perseverante e após anos de amor não correspondido, Molly está decidida a tirar a inocência do seu amado. Será que ela vai conseguir?

Nota da autora: Ahhhh finalmente chegamos no último capítulo de "flashback". Isso significa que estamos chegando na reta final da história. Continuem acompanhando. Falando sobre o capítulo, não fiquem bravas por não ter em detalhes uma certa cena.....mas eu achei que a forma que foi colocada ficou mais poética.

Capítulo 11 - A Primeira Vez de Molly Hooper e Sherlock Holmes


Fanfic / Fanfiction Série Crônicas de Amor de Sherlock Holmes e Molly Hooper - A Primeira Vez de Molly Hooper e Sherlock Holmes

 [CRÔNICAS DE AMOR DE SHERLOCK HOLMES E MOLLY HOOPER]

1- O Dia dos Namorados de Sherlock Holmes;
            2- Universitária apaixonada por Sherlock Holmes;
            3- O Primeiro Amor de Sherlock Holmes;
            4- Patologista apaixonada por Sherlock Holmes;
            5- A primeira vez de Sherlock Holmes;
            6- A pessoa que mais importava para Sherlock Holmes – parte 1
            7- A pessoa que mais importava para Sherlock Holmes – parte 2
            8- Tentando seguir em frente sem Sherlock Holmes;
            9- I.L.O.V.E.Y.O.U
           10- A Tarefa árdua de ser Namorada de Sherlock Holmes.
            11- A Primeira Vez de Molly Hooper e Sherlock Holmes

ANOS DEPOIS DO INÍCIO DESSA HISTÓRIA, UM EX-CASAL DE NAMORADOS ESTÃO PRESOS EM UM DETERMINADO LUGAR.....

Eu andava de um lado para o outro sem saber o que fazer.

Eu estava ali naquele fatídico lugar que eu jamais vira antes.

Aparentemente fui sequestrada e presa neste cafofo por Mycroft Holmes e do outro lado do quarto estava sentado o homem que foi meu namorado por apenas um ano, Sherlock Holmes. Aparentemente meu coração traíra estava pulando que nem um canguru nesse exato momento, pois, sempre que eu ficava no mesmo ambiente que o detetive arrogante, era como se toda a minha sanidade fosse apagada ou esquecida. Sherlock mexia comigo de uma forma inimaginável, mesmo depois de dois anos sem vê-lo. Ás vezes eu pensava que estava amaldiçoada por esse homem. Era bruxaria, sim.

- Molly, se continuar a andar de um lado para o outro, acabará abrindo um buraco no chão.

- Me desculpe Sherlock, mas não costumo ficar muito calma quando sou sequestrada.

- Que exagero. Conhece bem os capangas de Mycroft.

- Não importa! Meus amigos ficarão preocupados comigo se eu não aparecer.

- Amigos ou o seu marido? Ele com certeza ficará preocupado.

- Exato! Meu m-marido ficará preocupado.

- Impressionante como os adultos conseguem trocar facilmente de pares. Deve ser realmente a preservação da espécie. O instinto animal.

- Vou ignorar essa última frase para não arrumar confusão com você logo nos primeiros minutos do primeiro round.

- Não deveria, afinal, é a sua situação, não é mesmo? É impressionante como o ser humano consegue compartilhar facilmente as partes íntimas com partes íntimas alheias.

- Sherlock, cale a boca agora!

- Ok, vou me calar, mas isso não tira seus méritos Molly.

- Que méritos? Do que diabo está falando?

- Dos méritos de esquecer uma pessoa tão rápido.

- Meu Deus. Não acredito que você falou isso para mim.

- Me desculpe, mas é a verdade. Mal terminou comigo e correu para ter noites de paixão no Caribe.

- Eu terminei com você? EU? Seu cretino, desgraçado, maldito! VOCÊ terminou comigo! Você me deixou em frangalhos! Você que me fez achar que estava sendo rejeitada por anos, VOCÊ! Me deixou sozinha em terra estrangeira e eu quase tive vontade de me matar! Você! VOCÊ SHERLOCK HOLMES, QUE QUASE ACABOU COM MINHA VIDA!

-.................

- Não vai falar nada?

- Começamos cedo.

- Bom, devo concordar! Isso estava entalado faz muito tempo pra ser sincera.

- Vamos evitar brigar, senão, não vamos sair daqui.

