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História Sing For You - Princess Pride


Escrita por: jongstar

Notas do Autor


Oi

Capítulo 16 - Princess Pride


Fanfic / Fanfiction Sing For You - Princess Pride

No final de semana seguinte



— Você a conhece? — perguntou Luhan a Kyungsoo, ao ver que ele não tirava os olhos de uma garota ruiva que dançava sensualmente próxima a eles.

— Achei que fosse uma conhecida, mas me enganei — Kyungsoo respondeu, tirando os olhos de Byun Baekhee e virando todo o conteúdo do seu copo logo em seguida. Ele não sabia o nome da bebida que Luhan trouxera para ele, mas tomou mesmo assim. O líquido desceu quente e amargo, queimando sua garganta, o que o fez retorcer o rosto em uma careta. 

Ele não estava acostumado a beber muito, tampouco frequentar festas badaladas como aquela, mas estava se esforçando. Kyungsoo sentia que precisava se soltar mais, e como agora estava livre de suas apresentações aos fins semana, queria aproveitar para ir ao máximo de festas possível antes de procurar um novo local para cantar.

Com esse propósito em mente, não foi nada difícil aceitar um convite de Luhan para uma noitada em Hongdae.

Luhan estava sempre chamando-o para sair e fazia de tudo para que eles se aproximassem ainda mais. Kyungsoo não negava o quanto gostava de sua companhia, pois Luhan demonstrava ser divertido, prestativo e amável, o tipo de amigo que todo mundo  gostaria de ter.

A noite com ele teria sido ótima se Kyungsoo não tivesse cruzado com Baekhee outra vez. Fala sério, parecia até uma sina encontrá-la sempre que ele queria sair e se divertir. 

 — Tem certeza que não a conhece? — Luhan perguntou de novo. — Agora é ela quem está olhando para você. 

— Ela também deve estar me confundindo com alguém. — Kyungsoo desconversou e tentou focar sua atenção em Luhan, embora fosse impossível ignorar a presença da garota no local, principalmente quando volta e meia ela também olhava para ele.

Seus olhares eram intensos e Kyungsoo não se sentia capaz de decifrá-los. A vontade que ele tinha era ir perguntar diretamente qual o problema; queria saber  por que a Byun o olhava tanto, mas não sabia como chegar até ela e questionar aquilo. Por isso desejou que sua  atitude invasiva fosse apenas uma falsa impressão.

De qualquer modo, eles permaneceram trocando olhares no decorrer da noite. Kyungsoo via, chocado, o quanto a garota era tempestuosa e desinibida. Baekhee arranjava confusões a todo instante, bebia muito e também flertava com uma quantidade impressionante de rapazes. 

Não que estivesse julgando-a, mas ele ficou surpreso ao vê-la beijar mais de cinco caras em um curto período de tempo. E ela sempre escolhia a dedo os mais bonitos da festa. Era intrigante como todos os homens agiam como se estivessem enfeitiçados por ela.

E se Baekhee agia daquela maneira era porque não estava mais comprometida com Chanyeol nem com ninguém, Kyungsoo concluiu a contragosto. Foi inevitável não lembrar do fim de semana anterior, quando a vira ao lado do Park, mesmo que não fosse da conta dele o que eles estavam fazendo juntos. Aquele encontro foi um momento constrangedor para todos e Kyungsoo só queria esquecê-lo.

Ele estava tão ocupado lutando contra seus próprios pensamentos que nem ao menos percebeu quando Luhan começou a se aproximar dele de um jeito meio indecente, dançando com o corpo cada vez mais próximo e tocando-o sem necessidade. Tudo isso porque ele estava flertando, aquilo era óbvio para qualquer um, mas Kyungsoo infelizmente era do tipo ingênuo e que costumava demorar para sacar aquele tipo de coisa. 

E então, em uma atitude subitamente ousada, Luhan começou a beijá-lo, surpreendendo-o.

