1. Spirit Fanfics >
  2. SLAVE TO LOVE >
  3. Fim ?

História SLAVE TO LOVE - Fim ?


Escrita por: Sasciofa

Notas do Autor


Olá pessoas do meu ❤
Capítulo para esclarecer a primeira encarnação citada do nosso trio parada dura: Colin, Maya e Julian. Eles tiveram outras em que no texto, deixo claro, evoluíram como espíritos de Deus.
PS: E outras que se encontraram e se feriram mutuamente.

Capítulo 48 - Fim ?


Fanfic / Fanfiction SLAVE TO LOVE - Fim ?

Fim ?!

 

COLIN

 

Inglaterra, 1489

 

Somos em quatro irmãos, eu e Adrian  (Julian) gêmeos, depois Christopher e Benjamim também gêmeos. Eu era mais velho três minutos que Adrian/Julian e tinha uma predileção por Chris, estávamos sempre juntos. 

Já ele se dava bem tanto com Ben, como com Chris, o único com quem se estranhava era comigo. Nossos pais, brincavam, dizendo que por isso mamãe tinha passado tão mal durante a gestação de nós dois. 

E chegavam a nós comparar como a cão e gato, por sermos tão iguais fisicamente, porém tão distintos na personalidade. 

Por ser o mais velho, eu herdei as responsabilidades com as terras e propriedades que possuíamos, assim como tive que honrar o acordo de casamento, entre a minha família e a do feudo escolhido pelo meu pai. 

O que não  foi nenhum sacrifício, porque assim que vi a cabeleireira ruiva da minha noiva e seus intensos olhos verdes, tive a certeza de que a amaria por toda a eternidade. E a recíproca foi a mesma !!!

Quando trocamos o primeiro olhar, ficamos hipnotizados. No primeiro toque, magnetizados e na primeira, troca de palavras, a minha ousada noiva me roubou um beijo. Ganhando para a eternidade, minha alma e meu coração. 

Contudo, o que não percebi foi que Adrian /Julian também havia se encantado por Melissa/Maya e, que te- la tinha se tornado uma obsessão. E mesmo com o conselho  dos rapazes para que desistisse, acabou guardando para si esse desejo.

O tempo inexorável correu e o casamento se realizou, Ben e Chris foram estudar fora. Somente Adrian, permaneceu morando em uma ala afastada da castelo e quase não o víamos. Já meus pais foram para a nossa propriedade no campo, como disseram :” para dar privacidade ao casal, pois queriam muitos netos !!! “

A vida seguiu seu curso e eu não poderia estar mais feliz, ia ser pai !!! Entusiasmado, encontrei Adrian à mesa do café, com seu mau humor habitual e para tentar alegra -lo, compartilhei a novidade. 

Por um momento, ele ficou estático e em seguida, me abraçou esfuziante. 

Senti que poderíamos superar as diferenças de infância e adolescência, nos tornarmos verdadeiramente amigos, afinal, éramos homens feitos e mais do que tudo, ia ser pai.

Sendo assim, quando ele me convidou para uma caçada, aceitei de imediato. Porém, o clima instável nos impediu de sair por dias seguidos e logo depois, negócios fizeram com que ele tivesse que viajar  ficando fora por um longo período. 

Em seu retorno, não querendo perder aquela fugaz aproximação, sugeri que saíssemos para cavalgar por perto, tinha medo de me afastar pois, o bebê estava para nascer.

Ele concordou e pediu para entregar  os presentes que tinha trazido da viagem para minha esposa, que ficou encantada com o cunhado que apesar de tão calado e nunca estar por perto, era tão gentil. 

Naquela noite, ele jantou conosco e se mostrou encantador, contou das diversas viagens que já tinha realizado, falou de como nos desentendíamos na infância e como nossos pais eram rígidos, porém, se divertiam.

Os olhos da minha esposa brilhavam, eu também me sentia enredado pelo seu charme e como um perfeito gentleman, Adrian soube a hora exata de se retirar. Não sem antes, conseguir um convite insistente da minha querida, para que noites como essas se repetissem. E claro, acertou o horário da cavalgada, com um ar de desafio.

No dia seguinte, ele trouxe nossos cavalos preferidos já selados e agradeci a gentileza. Saímos cavalgando pela propriedade, sem destino certo e em silêncio. 

Inquieto e curioso, questionei sobre a vida amorosa dele, que percebi ficar incomodado com a pergunta. 

“ Eu gosto de uma moça ... mas ela não pode ser minha. Quer dizer, por enquanto ... “

“ Como assim, Adrian ?! – insisti – Por enquanto?! O que você pretende fazer ?! “

“ Deixe pra lá !!! Talvez a felicidade não seja para mim ... Venha, vamos correr !!! Aposto que ganho de você, como sempre !!! “

Chicoteou o cavalo, saindo em disparada.

