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História She Will Be Loved - Grief


Escrita por: UchihaAika e anylady

Notas do Autor


Oi <3

Capítulo 42 - Grief


Sasuke

 



 

Como era esperado, sua mãe estava simplesmente inconsolável. Seu pai estava triste, porém calmo. Ele sempre aceitava melhor as coisas que não tinham forma de reverter. Já haviam arranjado tudo para o velório, Sasuke foi o único que teve coragem de ver o corpo antes que fosse tratado para realizar a cerimônia.

Um tiro na testa. No meio da testa. Nada de roubo. Foi ordenado. Droga, Itachi.

Segurava a mão gelada do irmão enquanto a equipe esperava para preparar o corpo. Sasuke sentia-se pesado. A única coisa que desejava era poder voltar no tempo e impedir que isso tudo acontecesse, não teria ignorado o irmão, não teria brigado sem motivos, não teria feito nada do que fez. Enquanto via Itachi ser levado, as lágrimas finalmente caíram. Não éramos próximos, então por que me sinto sozinho desse jeito?

Era estranho vê-lo daquela forma, o Itachi, sempre tão admirado por todos, sempre muito bom no que fazia. A vida não é justa com ninguém.

Secou as lágrimas, mas a tristeza permaneceu dentro dele. Sentia que poderia chorar de novo em breve, mas não queria. Sua mãe estaria precisando de apoio, e ele devia ser capaz de apoiá-la naquele momento.

Foi até a capela que ficava logo ao lado, onde seus pais e mais alguns familiares já esperavam. Tinham preferido que o caixão de Itachi permanecesse fechado, pois a ferida em sua testa era visível demais, o que poderia gerar certo desconforto.

Konan foi a primeira pessoa a chegar. Ela utilizava óculos escuros grandes, que tapavam quase todo o seu rosto. Entretanto, quando retirou-os para olhar o caixão de Itachi, Sasuke impressionou-se com o inchaço de seus olhos ainda vermelhos de tanto chorar, e as grandes olheiras negras sob eles. Ela está sofrendo demais. Parece que realmente o amava… é bom que eu e Sakura não tenhamos flagrado nada e feito um estrago maior.

–  Meu amor…  –  Ela sussurrou, mas Sasuke entendia o que ela dizia apenas pelo movimento de seus lábios ressecados.  –  Sentimos tanto sua falta… ele pagará.

O que será que ela pensa em fazer?

Os olhos de Konan então encontraram a Sasuke e sua família. Ela caminhou até eles, e parou diante da mãe de Sasuke. Agora ela deve contar aquilo que me disse a plenos pulmões. Sasuke pensava que aquilo era uma coisa boa em meio a toda a desgraça. Sua mãe certamente sentiria-se consolada, de alguma forma.

–  Eu sinto tanto, Mikoto…  –  Konan disse, e chorou novamente, abraçando a mãe de Sasuke.  –  Desculpe-me por nunca ter dito a verdade. Eu e Itachi estávamos em um relacionamento, e eu o amava tanto…

Konan levou a mão até o ventre, e acariciou-o. O pai de Sasuke pareceu ser o primeiro a notar o significado do gesto.

–  Você está…?  –  Perguntou, sobressaltado.

–  Estou grávida de Itachi. Isso mesmo. Ele havia me pedido em casamento logo após eu... contar sobre o bebê, e então…

– O que aconteceu?! Por que o mataram?

– Mikoto, Fugaku. Quem fez isso vai pagar muito caro, eu prometo a vocês. E quando ele… ou ela… nascer, eu trarei para que conheçam o neto. Itachi vai viver. Viver no filho que carrego. E ele vai descansar em paz, pois não descansarei enquanto o culpado não pagar.

Ela não vai dizer?

– Você sabe de algo? Como aconteceu?! Meu filho…  – Mikoto chorava novamente, então Fugaku e Sasuke se aproximaram, cada um de um lado. Sasuke colocou uma mão no ombro da mãe.

– Mãe, não importa como aconteceu. Não vai melhorar saber disso.