- Ah e como pretende sair daqui, senhor Sherlock-resolve-tudo-Holmes?

- É muito simples, Molly. Pelo que pude observar, meu irmão é uma pessoa reservada e não instalou dispositivos de áudio no quarto. Ele estava blefando que ouviria tudo na verdade.

- Tem certeza que seria porque ele é reservado ou porque não se importa com esses assuntos?

- Hum, pode estar certa. Talvez para ele, são assuntos banais demais. A questão é que sem áudio, ele não pode nos ouvir. Ou seja, ele pode apenas nos ver. E ele foi categórico que só tiraria a transmissão se nos....você sabe....

- Espera Sherlock....você não está tentando dizer que....

- Sim, é a nossa única chance. Vem aqui Molly.

- O que?

- Me beija logo!

- O QUE?

- É a única chance de saída. Quando você me beijar, eu aperto o dispositivo de privacidade e daremos o fora daqui. Fiz amizade com um dos capangas de Mycroft e lhe mandei uma mensagem. Aparentemente ele está tendo um caso, não foi difícil chantagea-lo.

- Hahahaha até parece. Só pode estar louco que farei isso com você!

- Me beija logo, Molly!

- Se você se aproximar, eu te mato Sherlock!

Mas não adiantou.

Sherlock era mais forte. Muito forte.

Me segurou pelos braços e com toda a força encostou fortemente seus lábios nos meus. Era um beijo de fúria. Tinha ódio, mágoa, paixão e tudo misturado. Ele abriu mais a boca e inseriu a língua. Sim ela estava exigente e parecia desesperada. Eu acabei cedendo. Naquele momento, esqueci do meu anel no dedo da mão esquerda. Esqueci tudo. Só queria sentir aqueles lábios de novo. Aqueles lábios grandes, firmes e macios. Eu estava viajando neles e sentia todo aquele sentimento que tentei reprimir nesses dois anos voltar como um meteoro em direção á Terra (que era meu bagunçado coração). Eu ainda amava aquele idiota. Eu ainda queria aquele idiota.

Desesperadamente.

Então, minha mente conseguiu pousar em um canto mais racional da minha consciência e quando percebi a besteira que eu estava fazendo, abri meus olhos e dei um tapa no seu lindo rosto. O corpo dele sacudiu para trás devido ao impacto.

- S-se você se aproximar de mim de novo, eu....

- Conseguimos.

- O-o que?

- Apertei o dispositivo. Mycroft acha que estamos querendo privacidade. Venha, Molly.

- E-então, você fez isso apenas porque queria....

- Escapar? Claro! Você é uma mulher casada. Não costumo dar em cima de mulheres casadas, foi para um bem maior.

- Cretino, eu acreditei que era verdade, por um momento.....Acreditei que você queria....

- Molly, nem quero comentar essa sua santa inocência.

- V-você não queria?

-............

- Sherlock!

- Como posso querer algo com uma mulher que se recusou a querer ficar comigo e escolheu outra pessoa? Como, Molly?

- Era o certo a se fazer.

- Certo então. Já que fez a sua escolha, porque fica fazendo esse monte de perguntas inúteis?

- Chega! Mycroft está certo. Temos que resolver isso de uma vez!

- Como? Está louca? O que v-você...

E sem pensar duas vezes, apertei o dispositivo de novo e a voz de Mycroft ressoou no quarto.

- Ora, ora, está tentando fugir meu irmão?

- Infelizmente quase tive sucesso.

- Está subestimando minha inteligência. Deixarei a porta aberta do quarto. Vocês dois podem ir.

- Mycroft, eu não concordo com isso. Você está certo. Eu e Sherlock temos muitas pendências.

- Senhorita Hooper eu estou indo embora. Saia do quarto e saberá do porque você terá muito tempo e lugar para discutir isso. E saberá também, como meu irmãozinho se engana ao achar que pode me subestimar.

Eu e Sherlock nos entreolhamos. A porta do quarto se abriu e quando saímos de lá, não acreditamos no que estávamos vendo.

Sabíamos que o lugar era perto do mar. O barulho das ondas era inegável.

O que não era inegável é que ao longe avistamos Mycroft nos acenando de um navio que estava seguindo seu curso para frente.

Olhei para todos os lados e entendi.

Sherlock e eu estávamos em uma ilha deserta.

