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História Shingeki no Kyojin - A Grande Guerra Titã. - Meio-dia.


Escrita por: Sevenhj

Capítulo 96 - Meio-dia.


O último dia da Grande Guerra foi marcado por revolução, sangue e revolta. Dos dois pólos, a tecnologia bélica e a engenharia medieval se juntavam num fervor único e histórico: o mundo nunca mais seria o mesmo a partir daquele dia.

Tiros eram trocados; os soldados da Tríplice usavam a vantagem dos muros da cidade tal qual como grande parte dos soldados também davam cobertura por baixo, usando sacos de areia como barricadas e auxiliando uns aos outros.

A Ponte agia de maneira similar, usando o terreno como um cenário defensivo natural.

 A espada de um dos comandantes xingueses se levantou, e junto a ela uma chuva de bolas de fogo, catapultadas em direção ao inimigo.

O cenário de horror vinha acompanhado de muita fumaça, sangue e tanta destruição que a poluição visual e sonora impedia muito de raciocinar o que de fato estava acontecendo. Como resultado, muitos soldados atiravam aleatoriamente para a direção do inimigo, e mais ainda eram atingidos sem saber o porquê.

— Eu preciso de um médico!

Emma correu pelo campo de batalha. A esbelta loira estava com os fios de cabelo presos, protegida por um capacete e vestes pesadas. A sujeira por todo corpo não veio a toa, já que vinha se arrastando pela lama.

Consigo, carregou um pesado corpo de um homem de quase 1,80, ferido e sem esboçar nada, nenhuma reação. Ofegante, ela finalmente se jogou na trincheira e teve alguns segundos de paz.

No chão, os corpos em macas eram tratados pela equipe médica. Os que não tinham mais utilidade para o combate eram largados à própria sorte, enquanto os que ainda havia esperança, tratados com morfina numa tentativa de levá-los imediatamente de volta para a guerra.

Um dos enfermeiros largou o que estava fazendo, indo analisar o corpo trazido por Emma. Imediatamente assumiu uma postura furiosa:

— Pare de me trazer cadáveres. Foque no seu dever! — Foi o que disse, dando as costas.

— Mas-...

Emma tentou se justificar, buscando alguma alternativa para aquele homem. Ele de fato estava vivo, e ouviu o que o médico disse. Apesar disso, não tinha forças para esboçar nada, apenas aceitou o próprio destino e aguardou a morte enquanto o sangue pinta a terra de rubra.

Garric surgiu atrás de Emma, pondo a mão em seu ombro. Não disse nada, mas a ligeira troca de olhares foi o suficiente para entenderem tudo o que um queria dizer. Era reconfortante para ambos os lados. 

— O carregamento chegou! — Um grito ecoou entre as trincheiras.

Emma assentiu com a cabeça, como se soubesse do que se tratava. Aquilo foi o aval que o Tybur precisou para dar as costas e ir em direção ao suposto carregamento.

— Que situação de merda você nos colocou, Ysabel, Ellie, Lisa. — Cerrou os punhos, ao se aproximar. Uma passeada de segundos entre o campo de guerra foi o suficiente para ver o estrago: corpos sendo descartados às pressas de um lado, homens mutilados que continuavam a lutar do outro. Era uma troca sincera de determinação e caos de ambos os lados. — Vocês criaram isso, e ainda me colocaram para escolher entre Eldia e Marley. Como eu poderia perdoá-las...?

O monólogo acabou quando Garric, inexpressivo, chegou no "carregamento". Não eram mantimentos, munições ou explosivos, e sim pessoas. Os homens que usavam o uniforme negro da Tríplice, e em maioria pareciam desesperados. São soldados capturados no último confronto.

"Como eu poderia culpá-los...?", Garric pensou. Foi egoísta, ele também criou aquela situação. Aqueles soldados sequer tinham culpa, estavam tentando manter o que era deles, desde a família à própria casa. No fundo, reconheceu que estava tentando achar outro culpado pela morte do seu irmão, mas não existia. 

— Primeira vez, Garric Tybur?

A voz de Dylan soou, e imediatamente ele surgiu na traseira do receptáculo do Warhammer. Uma de suas mãos descansou sobre os ombros do Tybur, e imediatamente a fumaça do cigarro escapou de sua boca.

— É claro que não. — Afirmou, sério. Seus olhos não se desviaram por um instante daqueles homens, eram como os pais de família que fizeram ele refletir sobre o que é justo, em Thalber. — Mas não consigo me acostumar a isso.

— Ninguém consegue.

Dylan foi do tipo que se isolou durante as comemorações de vitória, não se orgulhou dos seus feitos e nunca esboçou felicidade nos momentos mais adequados. Porém, justo no dia mais sangrento da história, onde independente do que faça haverá mortes, ele esboçou um largo sorriso.

