História Social Casualty - Capítulo 5

Assim que Theo se trocou e saiu do quarto, olhei no relógio e pude ver que era meia noite. Não estava tão tarde. Vesti minha calcinha, meu sutiã e o vestido ainda deitada. Aquilo tinha sido realmente cansativo, mas graças a deus já tinha acabado. Assim que dei o primeiro passo em direção à porta eu quase soltei um berro. Se doía na hora que aquilo estava dentro de mim, doía muito mais depois. Tentei mais um passo e a mesma dor de antes veio. E agora? O que eu faço? , pensei desesperada. Não teve jeito, tive que sair andando como se tivesse cagado nas calças. Era impressionante, eu não conseguia fechar minhas pernas como uma pessoa normal. Fiquei andando de um lado para o outro no corredor até que achei um jeito que não era tão estranho de andar e a dor não incomodaria tanto. Tudo bem, você consegue fazer isso, era o que a voz em minha cabeça dizia, mas minhas pernas discordavam. Andei até o elevador e pude ver uma porta ao lado, uma escada. Deveria ser por ali que eu sairia.

Não sei como, mas após andar alguns corredores, subir umas escadas eu cheguei ao salão de convivência. As duas garotas do sofá estavam saindo do transe e estavam comendo. Assim que vi comida, meu estomago roncou. Eu nem havia percebido que estava com fome. Peguei um pouco de comida e comi o mais rápido possível, eu só queria me jogar na cama.

Entrando no quarto, percebi que nenhuma das garotas havia voltado ainda. Eu estava sozinha. Não só naquele quarto como no mundo. Joguei-me na cama e comecei a chorar.

O quão deplorável eu me tornara? Eu acabara de perder minha virgindade com um cara que eu nunca havia visto na minha vida e sei que nunca mais verei. Lembro-me que quando isso tudo começou, há três meses, eu me perguntei até aonde eu iria. O quão longe eu chegaria. E olhe no que eu me tornei. , esse era o pior pensamento passando em minha mente. Em uma prostituta qualquer que tem que vender a bosta da virgindade para não morrer. Até que morrer não seria nada mau naquele momento. Eu só queria ter estado naquele ônibus, junto com toda a minha família, assim eu estaria morta junto deles e não teria que passar por isso. , esses pensamentos me faziam chorar cada vez mais e mais.

Minhas lagrimas eram em vão, eles não voltariam, a única coisa que me restará era isso. Esse lugar ou o orfanato. O orfanato que eu passara os três piores anos da minha vida, onde eu havia sofrido de mais para uma criança. Minha mãe me salvara daquele lugar, ela era a minha protetora, mas agora estava morta. Morta.

Eu chorei até que estivesse cansada de mais para continuar acordada.

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Acordei com os mesmos pensamentos da noite passada e com uma Julie me balançando:

-É melhor você lavar essa cara rápido, Dennis quer falar com você. – ela disse com a mesma cara de espanto da ultima vez.

Eu lavei meu rosto o mais rápido possível e torci para ele não perceber meus olhos inchados. Corri para fora da sala de convivência e fui direto para o balcão de Lauren. Assim que cheguei, ela me olhou e apenas apontou a porta de sempre com a cabeça. Eu definitivamente odiava aquela porta, aquela sala. Fora ali que tudo isso começou.

Entrei calmamente na sala e me deparei com Dennis sentado no sofá com uma grande papelada na mão. Sentei-me no sofá a sua frente e observei a janela que ficava próxima ao sofá, aquela janela não tinha grades como a de meu quarto:

-Muito bem Angel, você fez um ótimo trabalho ontem à noite. – ele disse me dando um sorriso sádico. Claro que eu faria um ótimo trabalho, eu realmente era virgem. - Já tenho o seu cliente para hoje, e espero que você tenha um desempenho bom. Vou apenas te lembrar que todos, todos os seus clientes acham que você é virgem, então nada de gemidos de alto prazer, entendeu? Você tem que sentir dor, uma dor que pareça legitima, se vire com isso. Nada de inventar, você está aqui para satisfazê-los, e deve fazer isso como uma virgem. – ele falou enfatizando a ultima palavra.- Agora suma daqui! – ele disse sem ao menos olhar para mim.

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Aquele dia à noite não fora muito diferente do anterior. Havia o mesmo livro em cima da mesa, e eu estava com um vestido muito parecido com o anterior. Fiquei um tempo sentada lendo, eu certamente estava mais calma desta vez. Sem ao menos dirigir uma palavra para mim, um homem se sentou a minha mesa e pude perceber que aquele seria o meu novo cliente. Fechei o livro calmamente e o apoiei em meu colo. Senhoras e senhores, se preparem que agora o espetáculo começará! , pensei.

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Após Jack, o loiro de olhos verdes que fora meu parceiro aquela noite, sair do quarto onde estávamos eu me vesti e fiz o mesmo caminho da noite anterior, só que dessa vez eu conseguia andar normalmente. Ao chegar ao salão de convivência as garotas dopadas não estavam mais lá, mas alguém tinha deixado a porta de um dos quartos aberta.

Claro que eu não perdi a oportunidade de olhar. O quarto não era nada como eu imaginava. Não era nada parecido com o meu. As camas estavam todas em péssimo estado, e eu pude ver que havia muito mais malas do que camas. O banheiro era minúsculo, mau tinha espaço para o chuveiro. Atrás da porta tinha um grande espelho, que cobria toda a porta. Bem em cima havia algumas coisas escritas com batom, todas em línguas européias estranhas aos meus olhos australianos. Parecia alemão. Assim que sai do banheiro dei de cara com uma garota de olhos azuis, com a pele extremamente clara, cabelos loiros e, obviamente, alemã.

-Desculpe, eu não deveria estar aqui... - comecei me explicando.

-Meu nome ser Lola, mas você não deve falar com mim. - tudo bem, ela não sabia a língua, mas foi gentileza dela de me lembrar que eu não deveria falar com outras pessoas.

-Isso é verdade, desculpa do mesmo jeito.- eu disse passando por ela.- Foi legal te conhecer Lola.

Enquanto eu saia pude a ouvir falando “Eu acabei de falar com ela...”. Pelo visto ser do quarto da América era muito bom mesmo. Aquela garota tinha ficado encantada comigo. Ainda bem que essa não era uma das que me odeia, pensei.

Entrei em meu quarto dando graças a deus que eu não estava no mesmo que Lola e que todas as garotas não haviam voltado ainda. Tomei um banho relaxante e fui dormir. Estava decidida que no dia seguinte iria conhecer as outras garotas do meu quarto.