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História Solidate - Dois


Escrita por: Lu-pumpkin

Capítulo 16 - Dois


Fanfic / Fanfiction Solidate - Dois

2° mês

-Me desculpe. -Foi tudo o que eu consegui falar naquele dia.

Estava completando o segundo mês desde que Luhan havia sido internado e minhas primeiras palavras a ele foram aquelas. “Me desculpe”.

Eu me sentia mal por não conversar com ele, mas eu não conseguia. Eu raramente falava com meus familiares ou com os pais de Luhan ou os nossos colegas quando esses ligavam querendo saber notícias. Era difícil falar.

Estava indo à um terapeuta, mas lá eu também não conseguia falar. Eu apenas chorava. Era uma das únicas coisas que conseguia fazer. Não tinha energia pra outras coisas. Não conseguia brincar com meu irmão, não conseguia ajudar minha mãe nas tarefas de casa. Muitas vezes não conseguia sair da cama, só o fazia pra visitar Luhan, ver se ele estava bem, lhe dar um pouco de carinho. O pouco que conseguia sem acabar desabando em lágrimas.

Eu tentava não fraquejar quando estava o visitando. Sabia que ele poderia estar ouvindo tudo o que estava acontecendo e eu não queria que me ouvisse chorando. Sabia que pra ele seria como tortura saber que estou desabando ali perto dele e não poder ajudar. Eu me sentiria assim. Seria tortura saber que ele estava sofrendo e não poder ajudar.

No decorrer do mês as coisas só pareciam piorar. Os exames rotineiros que realizavam em Luhan não mostravam nenhuma melhora. Apenas estabilidade, nada mais.

Aquela situação me assustava; apesar de ser muito melhor ele estar em uma situação estável, era como se nada estivesse acontecendo. Como se ele tivesse parado no tempo, mesmo que não o tivesse.

Seus cabelos cresciam, suas unhas também. Mas eu e a mãe dele tomávamos o maior cuidado quanto a aquilo. Ela levava uma lixa de unhas toda a vez que o visitava e se suas unhas finas estivessem longas de mais, mais do que ele gostava, ela as lixava com todo o cuidado do mundo.

Quanto a seus cabelos, um dia naquele mês a mãe do menor trouxe consigo a cabeleireira do menor que se emocionou ao vê-lo. Quando se acalmou, aparou as madeixas do menor de forma gentil e disse que se fosse necessário, ela viria novamente mas desejou que Luhan acordasse antes que fosse preciso realizar um novo corte.

Ás vezes olhava pra ele e via que estava ficando mais magro. Suas pernas que antes tinham os músculos visíveis pela constante prática de esportes agora estavam ficando mais finas. Ele estava ficando mais pálido.

Ele era alimentado por sonda mas sabia que não era uma alimentação boa. Não iria lhe dar tudo o que precisava. Luhan sempre foi muito saudável. Não tinha frescuras para comer e tinha o maior cuidado para manter uma dieta perfeitamente completa. Ele cuidava muito do próprio corpo e ver ele definhar estava me deixando muito triste.

Em uma tarde, estava em casa e senti muita falta dele. Fui ao hospital de pijama mesmo e entrei no quarto onde ele estava. Procurei o ajeitar na cama como sabia que gostava de se deitar e então, me deitei do seu lado segurando sua mão e a descansando em minha cintura. Queria sentir ele me abraçar. Queria sentir seu toque novamente.

O envolvi com todo o carinho naquela tarde, descansando sua cabeça em meu braço, afagando suas madeixas gentilmente. Ele parecia apenas dormir em meus braços como sempre o fazia quando estávamos juntos. Só precisava ignorar o tubinho que passava por baixo do seu nariz para lhe prover oxigênio e todos os fios ligados ao seu corpo e parecia um dia como qualquer outro.

-Você é tão lindo Luhan. -Falei baixo correndo os dedos por seu rosto tão fragilizado. -Gostaria de poder olhar em seus olhos agora sabia? Eles são tão lindos e brilhantes. Até quando está chateado ou bravo com algo eles brilham tanto. Eu vou poder olhar nos seus olhos novamente não vou? Não demore a abri-los por favor.

Consegui sorrir depois de falar aquilo a ele. Sorri pra ele imaginando que ele estava mesmo olhando pra mim e concordava com a cabeça respondendo ao meu pedido.

Eu dormi junto dele naquela tarde. Sonhei com seu sorriso branquinho, podia ouvir sua risada.

Queria poder ouvir sua risada. 



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