NO DIA SEGUINTE
POV BIEL
Por ser sábado Felipe não trabalharia. Levantei e fui para a casa de Luccas logo cedo. Cheguei na casa de Luccas e Bruno estava lá também. Tomamos café juntos e conversamos sobre o plano que tínhamos para desmascarar T3ddy e Maddu.
- Eu pensei no seguinte, posso combinar de ir em algum lugar com o T3ddy e vocês me seguem com o carro, caso ele tente fazer algo.
- Parece uma boa ideia. - Bruno disse.
- Mas o Felipe sabe disso? - Luccas perguntou.
- Não... - respondi, e Luccas fez uma cara de preocupado.
- Então eu vou ligar para o T3ddy e fingir que ainda estou brigado com Felipe. - disse sacando o celular do bolso e ligando.
[...]
- Tudo certo, daqui 20 minutos ele irá me buscar na frente daquela loja de conveniência ali da esquina. Quando eu entrar no carro dele, vocês o seguem. Não tem como não dar errado! - eu disse.
- Ta bom. Boa sorte! - Luccas disse.
Estava esperando T3ddy onde havíamos combinado. Luccas e Bruno estavam em um carro, em uma distância considerável para que Olioti não desconfiasse. Entrei no carro, fingindo-me inconsolável, expliquei que minha situação com o Felipe só havia piorado, ainda mais sabendo que o mesmo havia me traído com Maddu. Estava ocorreNdo tudo bem, até T3ddy perceber que Luccas estava seguindo-o, ficou completamente alterado, perdendo o controle do carro e batendo-o na ribanceira, fazendo-o capotar.
POV FELIPE
Acordei e não vi Gah. Levantei-me e fui fazer o nescau de Cláudio. estava com uma sensação ruim, como se algo ruim fosse ou tivesse acontecido. Como se uma parte de mim não existisse mais.
Não aconteceu nada. Isso é coisa do meu subconsciente.
Ouvi meu celular tocar e corri para pega-lo, torcendo que fosse Biel. Me assustei ao ver o nome de Luccas no visor, por que ele só me ligava e casos de emergência.
- A-alô? - atendi.
- Felipe. Onde você está? - Luccas estava com uma voz falha. Uma voz de choro talvez.
- Em casa. Por que?
- Não quero que se assuste com o que eu vou dizer agora. - ele ignorou minha pergunta e prosseguiu, fazendo meu coração disparar.
- O Biel...
- O Biel o que? Luccas, fala logo! - falei.
- Felipe, o Biel sofreu um acidente.
Eu demorei longos minutos para conseguir processar o que Luccas havia acabado de me falar. Não é possível. Não pode ser verdade. É uma brincadeira de mal gosto comigo. Uma das pegadinhas que o Luccas está fazendo para o canal dele. Só pode ser. Biel não sofreu um acidente. De qualquer forma, não conseguia evitar o vácuo que estava sentindo, aquela sensação ruim e estranha que vinha sentindo não foram atoa.
- Felipe? Você ainda está aí? - Luccas perguntou com a voz falha.
- Luccas, por favor cara, me diz que isso é mentira. Por favor. - eu quase não conseguia formular uma frase decente. Quase.
Eu não queria acreditar, mas sim, é verdade.
- Eu vi a hora que o carro do T3ddy bateu e capotou. - fez uma pausa e eu pude ouvir seu choro ecoar pelo telefone. - Você tem que ir pra lá, Felipe. Deixa o Cláudio lá em casa com a Thayane e vem para o hospital.
Então realmente aconteceu. Não foi apenas uma sensação estranha, aquilo fazi sentido. Eu pressenti isso. Mas não pode ter acontecido isso com o Gah. Meu Gah... Ele sofreu um maldito acidente e estava com o T3ddy. Porquê ele estaria com o T3ddy? E como meu irmão viu eles juntos e não fez nada? Eu não consigo acreditar. Na verdade, eu não quero acreditar.
