História Singular - O garoto do outro lado

 — O que vocês acham de irmos almoçar naquele restaurante que tem no caminho pra casa da Baek? Aquele do self-service — Sehun perguntou, deixando o compasso de lado para olhar as duas garotas sentadas à sua frente na grande mesa que dividiam.

— Ah não, eu queria comer lanche — Kyungsoo reclamou, soltando a régua e cruzando os braços na altura dos seios.

Baekhee apenas riu, sabendo que a partir dali começaria uma discussão onde ambos argumentavam sobre qual lugar deveriam ir comer.

Era quarta-feira e desde a segunda estavam planejando almoçarem fora, coisa que não faziam há um tempinho considerável.

Estava prestando atenção na discussão acirrada que se desenvolvia a sua frente, em que Sehun argumentava que um almoço seria muito mais saudável e eles estavam em fase de crescimento, portanto precisavam se alimentar bem, enquanto Kyungsoo retrucava dizendo que ele parecia um velho falando daquele jeito, e, que de qualquer forma, eles comiam comida saudável todos os dias em suas casas, até que seu celular vibrou em cima da mesa, fazendo Baekhee desviar a atenção dos amigos.

O nome de Chanyeol aparecia no display, indicando uma nova mensagem. Curiosa, abriu rapidamente o chat.

Não haviam conversado por mensagem ainda, apenas quando ele mandou uma mensagem pedindo que a garota salvasse o seu contato. Chanyeol estava ocupado com algumas coisas da faculdade, pelo o que tinha entendido, mas havia garantido que conversariam bastante quando estivesse livre.

Chanyeol: estou desocupado hoje

quer conversar?

Baekhee: é

pode ser

Chanyeol: então

o que você acha de almoçarmos juntos hoje?

quer dizer

você pode?

Baekhee olhou para os amigos após ler aquilo e, ambos, percebendo a careta que ela fazia, desistiram da pequena discussão para darem atenção à amiga, que estava visivelmente desconcertada com algo.

— O que foi, Baek? — Sehun perguntou com o cenho franzido, esquecendo-se até mesmo do seu almoço.

— Chanyeol me chamou para almoçar — explicou brevemente, e tão logo as palavras saíram de sua boca, os rostos dos amigos já exibiam um sorriso malicioso que era praxe. Eles gostavam tanto de perturbá-la. — Parem com isso!

— Nós não estamos fazendo nada — Kyungsoo riu e levantou as mãos em sinal de rendição.

— Sei... — Baekhee respondeu meio risonha, olhando para o celular e mordendo o lábio inferior, receosa sobre o que responder.

Não negava que queria mesmo almoçar com Chanyeol, seria algo bom, mas ela e os meninos estavam combinando de almoçarem juntos desde o início da semana, então não era justo com eles.

— Isso é ótimo, por que está com essa cara de enterro? — Sehun perguntou, empurrando o compasso e os lápis com a mão para que pudesse apoiar o cotovelo na mesa.

— Nós três iríamos almoçar juntos, lembram? — perguntou com ironia, e soube que talvez estivesse em uma situação um pouco complicada quando o casal de namorados se entreolhou da forma mais maliciosa possível.

— E você quer almoçar com a gente? — Kyungsoo virou-se para si.

— Quero.

— E você também quer almoçar com ele? — Sehun fez outra pergunta, como se tivesse até mesmo combinado previamente com Kyungsoo de fazerem aquelas perguntas.

— Sim.

— Ótimo! — Kyungsoo exclamou, sorrindo largo. — Vamos todos almoçar juntos hoje, será superdivertido.

E antes que Baekhee pudesse argumentar, ela fora rápida ao tomar o celular da mão da amiga e enviar uma mensagem para Chanyeol, explicando que iriam almoçar todos juntos.

A discussão sobre o que comer já até tinha sido esquecida, e a nova pauta do assunto era o quão legal seria aquele almoço.

Baekhee mal podia esperar...

Chanyeol estava na porta do restaurante, esperando-os na entrada com ambas as mãos no bolso.