Konan chorava novamente, era quase impossível notar que seus olhos estavam abertos pelo inchaço excessivo. Ela recolocou os óculos e se aproximou do caixão de Itachi. Passou a mão pela madeira e sussurrou um triste “adeus”.

Sakura e Naruto chegaram juntos, e prestaram condolências de forma desajeitada, pois era impossível para qualquer pessoa se sentir confortável em uma situação como aquela. Especialmente para Naruto, que havia perdido os pais há pouco tempo.

Após as condolências, ambos apenas observavam tudo de longe. Sasuke desejava, estranhamente, que Sakura ficasse perto dele, mas jamais pediria ou demonstraria aquele desejo de alguma forma. Não podia obrigá-la a ficar naquele ambiente, onde nem mesmo ele gostava de estar. Mas precisava ficar até o fim. Ao menos dessa vez, Itachi. Talvez se alguma outra vez em sua vida ele tivesse dedicado um tempo ao irmão, as coisas poderiam ter sido diferentes. Era a lei do universo: um simples ato, mesmo que apenas um olhar em uma direção diferente, poderia trazer um futuro completamente diferente. Mas agora já é tarde.

A cerimônia parecia infinita. Pessoas chegaram e partiram, Sakura e Naruto já tinham ido embora há muito tempo, e Sasuke ainda continuava ali. Quando chegou o momento do enterro, ele sentiu-se aliviado. Suas pernas doíam, pois não havia sentado em nenhum momento, ficara sempre em pé. Konan acompanhou o caixão de Itachi de perto, como se fosse parte da família. E a partir de agora ela acabará sendo. Via a forma como sua mãe olhava para a mulher que carregava o filho de Itachi, e tinha certeza de que Mikoto desejaria toda a proximidade possível dela.

A lápide de Itachi era no chão, feita de mármore negro com letras prateadas. Estava escrito “Descanse em paz, Itachi Uchiha, filho amado e irmão querido”. Nunca me perguntaram se eu queria que colocassem irmão. E ele era também um pai, e um noivo… ninguém sabia disso.

Acompanhou o enterro até o fim, e deixou uma rosa vermelha sobre a lápide quando tudo acabou. Observou novamente as escritas em prateado, e suspirou. De alguma forma, eu tenho certeza de que você gostaria de ter sido lembrado como um pai.

–  Vamos, Mikoto.  –  O pai de Sasuke chamou. A mãe dele tinha a mão sobre a lápide do filho, e ainda chorava.

–  Como posso deixá-lo aqui, Fugaku? A vida não é assim… mães devem morrer primeiro, e não os filhos…

Sasuke não deixou de pensar se morreria antes de seus pais também.

–  A morte é a única regra da vida e você sabe disso. Vamos logo.

Fugaku não gostava de demonstrar emoções, especialmente em público. Enquanto ele falava aquelas coisas, estava de costas para Mikoto, para Sasuke, e especialmente para a lápide de Itachi. Sasuke aproximou-se da mãe e ajudou-a a levantar, com a maior delicadeza que possuía.

–  Vai ficar tudo bem. Vamos…

E então, finalmente, partiram para casa. Mas Sasuke sabia que por um longo tempo, casa não seria mais a mesma coisa que sempre havia sido.


 

 


 

Konan



 

 

Zabuza trouxe-lhe o homem desacordado.

–  Aqui está, como prometi. Você sabe que nunca falho, e que eu sempre sei.

–  Você tem certeza de que é ele, Zabuza?

Konan desejava sua vingança acima de qualquer coisa, mas ainda assim, temia fazer um homem inocente pagar. Zabuza sorriu.

–  Você fala como se não me conhecesse.

Zabuza era um amigo de longa data que, por sorte de sua vida, ela havia conhecido ainda na infância. O pai dele era o chefe do tráfico no maior bairro da cidade e, portanto, o maior traficante de toda a cidade. Absolutamente nada acontecia sem que eles soubessem, em relação atividades ilegais. Konan sabia, desde o começo, que Zabuza seria sua maior ajuda.

–  Quando ele acordar, você me ajuda a ter essa certeza.