 

ANOS ANTES DESSA FATÍDICA HISTÓRIA A LÁ “A LAGOA AZUL”, MOLLY HOOPER ESTAVA DECIDIDA A TER MAIS INTIMIDADE COM SHERLOCK....

Sim. Era agora ou nunca.

Sherlock deveria ceder. Ele não poderia resistir. Era homem, afinal.

Após seis meses de namoro com apenas diálogos e selinhos, eu estava decidida que teríamos uma noite de amor em breve. O problema é que meu namorado louco e sociopata não queria ter esse tipo de conexão com alguém. Eu entendia que ele nunca tinha feito sexo. Isso era bem claro pra mim. Ele era inseguro e inocente e por isso não queria ceder. Mas eu era sua namorada, poxa! Tínhamos tido ótimos meses juntos (Dizer que foi ótimo é pura mentira, na verdade ele era difícil como o diabo) e eu precisava dessa conexão. Fora que meu corpo já estava subindo pelas paredes! Era muito difícil ficar ao lado daquele homem lindo sem fazer nada com ele, pelo amor de Deus!

Mas obviamente, eu tinha um plano. Era muito simples. Eu iria preparar um jantar à luz de velas e vestir uma lingerie preta mega sexy! Com cinta-liga, chicote e tudo mais! Depois eu iria de encontro a ele e seria engraçado no início claro, mas também seria romântico e ele não aguentaria. Me olharia com aqueles olhos azuis-verdes e avançaria como um leão sedento! Seria a minha glória! Certamente, nenhum homem na face da terra não cederia para isso. Uma mulher de lingerie era algo imbatível!

Na sexta-feira que seguiria, combinei de mandar uma mensagem bem “intimidadora” pra ele enquanto preparava a minha surpresa. Fiz o jantar e aromatizei o ambiente. Coloquei velas por toda a casa e me vesti com a lingerie. Meu cabelo estava bem escovado e minhas unhas tinham sido feitas especialmente para a ocasião. Eu iria arrasar! Hoje eu libertaria a pantera que havia dentro de mim! Olhei para meu celular e mandei uma mensagem:

“Hoje você terá uma surpresa bem interessante aqui”.

Tão logo enviei essa mensagem, ele me respondeu de forma muito inusitada:

“Creio que....você também”.

Como é? Como assim eu teria uma surpresa? O desgraçado filho da mãe descobriu o que eu estava planejando? Será que era verdade? Só podia ser. Aquele cretino era o famoso Sherlock Holmes! Que embuste esse ser!

Por um momento fiquei chateada, mas por outro, fiquei pensando que se ele soubesse o que eu estava fazendo, o que ele queria dizer que eu também teria uma surpresa? Será que ele viria de roupão totalmente nu? Ao pensar sobre isso, comecei a rir. Ele jamais faria isso. Mas por que estava tão animado? Eu estava totalmente chocada com meus pensamentos obscenos do momento. Ele com certeza sabia da minha surpresa e parecia que iria compartilhar também! Sim! Sherlock estava animado e com certeza teríamos uma noite incrível de amor! Deus, eu mal poderia esperar para ver ele chegar!

Horas se passaram e minha ansiedade não me deixava. Faltavam 5 minutos para ele chegar. Sherlock era sempre pontual quando decidia aparecer. Deixei a porta aberta. Me posicionei bem de frente a ela e ergui minha perna direita para que ficasse exposta. Segurei o chicote em minha boca. Deixei a lingerie mais apertada na parte da minha cintura. Eu estava muito indecente como nunca estive. Ele teria uma surpresa inimaginável. Nunca pensei que faria isso na minha vida, mas fiz.

De repente, a chave começa a ressoar. Estava nervosa. Meu coração a mil pulando como uma máquina. Fiz a cara mais sensual que poderia fazer.

Então a porta se abriu e Sherlock entrou.

Mas não só Sherlock.

Mrs Hudson com um bolo na mão.

John com Rosie no colo.

Greg com uma garrafa de bebidas.

Donovan e Anderson com pacotes de doces.

E todos olharam pra mim com olhos esbugalhados não acreditando no que estavam vendo. Eu estava ali, quase nua com um chicote na boca e pernas expostas. Na frente de uma senhora de idade, de uma criança e de amigos respeitosos. Sherlock olhou pra mim com um olhar como se fosse me matar:

- M-molly, o que diabos você está f-fazendo? Que roupa é essa?

