1. Spirit Fanfics >
  2. Somewhere in Brooklyn >
  3. Capítulo 96

História Somewhere in Brooklyn - Capítulo 96


Escrita por: Ivy_Lavigne

Capítulo 96 - Capítulo 96


Fanfic / Fanfiction Somewhere in Brooklyn - Capítulo 96

No dia em que eu descobriria o sexo do meu bebê, acordei com um leve mal estar devido ao calor excessivo. Era um sábado calorento, nem o banho frio – que eu acabava de tomar – havia aliviado a sensação térmica. Eu estava apenas de lingerie, me olhava no espelho apreciando o ventre dilatado, eu me sentia gorda e inchada, mas ao mesmo tempo eu me embasbacava por estar carregando um filho ou filha. Estava tão bem, tão em paz, apesar de tudo. Eu amava tanto a criança que eu carregava que eu não compreendia, era o maior amor que eu já havia sentido, entretanto esse amor era por um alguém que eu nunca tinha visto. Amor de mãe é algo tão confuso e belo!
Vesti uma maxi saia azul com estampa floral e uma regata verde-água e sandálias fio-dental com pedraria. Penteei os cabelos e os deixei naturais. Peguei uma bolsa e fui pra sala, onde minha mãe e minha irmã me esperavam inquietas. Passamos na casa da minha avó para busca-la para ir no consultório conosco.

Chegamos no consultório médico na hora marcada e esperamos poucos minutos até que eu fosse atendida. Aquela seria a primeira vez que alguém da minha família veria meu bebê. Eu estava deitada na maca enquanto a obstetra, Geisa, espalhava o gel gelado em meu ventre. Conforme ela passava o aparelho em minha barriga, a apreensão aumentava. Minha mãe sorria emocionada, eu podia ver seus olhos marejados, minha avó não tirava os olhos do monitor onde meu bebê era mostrado, e Lola filmava tudo, ela dizia estar preparando um “diário” da minha gestação. Eu estava tão ansiosa, e isso aumentava a cada consulta que eu fazia.

 

Geisa – Alguém tem algum palpite quanto o sexo do bebê? – A obstetra nos olhou afetuosamente.

Helena    É uma menina! – Falou convicta.

Paola – Não faço a menor ideia.

Ashley – Diz logo para acabar com a apreensão! – Disse nervosa.

Geisa – É uma forte, saudável e agitada menina.

 

Quando, por fim, descobrimos o sexo do meu bebê, fizemos uma festa. Eu sorria e chorava ao mesmo tempo. Minha avó sorria dizia “eu sempre que esse bebê era uma menina. Minha intuição nunca falha!”. Eu estava tão feliz, eu carregava uma pequena princesa dentro de mim, e naquele momento, somente coisas boas me vieram a mente, inclusive em relação a Bruno. Queria ter ele ali, queria que ainda fossemos um casal, embora eu soubesse que isso não voltaria acontecer.

Assim que a consulta foi finalizada, liguei para casa e avisei a novidade; Sarah, meu pai e meu irmão comemoravam a notícia com alegria. A empolgação deles me fez sorrir, ainda mais. Aquela começou com o pé direito.

Antes de ir para casa, resolvi dar uma passada na praia, minha irmã foi comigo para fotografar-me, ela estava levando a sério a história de registrar todos os momentos da minha gravidez. Estávamos tão felizes e brincávamos como duas crianças, sorríamos e gargalhávamos sem nenhum motivo aparente. Os raios solares esquentavam minha pele e como se fosse mágica, eu sentia vida dentro de mim. Lola me fotografava com o seu celular, me fotografou de todas formas possíveis e a fotos ficaram incríveis, nem pareciam ter sido tiradas com câmera de telefone. Me sentei na areia e Lola se deitou apoiando a cabeça em meu colo, parecia cansada como eu, porém continuava falante. Ela me contou tudo o que aconteceu desde que eu havia me mudado para o Brasil.

Após entrar no mar e dar um mergulho, voltei a me sentar ao lado de Lola. Estávamos comentando sobre a praia e a comparávamos a Califórnia, haviam muitas diferenças e semelhanças, em San Diego não haviam tantos comércios na orla da praia, nem em Los Angeles. Eu olhava minha irmã com saudosismo, eu não sabia se ela havia mudado ou se eu havia mudado tanto ao ponto de enxergar coisas que eu não conseguia ver antes.