O homem não demorou a dar os primeiros sinais de vida. Devia ter quase quarenta anos, uma barba mal feita e uma grande cicatriz na vertical atravessando o rosto no lado esquerdo. Quando ele enxergou Zabuza, seu rosto empalideceu.

–  Senhor Zabuza! O que…?

–  Poupe sua voz fazendo perguntas, você está aqui para responder, e eu tenho uma pergunta muito simples… Foi você quem assassinou o homem que estava com ela a mando de Kizashi Haruno?

Os olhos do homem correram, diversas vezes, entre Konan e Zabuza.

–  Eu não.

Zabuza soltou uma gargalhada, e sua gargalhada era terrível. Somente sua voz era suficiente para botar terror, grave e rouca. Ele retirou de uma bainha que carregava consigo um canivete, e com uma rapidez que Konan não conseguiu acompanhar, ele cortou o rosto do homem na horizontal. Ele gritou, e o sangue escorreu vívido bochecha abaixo. Konan sentiu um leve incômodo, mas não podia parar ali.

–  Agora sua cicatriz será uma cruz. Sei que você é cristão, então deve apreciar isso. Foi apenas uma homenagem ao seu deus. Se quiser manter apenas a cruz e seus membros intactos, confesse de uma vez. Você conhece bem a mim e ao meu pai Mizuki, e sabe o que te espera…

–  Eu sei! Eu sei! Fui eu! Tá bom? Ganhamos um bom dinheiro para isso…

Konan revirou os olhos.

– Mesmo na cadeia, preso por corrupção, aquele filho da puta consegue… e você, seu imprestável, matou um homem inocente, prestes a ser pai!

Sem conter a raiva, Konan acertou um soco no rosto do homem com toda a força que possuía. Sua mão doeu muito, mas não reclamou por nenhum momento, apenas observou rios de sangue escorrerem pelo nariz quebrado dele. Em seguida, mirou no meio de suas pernas e pisou em seus testículos com toda a força e precisão que seu salto alto permitia. Ele grunhiu e chegou perto de desmaiar de dor, demorando alguns minutos a voltar a um estado quase normal.

–  Isso é tudo o que receberá de mim, por enquanto, contanto que faça o que lhe for ordenado.  –  Disse Zabuza, abaixando-se próximo ao homem.

–  Qual é a ordem, senhor Zabuza? Farei o que quiser!

Como é que ele consegue com tanta facilidade?

– A ordem é simples. Você será denunciado, e prestará depoimento contando toda a verdade sobre Kizashi Haruno.

O assassino demorou para processar o que estava sendo pedido a ele.

–  Mas assim eu… assim eu vou preso.

–  Sim, você vai preso, mas vai sobreviver na cadeia. Caso não faça o que eu mandei, você vai preso de qualquer jeito… e sabe que não sobreviverá. A escolha é sua, Mizuki. A polícia já está na sua cola.

Zabuza então soltou o lacre que prendia as duas mãos do assassino às costas.

–  Vá. Tente escapar.

O assassino correu, cambaleando, e Konan permaneceu ali, aflita.

–  Ele pode conseguir fugir…

–  Não conseguirá.  –  Zabuza garantiu, e de alguma forma, ele estava sempre certo. 

– Obrigada, Zabuza. Vou te compensar por isso, quando puder.

– Sabe que não precisa. Odeio aquele merda do Kizashi e toda a raça dele, e quanto mais caro ele pagar, mais recompensado estarei.

– Muito obrigada. Ele vai pagar. Vou cuidar disso, agora.

– Se precisar, sabe onde me encontrar. Até mais, Konan. Até amanhã o depoimento desse cuzão já estará nas mãos do promotor, pode ter certeza.

Eu não tenho mais como agradecer.

Chorou por pensar mais uma vez em Itachi, mas ao mesmo tempo sentia como se algo estivesse saindo de suas costas. Fazer com que Kizashi passasse o resto da vida preso seria o mínimo necessário para que pudesse respirar em paz novamente.

Espere mais um pouco, meu amor. Você poderá descansar em paz.