- Er.....eu....eu

- Tia Molly tá com roupa estranha papai!

- Psiuuuuu Rosie, fique quietinha!

- Molly, vá trocar essa roupa! Não tem vergonha nessa cara?

- Eu....eu....

- Vá logo mulher maluca!

- V-vou indo. Desculpe!

Sai correndo sem olhar pra trás tropeçando em cima de Toby que deu um grito horrível de dor. Não contava com esse pequeno acidente, pois nesse momento ele começou a se debater de sofrimento. Ao ver ele se debatendo, esqueci de tudo a minha volta, pois, meu instinto de mãe protetora dos felinos foi acionado. Segurei meu gatinho no colo e pedi desculpas tentando acalmar o bichano, mas ele gritou mais ainda e acabou puxando minha lingerie.

Fiquei tão transtornada com a cena do meu gato desesperado que sem querer, acabei me virando novamente para os presentes que estavam ali. Todos olhavam para mim de forma estranha de novo. Eu não entendia o que estava acontecendo.

- M-molly....seus....seus....

- O que foi Sherlock?

- Seus....seus.....

- Tia Molly tá pelada! Tia Molly tá pelada!

Quando Rosie gritou notei o que acontecera. Toby arrancou a parte de cima da minha lingerie e eu estava com os seios expostos. Me virei rapidamente correndo que nem condenada e dessa vez me tranquei no quarto (para nunca mais sair).

Nunca passei tanta vergonha em toda a minha vida.

................

Eu não queria sair do quarto, mas graças a insistência de Sherlock, eu tive que dar as caras. Morrendo de vergonha, quase não pronunciei nenhuma palavra. Obviamente eu tinha esquecido que era meu aniversário. Eu nunca esqueci essa data mas estava tão empolgada com minha surpresa para Sherlock, que acabei não lembrando do meu próprio dia. Tive que aturar a pequena Rosie falando sobre meus seios a noite toda. Notei que os amigos de Sherlock riam e cochichavam a meu respeito. Péssimo dia para os nossos amigos descobrirem que finalmente, eu e Sherlock estávamos juntos.

Quando todos saíram da minha casa e ficaram só eu e Sherlock, eu já estava preparada para o sermão que iria receber:

- Molly, o que foi aquilo? Estava indo a uma festa a fantasia? Que roupa era aquela?

- Ora Sherlock! Era simplesmente uma lingerie sexy que eu estava usando para meu namorado! Simples!

- Para mim?

- Tenho outro namorado?

- E por que eu ia gostar de você vestida daquele jeito, Molly?

- Ora. Se você for homem iria gostar. Afinal, qualquer namorado gosta de ver a namorada desse jeito.

- Para mim tanto faz. Só fez você passar vergonha sozinha mesmo.

- Você não gostou?

- Do que?

- De me ver vestida assim?

- Está de brincadeira? Achei ridículo.

- Sério?

- Claro.

- Você é gay, Sherlock?

- Não. Só porque não compactuo com essas coisas não significa que eu seja gay.

- Você é do tipo puritano?

- Argh, que assunto desagradável. Tenho que ir Molly, a noite foi chata! E não, não sou puritano, seja lá como você define essas coisas.

- Sherlock, o que você não entende é que estou sem fazer sexo a meses! Sou uma mulher de quase 37 e estou subindo pelas paredes!

- Você pode se satisfazer sozinha que eu saiba. Já vi você fazendo isso. Lembra?

- Acha que é o suficiente? Está de brincadeira comigo?

- Molly, eu realmente não quero continuar esse assunto. Está um tédio.

- Sherlock, não é somente pela parte carnal. Eu gosto de você. Eu amo você. Você é meu namorado e quero ter intimidade com você.

- Molly, já te falei mil vezes que eu não quero esse tipo de conexão com alguém.

- Mas nem comigo? Nem com sua namorada e amiga de tantos anos?

- Com ninguém!

- Mas por que Sherlock? Foi abusado? Tem alguma anomalia?

- Nem uma coisa e nem outra. Eu simplesmente não quero me entregar dessa forma e nem é por puritanismo ou algo do tipo. Acho isso um tédio também. Eu simplesmente não quero ficar a mercê de alguém a esse ponto. Não quero estar preso.

- Você já está. De certa maneira, namorar alguém é ter um tipo de algema.