Corremos como duas crianças, livres e alegres, pelos campos. 

Já próximo do castelo, comecei a perceber certa impaciência no garanhão e, por mais que eu tentasse controla -lo, estava ficando difícil conter seu ímpeto. Adrian não estava por perto e os portões do castelo estavam abertos. 

Então, tudo aconteceu em um instante, o bote da cobra, o cavalo empinando e me derrubando. A dor, muita dor, gritos e a escuridão que me envolveu.

 

Acordei desorientado no meu quarto, com uma serva colocando um pano embebido em algum tipo de unguento na minha testa e quando me viu abrir os olhos, se benzeu e saiu chamando a senhora. 

“ Meu amor, você acordou !!! Pensei que tinha te perdido !!! “

Melissa entrou no quarto, se jogando aos pés da cama. Segurando minhas mãos com efusão. 

“ Eu ... Há quanto tempo ... estou assim ?! “

A garganta seca me incomodava para falar.

“ Há um mês ... – sussurrou.“

“ O bebê !!! – disse tentando me sentar e caindo deitado novamente devido a fraqueza.“

“ O pequeno Adam está bem e ansioso para conhecer o pai, meu amor .”

“ Adam ?! “

“ Espero que não se importe, mas seu irmão salvou sua vida, querido. E eu quis, agradeço -lo. Foi ele quem soltou sua perna que estava presa ao arreio e evitou que fosse arrastado. “

“ Entendo e nada mais justo. Eu quero vê – lo e agradecer também. Mas antes quero ver o meu filho. E se puder me arrumar algo para essa dor desgraçada... – tentei sorrir, mesmo com a expressão preocupada dela. “

“ Amor, eu vou chamar o médico e o seu irmão ... “

“ Nossa o estrago foi tão grande assim, para termos um médico aqui em casa ? – sorri, mas ela saiu correndo e em prantos. 

Mel às vezes, era frágil e indecisa, mas isso só a tornava mais adorável aos meus olhos. 

Tentei me auto- examinar e não havia parte do meu corpo que não doesse, mas fora isso, eu surpreendentemente estava inteiro. Porém, cansado e deixei para tocar cada parte depois, já que era capaz de senti – las.

Não sei precisar quanto tempo depois, pois devo ter dormido de novo, Adrian e o médico entraram sérios no quarto, acompanhados por uma ela que tentava conter o choro e evitava me encarar.

“ Christian como está se sentindo ?! – O médico me pergunta se aproximando. “

“ Como quem foi atropelado por um cavalo. – respondo com um sorriso sarcástico. “

“ Irmão é sério. – Adrian fala em tom de repreensão. “

“ Estou sendo o mais sério possível. – retruco o encarando, porém o medo me domina .”

“ Bem, Christian você se feriu gravemente na queda e se não fosse o seu irmão, teria morrido. – O médico nos interrompeu e foi direto ao ponto – A sua perna ficou presa ao arreio e a fratura foi tão séria, que para salvarmos sua vida ...”

“ Eu já caí de cavalo antes. – interrompi, não querendo ouvir o que ele tinha a dizer. “

“ Mas nunca sofreu um ferimento dessa magnitude, eu cuido de vocês desde  crianças. – fez uma pausa e soltou o que para mim foi como receber uma punhalada – Eu tive que amputar sua perna, abaixo do joelho. Sinto muito. “

“ Mas eu estou sentindo ... estou sentindo dor ... – repeti sem coragem de levantar os lençóis. “

Isso só podia ser um pesadelo !!!

Eu era jovem e riquíssimo, casado com uma das mulheres mais belas da corte, tinha acabado  de ter um filho para perpetuar meu sobrenome. E aleijado ?!

Como poderia me apresentar na corte, honrar os sobrenomes dos feudos que representava ?!

E Melissa como iria reagir ao meu corpo mutilado ?! 

Justo ela, que sempre me elogiou pela bela forma física. 

Talvez, fosse melhor ter morrido !!!

Mas havia o meu filho, a melhor parte de mim. 

E com certeza, estou sendo egoísta com Adrian, que se colocou em perigo por mim.

Todos esses pensamentos, passaram por minha mente, enquanto eles aguardavam minha reação atentamente. 

“ Por favor, me deixem sozinho. “

Nenhuma lágrima ou explosão, eu precisava encarar aquela situação só. E mesmo  com todos os protestos, eles acabaram por me atender.

Assim que saíram, levantei o lençol e sufoquei um grito.

Eu não era aquilo e não ia me deixar vencer por aquela situação. 

