História She Will Be Loved - Regret

Sakura

    Estava completamente frustrada em seu quarto, andando de um lado para o outro e não conseguia deixar de se perguntar como havia se deixado ser tão burra. Konan estava cuidadosa demais para simplesmente entrar em um motel antes da noite chegar, Sakura não conseguia se perdoar pela cena constrangedora que havia passado devido a sua falta de atenção com detalhes. Trabalhar em um motel. Como poderia ser mais conveniente? O pior ainda havia sido a reação de Sasuke, ele ficara completamente envergonhado e aquilo ainda rendera algumas risadas para Sakura agora que estava sozinha.

Além de toda a confusão por causa de sua madrasta, estava também se lembrando de um pedido que Hinata havia feito quando partira; ajudar Neji e Tenten, algo que Sakura não estava realmente com vontade de fazer. Sem paciência. Um morto e uma maluca. Mas como fiz um tipo de promessa, vou ajudar… Mas do meu jeito.

Pegara o celular e ligara para Tenten, queria deixa-la assustada antes de fazer o que passava em sua cabeça naquele momento. Aposto que ela virá para cá correndo.

– Tenten? Olha… Você gosta de mim?

– Como assim? Que tipo de pergunta é essa?

– Só quero que por favor não me odeie. Estou apenas ajudando. Tchau!

– Sakura?! Sakura, não desliga!

Desligou o celular e olhou-se no espelho. Estava sentindo que aquilo poderia acabar mal, mas não via nenhuma outra forma de tentar juntar aqueles dois se não aquela. Hinata mesmo sem estar aqui acaba me deixando completamente doida. Aliás, ela precisa saber disso.

Enviara uma mensagem para a amiga que já não dava notícias muito interessantes há uns dias, apenas lhe enviou algo bem curto e objetivo. “Estou indo agora resolver o negócio entre Neji e Tenten. Só não me culpe por não conseguir dar um empurrãozinho, os dois precisam ser arrastados mesmo. Beijos, saudades!”

Seu celular tocava sem pausa, Tenten mostrava desespero na velocidade em que fazia suas ligações. Se vier, quando chegar já vou ter feito… Aí ela pode me bater… Ou não. Descera as escadas correndo, aliviada por Konan não estar em casa. Já pensei em muitas coisas pra você também, vadia. Saíra de casa andando o mais depressa que conseguira sem chegar a correr, então fora direto até um de seus vizinhos ali. Tocara a campainha e aguardara nervosamente, suas pernas tremiam, ela não sabia mais como chegar em alguma pessoa e dizer algo impactante. Era tão fácil. Acho que fiquei fraca…

– Sakura? O que faz aqui? Aconteceu algo com a Hinata?!

Não pôde conter uma reação instantânea e automática de respirar fundo e com força, revirando os olhos. Esse imbecil ainda pensa na Hinata? Que tipo de doença ele tem? Aliás, ele parece ainda mais morto. Vou recomendar um sol, de repente…Ele pode ter déficit de vitamina D.

– Não, não é nada com a Hinata. Estou aqui para falar sobre a Tenten.

– Como assim? O que tem ela?

– Olha Neji, sinceramente… Eu não gosto de você. Nunca gostei, e ainda menos quando aquelas coisas todas aconteceram. Sua cara me enjoa, acho que você já morreu mas não avisaram e também… Mas isso é algo que não vem ao caso.

– Mas que porra você tá falando? Veio até aqui só pra ficar me falando um monte de merda?! Você é maluca?

– Shh! Eu ainda não terminei. Acho que o que você sente pela Hinata é algo patológico e tudo mais. Mas… MAS… Ela gostava de você, e se ela chegou a esse ponto é porque você tem algo que preste aí. E não só isso, Tenten também gosta de você.

– Claro, ela é minha amiga.

– Não. Você é um cego estúpido! Ela gosta de você, tipo desde quando se conheceram! Ela ficou realmente mal com isso. E digo mais uma coisa: se deixar uma pessoa como ela passar, você é ainda mais idiota do que parece. Ainda procuro qualquer rastro de alguma coisa aí que tenha feito minhas duas melhores amigas se apaixonarem por você, mas está difícil.