- Eu sei. Aliás eu sempre questiono o que estou fazendo....de ter um relacionamento....mas já que comecei, vou ver até onde isso vai dar.

- Entendi. É melhor você ir embora mesmo.

- Está terminando comigo?

- Não! Só estou cansada. Quero ir para a cama.

- Certo, achei que queria companhia por mais tempo já que é seu aniversário.....

- Quem se importa com esse aniversário idiota?

- Ok, vou indo então.

Sherlock saiu sem me beijar (Não estávamos no clima). Passei uma noite vergonhosa que de certa forma, foi engraçada e sempre vou me lembrar dessa cena pavorosa que eu fiz na frente dos meus amigos. Mas a noite também foi triste. Era estranho saber que Sherlock não confiava em mim e não queria ter esse tipo de conexão comigo. Ele achava que conexões e laços amorosos só nos enfraqueciam. Mas não era isso que eu queria. Eu queria era deixa-lo forte. Será que eu estava errada em ter um relacionamento com ele? Não poderia força-lo a fazer o que não queria, isso era errado. Eu deveria respeitar a decisão dele. E deveria fazer uma escolha também. Será que eu amava tanto assim Sherlock a ponto de ficar com ele mesmo sabendo que nunca teríamos um relacionamento físico?

.....................

No dia seguinte, acordei com mensagens de Sherlock:

“Obrigado pela cena de ontem. Por sua causa recebi mensagens engraçadinhas hoje. John me enviou um “que homem de sorte” e Anderson me enviou um “Por que eu não tenho isso na minha vida?”. Nunca mais faça isso, Molly”.

Não respondi. Estava um pouco cansada e farta de Sherlock. De tudo. Do relacionamento difícil que eu tinha com ele, da sua indiferença. De tudo. Desliguei o celular e fui trabalhar. Mais tarde recebi mais duas mensagens dele e li por cima (Não visualizei tudo) que ele estava me questionando do porque não respondi as anteriores.

As horas passaram. Eu estava examinando algumas amostras no laboratório, quando o vulto preto do meu namorado invadiu o recinto de forma assustadora.

- Molly! Vamos para um hotel!

- O que?

- Aluguei um quarto, vamos!

- Está louco, Sherlock? Estou trabalhando.

- Já falei com seu chefe. Você tem banco de horas, pode sair quando quiser.

- Mas não vou sair. Quero trabalhar!

- Você ouviu o que eu disse?

- Ouvi.

- Você entendeu o que eu disse?

- Entendi que você quer forçar a barra para você só para me agradar mas não gosto nada disso.

- Não é essa a questão. Você não respondeu minhas mensagens, Molly. Calculei que isso pode representar duas situações: ou você está chateada demais ou está pensando em terminar devido as circunstâncias pessoais que nos envolve. Considerei que a segunda opção era a mais provável.

- Você não quer ter um relacionamento íntimo comigo, Sherlock.

- Com ninguém.

- Exato.

- Mas o que isso significa, Molly?

- Como assim?

- Vai me querer mesmo assim?

- Não sei.

- Aí é que está a questão. Você começou a ter dúvidas.

- Qual o problema de eu ter dúvidas, Sherlock? Você não tem uma algema comigo. Podemos terminar normalmente como qualquer casal.

- Essa não é a questão, Molly.

- Você foge muito do assunto. Está em desespero por saber que posso terminar esse relacionamento?

- Não sou desesperado por nada.

- É que eu....simplesmente estou cansada sabe, cansada de pensar em terminar com você várias vezes.

- Não pense.

- Você não me dá escolhas.

- Então vamos remediar isto. Vamos para um hotel.

- O que faremos lá?

- Não sei. Mas, vamos logo.

................

O quarto era lindo.

Sherlock realmente gastou dinheiro com ele. Tinha uma vista incrível para a cidade. A cama era enorme e tínhamos uma banheira. Não era um motel barato. Era um quarto maravilhoso!

Quando entramos nele, foi tudo muito estranho. Primeiro porque no caminho, Sherlock não pronunciara nenhuma palavra. Estava assustadoramente quieto, o que de certa forma me perturbou. Quando entramos no quarto, notei que ele tirou o casaco e o cachecol e foi direto para as bebidas. Ainda sem pronunciar nenhuma palavra.

- Devem ser caras, Sherlock.

- Estou precisando de uma.

- Nervoso?

- Com o que?

