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História Shingeki no Kyojin - A Grande Guerra Titã. - Amanhecer.


Escrita por: Sevenhj

Capítulo 95 - Amanhecer.


A postura inabalável de Helos se manteve de pé, até o fim. A lança escorregou de suas mãos e finalmente caiu no chão, enquanto o semblante cabisbaixo entregava a inexpressiva face do herói de Marley, já sem vida. O cavalo, quase como se compreendesse o tamanho da lenda que carrega nas costas, ficou inerte, mesmo quando os homens da Ponte avançaram pelas suas laterais, mesmo quando a Tríplice começou a atirar. 

Seja lá aonde Helos está, com certeza é um lugar mais confortável que aquela sangrenta guerra que ascendeu.

Gritos, explosões e disparos começaram a cobrir todo o horizonte, e Akira Ackerman cavalgou assim como centenas de soldados para de volta à Lago, numa tentativa frustrada por um disparo que rasgou os céus.

O cavalo grunhiu de dor, e logo o Azumabito viu que um tiro certeiro havia atravessado o crânio do equino.

O animal começou a cair, e tanto Akira quanto Ellie desabaram contra a lama, no meio daquele cenário de guerra. A reação natural da garota foi erguer o indicador e o aproximar da boca, mas Akira a interrompeu há tempo. 

— Não tem porquê lutar. Precisamos recuar! — Afirmou o jovem Ackerman, tendo que erguer o seu tom para garota ouvi-lo no meio da barulheira. Ellie pareceu apreensiva, e não discordou. 

Ao horizonte, os semblantes dos colossos se aproximaram vagarosamente; desde Garric formando estruturas para todos os lados quanto Dylan projetando pedaços de rochas. O cenário já estava perdido. A armadilha de Helos foi perfeita e os pegaram desprevinidos. 

O cavalo negro que carregava Roy Solastra se aproximou, em alta velocidade. Ao seu lado, Laxus Gestova também vinha com um equino.  

— Subam! 

A ordem foi dada e Ellie subiu no equino e se agarrou ao seu pai, enquanto Aira pegou carona com Laxus. Assim o quarteto recuou. 

Vendo de cima, era possível ver a grande mancha negra (Tríplice) recuando, enquanto o exército colorido da Ponte toma conta do cenário, entre gritos de vitória. Uma pilha de cadáveres de preto foi deixada para trás, mas todo resto do exército conseguiu concretizar a fuga. 

A guerra não acabou, Helos não venceu. O que vimos foi uma tentativa de diminuir a vantagem da Tríplice e salvar a gama de soldados do assentamento.

Helos desviou Bernhart e Garric para puxar uma parte do exército oriental que vinha por trás da montanha. Conseguiu há tempo, por muito pouco.

Helos morreu com a incerteza da vitória, mas não tinha dúvidas que seu nome seria lembrado por gerações, e seus feitos narrados como as lendas que ouvia quando criança.

Dentro de Lago, Stella e Eivor não pareciam mais os mesmos. Estavam um de frente ao outro, ambos cabisbaixos e em silêncio. Tem sido assim desde que Wilhem foi morto; tudo de repente ficou estranho, e as incertezas dominaram o ambiente.

Stella estava livre, naquele grande salão dividido com seus maiores inimigos. Eivor pediu pessoalmente para deixá-la solta, e mesmo as lâminas e armas de fogo estavam ao alcance dela. 

Mas ele sabia que Stella não faria nada, não naquela situação. Os olhos do Ackerman foram subindo com hesitação, até se encontrarem com os azuis da morena. Hesitante, finalmente falou: 

— Você escolheu?

Uma nítida referência àquilo que Wilhem morreu dizendo: "vocês são livres". A escolha que estava nas mãos de Stella era de decidir por qual lado vai lutar. 

Ela fitou os olhos de Eivor por um instante. Stella parecia cansada, os olhos estavam inchados depois de um longo dia de choro. Os globos azuis se desviaram para baixo mais uma vez, até que assentiu positivamente com a cabeça. 

— Qual? 

A morena finalmente moveu os lábios para dizer alguma coisa, após um dia inteiro de silêncio. Mas não terminou, já que foi exatamente quando um mensageiro entrou no grande salão com uma única mensagem: 

— Eles voltaram! 

E toda a atenção se desviou à ele. Eivor trocou olhares com Stella, que pareceu assentir, permitindo assim que ele fosse ver o resultado do massacre.

O exército chegou num tom de derrota, que atiçou a curiosidade dos que ficaram. Era justamente o oposto do que imaginavam. 

Apesar disso, poucos homens morreram em combate – claro, se comparado aos que sobraram. Akira estava lá, Ellie, Laxus, Roy. Todos estavam bem, era o que importava.  

— Como? — Foi a única coisa que Eivor pôde perguntar, ao ver Akira. O Azumabito estava coberto de lama e sujeira. 

— Eu já te disse. — Afirmou, num tom cansado. — Ele não morre. 

Eivor se lembrou da conversa com Akira, quando ele afirmou que Helos não era um homem normal, que ele simplesmente se recusava a morrer. Na época, se referiu aos danos que infligiu a ele quando todos os territórios de Marley foram destruídos; mas servia perfeitamente à situação de hoje.

Em alto mar, finalmente a notícia soou entre os guerreiros:

— Terra à vista! — exclamou o navegador. 

O navio comercial se aproximou solitariamente de uma das praias de Eldia, e ao fundo, Lago já podia ser vista. A sensação era de que aqueles meses na verdade eram anos, e para "ele", talvez fosse. 

— Lar doce lar, não é? — Karl disse, quando o navio atracou. A coroa era essencial para mostrar quem é o rei de Eldia, e também para o que virá a seguir. — Gosta disso, pai?

Indagou para si mesmo, imaginando a figura do centésimo quadragésimo quarto rei ao seu lado. Uma miragem, já que ele morreu há muito tempo.  

— Este é nosso país, nosso povo. Mas não nossa terra. — E esmagou aquele punhado de areia que agarrou, deixando os ferventes olhos verdes brilharem enraivecidos. Podia sentir o sangue, a dor, os gritos; só não tinha como ter certeza de quem ou onde. — Eu vou devolver este continente e tudo que nós roubamos. Chega de batalhas, chega de mortes. O dia chegou.

Karl se aproximou, finalmente dando o primeiro passo em direção à Lago, em direção à paz

O Dia D começou, e o céu ensolarado esconde o que virá a ser o dia mais sangrento da história.

No horizonte, as tropas coloridas da Ponte brilhavam como a esperança dos povos massacrados durante dois milênios. Do outro lado, a Tríplice de preto fitava os inimigos com desgosto, representando o futuro dos Eldianos e a estabilidade do continente.

Ellie sabia que aquele era o dia definitivo, e estava disposta a parar de choramingar e finalmente lutar, lutar com tudo que tem. Há coisas que deve proteger, coisas que deve mudar. 

Todos tinham o que lamentar, pelo que lutar, pelo que proteger. Dois pólos se reuniram, e provavelmente o mundo nunca viu dois exércitos tão grandes, um frente ao outro. A guerra mais longa e sangrenta da história finalmente vai chegar ao fim.



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