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História Small Bump - Second Season. - Grandpa Jauregui


Escrita por: fuckincamren-yo

Notas do Autor


E para quem não acredita que milagres de natal acontecem, estou eu aqui para provar o contrario! ESTOU COM MEU NOTE NOVAMENTE!!!! Vou provavelmente voltar a postar sem essas longas pausas chatas. Aproveitem o capitulo, ele ta pequeno e tudo mais, mas é pov da Lauren, então eu espero que vocês gostem. Devo voltar a postar dia 24. Até lá <3

Capítulo 4 - Grandpa Jauregui


Fanfic / Fanfiction Small Bump - Second Season. - Grandpa Jauregui

POV Lauren

Uma vez, eu ouvi dizer em um filme, que as vidas são tiradas desse mundo aparentemente sem razão, tudo faz parte da grande caixa de mistérios que a gente gostaria de espiar, mas não podemos. E que, às vezes, coisas ruins acontecem com pessoas boas. Que não existe um motivo exato do porque as coisas acontecem, e que elas apenas acontecem. A dor vai embora, eventualmente, e no tempo certo será substituída pela lembrança do passado. Você esquecera a dor e começara a lembrar da alegria que a pessoa perdida trouxe pra sua vida. Mas, tudo o que eu consigo pensar, é que no final de tudo, quando perdemos alguém, cada oração, cada vela, cada lágrima derreada, não vai mudar o fato que a única coisa que sobrou daquela pessoa foi um buraco em sua vida, onde ela costumava estar, preencher.

Desde que eu havia saído daquele hospital, com a notícia de que eu havia perdido uma das pessoas mais importantes da minha vida, eu estava sozinha nessa garagem/sala de exposição. Era muito doloroso estar ali, em um lugar onde eu passei a maior parte do tempo com meu avô, porém, ali era o único lugar que eu conseguia realmente me sentir próxima dele. Eu conseguia ver nitidamente meu velho resmungão me xingando por perturbar ele, ou rindo de minhas besteiras enquanto arrumávamos os seus tão amados carros. Eu podia vê-lo melhorando cada um daqueles modelos antigos, e os amando como se fossem seus filhos.

Abri a porta do Packard patrician ultramatic 1951, o carro preferido de meu avô de toda a coleção. Nós havíamos começado a arruma-lo ha um mês. Meu avô parecia saber que sua hora estava chegando. Ela fazia toda a questão de me ter por perto, dentro daquela garagem com ele, o ajudando no carro. Como também fazia questão de ensinar a minha filha tudo o que ele sabia sobre carros, para que, nas palavras dele, ela pudesse tomar conta do nosso tesouro familiar. Agora aquela coleção era minha, todos os carros eram meus, e agora, era o meu dever terminar com o Packard, já que vovô e eu não conseguimos juntos.

- Lolo minha filha…

Passei as mangas do meu moletom sobre os olhos e pelo rosto assim que ouvi a voz sofrida de minha avó. Meu olhos estavam ardendo, e eu quase não conseguia os abrir de tão inchados que estavam. Virei para trás e a encarei sorrindo fraco. Ela estava parada na porta da garagem, com metade do corpo para dentro.

- Vamos entrar meu amor, está frio, e você precisa comer alguma coisa.

- Não estou com fome, mama.

- Laur… por favor, você precisa comer. - Ela implorou, e eu me senti muito pior por estar dando-lhe preocupações. - Eu sei que está doendo muito, eu mais do que ninguém sei. Mas pense em como ele ficaria chateado contigo em saber que você está trancada aqui a mais de quatorze horas, apenas chorando.

- Ele provavelmente viria me buscar pelas orelhas - Ri fraco - E me daria uns bons tapas na cabeça.

- Oh sim, com certeza ele daria - Riu também, andando para dentro da garagem – “Eu vou contar até três pra você passar aqui em minha frente, Michelle, ou eu vou te dar umas palmadas nessa sua bunda branquela.”

Gargalhei alto agora, ouvindo minha avó imitar tão bem o velho resmungão. Ela se aproximou de mim e me abraçou pelos ombros, encostando minha cabeça em sua barriga. Senti a voltados de chorar voltar assim que a mulher mais velha começou a acariciar os meus cabelos. Ela era uma mulher extremamente forte. Estava ali segurando as rédeas da família, tentando não nos deixar quebrar, enquanto ela estava quebrada.