O beijo começou no pescoço de Kyungsoo e ele ficou arrepiado, aquela era uma das áreas mais sensíveis de seu corpo. Luhan se aproximou ainda mais e colocou as mãos em sua cintura, puxando-o para mais perto. Ele distribuía beijos suaves e às vezes chupava cuidadosamente o local, a fim de não deixar marcas. E do pescoço, os beijos foram subindo até a mandíbula, fazendo-o arfar. Luhan era incrivelmente bom naquilo, mas Kyungsoo não podia permitir que ele continuasse.  

— Luhan, não…

Luhan pareceu não ouvir por causa da música alta, por isso continuou, mas antes que pudesse alcançar os lábios de Kyungsoo, ele virou o rosto e o afastou suavemente. 

— Qual o problema? — ele perguntou, confuso, ainda com as mãos na cintura dele.

— Não estava esperando por isso — Kyungsoo respondeu, ainda sem se recuperar completamente do quase beijo.

— Você acha que estou indo rápido demais? Fui apressado ao tentar te beijar logo no primeiro encontro, é isso? 

— Eu nem ao menos considerei que estivéssemos em um encontro — Kyungsoo foi sincero. — Achei que você só queria companhia para sair e se divertir. — A forma como ele respondeu soou tão inocente que foi impossível não acreditar.

— Acho que eu deveria ter sido mais direto desde o início, então. — Luhan usou um de seus melhores sorrisos e resolveu não enrolar. — Eu estou super a fim de você. 

— Você está?! — Kyungsoo parecia chocado. Luhan  estivera dando em cima dele insistentemente nas últimas semanas, mas pelo visto ele não percebeu. — Eu… eu pensei que fôssemos só amigos. 

— Bem, agora você sabe que eu quero mais do que a sua amizade. E para ser honesto, estou louco para te dar uns beijos desde o momento que te vi pela primeira vez, Soo. 

Kyungsoo tinha sérios problemas de autoestima e a ideia de um cara como Luhan estar interessado nele parecia inconcebível. Ele precisou de alguns minutos para processar a informação, demorando a acreditar. Sentia-se atordoado.

— Eu sinto muito, Luhan, mas eu não consigo ver você dessa forma. — Kyungsoo sentiu o coração apertar por ter que rejeitar alguém, mas aquela era uma atitude extremamente necessária. 

Para ele Luhan era somente um bom amigo e nada mais. Além disso, não se sentia confortável para se envolver com alguém do trabalho. As coisas poderiam ficar complicadas e perigosas. O que poderia acontecer se Junmyeon, o diretor, descobrisse? Kyungsoo temia só de pensar naquela possibilidade. 

— Talvez só por essa noite — Luhan ainda insistiu. — Podemos tentar… Ou eu posso esperar até o fim do meu estágio na escola, se for esse o motivo...

— Eu não conseguiria — Kyungsoo disse o mais gentil possível. — Desculpe, Luhan, mas eu não quero te dar falsas esperanças. Eu realmente sinto muito, mas não posso corresponder você. 

— Tudo bem, eu entendo. — Luhan se afastou dele meio sem jeito. Aquela era uma situação muito desconfortável para se estar, mas não era o fim do mundo. Também não era como se nunca tivesse recebido um fora antes.  — Tá tudo tranquilo. 

— Acho melhor eu ir embora agora — falou Kyungsoo, igualmente desconfortável. 

— Não precisa, Soo. Tá tudo bem, sério. — Luhan sorriu, embora estivesse um pouco sem graça. Ele não queria que as coisas entre eles ficassem estranhas ou que Kyungsoo se sentisse mal por sua causa, por isso disse: — Não vamos deixar que isso estrague a nossa noite. Ainda podemos nos divertir… Eu vou dar uma volta, pegar mais alguma bebida… Você também pode dar uma circulada por aí, tentar achar alguém interessante...