- Com, bem......você me trouxe aqui por um motivo.

- Sim.

- Qual motivo?

- Não sei, Molly. Na verdade, não faço ideia.

- Er....Sherlock, eu sei que você nunca fez isso, não tente negar.

- Hum, digamos que eu não tenha feito mesmo. Não que eu me lembre.

- Hahahah você se lembraria com certeza.

- Meu irmão reescreve memórias, lembra?

- Verdade.

Silêncio.

Silêncio perturbador.

A situação era estranha. Estávamos sem graças ali um do lado do outro. A certeza de que deveria ocorrer uma intimidade era de certa maneira, algo desconfortável. E confesso que eu não queria que Sherlock se sentisse assim comigo. Queria ele livre, leve, solto e feliz. E bem animado como ele sempre foi. Não queria ele assim desse jeito. Nervoso e não conseguindo levantar seus olhos para olhar para os meus. De repente eu desejei aquele Sherlock anterior. Aquele que me contava seus casos apenas.

Sherlock estava preparando uma bebida quando sem querer, ele derrubou a garrafa no chão. Coloquei meu casaco na mesa e ouvi outro barulho. Um copo se foi dessa para melhor. Sherlock se abaixo para limpar o local molhado com a bebida e acabou ficando de joelhos em cima dela. Só o que cortou o silêncio do local foram os palavrões horríveis que ele pronunciara. Era visível seu estado perturbador e assustado. Não aguentei aquilo. Tive que falar algo.

- Sherlock, você está fazendo isso porque acha que vou terminar com você se não fizermos sexo?

-...............

- Está fazendo isso para me fazer feliz?

-......................

- Não vai me responder?

-.....................

- Você quer ir embora?

- Não, Molly.

- O que você quer fazer?

- O que você quer, Molly? Me diga, que eu faço.

- Sherlock, não quero nada desse jeito. Parece que você é meu capacho.

- Não sou capacho de ninguém.

- Mas é o que parece.

- O que eu devo fazer, Molly?

- Sherlock, você quer fazer sexo comigo?

-......................

- Seja sincero. Você quer?

-.................

- Sherlock! Diga!

- Não. Eu não quero, Molly

- Certo.

- O que acontece agora?

Respirei fundo. Eu tinha pensado nisso o dia inteiro. Eu sabia que eu era uma mulher comum e que tinha necessidades básicas, mas de qualquer forma, eu estava com ele. Com o grande amor da minha vida. Eu não poderia desistir dele.

- O que acontece Sherlock é que eu amo você. Eu esperei anos para ter uma chance de estar ao seu lado e hoje eu tenho. Não vou desistir de você e nem me cansar da nossa relação. Se não fazer sexo é o que você deseja, eu não farei. Eu tomarei banhos frios ou vou me satisfazer comigo mesma. Não sei. Mas eu quero você, sua companhia, seu amor....

- Entendi. Obrigado, Molly.

- De nada. Bem, que tal irmos embora?

- Bom, o quarto foi caro. Não quer aproveitar a banheira?

- Hum, acho que não. Prefiro ouvir os seus casos resolvidos da semana em meu apartamento! Adoro ouvir meu namorado falar. Me assusto quando você fica quieto.

- Eu estava quieto? Nem percebi.

- Idiota rs.

...........................

De cetra forma, eu estava conformada.

Depois daquele dia em que fomos a um hotel, Sherlock continuou indo na minha casa normalmente como sempre. Selinhos e carinhos aconteciam, mas nada a mais que isso. Eu sabia que seria sempre assim e deveria respeitar a decisão dele. Confesso que eu me perguntava de vez em quando se Sherlock gostava um pouco de mim ou se ele estava realmente se apaixonando. Ele nunca dizia que gostava de mim. Nunca. Será que havia sentimento nessa relação por parte dele? Ou será que ele apenas quer testar para “ver onde vai dar?”. Ele era de longe parecido com os namorados normais.

Os dias se passaram e convenci Sherlock a assistir séries comigo. Essa era uma tarefa muito difícil no início. Sherlock não tinha um pingo de paciência e vivia descobrindo os finais dos filmes logo no início. Ele também corrigia cada frase ou palavra que alguém na tela dizia e vivia criticando os roteiros, porém, com o tempo fui selecionando materiais mais difíceis para a gente ver. Ás vezes eu mesma não entendia, mas o que me impressionava é que enquanto o filme “A Origem” passava na tela, Sherlock estava com os olhos bem abertos sem dizer um pio. Ele realmente começou a se interessar. Nós ficávamos sentados no sofá, mas aos poucos, a gente assistia um pouco mais perto um do outro. Eu ficava encostada em seu peito e ele acariciava minha mão.

