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História Silver Red - Capítulo 06


Escrita por: jikookings

Capítulo 7 - Capítulo 06


Domingo (08 de junho de 2101);

Estavam caminhando há exatamente dois dias, com paradas de duas a três horas para descanso. Hidratavam-se e limpavam-se em águas de lagos e rios entre uma estrada e outra, e alimentavam-se em postos e lojas de conveniências praticamente abandonados.

O mais novo vermelho do grupo já sentia-se melhor e, após mais uma sessão com um curandeiro, sua cicatriz não doía mais. Hoseok também já estava bem melhor em relação ao desmaio recente, mas seu irmão e, surpreendentemente, o prateado continuaram dando-lhe água e comida para ter certeza que realmente estava tudo bem. E, bom, é óbvio que o sangue-novo não iria negar comida a mais.

Agora, em meio ao centro da cidade onde a batalha aconteceria, estavam ainda mais próximos da estação de metrô — apenas algumas poucas horas de distância até que chegassem ao local marcado; este que seria ainda maior que os anteriores e, por isso, a mente daquele pequeno grupo trabalhava à mil, tentando ignorar as preocupações por alguns minutos (e falhando completamente).

Era impossível não se preocupar com a guerra, principalmente quando esta tomaria a maior cidade do reinado, com o maior número de vermelhos — e, muito provavelmente, sangue-novos. Estavam completamente aflitos, era visível para qualquer um. Não precisava ser telepata para saber o que cada um ali pensava. A guerra parecia estar apenas piorando e aumentando.

Por mais que alguns membros tentassem distrair os outros com conversas fiadas e piadas ruins, nada adiantava. Parecia errado rir ou sorrir estando naquela situação, com pessoas se ferindo sem nem saberem o porquê daquilo. Não conseguiam sustentar um sorriso por mais de um minuto por esse simples fato.

Suas famílias estavam em perigo, a população inteira estava em risco; e eles estavam sorrindo, rindo? Sentiam-se sujos no minuto que os lábios se erguiam após uma piada idiota, feita na intenção de descontrair. Mas o pior é que, além de sentirem-se sujos e errados, sentiam-se parte da guarda e do exército prateado — daqueles que riem na mesma frequência que ferem. Sentiam-se tão egoístas quanto eles, e aquilo enojava-os.

Entretanto, era um fato verdadeiro que eles não se assemelhavam àqueles antes citados. Os Jung e seu grupo não poderiam ser, nem em um milhão de anos, comparado aos soldados e rebeldes que incitaram e iniciaram a guerra sem causa e sentido. Havia uma enorme e nítida diferença entre eles; e não era apenas no sangue.

Os Jung tinham como principal objetivo, desde o começo de seus treinos no campinho abandonado, salvar pessoas indefesas — ou não. A meta sempre foi essa: resgatar e ajudar quem quer que precisasse de suas ajudas, dentro ou fora das batalhas. E, assim como o restante do pessoal que adentrou o grupo com o tempo, eles não tinham nem um porcento de vontade em alcançar o poder que os inimigos tanto almejavam. Na verdade, eles queriam ficar o mais longe possível do trono.

Já o exército prateado à comando do rei e a guarda-escarlate, à comando deles mesmos, não queriam nada além de serem coroados e enxergados. Seus objetivos eram fazer a justiça pelas próprias mãos, mas eles não entendiam que cada um tem sua própria justiça e verdade, que não é, necessariamente, universal. Eles são egoístas, pensam apenas em si mesmos e não se importam com o fato de que o povo é que estava sendo afetado a cada nova batalha. Contanto que não seja eles, estava tudo bem.

A grande diferença é que, enquanto os Jung agiam com o coração, os rebeldes e soldados agiam com as mãos. E violência nunca é a saída, nunca tem razão. Apenas o amor e a compaixão que trazem a união de uma nação.

Violência traz apenas violência.

A luta em CornVille seria mais intensa e difícil, além de agressiva. Estavam apreensivos demais para conversar e conhecerem-se melhor. Nem mesmo Yoongi e Hoseok, que apenas trocavam alguns olhares não muito discretos, mas que nem eles entendiam direito, conversavam. O trajeto até a cidade foi praticamente em completo silêncio, com apenas alguns avisos rápidos quebrando o desconforto e inquietude de todos.

Estavam saindo do centro da cidade, já no solo entre outros vermelhos, quando um dos sangue-novos do grupo estacou no lugar. Rapidamente todos ficaram em alerta, entreolhando-se e esperando qualquer coisa vinda dele. Preparam-se mentalmente para, caso fosse necessário, utilizar seus poderes ou armamentos humanos, quando o garoto disse confuso, em voz baixa.

— Tem algo errado. — Murmurou, franzindo o cenho. — Os raios gama estão borbulhando como se estivessem sendo modificados e as frequências das ondas eletromagnéticas estão e-

Atenção! — Uma voz grossa interrompeu a explicação do garoto, que arregalou os olhos ao desviá-los para longe. Apreensivamente, o restante virou-se para a direção que o garoto encarava, sentindo o coração falhar ao ver o rei Maven no telão do grande prédio do centro. — Venho comunicá-los que, a batalha em CornVille, que aconteceria hoje, às 16hrs, foi dispensada; assim como o restante das outras.

— A guerra acabou? — Yoongi murmurou confuso, engolindo em seco.