Kyungsoo mal teve tempo de responder e Luhan se afastou, sumindo rapidamente do seu campo de visão.

Sem companhia na casa noturna, ele sentiu-se estranho, como se não pertencesse aquele lugar. Quis ir para casa, mas não queria ir embora e fazer Luhan achar que ele estava fugindo daquela situação ruim. 

Ele deu algumas voltas sem rumo e acabou indo parar na área destinada aos fumantes, que para sua sorte estava vazia. Kyungsoo nem ao menos fumava, mas aproveitou para ficar sozinho naquele local, onde a música não era tão estridente. Precisava de um momento sozinho para pensar.

Mas como tudo na sua vida parecia sempre dar errado, ele não conseguiu ficar sozinho por muito tempo, pois foi  retirado de seus devaneios por Baekhee, que parecia estar à espreita, esperando qualquer oportunidade para ir falar com ele a sós. 

— E aí? — ela o cumprimentou. Se soubesse que iria encontrá-la, Kyungsoo teria permanecido onde estava ou simplesmente ido para casa.

— E aí? — devolveu ele, sem saber o que mais poderia dizer.

Baekhee era uma dessas garotas bonitas e assustadoras. Seria um exagero dizer que Kyungsoo tinha medo dela, porque ela nunca dera motivos para tal, mas era inegável o quanto  ela o deixava terrivelmente intimidado.

Kyungsoo sentia que ela seria capaz de pisar nele sem dó nem piedade e ainda assim parecer uma modelo cheia de classe, digna de uma capa de revista. E não era só isso. Ignorando o cabelo vermelho e aquele visual forte, ela tinha um rostinho bonito e angelical que só tornava tudo pior ainda. Garotas que são capazes de parecerem boazinhas e más ao mesmo tempo são um perigo.

— Essa festa tá um porre — disse ela, com uma voz meio grogue. 

Aquilo era engraçado, pois a Byun parecia estar se divertindo horrores até o momento. Ela tinha dançado muito e por isso dava para notar pequenas gotas de suor em sua testa, que a faziam brilhar. A maquiagem dela já estava completamente borrada naquela altura, principalmente nos lábios e mais uma vez ela não parecia sóbria. 

Baekhee, vendo que os olhares de Kyungsoo eram dirigidos a si com muita atenção,  acendeu um cigarro e o tragou como se fosse uma estrela de cinema. 

— Tá a fim?

— Não, eu não fumo — respondeu Kyungsoo, de modo vacilante. Já havia experimentado alguns cigarros na época da faculdade, mas não gostava de vícios e não levou o hábito adiante. Além disso, nunca se sentiria confortável para dividir um cigarro com Baekhee. Só de ficar em sua presença ele sentia seu corpo tensionar.

Acuado, Kyungsoo já estava indo dar meia volta, prestes a deixá-la sozinha e ir embora, quando a ouviu perguntar claramente:

— Você conversou com o Chanyeol depois daquela noite em Itaewon?

— O quê?! — Kyungsoo soou indignado, como se não acreditasse que era aquele o motivo pelo qual ela parecia querer tanto conversar. 

— Não me faça repetir a pergunta. 

— Não, nós não conversamos — respondeu ele, já prevendo a irritação que viria a seguir.

Não que Chanyeol não tivesse tentado, porque ele tinha e muito. Kyungsoo, entretanto, não deixou que ele falasse e muito menos quis ouvi-lo. Para ele pouco importava o que Chanyeol fazia em seu tempo livre ou com quem estava acompanhado.  

— Que otário… — Baekhee deu mais uma tragada no cigarro, distraidamente, e quase não percebeu quando Kyungsoo arregalou os olhos, surpreso por ter sido ofendido de forma tão gratuita. — Que otário ele, não você. Quer dizer, para mim os dois parecem otários. 

Ela riu como se tivesse dito uma piada, mas Kyungsoo não achou graça.