Depois de semanas, Sherlock começou a gostar de ver séries cada vez mais simples comigo.

- Sherlock? Você está muito concentrado, tenho impressão que só vem aqui em casa para assistir as séries.

- Hum? O que disse?

- Tenho a impressão que...

- Psiuuu! Essas cenas são importantes para entender o final, veja.

Ele virava minha cabeça com a mão e me puxava mais para perto. Nossa rotina era assim.

- Você nunca mais me contou sobre seus casos.

- Eu nunca conto as partes mais importantes dos meus casos.

- Sim, mas quero saber as banais também. Tenho saudades de ouvir sua voz.

- Está ouvindo agora.

- Mas é uma voz belíssima, tão sexy que quero ouvir muito mais.

- Você é estranha, Molly.

- Ai Sherlock, inacreditável. Você é um saco.

- Quietinha vai, vamos continuar assistindo.

E apesar do meu mau-humor de sempre, conforme os dias passavam eu notei algumas coisas diferentes acontecendo. Sherlock agora me apertava mais. Com força mesmo. Ele me beliscava constantemente e vivia mordendo meu ombro, fora todas as vezes que fazia cócegas surpresas. Eu gostava disso, mas era estranho esse comportamento. Enquanto assistíamos as séries, ele puxava minha mão, beijava e mordia meu dedo. Qualquer pessoa pode estar lendo esse relato e achar que era abuso, mas era tudo sem dor, era o mesmo comportamento que meu gato tinha comigo.

- Pare com isso.

- Não.

- Pare, Sherlock.

- Não.

- Sabe quem você está parecendo? Toby.

- Eu não tenho nada haver com seu gato gordo.

- Toby vive me mordendo, Sherlock. Você está igual um gato de estimação.

- Tenho mais valor do que isso.

- Não sei não. Se eu tivesse que escolher entre você e Toby....

- Engraçadinha.

- Engraçadinha nada, escuta, eu...

Mas não deu tempo, Sherlock me segurou pelo braço e começou a fazer cócegas na minha barriga, ele foi certeiro, pois, achou o pior ponto para me deixar sem ar. Eu ria e batia nele ao mesmo tempo tentando me esquivar das suas mãos. Ele começou a intensificar as cócegas e chegou a ficar em cima de mim. Eu estava deitada no sofá e ele estava em cima de mim segurando minhas mãos.

- Sai.

- Por que?

- Você perdeu, consegui parar as cócegas.

- Quem disse?

- Sai, seu idiota kkkkk.

E então aconteceu.

A energia de casa acabou.

Meu último vislumbre foi ver o rosto do meu amado namorado. Depois, ambos estávamos na penumbra imensa da minha sala de estar. A questão é que Sherlock permaneceu na mesma posição. Não saiu. Eu dei uma risada e tentei me esquivar, mas ele segurou minhas mãos e não deixou a impressão que faria algum movimento diferente.

E eu fiquei ali, com a respiração ofegante. Não conseguia enxerga-lo, apesar de tentar fazer isso constantemente. Quando segundos se passaram e ele não reagiu, eu tentei falar:

- Acho melhor eu pegar uma vela.

-............

- Sherlock?

A única coisa que me lembro a seguir foi ouvir a respiração dele ficar mais alta e mais ofegante. Senti seu corpo baixar para tocar mais o meu e em seguida, só lembro que beijos carinhosos estavam sendo depositados em meu rosto, meu pescoço e minha boca.

Isso me faz pensar que a teoria de que o sexo ocorre naturalmente é predominantemente correta. De fato, eu estava conformada que nós não teríamos isso em nossa relação, mas somos seres humanos. Animais racionais, mas com instintos. E quando um homem e uma mulher estão juntos, sozinhos entre quatro paredes não dá para explicar o que pode ocorrer quando dois corpos se sentem atraídos um pelo outro (ah e claro, com a falta de energia para ajudar).