Portanto, não foi dessa vez, que Adrian conseguiu me roubar Mel.

Ele se tornou meu parceiro inseparável, eu, Mel e ele, formávamos uma trindade. E no que eu não podia acompanha-la, por conta da limitação física, pedia à  ele que o fizesse. Isso quando ela não decidia fazer piquenique em algum local mais afastado e ele acabava por me carregar, o que às vezes fazia com que me sentisse humilhado.

Adam achava o tio o homem mais forte do mundo e eu tinha orgulho, além de ser grato ao meu irmão, por ter aberto mão da própria vida e me ajudar tanto.  Eu devia mais do que minha vida a ele.

Entretanto, minha saúde tinha se tornado frágil e mesmo me esforçando para levar uma vida normal, sofria com as dores e principalmente, com as baixas temperaturas. 

E em um inverno, por um descuido, muito bem pago por Adrian à uma das servas, minha lareira apagou e as janelas ficaram abertas durante a noite toda. Peguei uma gripe que me deixou bem debilitado e para ajudar, em uma queda feri a cicatriz da amputação, que infeccionou.

Faleci aos trinta e quatro anos, implorando ao meu irmão que amparasse minha esposa e meu filho.

Obviamente, ele atendeu meu pedido e se casou com ela. Tiveram mais dois pares de gêmeas, porém, o pequeno Adam era o xodó do tio, que fez questão de que ele estudasse o mais longe possível. 

 

 

“ Não consigo controlar o cavalo  ... há algo errado ...

 Uma cobra !!!

“ Eu nunca vou te perdoar, Adrian !!! Maldito !!! “

   Minha perna ... dói ...

   “Melissa. “

  “ Alguém me ajude, pelo amor de Deus !!! “

  “ Julian ... você ... Maya ... me traíram !!! “

 

Acordei, me sentando abruptamente na cama. 

Meu corpo todo doía, mas minha perna e pé com uma intensidade descomunal. 

Izzy  e Ryan, me olhavam consternados. 

Então  era real, não tinha sido apenas um pesadelo medonho. 

Maya tinha ido embora. 

Me recostei nos travesseiros e respirei fundo, antes de dizer :

- Desculpe estar dando trabalho para vocês. – tentei sorrir, mas acho que falhei miseravelmente – Eu estou bem. 

- Não é trabalho nenhum. – Ryan respondeu – De quantas ressacas você me curou ?

- Ryan !!! Realmente a comparação foi ideal, a sensação deve ser bem parecida.  -Izzy o repreendeu, me fazendo sorrir genuinamente. Enquanto ele dava de ombros – Você teve um sono muito  agitado, falou dormindo ... Quem são Adrian e Melissa ?!

- Adrian e Melissa ?! – repeti os nomes sem saber o que dizer. – Não sei ...

Porém, dize- Los me provocou um turbilhão de emoções e a maioria negativas.

- Você  também reclamou de dor. É bom procurarmos um novo médico, o que acha ? – dessa vez, era Ryan quem me questionava. 

- É, eu ...

- Eu acho que agora, não é o melhor momento para falar nisso !!! – Izzy nos interrompeu autoritária, fulminando Ryan com o olhar – Colin vá tomar um banho, enquanto Ryan  termina de arrumar  a mesa e eu finalizo o jantar. Isso te dá, exatos vinte minutos. Precisa de ajuda ?

Disse tudo isso, olhando no relógio e nos encarando, como um pequeno sargento.

- Não, ele não precisa !!! – Ryan mais que depressa respondeu, a empurrando em direção à cozinha. 

- Ótimo !!! Colin, quinze minutos !!! -seu riso cristalino encheu o apartamento e me fez sorrir novamente. 

Levantei com dificuldade, parecia que eu tinha sido atropelado “ por um cavalo “, senti um arrepio percorrer o meu corpo e a sensação de já ter escutado em algum lugar essa expressão. 

Mancando fui para o banho e deixei a água fria me trazer de volta à realidade, da qual se eu pudesse, eu me escondera.

Contudo, era tudo muito simples, Maya não me ama e eu vou ter que seguir em frente. 

Seguir em frente ...

Lágrimas que eu estava tentando conter, estavam rompendo a barreira. 

Só não sei como.

 

 

Mas pensando bem, ela só mudou depois que o tal Julian cruzou o nosso caminho e se ... ele desaparecesse ?!

Batidas na porta, me tiraram dos meus devaneios. 

- COLIN !!!  ESTÁ TUDO BEM ?! – Ryan entra desesperado e logo virá de costas.

- Está !!! E pára de ser viadinho, que como você mesmo lembrou, te curei de muitas ressacas e isso inclui banhos. Agora, sai daqui.