Ele parecia meio ansioso, olhando de um lado para o outro, e ao ver os três estudantes atravessando a rua em direção a si, sentiu aquele sentimento triplicar em seu peito. Talvez fosse pelo sorriso ladino que Kyungsoo e Sehun ostentavam, ou talvez fosse por estar vendo Baekhee novamente depois de um tempinho longe.

A verdade é que Chanyeol havia ficado nervoso com a proposta de almoçarem todos juntos. Não conhecia Sehun e Kyungsoo, mas sabia que eles eram importantes para Baekhee, então não queria dar alguma mancada. Queria ser aceito naquele restrito círculo de amizades, e sabia que a opinião do casal era importante para que isso acontecesse.

— Ei... — Baekhee murmurou ao parar em sua frente, as mãos para trás, sem saber muito como cumprimenta-lo decentemente.

— Ei — respondeu também com a mesma timidez. Deveriam se abraçar? Um high five ou até mesmo um beijo no rosto? Não, soava ousado demais, mas ao mesmo tempo, aquele cumprimento simples soava tão frio...

Sehun e Kyungsoo seguravam o riso da pior maneira possível ao perceberem o constrangimento de ambos. Era maravilhoso assistir àquela cena de camarote.

— E aí, cara — Sehun ergueu a mão para um high five, logo tendo a palma tocada pela de Chanyeol, ainda confuso sobre aquilo.

— E aí — respondeu breve, meio sem jeito.

— Qual é, Chanyeol? — Kyungsoo sorriu para si e sem esperar resposta, agarrou o braço do namorado e entraram no restaurante.

— Não ligue pra eles, ok? — Baekhee alertou, ainda parecendo meio desconcertada com tudo aquilo. — O Sehun e a Kyung são um tanto quanto... pra frente, então releve algumas coisas.

— Não tem problema, sério! — Chanyeol sorriu, dando um chega pra lá naquela timidez toda. Não poderiam passar o tempo inteiro agindo como se fossem recém conhecidos. — Eles parecem ser legais, acho que vai ser bom estarmos todos juntos.

— Eu espero que seja, sim.

— Então... vamos? — sorriu, e Baekhee viu-se repetindo aquele gesto involuntariamente.

Entraram no estabelecimento juntos, e logo avistaram Sehun e Kyungsoo na fila do self-service colocando suas comidas e discutindo por alguma coisa. Chanyeol também parecia ter percebido aquilo, porque riu baixinho ao lado de Baekhee.

Entraram na fila com seus pratos e serviram-se, logo após indo até a mesa que Kyungsoo e Sehun haviam escolhido perto da entrada, onde podiam ver a rua através da fachada de vidro.

— Então... Chanyeol, é? — Sehun perguntou assim que ambos se sentaram, de frente para o casal e de costas para a rua.

— É. Park Chanyeol. — respondeu meio desconfiado. O semblante arteiro de Sehun não enganava.

— A gente sabe, bobinho. A Baek fala de você para nós — Kyungsoo pontuou, fazendo Baekhee queimar de vergonha.

É claro que ela falava de Chanyeol, mas Kyungsoo não precisava expor aquele fato.

Chanyeol, por outro lado, não pode conter o sorriso que se formou em seu rosto — fato que foi percebido e bem armazenado pelo casal Sesoo —. Era bom saber que Baekhee falava de si, o que significava que ele era importante a tal ponto.

— Enfim, antes de começarmos esse almoço, temos que te fazer algumas perguntas. Se importa? — Sehun assumiu um tom sério e Chanyeol engoliu em seco, negando com a cabeça em seguida. — Ótimo. Então tá, responda sem pensar muito. Harry Potter ou Senhor do Anéis?

— Harry Potter.

— Percy Jackson ou As Crônicas dos Kane?

— Percy Jackson, claro.

— Verão ou inverno?

— Nenhum dos dois, prefiro outono.

— Cinema ou baladinha?

— Cinema — nesse momento Baekhee deu uma risadinha nasalada. Seria até cômico se Chanyeol respondesse que preferia uma baladinha.

— Churras de domingo ou maratona de The Walking Dead?

— The Walking Dead.

— Eu prefiro o churras de domingo — Kyungsoo se intrometeu, fazendo Chanyeol olhá-la indignado.