– Eu…

– Pode calar a boca? Não diga nada, faça! Chame-a para sair e verá. E ela não me pediu nada disso, antes que se pergunte. Estou me intrometendo porque as pessoas indo devagar demais ao meu redor é algo que me incomoda muito. Enfim, era só isso mesmo.

– Você é mesmo maluca.

– Ah, e de nada!

Apenas virou as costas e saiu andando, não dando importância ao que Neji resmungava logo ali atrás. Agora ela vai me matar, mas pelo menos fiz o que Hinata pediu, mas estou começando a me arrepender um pouco e não quero pensar nisso. Fora para casa e sentia que Tenten com certeza logo estaria chegando ali para tirar algum tipo de satisfação. Respirou fundo e jogou-se no sofá da sala, havia muita coisa martelando em sua cabeça, a mais pesada de todas era Konan. Mas já sei o que consigo fazer, só preciso falar com o Sasuke. Lembrou-se de que havia exagerado em sua reação com ele quando ele ameaçou questionar seus motivos para perseguir a madrasta e sentiu-se mal por isso, sentiu medo apesar das palavras dele de que iria continuar ajudando. Preciso me desculpar, de qualquer jeito.

Mandou uma mensagem para seu vizinho da frente, com o propósito de verificar sua disponibilidade para conversarem e ao receber uma resposta positiva, tratou de tomar um banho rápido para que pudesse ir até lá, havia muito a ser conversado fora o pedido de desculpas. E eu vou pega-la, e vai ser logo.

Sasuke

Estava deitado se perguntando o por quê de ter aceitado participar de toda a coisa maluca que Sakura estava fazendo, mas não conseguia de forma alguma encontrar uma resposta que de fato justificasse aquilo tudo, mas apenas lembranças do que levara até àquilo. Só não pude dizer não. Tarde demais para me arrepender.

Levantou-se ao receber a mensagem de que ela logo passaria por lá, estava jogado de toalha na cama desde a hora que saíra do banho, o que já fazia um tempo. Sentia muita preguiça e ainda estava levemente constrangido pela cena de confusão no motel. Agora aquela maluca vai pensar que eu saio com a outra maluca para motéis. Isso não vai dar certo. Pensava isso, mas agora ria da cena. De certa forma, Sakura havia pensado bem rápido em algo que não ficaria totalmente estranho na visão de sua madrasta e Sasuke era capaz de reconhecer aquilo. Mas mesmo assim, já é tenso o suficiente ir ao motel com ela para esses fins de espionagem. Ser flagrado torna tudo uma cem vezes pior.

Vestira a primeira roupa que encontrara e apenas deu uma ajeitada no cabelo, o que fez com que parecesse ainda mais bagunçado do que antes. Ao descer as escadas, pôde ouvir a campainha tocar. Já sabia de quem se tratava, então apenas gritou para a mãe que ele mesmo atenderia.

– E aí.

– Sasuke, primeiro de tudo: me desculpa! É sério, eu… Tem alguém na sua casa?

– Sim.

– Vamos para a minha. Venha!

O puxou pelo braço como fazia quando eram mais jovens, arrastando-o para o outro lado da rua. Posso dizer que ela não mudou tanta coisa. Pelo menos agora. E se minha mãe ouviu isso, o questionário mais tarde vai ser uma merda.

Apenas seguira Sakura até onde ela soltara seu braço, que fora assim que pisaram em sua sala. Ela aparentemente estava sozinha na casa, pois jogara-se despreocupada no sofá, começando suas reclamações sobre o que havia acontecido no dia anterior.

– Cale um pouco a boca, já aconteceu, já foi – disse jogando-se no outro sofá – Você me trouxe aqui desse jeito para que, exatamente?

– Você diz isso porque não tem que ver essa mulher todos os dias! Mas sim, eu tenho algo que pode resolver muita coisa, agora que sabemos que ela é a gerente daquele lugar.

– E o que seria?

– Câmeras. Eu andei vendo a planta daquele lugar, encontrei nos documentos dela… E ela fica numa sala próxima à entrada. Podemos colocar câmeras lá para vigiá-la.

– Ah, claro. Que ideia brilhante! Mas eu não vou comprar câmera nenhuma pra essa sua loucura, Sakura.