- Ai, meu Deus !!! O que não se faz por amor !!! – disse rindo, enquanto saía. 

- Eu também te amo, cara.

E isso era verdade, um amigo como esse é raro.

 

 

Como tudo no apartamento me lembrava dela, o coloquei à venda e com o dinheiro de um dos investimentos que tenho dei entrada em outro. Um pouco menor, mas perfeito para as minhas necessidades, próximo ao prédio do Chris, recém reformado e acessível. Desde a nossa separação, não tinha tido contato com ela e vinha evitando de todas as formas possíveis e imagináveis. 

Também não soube de nenhum boato ou confirmação sobre ela estar com Julian. Mas tenho medo de ter esperanças. 

Acabei me afastando dos nossos amigos por conseguinte, menos de Chris e de Mari, por conta da aquisição e da decoração do novo apartamento. Foram eles que me ajudaram em todo esse processo. Porém, eles tomavam o máximo de cuidado para não tocar no nome dela e eu procurava não me demorar nas visitas. 

Ainda estava fazendo fisioterapia, assim pedi a indicação de um novo ortopedista à minha fisioterapeuta e realizei uma bateria de novos exames. Tinha a esperança de que houvesse algo, que pudesse ser feito para acelerar a minha recuperação. 

O prazo da minha licença estava se esgotando, eu teria que enfrentar a pericia da agência e inevitavelmente, seria colocado no trabalho burocrático. Aí mesmo que Maya, não me acharia mais atraente.

Porra !!!

Minha carreira está indo para o lixo e eu só consigo pensar nela !!! 

Eu realmente, sou um verdadeiro imbecil !!!

 

 

 

Hoje teria a consulta com o novo ortopedista e o veredicto, que definiria minha vida. 

Me encaminhei para o consultório e, ignorei a recepcionista simpática demais. Eu não estava interessado em ter um caso.

Não conseguia desejar nenhuma outra mulher. 

Logo fui chamado e Dr. Power, me cumprimentou sério:

- Bom dia, Colin. Como vai ?

- Bom dia, Dr. – nem tentei disfarçar - Ansioso. – respondi objetivo.

- Muito bem, não vou prolongar seu martírio. – sentou -se e esperou que eu fizesse o mesmo para ir direto ao assunto – Como já é de seu conhecimento, suas lesões foram graves e utilizaram todos os recursos possíveis para que não ficassem sequelas ou o mínimo delas. Infelizmente, restaram sequelas e você não terá mais como exercer o serviço de campo. O aspecto positivo, é que se você continuar com a fisioterapia, vai caminhar normalmente. Em caso de dor, use a imobilização, muletas e vá à um pronto-socorro. Não vai poder realizar exercícios de alto impacto, tem que tomar cuidado redobrado com torções, estiramentos e fraturas, porque podem se tornar caso  cirúrgico. Mas fora isso vida normal. Alguma pergunta? 

- Por quanto tempo, vou precisar realizar fisioterapia ainda ?

- Será parte da sua rotina, isto é, continuamente. Há risco de atrofia do membro, Colin. 

Fiquei olhando para ele por alguns  segundos, antes de cumprimenta -lo e sair rapidamente do consultório. 

“ No mais vida normal. “

Minha vontade era de rir ou de chorar ... sei lá. 

Sentei em um banco de praça e fiquei observando o vai-e-vem de pessoas por um tempo, estava tão absorto em meus pensamentos que ao me levantar, esbarrei em alguém e se não segurasse, essa pessoa se esborracharia no chão. 

- Desculpe, eu estava distraído.

- Me desculpe, eu não...

- Maya ...

- Colin...

O destino só podia estar brincando comigo !!!

Em um dos piores momentos da minha vida, coloca justamente, o que mais desejava à minha frente. 

Ficamos nos examinando atentamente, até que a soltei, como se estivesse segurando algo perigoso. 

Seus olhos espelharam mágoa. 

- Você está bem ? – questionou – Tem ido à fisioterapia?

Me olhou de cima a baixo, com ar preocupado.

- Estou bem, obrigado. – respondi frio.

- O pessoal tem perguntado de você, reclamado que você não atende o celular e não responde as mensagens ...

- Estive muito ocupado. – interrompi – Mas em breve entrarei em contato. Bem tenho que ir. Tchau. 

Virei as costas e saí, antes que ela me respondesse. Procurei andar o mais devagar possível, quando o que eu queria era correr, me esconder e chorar.

Estar tão perto dela e não toca – la ...

Que tortura !!!

Mesmo que se passassem anos eu iria amar essa mulher. 


Notas Finais


Beijos de Luz 💋💋💋


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...