— Qual é, é TWD e você consegue preferir o churras?

— Justamente por ser TWD que eu prefiro o churras. — Kyungsoo riu maldosa, fazendo ambos os rapazes da mesa revirarem os olhos.

— Não liga não, Chanyeol, ela não sabe o que diz — Sehun pegou seu copo de refrigerante, dando um longo gole.

— Sei muito bem o que eu digo, ouviu? — Kyungsoo deu um tapa no namorado, logo em seguida virando-se para frente, sua feição perdendo todo o ar falsamente zangado e assumindo uma cara de nojo impagável em questão de segundos.

— O que foi, Kyung? — Baekhee virou-se para trás para olhar o que a amiga via na rua, tendo uma visão de Jongdae com as duas garotas que haviam encontrado no banheiro no dia anterior.

Ele estava no meio delas, todos com os braços entrelaçados, e riam como se fossem velhos amigos. Sua feição perdeu qualquer traço de sorriso assim que seus olhos se encontraram com os de Baekhee dentro do restaurante. A garota sentiu um arrepio percorrer seu corpo e decidiu virar-se novamente, não conseguindo conter a cara de desgosto.

Pegou seu suco em cima da mesa, mas havia perdido a vontade de ingerir qualquer coisa que fosse.

— Só de ver aquela peste o meu dia já morre um pouco — Sehun resmungou, e Chanyeol olhou para todos na mesa um tanto quanto confuso.

— Jongdae — Kyungsoo respondeu, mas logo tratou de acrescentar. — Digamos que ele tem comunhão com o diabo e é tão perverso quanto o tinhoso.

— Traduzindo: é uma pessoa má que tem como satisfação pessoal maltratar a Baek. — Sehun explicou e Chanyeol olhou para a garota ao seu lado, vendo-a encolhida na cadeira, com o copo de suco entre os lábios para evitar ter que responder qualquer pergunta.

— Não gosto desse cara. — E só pela primeira impressão que tivera, não gostava mesmo. Havia percebido a forma com que ele havia olhando para o restaurante e como Baekhee virou-se rapidamente, assumindo uma postura defensiva.

— Não tem como gostar, sério. Ele faz cada coisa que você não tem noção — Kyungsoo mexeu na comida com o garfo. — Ontem mesmo eu tive vontade de socar a cara dele por ter impedido a Baek de usar o banheiro.

— Como assim impediu? — Chanyeol perguntou subitamente interessado em Jongdae e seus feitos.

— Gente, já passou, ok? — Baekhee interveio antes que Kyungsoo dissesse algo. — Não vamos estragar nosso almoço perdendo tempo com o Jongdae. Não vale a pena.

— A Baek tá certa. É a primeira vez do Chanyeol com a gente, precisamos nos enturmar — Sehun riu e Kyungsoo revirou os olhos.

Entretanto, mesmo que tivessem chegado num consenso sobre deixarem aquilo pra lá, Chanyeol ainda iria querer saber sobre Jongdae outra hora, e o olhar que Baekhee recebia não deixava dúvidas. Iriam conversar sobre aquilo em algum momento, mas não agora.

— Enfim, vamos continuar com as perguntas — Sehun disse animado. — Encare isso como um teste, Chanyeol. Somos muito seletos no quesito amizade.

— Ah não, dessa vez eu faço. — Kyungsoo interrompeu o namorado e virou-se para o mais velho entre eles. — Então Chanyeol, quais são suas intenções com a minha Baek?

Sehun riu e Baekhee engasgou com o suco, enquanto Chanyeol corava da cabeça aos pés com aquela pergunta tão inesperada.

— Eu quero ser próximo dela — Chanyeol respondeu, ignorando todo o constrangimento que sentia.

Baekhee sorriu ao ouvir aquilo, concentrando sua atenção na comida para disfarçar, mesmo que os olhos de águia de Do Kyungsoo tivessem captado tudinho.

— Sabe o que eu acho? — Sehun perguntou retoricamente.

— O quê? — Baekhee perguntou apenas para não deixar o amigo sem resposta.