- Ele era ranzinza. - Murmurei com a voz embargada abraçando vovó pela cintura - E eu vou sentir tanto a falta dele, mama…

- Shh, está tudo bem Lolo - Me abraçou com mais força - Já vai passar…

- Por que…. Por que ele teve que ir, mama? Porque ele não ficou? Eu… E-Eu o q-quero de volta.

- Ele teve que ir, meu bem. Por favor, não chore mais - Ela pediu também com a voz embargada, balançando seu corpo para frente e para trás, como se me ninasse - Vamos entrar filha, você precisa descansar um pouco, ficou todos esses dias no hospital sem descansar direito…

- Valeu a pena - Funguei - Eu tive tempo de me despedir daquele velho, e ainda tomei um belo puxão de orelha.

- Típico de seu avô - Ela riu um pouco mais alto agora, limpando minhas lágrimas - Ele não poderia ir embora antes de te dizer o que estava entalado na garganta.

- Mas mama, se ele se sentia assim sobre isso, porque não me contou antes? Porque esperou estar prestes a ir embora? - Funguei novamente - Eu não entendo.

- Você não pediu nossa opinião sobre o assunto, Laur. Você apenas chegou aqui com Valentina, dizendo que havia se separado de Camila e que a menina ficaria contigo - Acariciava meus cabelos - Seu avô não aceitou aquilo, achou muito duro da sua parte fazer tal coisa com as duas, porém, como você não pediu opinião de ninguém, ele não se meteu. Você nos conhece minha filha, sabe que nunca nos entremetemos em sua vida sem você pedir… Eu iria conversar com você quando vocês chegaram aqui, mas seu avô não deixou, ele me pediu para esperar você pedir nossa opinião.

- E eu nunca pedi…

- Exatamente Lolo. Você é uma mulher crescida, sabe o que faz da vida e que as decisões que você toma trás consequências para o resto dela. Eu sempre vou apoiar você em todas as suas decisões, sempre estarei ao seu lado, mesmo que isso não me agrade. Você é minha filha, Lauren. Eu criei você. E se é de mim que você precisa, eu deixo a minha opinião de lado para te amparar.

Abracei minha avó com mais força ainda. Eu sempre soube que eles não haviam gostado da minha atitude trazer Valentina comigo, mas achei que com tempo, depois de ouvirem a minha versão da história, teriam mudado de ideia.

- A senhora se sentia assim também? Em relação a minha separação com Camila…

- Sim filha, sempre achei desde o princípio sua atitude muito dura. Camila não é uma menina má, nunca foi, ela não mereceu o que você fez com ela… Não quero ser injusta meu amor, sei que você também sofreu. Contudo, nenhum sofrimento justifica você tirar uma filha pequena dos braços da mãe. Você agiu com o coração, não com a cabeça, e esse foi o seu erro. Você teve sinais de que sua esposa estava se perdendo, minha filha. Você viu que ela estava sobrecarregada, saindo dos trilhos, e seu papel como mulher e mãe era ter a puxado de volta. Sei que tudo o que você fez foi por Valentina, mas você não tinha esse direito de privar as duas de estarem juntas. Sua atitude, no entanto, não foi de todo errada. Você prezou pelos sentimentos e bem estar da sua filha, porém, foi radical demais em tê-la trazido para outro país.

Sim, eu sabia que ela estava correta, mas naquele momento, vendo minha filha sofrer, eu fiz o que eu achei que era certo. Como ela apontou, eu agi com o coração, como qualquer mãe agiria para evitar que sua filha sofresse. Eu tinha deixado à dor e raiva me cegarem naquele momento, e tudo o que eu queria era ter Camila longe de mim. Olhar para ela, depois de um tempo, havia se tornado insuportável. Meu peito ardia toda vez que eu a pegava errando, e eu sentia como se não fosse mais conseguir segurar toda aquela barra sozinha. Fui egoísta em pensar só em mim, em achar que estar longe dela faria o sofrimento todo sumir.

Eu estava errada.