— Chanyeol e eu não estamos mais namorando, mas acho que você já concluiu isso sozinho. E nós não estávamos juntos em Itaewon naquela noite. O nosso encontro foi uma simples coincidência, ou melhor, puramente acidental. 

— E o que tenho a ver? — Kyungsoo soou rude, em um comportamento atípico. — Nada disso é da minha conta. 

Baekhee riu outra vez, com uma risada forçada e extremamente insuportável. Kyungsoo se perguntou se a garota era insana ou se tinha incorporado uma outra personalidade. 

— A história de vocês também não é da minha conta, mas eu fiquei sabendo de tudo mesmo assim. — Kyungsoo a olhou outra vez surpreso e até sentiu-se um pouco ridicularizado. — De tudo mesmo. E eu não estou nem aí para vocês dois, mas eu não queria ficar com o sentimento de que talvez tenha fodido as coisas, você entende?

Não, Kyungsoo não  entendia.

— Eu não gosto de mal-entendidos — ela concluiu objetiva. — Chanyeol ficou incomodado porque você me viu ao lado dele, mesmo que ele só estivesse me acompanhando na volta para casa. Eu estava bêbada e sozinha, e ele só me encontrou porque tinha ido à mesma balada com uns amigos. Só isso. Prontinho, tá explicado. 

— Por que o Chanyeol se incomodaria  com isso? 

— Ai, Kyungsoo, francamente… Você quer mesmo ter essa conversa comigo? — Para Baekhee, a nítida lentidão e ingenuidade de Kyungsoo não era nada além de irritante.

— Não, eu não quero. — A presença de Baekhee o incomodava tanto ao ponto dele não conseguir pensar claramente em boas respostas. Kyungsoo só queria ir embora logo. — Me parece absurdo e aleatório demais ter qualquer tipo de conversa com você. E eu ainda nem entendi direito  o que estamos fazendo aqui.

Byun Baekhee tinha muitas qualidades escondidas, uma delas era a paciência, mas que ela raramente usava.

— Não pense que eu estou confortável tendo que explicar algo que seria facilmente resolvido se o Chanyeol tivesse tido coragem para falar diretamente com você, porque eu não estou. É uma situação humilhante. — Ela soltou a fumaça devagar e deu uma breve pausa. — Mas eu queria que você soubesse que eu não estou no seu caminho. Se você quer ficar com o Chanyeol, vá em frente. Eu não serei um obstáculo.

Baekhee era uma garota bem resolvida com a sua sexualidade e com a do ex-namorado. Ela tratava com naturalidade o fato de Chanyeol poder se interessar por homens e mulheres, e para ela não fazia diferença alguma se ele namorasse com um cara depois de ter terminado com ela. Também pouco importava o que as outras pessoas poderiam dizer, ela simplesmente não se incomodava com o julgamento alheio. 

Apesar de ainda não ter superado-o completamente, ela não queria ser um empecilho para ele. Baekhee estava de casamento marcado e após a cerimônia iria se mudar com o marido para a China. Ela iria sumir para sempre da vida de todos e por isso queria garantir que não tinha fodido a possibilidade de Chanyeol ficar com Kyungsoo. Queria que ele se desse bem.

— Eu não quero ficar com o Chanyeol — disse Kyungsoo, estupidamente, após ouvi-la desabafar.

Baekhee teve vontade de dizer que Kyungsoo ainda parecia estar preso naquela fase chata de reprimir os sentimentos e negar o que sentia, mas preferiu ficar calada. Não queria parecer evoluída demais. E além disso, ela pouco sabia sobre ele e não tinha como saber como ele se sentia realmente, portanto ela apenas o ignorou.

— Certo, mas se um dia você mudar de ideia, saiba que eu não vou querer ser sua inimiga. — Baekhee o encarou seriamente e Kyungsoo soube que ela não mentia. — Nós nos encontramos aquela vez em Itaewon e hoje aqui em Hongdae. Eu gosto de festas e estou sempre por aí, então caso nos encontremos de novo, não quero que fique com algum clima ruim. 