Minha teoria é que nesse dia, a falta de energia deu a Sherlock a oportunidade perfeita para tentar inibir sua própria vergonha e sua própria timidez. E também foi o carimbo para que ele me confessasse que nossa conexão era necessária. Sherlock vivia dizendo que não queria ficar preso a ninguém, que sentia receio de ficar a mercê a esse ponto. Fazer amor comigo não foi apenas um ato de prazer comum entre namorados. Foi a confissão de uma confiança tremenda que Sherlock depositou em mim. E eu estava com plena noção dessa responsabilidade.

Não é necessário detalhar o que aconteceu. Ás vezes, a intimidade de um casal é restrito somente para o casal. O que posso dizer é que diferente da timidez e vergonha que uma garota virgem pode sentir em sua primeira vez, Sherlock tinha maturidade no seu aspecto de vida o que fez com que ele não hesitasse ou mesmo parasse com o que estava fazendo. Ele não parou em nenhum momento na verdade. Só posso resumir que tudo aconteceu com muita paixão e muito amor. Eu o ensinei e ele também me ensinou. Era óbvio que o receio de me possuir existia, mas eu o tranquilizava e o aproximava cada vez mais perto de mim. Ele foi carinhoso, intenso, inseguro, solitário, amoroso. Ele se preocupou comigo como nunca, mas também não conseguiu resistir a sua própria tentação corporal.

E eu entendi todos os seus chamados, as suas súplicas, os seus desejos.

Nosso encaixe não foi perfeito, como nunca é na primeira vez de qualquer casal, mas foi suficiente. Suficiente para que eu tivesse a noção de que eu estava com o homem que amo. E que finalmente, eu podia senti-lo completamente em todos os aspectos da minha vida.

Quando terminamos, depois de alguns minutos, a energia voltou. Nos levantamos do sofá e nos trocamos sem dizer nenhuma palavra um para o outro. O que viria agora? Sherlock desistiria de mim? Diria que foi errado? Iria terminar comigo? Era como se um pânico assombroso tomasse conta do meu corpo naquele momento. Eu estava insegura da reação dele. Notei que ele se preparava para ir embora. Eu o acompanhei até a porta e não aguentei ficar calada.

- Sherlock, me desculpa. Você está bem?

-...................

- Você vai terminar comigo eu....

E me beijou. Novamente. O mesmo beijo rápido que tanto gosto. E saiu sem olhar para trás.

Fechei a porta e voltei a sentar no sofá. No mesmo lugar que minutos atrás me proporcionou um dos melhores momentos da minha vida. Olhei para meu celular e não resisti. Eu tinha que mandar aquilo. Eu tinha. Digitei um coração já imaginando que Sherlock responderia que eu deveria parar de enviar essas mensagens porque elas travariam seu celular. Olhei para o teto e respirei fundo. Ouvi um barulho. Era uma notificação. Olhei para a mensagem e não acreditei. Ele mandou um coração de volta.

Aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida.

........................

O tempo passou.

Minha relação com Sherlock continuou a mesma. De certa maneira, ele ia na minha casa, comíamos, assistíamos séries e fazíamos amor. Com o tempo isso também foi ficando melhor porque a prática ajudou na experiência. Mas obviamente nem tudo eram flores, pois, Sherlock continuava me ignorando em público e somente nossos amigos sabiam de nós. De vez em quando, ele me dava um bolo e continuava reclamando das mensagens que eu mandava pra ele. Não éramos o casal perfeito. Eu sabia disso e tinha escolhido isso. Ele também se recusava a jantar fora comigo, sem falar que passou semanas em outro país sem dar sinal de vida. Mas era essa a vida de uma patologista que namorava o detetive mais arrogante de Londres.

Olhei para o calendário e vi que era 13 de fevereiro.

No dia seguinte, seria nosso primeiro dia dos namorados juntos. Eu sabia que ele não me daria nenhum presente ou declaração pública. E estava ok com isso.

O que eu não poderia imaginar é que os próximos dias marcariam a maior crise que teríamos na vida.

O meu amor ficaria longe de mim. Por muito tempo.

ESSA HISTÓRIA CONTINUA, E NÓS SABEMOS ONDE......

ACOMPANHE AGORA A CONTINUAÇÃO DO PRESENTE DA HISTÓRIA DE AMOR DE SHERLOCK HOLMES E MOLLY HOOPER.


Notas Finais


E o desafio continua! 4 comentários e capítulo nova na próxima sexta!

Próximo capítulo será do presente!!!


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