Todos os dias desde que eu havia ido embora, Camila era tudo o que eu pensava. Eu vivi, claro, tentei seguir em frente, como tenho certeza que ela também tentou o fazer, contudo, não consegui. Em todas mulheres que saí nesses últimos meses, nenhuma tinha tudo o que eu precisava. Veronica até tentava me arranjar encontros com suas colegas de trabalho, antigas colegas de faculdade ou qualquer mulher pela internet, mas nenhuma era o suficiente. Ela sempre me dizia que eu precisava seguir em frente, esquecer Camila, e eu sabia que aquela insistência dela era porque ela mantinha contato com minha ex-esposa, sendo assim, ela sabia sobre a vida dela, e provavelmente sabia que ela já estava com alguém.

Meu coração pertencia a ela, isso eu nunca tinha negado a ninguém. Só que há muito tempo eu já havia me conformado.

Ela não é mais minha.

Ela é passado.

E com esse pensamento a bloqueei de minha vida. Não queria nenhum contato, nenhuma notícia, nada que fosse sobre ela. Eu sentia falta, obviamente. Não tinha um dia que eu não acordasse a noite sentindo falta do seu corpo colado no meu. Das suas reclamações por sempre deixar o tubo de pasta de dente aberto, por deixar a tampa da privada suspensa, ou por esquecer a toalha molhada em cima da cama. Sentia falta dos seus lábios nos meus, dos seus dedos apertando meu corpo, dos seus gemidos e palavras doces. Eu sentia falta de tudo o que representasse aquela mulher em minha vida. Só que tudo o que eu tinha eram lembranças.

Lembranças de que um dia nós fomos um casal feliz.

Lembranças de que um dia ela foi minha.

- Quando meu pai, Sinu e Sofi vão chegar? - Voltei para a órbita, sem querer continuar pensando no passado. Eu tinha ficado desligada por tanto tempo que bem havia percebido que minha avó tinha me tirado da garagem.

- Eu conversei com seu pai hoje. Ele e Sinu embarcam amanhã cedo.

- Sofia não vem? - Reclamei. Estava com saudades da agora adolescente Sofi, quase a cópia fiel de Camila. Minha avó maneou a cabeça de forma negativa, abrindo a porta da sala para que eu entrasse. - Porque não?

- Seu pai achou que seria muito pesado trazê-la para o enterro. - Dizia me arrastando pela sala - E como Camila havia a chamado pra ir á Disney com ela, seu pai preferiu deixá-la.

- Camila vai levar Valentina e Sofia para a Disney? - Minha avó assentiu. - Eu estou com tanta saudade da minha princesinha.

- Você vai ligar para ela hoje? Você não pode mais esconder dela, Lolo…

-Eu sei mama… Só estava evitando antes porque não queria que ela percebesse minha tristeza, e não queria dizer que o vovô estava doente, mas agora não tenho como esconder nada dela.

Entramos na cozinha, encontrando Vero e Lucy com as expressões igualmente abatidas e cansadas. A mesa estava posta para quatro pessoas. Sentei em uma das pontas, acenando brevemente para as duas mulheres. Vero olhou para Lucy, como se pedisse permissão para alto, e minha amiga apenas assentiu de leve.

- Eu liguei para Camila hoje - Veronica disse ainda com os olhos fixos em Lucy - Eu sei que você me pediu para não o fazer, mas eu também sei que você não aguentaria contar para Valentina por telefone, então contei para Camila e pedi para que ela conversasse com a pequena. Pode gritar, espernear, me xingar, mas eu fiz o que eu achava certo fazer.

- Obrigada - Pedi com a voz calma, fazendo Vero me encarar pela primeira vez - Eu não iria conseguir e nem queria dizer uma coisa desse tipo por telefone.

- Não se preocupe com isso agora Laur. Apenas ligue para Valentina ainda hoje. Ela já estava dormindo quando eu liguei, mas tenho certeza que Camila não vai se importar em acorda-la.

- Amanhã eu ligo, não quero interromper o sono dela.

- Elas embarcam para Miami amanhã cedo. - Veronica apontou - Ligue hoje. Valentina adoeceu por sua causa, tenho certeza que Camila não vai se importar se você ligar a essa hora.

- O que?! - Quase gritei - Ela está bem?

- Passou a noite no hospital tomando soro, mas está bem, foi só o emocional abalado pelo seu sumiço.

Empurrei a cadeira para trás e me levante depressa, indo em direção ao quarto. Vero veio atrás de mim, sabia que eu não iria falar com Camila e ela quem provavelmente atenderia ao telefone. Ela pegou meu celular e digitou o número, colocando-o no ouvido depois. Falou algumas coisas com Camila e não muitas tempo depois, já estava passando o telefone para mim.