Garric pareceu irritado com aquilo, mas apenas desviou os olhos para aonde o Bestial insistia em olhar. Ao fundo, numa zona protegida, uma criança suja dos pés à cabeça ajudava a empurrar os carregamentos de explosivos e outros mantimentos com as mãos nuas, junto a homens muito mais fortes que ele. Era Andrian Becker, filho de Dylan Becker.

— Por que trouxe seu filho pra guerra? — O Tybur indagou, distante do tom apreensivo que normalmente usa. — Eu pensei que o amasse.

— Você não sabe de nada, Garric Tybur. Estou farto das suas fraquezas. — Dylan disse, e Garric simplesmente não entendeu. O sorriso do Bestial se desmanchou, e a troca de olhares deixou o clima tenso.

— Estou pronto, capitão!

De repente, uma terceira voz entrou no cenário. Era Bernhart, exibindo a braçadeira vermelha numa sutil continência a um dos capitães Marleyano, escolhido a dedo por Helos em vida. Bernhart pode parecer muito submisso, as vezes sem personalidade; mas é justamente o reflexo do futuro, e talvez Dylan reconhecesse isso – o que o deixou levemente irritado. 

— Não temos tempo a perder, então.

Dylan deu passos longos para frente, se isolando do restante. Enquanto os soldados capturados da Tríplice se debatiam fracassadamente ao serem expostos ao soro titânico, Dylan começou uma contagem regressiva na própria cabeça.

Rasgou a própria palma com um dos dentes, cuspindo o que a boca absorveu do sangue. Um relâmpago caiu dos céus, e foi seguido de outros dois que acompanharam Garric e Bernhart.

— Fase dois! Recuem!

Roy alertou os seus homens, em cima do muro da cidade. O aviso foi o suficiente para as tropas da Tríplice entenderem o recado, e entrarem desesperados para dentro de Lago.

A figura monstruosa e animalesca do Bestial surgiu ao horizonte, atrás do bisonho Titã Blindado e do Titã Martelo de Guerra. Bernhart não esperou ordens ou o avanço dos compatriotas: foi o primeiro a correr em direção aos portões da cidade.

— Estamos ligados por uma linha tênue que vai além desses corpos físicos que nos deram, então deveríamos começar a nos dar bem.

Dylan resmungou, no interior do Titã Bestial. Curvou o próprio corpo, apanhou um punhado de soldados da Tríplice e corrigiu a postura. Eles imediatamente começaram a brilhar, em resposta ao soro titânico imposto a eles.

— ...Não é mesmo, Ellie?!

Gritou, mas ninguém poderia ouvi-lo. Enquanto Garric correu logo atrás de Bernhart, o Bestial pegou impulso e projetou todas aquelas pessoas. Um "boom" veio acompanhado do show de luzes, e deu início a uma chuva titãs irracionais de todos os tipos.

Uma estratégia nostálgica que usou em Thalber, que arrancou-lhe um sutil sorriso. Tudo era mais simples naquela época.

Os irracionais se levantaram e tentaram entrar na brecha do portão, mas não tinham força para arrombá-lo.

Bernhart reconheceu isso imediatamente, e avançou mesmo assim.

— Esperem! — gritou Emma, saindo das trincheiras mesmo ao ouvir os soldados gritando com ela. — Não vão!

A loira ergueu os braços e chamou a atenção deles, mas apenas Garric deu ouvidos. Bernhart continuou avançando.

O corpo do Blindado atravessou o portão e projetou todos aqueles soldados que tentavam contê-lo, abrindo as portas para os irracionais entrarem.

As barricadas que a antiga Fronte Defensiva criou agora era usada pela Tríplice, e a primeira visão de Bernhart foram aqueles canhões e a imponente postura de Akira Ackerman, liderando um grupo abundante de soldados.

O Blindado sabia que nada daquilo poderia feri-lo, por isso pareceu bem otimista ao rugir. Não notou, entretanto, os dois grandes olhos azuis que brilhavam logo atrás dele.

— Obrigado pela refeição. — Laxus debochou, no interior do titã.

O Mandíbula se manteve com as garras grudadas na parede, na traseira do muro. Bernhart mal pôde vê-lo quando subitamente ele se projetou contra sua nuca.

— É uma armadilha! Eu tenho certeza. — Foi o que Emma disse, quase que por intuição. O Martelo de Guerra, entretanto, deu ouvidos.

— Vamos checar isso.

A intensa e abafada voz do titã escapou por baixo da máscara armadurada, para a raiva dos superiores. Acreditavam que estavam perdendo tempo, até finalmente olharem para cima.

— A-Aquilo... é... é...

Um soldado xinguês sequer pôde expressar seu medo no momento, gaguejando e suando frio. Todos olharam para cima com curiosidade, e viram uma horda de balões de guerra que se aproximavam lentamente.

A estratégia de guerra que varreu um dos maiores fortes orientais da época estava sendo reproduzida mais uma vez, em maior escala. 



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