História Shes not afraid - Sem nem ter consciência

*Emma Miller*

Meus olhos se abrem lentamente, e apesar de estar tudo escuro, é difícil fazê-lo.
Respiro fundo, e tento lembrar onde estou.
Não demora muito.
E acredite, eu não sou aquelas bêbadas que, sei lá, matam uma pessoa e não lembram. Sempre me lembro de tudo.
Então, quando me vem a mente tudo que aconteceu, e o que eu falei, sei que meu rosto está vermelho de vergonha.
Me viro na cama, e encosto em alguma coisa.
Zayn.
Ele murmura algo e volta a dormir.
Me levanto muito devagar da cama, e olho a hora no celular.
Passam de 10 da noite.
Ligo uma luzinha fraca do abajur e vou ao banheiro
Ligo para Linda.
Ela atende preocupada.
Pergunta se quer que eu vá busca-la, mas digo que vou ficar ali mesmo, e desligo o telefone.
Me olho no espelho, e vejo que minha cara está amassada, e meu hálito (ou melhor, bafo) é pura a álcool.
Encontro um enxaguante bucal e limpo como dá. Saio do banheiro revigorada, e Zayn ainda está dormindo.
Me sinto meio mal por estar ali.
Será que eu não estava muito oferecida?
Pego as roupas sujas do chão do banheiro e saio silenciosamente do quarto , e vou à cozinha, onde tomo um copo de água.
Procuro uma máquina de lavar, e graças a Deus, consigo coloca-la para funcionar e jogo minhas roupas dentro,com sabão e água.
É impossível lavar roupa com uma mão engessada.
Depois de alguns minutos, tiro as roupas já limpas e tiro o excesso de sabão, depois as estendo.
Subo novamente, e posso sentir o cansaço se apoderando de mim de novo.
Me deito na cama, e com o sono pesado de Zayn, ele não acorda.
Fico pensando no que aconteceu. Lembro-me de ter ido ao bar, e começado a beber vodka. Depois passei pra uma cerveja, e outras bebidas. Não parei de beber, apesar de saber que estava sendo idiota, gritando e falando coisas obscenas.
Fazia tempo que eu não bebia assim. Me lembro como se fosse hoje, duma noite que sai escondida com James, e bebi muito.
Com a pouca iluminação no quarto, fico encarando o moreno ao meu lado.
Sua cabeça está um pouco enclinada para mim, e sua expressão está relaxada.
Ele está sem camisa, mas da cintura pra baixo está coberto por um endredom. O mesmo que me cobre.
Lembrei de como ele foi,no mínimo, legal comigo.
Podia ter ligado para minha tia, ou ter me deixado em casa.
Poderia ter tentado algo comigo, como outros fariam.
Ele poderia ter me colocado do sofa, ou deixado eu molhar o gesso.
Mas não, ele não fez nada disso.
E só agora, foi que vi que cada vez mais, aquele garoto estava penetranto minhas paredes, acabando com as minhas defesas.
E, provavelmente, sem nem ter consciência disso.