 

Lois – Quando você volta pra casa? – Deitou sua cabeça em meu ombro.

Ashley – Agora mina casa é aqui, no Brasil. – Sorri sinceramente. – Eu estou tendo uma gravidez tranquila, se eu tivesse na Califórnia isso não estaria acontecendo.

Lois – Eu sinto sua falta. Desde que o Tay voltou, a casa nossa casa virou uma bagunça. Ele se tornou um rabugento. – Reclamou sentida

Ashley – Ele deve estar com problemas. Tente ser compreensiva.

 

Nos levantamos, recolhemos nossas coisas e fomos até meu apartamento, ao chegar lá o aroma do almoço invadiu meus pulmões, só então me dei conta da fome que eu estava sentindo. Peguei uma maçã para aguentar até a comida ficar pronta. Todos conversavam animadamente, as voes preenchiam meus ouvidos e alma. A casa cheia me trazia conforto, me sentia em paz ao lado de minha família.

Após o almoço, meu pai adormeceu juntamente com minha mãe, aproveitei a calmaria da casa e fui para o quarto de Sarah. Fechei as cortinas deixando o ambiente a meia luz, me aconcheguei na cama, puxei o lençol até a cintura e liguei a televisão em seguida. Eu estava sonolenta, porém minha barriga me mantinha acordada. Apesar de meu ventre não estar tão dilatado, ainda, eu estava desconfortável pela mudança repentina do meu corpo. Quando consegui cochilar, fui despertada por Lois que entrou no meu quarto, falando no telefone. Me virei em sua direção sorrindo fraco e ela se sentou ao meu lado.

 

Lois – Pensei que estivesse dormindo! – Falou em inglês.

Ashley – Bem que eu queria, mas sua sobrinha não deixa. – Passei a mão pela barriga. – Não quero imaginar como vai ser quando ela nascer. – A olhei. – Por que estamos falando em inglês? – Disse confusa.

 

Lois gesticulou apontando para o telefone pedindo tempo para finalizar a ligação.

 

Lois – Sim, era a Ash! – Silêncio. – É, ela está grávida!

 

Ela se afastou de mim e foi para o corredor, onde continuou sua conversa em um tom moderado porém energético. Embora ela tentasse falar baixo, eu conseguia ouvir sua conversa, devido o silêncio da casa.

 

Lois – Você não vai falar nada! – Suspiro. – Se quiser falar, pode falar. Mas me esqueça. – Entrou no quarto, me olhou nervosa. – Também sei disso, mas quem está grávida é ela! – Mordeu os lábios enquanto ouvia o que lhe falavam. – Deixa que os dois resolvam isso. – Respirou fundo. – Obrigada! Mais tarde te ligo. Beijos.

 

Lois finalizou a ligação e apertou o telefone entre as mãos. Ela andava de um lado para o outro, seu nervosismo era palpável, minha irmã parecia procurar resposta para suas perguntas. Após alguns minutos, Lois se sentou ao meu lado, sem dizer nada. Eu desligueia televisão e a encarei lhe dando incentivo para que ela falasse o que a afliga. Ela respirou fundo e me olhou nos olhos.

 

Lois – Desde que você foi morar com o Bruno, eu me aproximei do Ryan, surgiu um interesse mútuo e agora estamos na morando! – Seu rosto corou de vergonha.

Ashley – Eu sempre desconfiei de vocês dois! – Sorri. – Apesar daquele jeito louco, ele tem um coração gigante.

Lois – Eu estava falando com ele ao telefone e ele reconheceu sua voz. – Suspirou e olhou para cima, abaixou a cabeça e me olhou calmamente. – Ele ouviu você falando do bebê e descobriu que você está grávida.

 

Mantive minha calma, conhecia Ryan o suficiente para saber que ele não falaria nada para Bruno. Ryan nunca se meteu em nossas brigas, apesar de tudo, ele sempre preferiu deixar que eu e Bruno nos resolvêssemos sozinhos, ele só se metia na briga, quando a situação se tornava insustentável. Voltei a me aconchegar na cama, deixando claro a minha despreocupação, logo Lois se deitou ao meu lado e me abraçou.

 

Ashley – Fica calma, o Ryan não vai contar nada. Praticamente moramos juntos nesses meses que morei com Bruno, ele sempre respeitou minhas decisões e se tornou um grande amigo. Eu confio nele. – Sorri amorosa. – Ah… Quando você falar co ele, diz que tô com saudade.