– Quem disse que você compraria? Considere-as compradas por mim. Só preciso da sua inteligência para que possamos instalar.

– Mas que tipo de câmera você vai comprar? Qual o alcance de acesso remoto?

– Curto. São câmeras minúsculas, teremos que acessar apenas de lá de dentro…

– E como você planeja fazer isso?!

– Como? Que pergunta idiota, é claro que vamos ir para um quarto, instalar o computador e deixar tudo pronto! Eu falo com o porteiro para reservar o quarto apenas para a gente, pago a ele uma quantia bem maior do que seu salário e pronto, não teremos problemas.

– Suborno? É sério que vai fazer isso?

– Não me julgue! Meu pai está sendo traído… Esse motel? Ele quem comprou. Tudo o que ela tem hoje na vida? É graças a ele! E o que ela dá em troca? Um par de chifres! Então sim, Sasuke. Eu faço o que for preciso pra colocar um fim nesse inferno.

Falando assim ela fica até um pouco assustadora, mas eu consigo entender… Ela ainda vê como se Konan tivesse lhe tirado o pai. Mas ele é um escroto sem a ajuda de ninguém, pelo que já presenciei.

– Tudo bem, Sakura. Eu vou ajudar com isso, mas não consigo ver alguma chance de dar certo.

– É sério que vai ajudar? – disse ajoelhando-se no sofá como uma criança – Obrigada, Sasuke! Quando pegarmos essa vadia adúltera, vamos dar uma festa na minha casa pra comemorar e você vai ser o convidado de honra!

– Festa? Já está pensando tão longe? Enfim, era só isso o que queria me dizer?

– Era sim, e eu também queria saber quando vai ser o próximo show… Vocês estão fazendo bastante sucesso. Não vão gravar músicas próprias?

– Até temos uma ou duas, mas ainda estamos trabalhando nisso. Por que a pergunta?

– Por nada!

– Sakuraaa!

A porta havia se aberto com força e uma pessoa havia acabado de entrar correndo por ela, era Tenten. Estava claramente enfurecida, Sakura correra para trás do sofá, pronta para fugir subindo as escadas. Quando a invasora notara a presença de Sasuke, mudara totalmente sua expressão.

– Ah, Sasuke! Oi.. Como vai? Me desculpe se eu atrapalhei vocês…

– Não atrapalhou, não estávamos fazendo nada.

Acho que vou embora. A cota de mulheres malucas já estourou pra mim.

– Eu vou indo. Depois falo sobre o show pra você, Sakura.

Ela apenas acenou positivamente com a cabeça, ainda pronta para fugir dali. Sasuke não sabia o que se passava com as duas, mas deduzira que não queria saber de mais nada além de descansar aquele dia. Relaxaria em sua bateria pelo resto da tarde se fosse possível. Agora mesmo que preciso trabalhar em mais composições, ou estamos todos fodidos.

Naruto

Ficara um bom tempo sozinho até ter sido chamado para sair com aquela garota. Fuuka era uma garota vista como mistério pelas pessoas da sala, por ser uma aluna nova. Naruto apenas aceitara o convite por se tratar de uma garota linda, cabelos longos e ruivos, pele bonita e um sorriso que o convenceu facilmente.

O único que sabia do que se passava era Sasuke, não dá pra não contar as coisas pra esse puto. Ultimamente estava aborrecendo o amigo em alguns momentos maiores de loucura e carência onde percebia estar sentindo muita falta de Hinata. Não achei que fosse durar depois desses meses, mas está cada vez mais tenso.

Aquele havia sido outro motivo para que aceitasse o convite de Fuuka, então agora estava se arrumando em sua casa, preparando-se para ir se encontrar com ela no shopping. Me chamou para o cinema… Do jeito que estou, o lugar poderia ser outro… Mas chego lá. Ou não.

Despediu-se de sua mãe quando estava prestes a sair, ouvindo a faze clássica e dócil de Kushina “Juizo, Naruto. Ou mato você!”. Sempre cuidadosa, heh…

O shopping era próximo, sentia-se sortudo por morar perto do centro da cidade, tudo era sempre perto e bem localizado. Chegando por lá, vira Fuuka de costas mexendo no celular, teve vontade de abraça-la por trás, e estava prestes a fazer aquilo quando olhara de relance para o lado e vira uma mulher com cabelos longos e de um preto azulado impossível de não reconhecer. Hinata? Estava prestes a caminhar em direção a dona daqueles cabelos, mas ao ver seu rosto, percebera que se tratava de outra pessoa. Ficou mais decepcionado do que pôde entender, ou esperar.  