 



 

 

Naruto

 


 

Aquela semana parecia estar sendo a pior em todo o universo para os moradores daquela rua, e Naruto sentia medo do que mais poderia vir. Primeiro o pai de Sakura, depois seus pais, e agora o irmão de Sasuke havia sido baleado a sangue frio sem motivo aparente.

Eu definitivamente preciso ir embora daqui.

Sentia um clima pesado, mesmo que tivesse voltado para a casa de Sakura após o acontecimento com Itachi, pois não queria atrapalhar a família de Sasuke. Pediu para que Sakura o acompanhasse até sua casa para que pudesse fazer as malas. Sentia-se como uma criança com medo do escuro ao reparar o quão patético era seu medo de entrar sozinho em casa, mas era algo que não conseguia fazer ainda. E não sei se vou conseguir um dia.

Mesmo agora que estava em seu quarto organizando as malas, tinha sempre a impressão de ouvir Kushina andando pela casa e mexendo em pratos na cozinha. Ou até mesmo do pai consertando algo no quintal. Eram sons familiares demais, que Naruto costumava ouvir quase todos os dias e agora estavam ali, baqueando em sua cabeça. Ele sentia que iria enlouquecer.

– Não precisa de ajuda com isso? – disse Sakura apontando para as roupas jogadas e amassadas que Naruto tentava colocar na mala, mas não cabiam.

– Não, não precisa… Eu… Tenho preguiça de arrumar. Minha mãe sempre brigava.

– Eu também brigaria se fosse ela! Não dá pra você viajar assim. E nem se atreva a deixar as coisas jogadas assim por lá!

Levantou e começou a dobrar peça por peça. Naruto a observava, e sorriu. Era bom ter alguém como ela ao seu lado, alguém que não o fazia ficar lembrando o quão vítima era. Alguém que apesar de tudo, estava sendo forte por todos. Em questão de minutos, Sakura havia dobrado todas as roupas que Naruto havia separado e estavam bagunçadas, ele estava tentando organiza-las na mala, e suas mãos começaram a tremer quando encontrou dentro de uma caixa, uma foto de sua mãe e seu pai que ele mesmo havia tirado em um passeio pouco depois de Hinata ir embora. Seus olhos marejaram imediatamente.

Sakura o encarava, séria. Ele tentava muito segurar o choro, mas não por orgulho. Se tratava de não querer ficar preso naquilo, por mais que ainda doesse. Encarou a foto e apalpou seus bolsos, procurando sua carteira. Colocou-a em uma das telas, para que pudesse vê-la toda vez que abrisse a carteira. Não vou esconder uma foto deles. Por mais que doa não vê-los de novo.

– Você já terminou por aqui? Seu voo é daqui três horas, certo?

– Sim, eu já peguei tudo o que precisava.

– Vou te dar carona até lá. Quando quiser ir, me avise.

– Você não precisa… Já está fazendo muito.

– Tsc. Não vem com frescura essa hora, tá? Vou te levar, sim. Nem inventa de discutir comigo.

Não adiantaria mesmo, não é?

Já estavam carregando o carro de Sakura com as malas, enquanto Naruto fechava todas as portas e janelas da casa. Levaria a chave, havia pedido para que Sakura recebesse a correspondência e o enviasse para que não ficasse nenhum tipo de dívida em nome dos pais, pois trabalharia com o que conseguisse para pagar por tudo.

Naruto já havia se despedido de Sasuke após o velório, e não queria que mais ninguém soubesse o que estava prestes a fazer, até porque odiava atrair o sentimento de pena. E muitos que não me conhecem, ou aos meus pais, já estavam dramatizando o ocorrido, sensibilizados ou sofrendo. Preciso ir embora antes que faça uma merda grande.

No aeroporto, Sakura o abraçou forte antes que ele fosse para a espera do embarque. Ele a abraçou de volta, e notou que ela chorava. Não sabia o que dizer, nunca havia visto Sakura chorar de forma verdadeira, e ali estava. Totalmente inédito.

– Por que está chorando?

– Hinata já se foi, agora você… Eu amo vocês dois. Tenho ódio por ter feito tudo o que fiz.