Ter Baekhee à sua frente falando todas aquelas coisas nem parecia real. Kyungsoo chegou a achar que tinha sido drogado e estava tendo alucinações, porque tudo aquilo parecia tão estranho...

Baekhee era toda estranha. Ela agia de forma diferente com cada pessoa que cruzasse seu caminho, mas no fundo era uma garota legal.

— Eu não vou ficar incomodado com a sua presença caso te encontre por aí outra vez. Não tenho nada contra você — Kyungsoo respondeu e concluiu que não tinha mais nada para fazer ali, retirando-se sem falar mais nada. Sua noite já tinha acabado. 

Baekhee permaneceu sozinha e seguiu fumando, tentando segurar outra risada. Nenhuma outra ex-namorada teria vontade de rir em seu lugar, mas ela sentia-se alegre e até mesmo leve. Só não sabia ao certo a razão. Talvez fosse Kyungsoo  que, apesar de irritante, tinha lá os seus próprios encantos.

Por mais louco que aquilo pudesse parecer, ela gostou daquela breve interação e desejou poder esbarrar com ele uma outra vez, em uma outra festa aleatória, quem sabe...

Ela até cogitou a ideia de ligar para Chanyeol e contar tudo que tinha acontecido, mas desistiu. Já tinha feito até demais por aqueles dois, agora eles que se resolvessem sozinhos.



***




— Pare de ficar encarando, uma hora ela pode perceber! — repreendeu Yoona, mas Yixing a ignorou. 

Era a hora do almoço e eles estavam juntos em uma das lanchonetes no campus da faculdade. Baekhee também estava no campus, um pouco distante deles, sentada sozinha à sombra de uma árvore. Ela estava fumando, completamente distraída, e dificilmente notaria os olhares nada discretos que Yixing dirigia a si. 

— Ela não parece solitária? — indagou ele. 

— A Byun está sempre sozinha — respondeu Yoona ao amigo. — Duvido que ela se incomode.

— E se eu a chamasse para almoçar com a gente?

— E por que exatamente você faria isso? — Yoona soou um tanto ríspida, indicando que ela não aprovava que Yixing fizesse qualquer tentativa de aproximação. — Ela nunca quis se enturmar com a gente. Por que você vai querer que ela se aproxime logo agora que terminou com o Chanyeol?

— Porque ela parece infeliz — ele respondeu com simplicidade, ainda sem tirar os olhos dela. — E talvez ela precise de amigos. 

— Você também não para de pensar naquela noite, não é? — Yoona também deu uma boa olhada em Baekhee, porém de forma discreta. Yixing assentiu com a cabeça e ela suspirou. — Aquela garota é um caos e para piorar está em uma situação tão difícil… Eu ainda não me conformo com essa história de casamento...

— Ela precisa mudar de ideia. Ou de alguém que a faça mudar de ideia — disse Yixing, parecendo pensativo. 

— Mas esse alguém não será você, Yixing, porque uma garota como a Baek só olharia para um cara do seu tipo se você tivesse vários zeros a mais na sua conta bancária, o que você não tem.

Yixing abriu um meio  sorriso. 

— Chanyeol também é pobre.

— Não seja tão descarado, Chanyeol é seu amigo! Você está interessado na ex dele? — Ela quis brigar, chocada demais ao ver aquele sorrisinho besta que ele tinha no rosto.

— Não é nada disso que você está está pensando — tentou se defender. — Acontece que eu já estive em uma situação similar, por isso quero ajudá-la. Eu acho que ela precisa se livrar de todas essas amarras, trilhar o próprio caminho…

— E de que forma você já esteve em uma situação similar a dela?! Baekhee é praticamente uma princesa e você… Vocês são de mundos completamente diferentes!