— Que deveríamos ir ao cinema, todos juntos — Sehun propôs. — Você pode levar seus amigos se quiser, Chanyeol.

Baekhee riu, sabendo que mesmo sem querer Sehun havia tocado no ponto certo.

— Ah, seria incrível! Posso chamar o Lay e a Nini pra irem com a gente, acho que vai ser bom. Muita gente sempre é legal — Chanyeol respondeu animado, olhando a reação de Baekhee pelo canto do olho para ver se ela estava confortável com a ideia.

— Podemos ir assistir Liga da Justiça, Sehun adora esses filmes dessas coisas assim — Baek propôs e Sehun revirou os olhos, indignado com a falta de consideração da amiga.

— ‘Essas coisas assim’ não são simples coisas pra você falar dessa forma, ok? Heróis são importantes, você está sendo insensível — ele reclamou e então iniciou-se uma discussão sobre heróis e como Baekhee deveria tentar aprender mais desse universo em prol dos amigos.

Chanyeol não podia rir mais. Aqueles três eram grandes figuras e ele não podia estar mais satisfeito por ter aceitado a proposta do almoço.

O almoço durou mais tempo que o esperado e, perto das duas horas da tarde, Kyungsoo e Sehun anunciaram que iriam embora, pois ainda pretendiam fazerem biscoitos na casa do Oh — levando em consideração que Kyungsoo era um desastre na cozinha, Baekhee apostava que os biscoitos só sairiam durante a noite.

— O que você acha de irmos para algum outro lugar? — Chanyeol perguntou enquanto estavam apenas os dois no restaurante, após o casal de namorados ir embora.

— Acho que seria legal irmos até a pracinha da escola. Lá perto sempre tem um vendedor de sorvete bem legal! — a menina concordou e se levantaram, indo pagarem a conta.

Após tudo pago, saíram do local.

— Acho que vai chover... —Baek comentou ao olhar para o céu nublado lá fora.

Mais cedo o tempo era outro, então não tinha se preocupado em trazer um casaco ou um guarda-chuva, mas agora realmente considerava a possibilidade de que voltaria ensopada para casa e levaria uma bronca dos seus pais.

— O sorvete vai ter que ficar pra outra hora, então. — Chanyeol sorriu e continuaram a caminhar em silencio, em direção à pracinha que ficava em frente à escola.

Não era desconfortável, mas Chanyeol estava curioso sobre algo fazia um tempo, e agora que estavam sozinhos, talvez fosse o momento certo.

Quando estava prestes a perguntar o que queria, sentiu o primeiro pingo tímido de chuva cair sobre si, seguido de outro e mais outro, até que ele e Baekhee estivessem debaixo da chuva que começava a engrossar.

A primeira reação da garota foi olhar para si e rir, genuinamente feliz, então foi impossível não rir de volta, sem motivo algum. Depois Chanyeol sentiu a mão delicada segurar seu pulso e se atentou à sensação do toque quente enquanto corria sendo guiado por Baekhee até que estivessem sentados em um ponto de ônibus, sozinhos e completamente encharcados.

— Isso foi legal — a garota comentou, ofegante pela corrida.

Chanyeol concordou com a cabeça e riu, encostando a cabeça no vidro do banco, fechando os olhos e esperando sua respiração se normalizar.

Olhou para o lado, observando Baekhee. Ela havia prendido os cabelos em um coque frouxo e torcia a barra da camiseta do uniforme escolar para tirar o excesso de água, como se fosse adiantar alguma coisa.

Olhando bem, percebia os pelos do braço da garota arrepiados pelo frio, e numa súbita onda de altruísmo, tirou sua jaqueta, a colocando suavemente nos ombros de Baek.

— Obrigada, Chanyeol — ela agradeceu sorrindo, verdadeiramente feliz com aquele ato.

Sentia-se em algum filme clichê americano, e a sensação não era ruim. Era confortável e quente, como vinha acontecendo quando se encontrava com o homem ao seu lado por algum acaso do destino.

— Você quer me falar agora? — Chanyeol quebrou o silêncio, parecendo receoso.

— Sobre o quê?