– Já passou, Sakura. Você é você agora, e não aquela coisa que tentava conseguir atenção.

– Eu sei, mas…

– Tudo bem. Eu estarei de volta quando conseguir, e a Hinata também! Ainda sairemos todos juntos, já que você e o Sasuke já são um casal…

– C-como?!? Ele te disse algo? E-eu não sei o qu-

– Mesmo que ele não dissesse, já dava pra saber. Vocês são burros ou o que? Heh

– Tsc, aquele doente sai falando as coisas sem me avisar!

– Fiquem bem. Cuide do meu amigo.

– Se cuide você, oras. Sasuke vai ficar bem, e eu também.

A parte do embarque foi levemente terrível. Naruto pensou, mesmo que não quisesse, sobre como seus pais tinham passado por aquele momento também. Eles estavam tranquilos, achavam que chegariam a Londres em alguns minutos… mas nunca chegaram.

Permaneceu inquieto durante o voo. Tudo o que desejava era que o avião pousasse, e que enfim estivesse em paz, com Karin, e especialmente com Hinata. Até mesmo a cidade fria de Londres tornava-se um lugar melhor se pudesse estar com ela, conversar com ela, ou meramente sentir sua presença ali, no mesmo ambiente. E agora isso parece sempre ter sido tão corriqueiro, mas eu nunca consegui ver… o que vocês pensariam, pai, mãe? O que pensariam se eu dissesse que me sinto estranho em relação a ela?

Quando o avião pousou, sentiu um alívio, e até uma certa alegria. Desembarcou o mais rápido possível, sentindo de primeira mão o vento frio que corria por aquela cidade nublada e cinzenta. Escondeu as mãos nos bolsos do casaco e foi recolher a bagagem. Felizmente, suas malas não demoraram para chegar. Colocou-as no carrinho e saiu da sala de desembarque, encontrando já de cara com Hinata. Correu para abraçá-la, e o abraço de Hinata, demorado e apertado, veio carregado de sentimentos. Era a primeira vez que se encontravam desde a morte de seus pais.

–  Fico feliz que tenha vindo, Naruto.  –  Ela disse, próxima ao seu ouvido, e Naruto sentiu os olhos arderem, mas não queria chorar, portanto segurou as lágrimas.

Caminharam até o carro parado do lado de fora do aeroporto, mas não era o de Karin. Naruto estranhou por um momento, cogitou se Hinata teria alugado um carro para busca-lo. Descartou a possibilidade quando avistou a mulher dentro do carro, era incrivelmente parecida com Hinata, com exceção dos olhos. Que também são lindos.

– Naruto, desculpa não avisar… Eu não tive tempo. Vim com a Misa te buscar. Ela é minha… Mãe.

– A-ah… Não tem problema.

Adentraram o carro, Naruto no banco de trás com parte das malas, e Hinata na frente. Carregava alguns salgados que deu para Naruto, adivinhou que ele estaria com fome após a viagem, como era de se esperar. Ela me conhece bem.

– Então você é o Naruto? Ouvi muito sobre você!

– Sim, senhora! Muito prazer. O que Hinata andou falando sobre mim? Heh Espero que nada ruim.

– Senhora? Por favor, só Misa já está bom. E ruim? Hahah, não mesmo! Você é mais bonito pessoalmente, sabia? E Seus olhos são mais bonitos do que ela havia me contado...

– Mãe!!!

– O que?!

Ficou claro que Hinata havia contado bastante sobre ele, o que fez Naruto e Hinata ficarem eventualmente sem jeito. Ela porque havia sido levemente exposta, e ele por não saber exatamente até onde Misa sabia das coisas. Será que ela contou sobre aquele dia…? Espero que não. Isso seria estranho. Ou não. Não sei… Seria?

Não era longe até o apartamento de Hinata, em poucos minutos Misa já havia deixado-os bem em frente, e até mesmo ajudou Naruto a colocar as malas no elevador, enquanto Hinata preparava o elevador para subirem com todas aquelas coisas.

– Sinto muito pelo que houve com seus pais, Naruto.

– Obrigado…

– Adoraria poder agradecê-los por terem cuidado de Hinata, adoraria conhecê-los… Espero que aqui você encontre paz.