Yixing não respondeu e muito menos ouviu a última parte. Ele levantou subitamente, deixando a amiga falando sozinha e caminhou em passos apressados e decididos em direção à Baekhee. E antes mesmo que Yoona terminasse de falar, ele já tinha chegado até ela.

— Cai fora. — A Byun disse logo que ouviu alguém se aproximar e sequer olhou para ver de quem se tratava. Ela mantinha o olhar longe, tão distante que parecia enxergar muito além dos portões da universidade.

— Uau, você é sempre tão simpática assim? — indagou ele, sorrindo divertidamente e atraindo o olhar dela para si.

— Ah, é você… olá. 

Baekhee mal levantou a cabeça para olhá-lo e voltou à sua posição inicial, levando o cigarro aos lábios mecanicamente. 

Ela, como Yixing pôde constatar de perto, estava em um estado completamente novo, nem ao menos se parecia com a Baekhee glamourosa da festa em Itaewon. A começar pelos cabelos, antes de um vermelho bonito e intenso, que nem estavam mais tão vibrantes  assim e até exibiam a raiz castanho escuro por fazer. As roupas também estavam diferentes, eram mais leves e casuais. Baekhee, que sempre se destacava por onde passava, parecia não querer atrair mais a atenção de ninguém, como ele logo notou. 

Ou pensando melhor, talvez ela só estivesse deprimida. 

A Byun demonstrava não querer papo, mas ele sentou ao lado dela e ficou observando-a em silêncio, deixando-se levar pela boa aparência dela e ficando fascinado. Ela não estava usando maquiagem aquela tarde, por essa razão parecia muito mais jovem e bonita, na opinião dele. Seu rosto também tinha um ar doce e desconcertante. Ela não fazia nada além de fumar com o olhar perdido e mexer no celular, mas Yixing sentia que podia observá-la daquela forma pelo resto da vida. Foi difícil se comportar como aquela vez em Itaewon, porque agora ele sentia-se incapaz de tirar os olhos dela. 

— Ninguém nunca te disse que é rude encarar as pessoas assim? — ela perguntou após um tempo, depois de findar o cigarro e abrir a mochila, retirando uma garrafinha de isotônico de dentro dela e bebendo o líquido logo em seguida. 

— Desculpe — ele sorriu. Yixing era do tipo que sorria muito. — Eu e Yoona estávamos almoçando… Você quer comer com a gente?

Baekhee lançou-lhe um olhar de estranheza, desconfiada. 

— Não, obrigada. 

— Por quê? Você não está com fome?

— Não é nada pessoal, cara, mas eu não quero me misturar com vocês. A turma do Chanyeol, você sabe. — Ela forçou um sorriso mínimo, embora não tivesse vontade nenhuma de sorrir.

Ela tinha consciência de que as pessoas que passavam por ali talvez achassem que sua fossa era por ter terminado o namoro com alguém tão legal como o Park, mas não era o caso. Baekhee até já estava superando-o no seu ritmo, mas tinha muitos outros problemas que a impediam de ficar bem completamente.

Entretanto, sua vida íntima era um mistério para todos, por isso ela até preferia que pensassem que ela estava mal por causa de um término de um namoro qualquer. E ela queria que Yixing pensasse o mesmo, por isso incorporou bem a  personagem. 

Yixing, contudo, não gostou muito do que ouviu.

— Espero que você saiba que nós não somos uma extensão do Chanyeol. Somos pessoas diferentes, e queremos ser seus amigos. 

— Você e a Yoona? — ela desdenhou.

— Qual o problema? — perguntou ele, pacientemente. 

Baekhee não respondeu. Ela resolveu acender outro cigarro e simplesmente ignorá-lo, até que ele se sentisse incomodado o bastante  e fosse embora.