— Jongdae. Você sabe, lá no restaurante, eu vi ele te olhando do outro lado da rua, eu percebi que não foi algo legal. — Chanyeol parecia realmente preocupado.

Baekhee respirou fundo, apertando o casaco contra seu corpo, sentindo o cheiro agradável do dono por toda a extensão do tecido.

— É complicado... — murmurou olhando para frente. Falar sobre Jongdae lhe deixava com um aperto no peito que gostaria de evitar sempre que possível.

Mas era Chanyeol ali, e algo em si dizia que podia confiar nele e exteriorizar todas as suas angústias.

— Podemos descomplicar isso, então — ele disse. — Se você quiser, é claro.

— Eu não sei bem o que o Jongdae é, para ser sincera. Ele é mau comigo, e só comigo, o que me faz pensar que talvez ele só seja alguém muito perdido na vida.

— Ou alguém muito babaca — Chanyeol completou e Baekhee riu.

— É, ou alguém muito babaca. — concordou — Ele faz essas coisas ruins, que antes não eram tão ruins assim. Ele implicava muito com o meu cabelo e sobre como eu pedia para me chamarem de Baekhee quando é Baekhyun que está escrito no meu registro escolar e no livro de chamada.

— Isso já é ruim por si só. Tem como piorar?

— Infelizmente tem! Desde que permitiram que eu usasse o uniforme feminino e fosse com o cabelo solto, Jongdae vem fazendo coisas piores. Lembra no dia que você me viu depois da aula de Hapkido, que eu estava toda ralada?

— Lembro.

— Então. Foi culpa do Jongdae. — antes que Chanyeol falasse algo, Baekhee decidiu continuar a narrativa antes que perdesse a coragem. — Ontem, no início das aulas, ele trancou o banheiro masculino e por causa disso a Kyung teve que me acompanhar até o banheiro feminino e expulsar duas garotas de lá de dentro.

A garota riu um pouquinho, lembrando-se de Kyungsoo lhe contando, horas depois do ocorrido, das feições das garotas, que estavam indignadas com a situação.

— Ele já tentou te fazer alguma outra coisa? — Chanyeol perguntou, realmente com medo da resposta.

— Nada além de piadinhas maldosas e algumas ofensas, coisas não muito relevantes.

Chanyeol perguntou a si mesmo o que Baekhee considerava como relevante, porque aquilo era bullying, e bullying era algo mais do que relevante.

— Já contou para os seus pais? — olhou para a garota ao seu lado e viu seu rosto se contorcer em uma careta, já denunciando a resposta mais do que óbvia. — Pois deveria.

— Não quero preocupar ninguém. Já basta Kyungsoo e Sehun viverem com os cabelos em pé por causa dessas coisas bestas. — no fundo Chanyeol sabia que Baekhee não considerava aquilo como algo besta, ela só estava tentando amenizar a situação; não sabia se para Chanyeol, ou para si mesma. — Posso lidar com isso, são só alguns meses até eu me formar, posso aguentar tudo isso.

— É claro que você pode, mas isso não quer dizer que você deva. Já parou para pensar que se você não fizer nada a situação pode ficar pior?

— Chanyeol, sério — Baekhee virou-se para si e tentou dar um sorriso, falhando miseravelmente. — Eu estou bem e vou continuar bem. Não precisa se preocupar.

— Tudo bem, tenho uma proposta pra te fazer então. — Chanyeol disse com um sorriso arteiro brincando em seus lábios.

— Estou te ouvindo.

— O que você acha de voltarmos juntos depois das aulas? — propôs com um sorriso no rosto, mesmo que algo em sua mente gritasse que talvez estivesse agindo como algum tipo de stalker.

— Suponhamos que isso não tenha nada a ver com Jongdae, certo? — Baekhee perguntou irônica, mas o sorriso em seu rosto era verdadeiro.

— Em partes, mas não por completo. Pense nisso como uma forma de conversarmos mais.

— Não vou te atrapalhar?

— Nah, vai ser ótimo ter sua companhia.

— Tudo bem, então. — Baekhee deu de ombros e sorriu, apertando as mangas do casaco. — Vai ser legal passarmos mais tempo juntos.

E então o coração de Chanyeol estava calmo.