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História Shelter - De Repente Califórnia - Capítulo VIII


Escrita por: cristianodaniel

Capítulo 8 - Capítulo VIII


Mesmo depois da briga com Jane, eu não podia foder e não ir encontrar Jeff, pois tinha prometido a ele. Quando deu a hora me arrumei e fui para casa de Jared. Fiquei esperando por uns cinco minutos e fui direto para os fundos, onde Jeff e seus amigos estavam bebendo e conversando em volta de uma fogueira feita dentro de um tonel cortado ao meio.

Jeff estava gritando para quem quisesse ouvir sobre alguma de suas fodas. Vez ou outra ele batia no meu braço e perguntava se eu me lembrava daquela ou dessa. Não estava bem. As coisas que Jane e eu discutimos me deixara abalado e não estava nem aí para o que Jeff falava. Me levantei e fui até meu carro que estava estacionado em frente a porta da casa dele. – Meu Deus. – Arfei.

– Oi. – Era Jared batendo no vidro do bando do carona pedindo para eu abrir a porta.

– Preciso de um tempo. – Falei. – Não sei se é realmente isto que quero. –

– Parece que é o que quer. – Respondeu com a voz firme.

– Só não sei se é isto que quero... Para sempre. –

Jared, com um ar risonho, completou: – O que quer dizer isso? –

– Não é tão fácil pra mim quanto é para você. Isso é totalmente novo para mi. –

– Se é em relação ao Jeff... –

– Não é isso, Jay. Não posso fazer o que quiser, a minha vida não é assim. –

– Nunca vai conseguir o que quer a menos que agarre a chance. – Respondeu.

– Agarrar? Você e Jeff sempre puderam apontar e agarrar sem questionar nada. Mas não percebe que não é assim para as outras pessoas. Ignorante de merda. –

– E você e Jane culpam todos só porque não podem fazer nada por vocês mesmos? – Falou. – Olha... Porra. Por que está fazendo isso? –

– Não me venha com essa de bicha sentimental. – Disse.

– O quê? –

– Estou cansado de ser o cara dos seus sonhos, Jared. – Continue. – Entra outra merda de fantasia! – Disse olhando em seus olhos.

– Você é um covarde! – Gritou.

– Pra mim, chega! –

– Você é um tremendo covarde. – Continuou firme.

– Pra mim, chega! Sai! – Disse apontando a porta do carro.

Jared parou por um segundo e se retirou do carro. Bateu a porta e foi para dentro de sua casa. Vi ele entrando em seu quarto enquanto manobrava o carro para longe dali.

(...)

No fim da tarde, Jeff apareceu na lanchonete. – Hey. – Sua voz abafada pelo vidro vinha do lado de fora da loja.

– Estamos fechados. –

Bateu mais forte me fazendo olhar quem era.

– Hey, como vai, cara? – Disse apertando sua mão.

– Porra, tô de ressaca. –

– A cozinha está fechada, quer um café? – Perguntei indo para os fundos pegar um copo de café para ele, que agora estava com o rosto sobre o mármore do balcão.

– Mas e aí? – Disse pegando o copo com café. – Acordei tarde hoje e nem te vi ir embora ontem à noite. – Fez uma pausa e perguntou: – Por que é que não me contou? –

Me virei tentando não encara-lo. – Contar o quê? –

– Eu não me importo... mesmo. –

– Eu não sei do que está falando. –

Jeff sabia o que aconteceu e não desistiria até eu contar.

– Você sempre soube? – Perguntou com um sorriso no rosto.

– Sério, cara? –

– Tudo bem. O fato de ser o meu irmão é mesmo estranho. – Disse gargalhando.

– Eu sei. – Respondi sério.

– Não, eu quero dizer muito, muito estranho. –

– Está bem, eu entendi. Desculpa. –

– Não faça isso. –

– Só não conte a ninguém.  – Pedi.

– Tá bom. – Concordou. – Então já esteve com outros caras? –

– Não! –

– Ouvi dizer que eles chupam melhor. Chupam, não é? –

– Cara, para com isso! –

– Eles engolem? –

– Jeff, por favor. – Implorei.

Ele parou, até um cara passar em frente à loja. – Acha que ele é gostoso? –

– Porra, cara! – Gritei. – Cala a boca. –

– Onde foi ontem à noite? –

– Dormi dentro do meu carro. –Respondi.

– Por que não dormiu lá em casa? –

– Isto não tem de mudar as coisas! – Disse tentando me confortar.

– Não muda as cosias? Tem razão, Jeff. –

– Eu era o cara com quem costumava conversar, lembra? Não o Jared. Isso não é fácil para mim. –

– Não é fácil para você, certo? – Perguntei. – De qualquer forma já acabou. Esquece. –

Fui até os fundos para pegar um pano. – Tenho que limpar tudo e você tem que sair. – Fui até a porta e abri para ele ir embora. Ele passou por mim, segurou a porta e disse: – Ainda somos camaradas, não é? – E me puxou para um abraço. – De verdade. –

(...)

Fui até a casa de Danneel quando sai da lanchonete. Não queria voltar para casa. E não tinha mais ninguém para onde eu pudesse ir.

– Por favor, deixa eu entrar e descansar. – Pedi quando ela abriu a porta e me viu.

Seu cabelo estava bagunçado e alguém, lá dentro, perguntou quem era.

– Merda! – Sussurrei e me virei indo embora.

Voltei para casa, e sem fazer barulho entrei no meu quarto e tentei dormir. O que mais podia dar errado?

(...)

Na manhã seguinte, lembrei do papel que Jared tinha me dado. Ele não parava de me ligar, e eu não ia atender. Prometi que colocaria minha vida em primeiro lugar dessa vez.

– Jane? –

– O que foi? – Perguntou jogando a cabeça para trás tentando me ver da sala.

– Viu o meu portfólio? Não o acho em lugar algum. –

– Não sei. –

– O portfólio que eu estava fazendo para levar para a CalArts. – Continuei.

Encontrei a folha de inscrição que Jared tinha me dado e perguntei: – Que dia é hoje? –

– 30 de Maio. – Respondeu.

– Merda! –

– Jens, o que está fazendo? Eles já te rejeitaram. – Falou. – Por que quer passar por isso outra vez? –

– Só pensei em tentar mais uma vez. – Respondi dando como entregue que eu não acharia os papeis de meu portfólio.

– Não se incomode, aquele lugar é cheio de riquinhos, vão acabar em lojas de arte. – Ela disse tentando me animar.

– É, talvez. –

– Estão contratando na Ocean Night (uma loja de roupas). Quer que te inscreva lá? –

Olhei para ela com cara de desprezo.

– É um bom trabalho. – Respondeu dando de ombros.

Visto que não acharia nada, fui para o trabalho. E depois eu e Thom ficamos esperando Jane sair do supermercado.

– Por que nunca mais fomos ver o Jared? – Perguntou o menor enquanto desenhava na mesa.

– Às vezes acontece, Thom. As pessoas vão embora. –

– Por que é que elas vão? –

– É complicado. –

– Podemos dizer “oi” para ele? – Perguntou virando-se para me olhar. – Mesmo que ele tenha ido embora, ele era legal. –

– Não. Às vezes as pessoas vão e nunca voltam. –

– Como o meu pai? –

– Sim, Thomas, como o seu pai. –

– Oi. – Disse Jane se abaixando para me cumprimentar ao sair do serviço. – 



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