Mas Yixing não era do tipo que desistia fácil, por isso começou a importuná-la com perguntas aleatórias para puxar assunto e até mesmo irritá-la puramente por diversão. Baekhee fazia o tipo meio ranzinza e por isso era divertido provocá-la.

— Você é insuportável, garoto — ela reclamou depois de um tempo, sem estar irritada de verdade. Apenas pegou os fones de ouvido e tirou um caderno de desenho da mochila, abrindo-o em uma folha qualquer. Ela não sairia daquele lugar a menos que ele fosse embora primeiro. Era uma questão de honra.

Garoto? Eu sou mais velho que você — disse ele, mas ela pareceu não ouvir.

Baekhee se afastou um pouco e começou a desenhar aleatoriamente no caderno. Yixing deitou-se na grama fria, ainda perto dela, e fechou os olhos.

Yoona, que observava tudo de longe com curiosidade, cansou de esperá-los e foi embora. Yixing só poderia estar louco de tentar se aproximar de Baekhee daquele jeito. 

E Baekhee também devia estar louca por não afastá-lo. Ela era do tipo que rapidamente colocava para correr qualquer um que se aproximasse dela, mas por algum motivo inexplicável, não tinha vontade de fazer aquilo com Yixing. A presença dele não a irritava realmente, longe disso.

Yixing parecia ter uma energia boa, além de uma serenidade invejável, que a Byun achava que jamais fosse capaz de ter.

Ele abriu um dos olhos, somente para vê-la observando-o de soslaio, e sorriu.

— E então, não vai me responder? — Ele levantou de repente, sentando outra vez perto dela e retomando ao assunto anterior. — Por que você nunca quis se aproximar da gente? Eu, Yoona, Tao… Somos legais também, sabia?

— Porque, para início de conversa, vocês sempre foram os amigos do Chanyeol, não meus. — Ela retirou os fones de ouvido e fechou o caderno, parando de desenhar e finalmente dando a atenção que ele tanto queria. — E eu sempre soube que nós não teríamos futuro, então, quando tudo chegasse ao fim, vocês só escolheriam um lado. E não seria o meu, logicamente.

Yixing a encarou, perplexo com a resposta dela. O que Baekhee dissera beirava o  ridículo. 

— As coisas não precisam ser colocadas dessa forma, Baek — disse ele com delicadeza. 

— Tanto faz. Eu não me importo.

— E é por isso que você está sempre sozinha? Por que não se importa em ter amigos? — perguntou, encarando-a tão intensamente que ela quase ficou intimidada. — Ou por que ninguém é bom o suficiente para andar com você? 

— Não, eu só estou cansada de toda essa merda. — Ela não conseguiu se controlar e soltou um suspiro. Baekhee não falava  muito, mas naquele momento sentiu-se à vontade para desabafar com Yixing, que parecia não achar ruim. — As pessoas costumam se aproximar de mim apenas por três razões: dinheiro ou popularidade. Essas duas geralmente andam juntas.

— E a terceira?

— Sexo — ela respondeu de forma ácida e cortante. — E então, qual é a sua? O que exatamente você quer de mim?

— Nenhuma dessas coisas, eu garanto. — Yixing não parecia ter sido ofendido, tampouco ficara desconfortável. Na verdade, tudo que ele tinha era uma enorme compreensão no olhar, como se entendesse que até o momento ela só fora usada e machucada.

— Vai querer que eu acredite que você só quer seu meu amiguinho e nada mais? — Pelo tom de voz usado por ela, Baekhee claramente não o levava a sério. — Não acha que é muito conveniente se aproximar logo agora que eu terminei um relacionamento?

— Não vou negar o quanto te acho atraente, mas eu não tenho segundas intenções. Eu juro — respondeu, com toda a honestidade possível.

— Ótimo, porque eu não preciso de um novo Huang Zitao na minha vida. — Ela finalmente recolheu todas as suas coisas e se levantou. Conversas muito longas a deixavam exausta. 