– Eles queriam muito te conhecer, também… Eu preciso encontrar. Aqui a tenho por perto, e já é um bom começo!

– Ela é incrível, não é? Sou suspeita pra falar, mas sei que você concorda.

– E-eu… sim.

– Haha, vocês ficam vermelhos fácil demais!

Naruto coçou a cabeça e deu seu clássico sorriso sem graça, então Misa o abraçou de forma repentina, e ele se sentiu momentaneamente confortado. Ela tinha cheiro de um bom perfume e cigarros, lembrava de Hinata ter mencionado há muitos anos que ela costumava fumar. Ainda tem uma aparência bem jovem, mesmo assim… O abraço parou, e Misa havia entrado novamente no carro, Hinata já estava esperando por Naruto na porta do edifício.

– Cuide dela, Naruto.

– Deixa comigo! Apesar de achar que ela que vai cuidar de mim...

– Até mais.

Não demorou muito para que tudo ficasse aparentemente organizado no apartamento, mesmo que o volume das malas fosse difícil de lidar, Hinata havia cedido uma parte de seu armário para Naruto, que não guardou muitas roupas por agora. Tenho preguiça e sei que vou bagunçar tudo. Então melhor assim.

Conversou um pouco com Karin, que estava com o rosto um pouco inchado por ter chorado demais por conta do acidente, o que fez com que Naruto deixasse escapar mais algumas lágrimas, as que ele jurou que seriam as últimas. Seus pais com certeza não queriam que ele ficasse do jeito que estava, e era só por isso que encontrava forças para continuar.

Pouco mais tarde, havia jantado um macarrão feito por Hinata, e estava morrendo de frio. Havia esquecido como aquele lugar era diferente de sua cidade, que além de ser fria, fazia calor uma boa parte do ano. Após o jantar, foi até a sala e já ajeitou o sofá, sentia-se totalmente exausto, e precisava descansar para que no dia seguinte procurasse emprego. Karin havia ido se deitar, e Hinata continuava pela cozinha limpando tudo. Acho que vou ver um pouco de TV.

Ligou a tv e ficou vendo um filme de terror que passava, mas mudou de canal rapidamente, sabia que a noite acabaria tendo algum pesadelo com aquilo. Achou mais saudável assistir desenhos animados, mesmo sabendo que seria um pouco infantil.

– Desenhos?

– É. Algo contra?

– Nada, eu gosto. – Hinata sentou-se na poltrona no canto da sala – Eu sei que é a pior hora possível, mas precisamos conversar.

– Hinata…

– Fique calmo. Não precisa falar nada se não quiser, mas eu estou enlouquecendo com algo dentro de mim guardado há muito tempo, e agora finalmente posso falar.

– Como assim?

– Eu gosto de você, do fundo do coração. Não sei desde quando, mas já tem muito tempo. Muito tempo me reprimi por sermos “irmãos”, e isso tudo ser errado. Todos meus relacionamentos foram vazios, procurando você em outras pessoas. Agora, sinceramente eu não sei como devo lidar com o que aconteceu. Não sei como você está lidando, mas eu estava praticamente disposta a contar tudo para Kushina e Minato, mesmo que passassem a me odiar por isso.

Ela se sente como eu.

– Eles jamais te odiariam.

– Agora que você já sabe, pode fazer o que bem entender com essa informação. Me desculpe, Naruto. De verdade. Eu precisava dizer.

– Obrigado, Hinata.

– Não entendi.

– Obrigado por estar sempre ao meu lado. Eu via, mas não via. Eu sei o que está falando. Eu entendo o que sente, e quase posso dizer que agora é como se eu colocasse óculos e visse o mundo diferente em relação a você, e não sei o que fazer com isso ainda. Mas vou descobrir. Com você perto...

Eu falo demais. Droga.

– Boa noite, Naruto… – sorriu bobamente, o que fez com que Naruto ficasse temporariamente boquiaberto, fazia tempo que não via o sorriso dela daquela forma, e só agora reparava o quanto era lindo.

– Boa noite.



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