– Naruto? Há quanto tempo chegou? Ia ficar aí parado até quando?! Nossa sessão começa em dez minutos!

– Ah, Fuuka… Foi mal, heh. Eu estava pensando em comprar algo para comer, aí fiquei meio perdido…

– Só você, não? HAHA… não pegaremos nada, porque não dá mais tempo!

É. Só eu. O que está acontecendo comigo? Não teve muito tempo para ficar pensando, Fuuka o pegara pelo braço para que fossem logo até a fila do filme, ele já havia comprado os bilhetes anteriormente, assim pudera escolher lugares localizados mais para o fundo do cinema, pois não estava lá para assistir o filme. E espero que ela também não…

Entraram e se acomodaram, não demorara muito para que as luzes se apagassem por completo. Se tratava de um filme de terror, então o cinema ficaria bem escuro pela maior parte do tempo que passariam ali, para Naruto aquilo estava perfeito.

Não teve muita paciência para tentar algum contato mais profundo com Fuuka, poucos minutos após o início do filme, passara o braço por trás da cadeira dela, notando que ela respondera àquela ação inclinando-se mais para seu lado, quase como se fosse deitar em seu ombro. Com a mão livre, levara uma mecha de cabelo dela para trás de sua orelha, esperando que houvesse algum contato visual. Ainda quero saber o que está acontecendo comigo. Esse perfume… Era o perfume de Hinata, ele lembrava tão perfeitamente do cheiro que chegava a ser assustador, era quase como quando a irmã o passava e andava pela casa, deixando o cheiro por todo lugar que passasse.

Saíra daqueles devaneios quando vira que Fuuka o encarava, aquele era o momento. Não perdeu mais tempo, apenas segurou seu queixo com delicadeza e a beijou, o mais devagar que pudera. Apenas poucos minutos se passaram para que aquilo se tornasse algo ainda mais intenso, ela aprofundara o beijo e Naruto mergulhara os dedos em seus cabelos ruivos, segurando-a dessa maneira pela nuca, vez e outra descendo os beijos até o pescoço e orelhas.

O cinema é desconfortável demais… Mas não tem problema. Será que eu posso…? Quase dera um pulo da cadeira quando Fuuka apertara uma de suas coxas, subindo sem muita calma até sua barriga, passando a mão por cima da ereção destacada em sua bermuda jeans. Ela…? Ela havia começado a abrir o zíper, Naruto sorrira internamente por aquilo, estava sendo uma tarefa mais fácil do que ele imaginara que seria. Não posso ficar parado. Com esse pensamento, aproveitara o fato de Fuuka estar usando saia para levar uma das mãos até uma de suas coxas, subindo sem delongas até alcançar sua calcinha, onde massageara da melhor forma que a posição permitia.

Aquilo tudo estava ficando quente demais, Naruto sentia a mão da ruiva apertando sua ereção por cima da cueca, abaixando-a aos poucos enquanto ele estava prestes a introduzir um dedo nela ali mesmo no cinema, sem nem se importar se alguém estava vendo aquilo ou não. Então algo completamente inconveniente, inapropriado e até mesmo desagradável acontecera: a imagem de Hinata aparecera em sua cabeça, mas não uma imagem qualquer, a imagem que ele havia visto no dia do incidente no banheiro, onde a vira nua. Não soube dizer o que estava acontecendo, mas imediatamente se arrependera do que estava fazendo com Fuuka. De um momento para o outro, não queria mais estar ali, queria ir para longe para tentar entender seus pensamentos, então fora obrigado a interromper o beijo e todo o resto, fingindo que seu celular estava tocando, mentindo sobre se tratar se algo totalmente urgente, se lamentando por ter feito aquilo. Saíra do cinema irritado, bravo consigo mesmo e com Hinata que mesmo de longe conseguia deixa-lo fora de si. Merda. Eu realmente preciso descobrir o por que de tudo isso, antes que acabe perdendo algo assim de novo.