- Eu vou. Me passa o endereço do hospital por mensagem. - falei entre lágrimas.
- Ok! Tchau. - falou.
Desliguei o celular, corri trocar de roupa e ajeitar o Cláudio para leva-lo para a casa da tia dele. Eu só queria sair o mais rápido possível, correr para o Hospital e ver Gabriel. Eu sei que ele vai ficar bem. Ele é forte. Sempre foi, e por que não seria agora?
Chamei um uber, levei Cláudio para a casa de Luccas e depois fui para o hospital pois não estava em condições de dirigir. Tentei mão imaginar o pior acontecendo com o meu marido, mas nessas horas é difícil pensar em qualquer outra coisa. Quando o uber parou, paguei e sai o mais rápido possível. Me esbarrei em várias pessoas pelo caminho, até que cheguei no balcão da recepção.
- Oi. Posso ajudar? - uma moça simpática falou.
- Eu preciso saber do meu marido. ele sofreu um acidente. Bom, eu não sei exatamente como aconteceu. O nome dele é Gabriel Araújo Marins Rodrigues. - joguei as palavras o mais rápido que pude.
- E o seu nome é...? - perguntou e eu quis estrangula-lá ali mesmo.
- Felipe. Felipe Neto
- Vejamos. - observei inquieto enquanto ela procurava algo no computador. - Ah! Aqui. Foi informado sobre você e...
- Eu quero saber sobre o Gabriel. - soquei o balcão assustando-a
- Gabriel Araújo Marins acabou de ser trazido pra cá.
- Onde ele está?
- Emergência.
- EMERGÊNCIA? - falei alto.
- Olha, fica calmo. Você pode se sentar na sala de espera e beber um copo de água. Deixe tudo isso nas mãos dos médicos. Assim que soubermos de algo, nós lhe informamos, então você só precisa ter paciência.
Se acalmar? Esperar? Ter paciência? Como eu vou conseguir fazer tudo isso sabendo que o amor da minha vida está lá dentro? Me afastei e procurei uma cadeira para me sentar. Abaixei a cabeça e chorei. Agora eu sei como ele se sentiu quando eu sofri aquele acidente há anos atrás.
Vi médicos entrando e saindo da sala de emergência. Isso me deixou mais nervoso do que eu já estava. Luccas logo chegou junto à Bruno, fiquei sentado, com os braços cruzado e impaciente. Luccas me convenceu de ir para casa, mas eu prometi a mim mesmo que só sairia dali quando tivesse ao menos uma notícia sobre Biel, e pudesse vê-lo.
- Você é parente de Gabriel Araújo Marins? - um médico perguntou enquanto analisava uma prancheta em suas mãos.
- Sim, sou marido. Como ele está? - perguntei aflito.
- Acomapanhe-me por favor. - ele pediu e prontamente me levantei.
Fomos até uma sala onde ele sentou-se e faz um gesto para que eu sentasse. Puxou alguns papéis e uma caneta, enquanto anotava alguma coisa.
- Então? - perguntei impaciente.
- Bom, é...
- Felipe.
- Felipe. Pelo que me descreveram, o carro em que Gabriel estava em alta velocidade, perdeu o controle e capotou. A ambulância chegou o mais rápido possível no local, mas ele estava correndo sérios riscos pois o lado do acompanhante foi o primeiro a se colidir ao capotar, infelizmente o motorista, conhecido como Lucas Olioti morreu no local. Ficamos com medo de uma provável hemorragia interna ocorrer em Gabriel, mas felizmente não ocorreu. Trouxemos ele para a emergência e vários médicos estão tomando conta dele já que não corre mais riscos. No momento ele está sedado e em observação. Sofreu alguns arranhões provavelmente pelo vidro do carro, e está com uma de suas pernas machucada. Amanhã ele será levado para o quarto e você poderá vê-lo.
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