 

Lois sorriu e me abraçou apertado. Me aconchguei na cama, colocando uma almofada entre as pernas para aumentar o conforto, e Lola puxou o lençol até minha cintura dando um beijo em minha testa em seguida. Minutos depois, ouvi a portado quarto se fechar, relaxei meu corpo me permitindo esquece de qualquer, possível problema.

(POV Bruno) Desci as escadas indo para a cozinha, era um sábado e eu havia acordado cedo por conta da forte chuva que caía em Los Angeles. Eu tomava um copo de iogurte enquanto via as gotas de água molharem o gramado da casa. Eu havia me mudado para uma casa menor do que a que eu vivia com Ash, a casa era de dois andares, sendo o primeiro  andar constituído de sala de estar, sala de vídeo, sala de jantar anexada a cozinha e banheiro;  no segundo andar havia quatro quartos - dois a menos que a casa antiga - sendo duas suítes e um quarto que eu havia transformado em um escritório/estúdio onde eu passava horas enfurnado, e um banheiro no final do corredor. Na casa havia uma piscina e churrasqueira nos fundos, e um jardim gracioso na entrada. Ryan havia voltado a morar comigo, desde o meu término com Ash, ele dizia que estava passando “um tempo” na minha casa por questões de trabalho, mas eu sabia que ele estava verificando meu bem estar.

Jessica dormia calmamente em meu quarto, nós dois estávamos cada vez mais ligados um ao outro. Quando a conheci, eu não me imaginava que nosso relacionamento, de fato, se tornaria um. Ela havia se mudado para Los Angeles há mais ou menos um mês, seu apartamento ficava próximo a minha casa, e todas as noites nos encontrávamos para passar o tempo juntos. Eu sentia necessidade de cuidar dela, me sentia responsável por ela.

Ouvi um barulho vindo da sala, que me fez despertar de meus pensamentos. Fui até o local para ver o que era, e encontrei Ryan que estava em uma conversa, bastante agitada, ao telefone. Ele estava tão atento que nem notou mnha presença, o observei por alguns mnutos, tentando entender o que se passava.

 

Ryan – Grávida? – Silêncio. – Mas ele tem que saber, afinal ele é o pai! – Esfregou as têmporas. – Ok, prometo que não vou falar nada. – Disse vencido. – Beijos.

 

Ao me ver, o rosto de Ryan perdeu a cor, me aproximei dele que continuou intacto, não se moveu um centímetro sequer. Ele parecia estudar o que me falaria caso eu o perguntasse algo. Me sentei no sofá e em seguida meu amigo fez o mesmo. Liguei a televisão e coloquei em um canal qualquer de notícias, era um hábito que eu havia aprendido com a Ash - toda manhã antes de ir trabalhar, ela ligava o rádio e ouvia as notícias matutinas. Eu havia adquirido muitos hábitos com ela. Estava distraído, olhando pra televisão, quando Ryan me chamou.

 

Ryan – Caiu da cama?

Bruno – Acordei por causa da chuva. – Dei de ombros. – Com quem você estava falando? Parecia nervoso!

Ryan – Era a Lola, ela disse que vai ficar no Brasil até o dia do seu show. – Falou alegremente.

Bruno – Vai ser legal ter ela lá. – Sorri sincero. – Eu gosto dela, ela é uma menina incrível e se você partir o coração dela, parto a sua cara! – Falei enquanto acendia um cigarro.

Ryan – Você fala como se ela fosse sua irmã. – Sorriu divertido.

Bruno –Acabei criando esse carinho por ela. – O olhei. – Ei, cara! Quem está grávida?

Ryan – Grávida? – Engasgou com a própria saliva. – Não tem ninguém grávida.

Bruno – Eu ouvi você dizer que tem alguém grávida – Expeli a fumaça do cigarro. – Eu ouvi claramente!

Ryan – Você ouviu errado! – Negou vacilante.

Bruno – Ryan Keomaka, fala logo. – O olhei firmemente. – Como ninguém está grávida? Você não me engana.

Ryan – Eu disse pálida e não grávida!

Bruno – Não quer contar, ok! Mas você não me engana. – Me levantei do sofá. – Vou voltar pro quarto e ficar com a Jessica.

Ryan – Tá todo apaixonadinho! – Zombou.