Com aquela primeira frase, pode ser ouvido e sentido uma massa de pessoas aliviadas, pensando que, finalmente, havia chego ao fim. Mas alguns dos sangue-novos ali no meio continuavam confusos demais. Parecia bom demais para ser verdade.

O rei engoliu em seco, continuando seu discurso.

— As guerras foram abolidas, porque o príncipe Choi foi sequestrado pela Guarda Escarlate e está sendo mantido em cativeiro até que eu renuncie, o que não irá acontecer tão cedo. — Continuou. Seus olhos flamejavam de pura raiva e descontentamento, deixando a população que o assista ainda mais horrorizada. — A guerra acabou, mas o meu reinado não. Vocês podem fazer o que quiser, continuem com essa besteira de sequestração e assassinato em massa; continuem mostrando-se tão baixos quanto dizem que eu e meus soldados somos. Mas eu quero que o meu povo saiba que tudo que eu e meu exército fazemos é nos defender contra esses…. — Seu rosto se contorceu em uma careta raivosa. — Esses monstros. A minha obrigação enquanto rei é proteger o meu povo, que consiste em prateados, vermelhos e, agora, sangue-novos; e eu continuarei o fazendo, custe o que custar. — Decretou.

— Merda, isso não vai dar certo. — Seokjin sussurrou, sentindo os olhos lacrimejarem.

O rei estava fazendo um discurso explicando a situação para os ignorantes — que, infelizmente, faziam a maior parte da população. Ele estava certo quando dizia de sua obrigação e como a guarda vem se mostrado tão baixa quanto ele próprio; mas ele é um monstro tão grande quanto os rebeldes. E saber que o povo deixava-se levar por ambos os lados, preocupava-os ainda mais.

Esse discurso ao vivo nos telões não era apenas uma explicação. Era, acima de tudo, um aviso.

O rei sorriu maquiavélico, antes de ditar suas últimas palavras.

— Eu só saio desse trono quanto estiver morto. Boa sorte com isso.

E então o telão escureceu, deixando a população aflita e em alerta. A qualquer momento, tudo poderia voltar a desmoronar, em uma queda ainda maior e mais perigosa que a anterior.

[...]

 

 

Com a suspensão da guerra, o pequeno grupo se alojou em um motel de estrada dentro da cidade grande. Decidiram continuar perambulando pelo local pois sabiam que, uma hora ou outra, os soldados e a guarda voltariam a batalhar entre si, com uma força ainda maior.

Era curioso para todos o fato do príncipe Choi, alguém sempre tão protegido pelo rei, tenha sido sequestrado tão de repente. Esse caso faziam-os pensar sobre a situação, já que nunca houve indício de que a guarda estava infiltrando-se entre os soldados e, muito menos, que a guerra teria um fim.

De qualquer modo, eles sabiam que o rei estava sendo sincero em seu discurso pelo simples fato de seus olhos reluzirem ódio e fúria para com os rebeldes. Ele não estaria tão raivoso se não fosse alguém tão próximo e amado por si quanto o príncipe e, com toda certeza, não faria um comunicado ao vivo para todo o reinado. A guarda realmente havia sequestrado e brincado com a pessoa errada.

Sabiam que dali em diante o risco seria ainda maior, já que os soldados, muito provavelmente, estariam procurando pelo paradeiro no príncipe conselheiro do rei, e tudo que eles sabiam era que os sequestradores eram um grupo de vermelhos sangue-novos. Teriam que tomar mais cuidado com tudo que fariam, cada movimento e pensamento deveria ser meticulosamente analisado para que não desse nada de errado e que uma nova guerra fosse evitada.

Mas, sinceramente, a guarda estava comprando uma próxima briga. Por que brincariam com o rei com algo tão sério quanto um sequestro? Isso é ridículo, errado e sem noção. Eles estão, realmente, mostrando-se tão baixos e frios quanto os soldados que foram treinados para isso (completamente diferente deles, que já nasceram com tais características). Os Jung sentiam mais nojo da guarda do que até mesmo dos prateados.

E mesmo com o suposto “fim da guerra”, o grupinho continuaria trabalhando às espreitas, ajudando quem pudesse ajudar. Pensaram em, até mesmo, seguir a guarda e resgatar o príncipe, mas ainda era muito arriscado. A guarda era o triplo do tamanho, capacidade, quantidade e poder que o grupo dos Jung. Eles teriam que se conformar com o que poderiam fazer longe dos soldados e dos rebeldes.

Por enquanto, ficariam no pequeno motel sujo e vazio, retomando as energias e treinando às escondidas, fortalecendo-se até que um dos dois inimigos dessem o bote — e pode apostar que não demoraria muito para isso acontecer. Não quando o rei desafiou os rebeldes em sua última frase e muito menos com o príncipe mantido como prisioneiro.

E quando um dos dois lados colocarem a cara no sol, eles estariam preparados para resgatar vítimas e, se tudo der certo, apartar a guerra de uma vez por todas.

 

 


Notas Finais


Capítulo pequeno, pois é uma transição de uma guerra à outra, ok?
Sobre o príncipe, isso também não tem no livro e... enfim, vocês verão mais para frente sobre ele.
Como eu disse no capítulo passado, estarei atualizando duas vezes por semana, ainda mais agora na semana antes do natal, pois ficarei o final de semana inteiro (do natal) sem internet. Enfim, em janeiro pode ser que as atualizações aumentem e vocês verão o porque!

ATÉ A PRÓXIMA <3


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