- Alô… - A voizinha sonolenta ecoou pelo outro lado da linha. Suspirei de saudades. Conseguia visualizar a pequena deitada na cama, toda embrulhada com lençóis, abraçando algum urso, e coçando os olhos com a mão livre, enquanto segurava o celular na outra. Era assim que ela sempre ficava quando Camila ligava para ela tarde ou na hora de sua soneca da tarde - Quem é tia? Tá mudo.

Ri baixinho da sua voz dengosa e confusa, ouvindo burburinhos do outro lado da linha. “É sua mamãe Lauren”, a voz feminina disse do outro lado. Logo em seguida, o gritinho estridente de Valentina quase estouraram meus tímpanos.

- Mamãe Lolo! - Ela exclamou efusiva, toda cheia de felicidade.

- Ei meu amor, sou eu… Que saudades que eu senti da sua voz, minha linda.

- Eu também senti da sua... - Resmungou magoada - Eu achei que eu nunca, nunquinha mais falaria com a senhora.

- E eu lá ia conseguir ficar longe da pessoa mais importante de minha vida? Nunca, nunquinha. - Brinquei, ouvindo sua risada gostosa do outro lado da linha - Me perdoe por ter sumido, meu amor… mas a mamãe ficou cheia problemas aqui. Você entende, bebê?

- Entendo mama. A mamãe Camz me explicou. - Fez uma pausa, cochichou algo com alguém e voltou para mim - Amanhã eu vou pra Disney, não é legal?! A tia Sofi também vai.

- Sim princesa, isso é ótimo - Murmurei - Eu quero que você se divirta muito, tá bom? E não saia de perto da sua mãe nenhum minuto sequer.

- Tudo bem, eu não vou sair - Me assegurou. Ela cochichou algo com alguém e voltou para mim, com a voz tristonha - Eu preciso desligar agora mamãe Lolo, é que tá muito tarde, e amanhã eu vou sair daqui muito cedo.

- Tudo bem meu amor, eu só liguei pra dizer que eu te amo e que tava com saudades…

- Eu também amo você mamãe, muito - Respondeu dengosa - E eu tô morrendo de saudades também. Porque a senhora não vem pra Disney com a gente? Vai ser muito legal.

- Eu não posso meu amor, outra vez quem sabe…

- Tá bom então, diz pra vovó e pro vovô que eu tô com saudades deles também, e manda beijos pra eles não ficarem com ciúmes.

Fechei os olhos com força ao ouvir as palavras da pequena. Ela ficaria devastada quando soubesse sobre o vovô. Era cruel fazer isso com uma criança tão jovem como ela. E o que me deixar pior é saber que, assim como eu, ela era muito apegada ao velho.

- Vou dizer minha filha. Durma bem.

- Você também mamãe.

Finalizei a ligação, me deixando cair sentada na cama. Vero veio até mim, me abraçou apertado, e me deixou chorar em seu peito. Eu queria estar com minha filha agora, ou ao lado de Camila quando ela fosse contar o que aconteceu. Mas eu não poderia.

- Ela pediu pra dizer pro vovô que ela sente a falta dele, Vero. O coraçãozinho dela vai ficar tão partido... Ela vai sofrer tanto...

- Eu sei Lo, mas vai passar ok? - Assenti, fungando - Porque você não dorme um pouco?

- Preciso ajudar a mama com o funeral. 

- Não se preocupe com isso, meus pais já estão chegando aqui, e seus tios também, eles podem ajudar. Você já fez muito Laur, precisa descansar.

Agradeci a minha amiga com um abraço forte. Ela estava sempre pronta para tomar as rédeas da situação caso eu não conseguisse o fazer. Me deitei na cama com a ajuda dela, me cobri e fechei os olhos. Não precisava de muito para dormir, estava exausta, tanto emocionalmente como fisicamente. Naqueles últimos minutos, antes de fechar os olhos e me entregar ao sono, Camila veio em minha cabeça. Seu doce sorriso e sua maneira de me olhar nunca saiu dos meus pensamentos. E agora, não sei se pela exaustão ou pela tristeza, eu desejei ter ela ali comigo, e logo caí no sono.


Notas Finais




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