Zitao?! O que tem o Tao? 

Baekhee não respondeu e começou a atravessar o campus em passos rápidos. Yixing não hesitou em segui-la. 

— O Tao já tentou algo? — perguntou, nitidamente preocupado. Resolveu reformular a pergunta. — Ou melhor, ele fez algo contra você?

Ela parou de andar subitamente, encarando-o com um olhar feroz. 

— Você e Yoona acham que eu apenas o odeio gratuitamente? Vocês acham que eu sou uma desequilibrada, como ele mesmo não cansa de falar por aí?

— Baek, eu… Eu sinto muito. — Yixing não sabia exatamente o que dizer, sentia-se atordoado demais para formular melhores palavras. — Chanyeol sabe?

— Não. E eu mato você se contar. 

— E por você não contou nada para ele?

— Porque você sabe como são os homens… Seria a minha palavra contra a dele. E em quem você acha que acreditariam? No Zitao, um estudante de Medicina esforçado e com um futuro promissor, ou na problemática Byun Baekhee? Eu sei muito bem o que os homens pensam de mim por causa do meu comportamento, Yixing, mas eu juro que nesse caso eu não o provoquei. 

Aos olhos de Yixing, Baekhee parecia tão dolorosamente frágil. Ele não era como os outros homens que enxergavam apenas a imagem forte e catastrófica que ela tentava passar, por isso queria desesperadamente ajudá-la. Ele sentia que precisava ajudá-la.

— Além disso, Chanyeol faz o tipo esquentadinho. Eu não queria causar discórdia na casa de vocês… É uma casa muito boa e o valor do aluguel está muito abaixo do mercado... — comentou distraída, como se estivessem discutindo um assunto sem importância, totalmente banal. — Não queria que ele tivesse problemas por minha causa e por isso precisasse encontrar um outro local para morar. Essa história só geraria transtornos…

— Você pensa demais nos outros, Baek. — Aquilo soou como uma bronca. Agora Yixing estava irritado. 

Irritado com Zitao, que até então era seu amigo, irritado com Chanyeol, por não perceber uma situação tão séria e irritado até mesmo com Baekhee, que disse todas aquelas coisas tranquilamente e agora acendia mais um cigarro, o terceiro só naquele intervalo de tempo. 

— Mantenha a boca fechada, Yixing — ela ordenou. — Ou simplesmente esqueça tudo isso.

Baekhee deu as costas para ele, deixando-o novamente para trás e saiu da faculdade, mesmo que as aulas da tarde ainda não tivessem terminado. 

Yixing  conteve o ímpeto de segui-la outra vez. Tentar se aproximar de Baekhee era como abrir uma caixa de pandora. Ele não sabia o que lhe reservava, mas era aparente que haveria muito caos e destruição. 






Notas Finais


E foi isso. Esse capítulo foi importante pra finalmente encerrar a primeira fase da história. Eu PRECISAVA escrever uma cena do Luhan com Kyungsoo pra não deixar nenhuma ponta solta, visto que em capítulos anteriores foi dito que o Luhan gostava dele. Pronto, já se resolveram e tá tudo bem.

E quanto a Baek, por mim eu comentava horrores, mas às vezes eu levo uns puxões de orelha por dar tantos spoilers. Então vou esperar apenas que vocês comentem suas impressões e digam o que acharam. Acho que já tá mais do que claro que ela ganhou uma importância maior e vai ser mais presente na história, então alguns capítulos serão focados nela.
Cof cof eu ouvi baekxing?

Não vou atualizar mais esse ano porque ainda não terminei o capítulo 17 e tô tendo um trabalhão com chansoo... Então devo demorar um pouquinho pra voltar aqui.

Obrigada a todos que estão acompanhando as minhas atualizações e obrigada principalmente pra quem comenta, eu amo tudo que vocês escrevem. Vocês têm um lugar especial no meu coração 💖


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