 

Mostrei o dedo do meio para ele e continuei meu caminho até o quarto. Quando Ryan me disse que estava falando com Lola, por um instante pensei que a grávida poderia ser a Ash. Mas quando ele negou, essa ideia se foi, ele não esconderia se a Ash estivesse esperando um filho meu.

Entrei no quarto e vi Jessica dormindo feito um anjo. Ela estava coberta por um lençol, até a cintura, seus seios, cobertos pelo sutiã, subiam e desciam com o ritmo da sua respiração, seu rosto estava parcialmente coberto pelos cabelos e suas pernas encolhidas. Ela era linda, me deixava calmo e conseguia me deixar em paz, porém ela não era a Ash. Mesmo tentando, a todo custo, evitar pensar nela, eu não conseguia esquecer minha pequena miss perfeição - eu ainda a amava e esse amor parecia aumentar cada vez mais. Eu tentava me enganar dizendo estar apaixonado por Jessica, mas eu sabia que eu apenas gostava dela, era uma amizade colorida, mas definitivamente não era amor nem paixão. Mesmo eu tendo pensado, antes, que era uma paixão, era um gostar muito forte, nada além disso.

Busquei meu celular no bolso e me dei conta que o papel de parede ainda era uma foto que eu havia tirado de Ash na praia – ela estava de bruços, com olhos fechados, parecia totalmente inerte em seus pensamentos. Estava tão bonita que doía. Suspirei derrotado e guardei o celular.

Olhei para Jessica, que ainda dormia, e me aconcheguei ao seu lado. Queria saber no que nosso relacionamento, se é que existia um, iria dar. Jéssica abriu os olhos lentamente, piscou algumas vezes até se acostumar com a claridade do dia, quando me viu, sorriu ainda grogue de sono. Beijei sua testa e a puxei mais para mim, ela apoiou sua cabeça em meu ombro e me abraçou. Aos poucos ela despertava, com calma, respirava profundo e sibilava baixinho. Quando despertou por completo, ela selou nossos lábios e sorriu para mim.

 

Bruno – Dormiu bem? – Acariciei seu rosto.

Jessica – Pra caramba. – Se sentou puxando as cobertas até seus seios. – Dormi bem como não dormia há tempos.

Bruno – Fico feliz por isso. – Beijei seu rosto. – Vou ver alguma coisa pra gente comer, enquanto você se ajeita. – Levantei-me da cama e ela fez o mesmo. – Tem toalhas no armário debaixo da pia, – Apontei para a porta do banheiro. – Vou te espetar lá em baixo.

 

Jessica se dirigiu ao banheiro e eu fiquei observando seus quadris generosos se moverem de um lado para o outro conforme ela andava, Jess estava apenas de lingerie, o que tornava minha visão ainda mais prazerosa. Ela era muito gostosa, sem mais. Quando a porta do banheiro se fechou, me virei para as janelas e abri as cortinas para que a claridade da manhã iluminasse o quarto. Uma forte neblina tornava o tempo mais gélido, era como se um véu branco tivesse encoberto tudo. A manhã estava realmente agradável, não parecia que o tempo havia tido uma brusca mudança. Arrumei a cama e saí do quarto, deixando que Jess tivesse um pouco de privacidade.

Enquanto tomávamos nosso café da manhã, conversávamos sobre tudo e nada, Jessica parecia se sentir bem estando ao meu lado e eu me sentia menos sozinho ao lado dela. Conversamos sobre nossas vidas, trabalhos, famílias, a cada conversa, nos conhecíamos melhor. Eu tinha carinho pela garota que estava em minha frente, eu era grato por ter tido seu apoio no momento que mais precisei – mesmo que ela não soubesse o motivo real de minha angústia.

Após comermos, Jessica fez questão de arrumar a cozinha – mesmo eu tendo dito que não precisava – ela alegou que era o mínimo que podia fazer para retribuir a atenção que eu estava dando para ela, eu a ajudei para que a tarefa fosse executada mais rápido. Arrumamos a mesa e guardamos o que não comemos, Jessica lavou a louça usada e eu a sequei e guardei em seus devidos lugares. No momento em que eu estava acabando de guardar as louças recém lavadas e secadas, vi um táxi entrar no quintal e minutos depois vi Tiara e Presley descerem do carro, com duas malas enormes. Guardei o último copo no armário, antes de ver minhas irmãs correndo da chuva, soltando gritinhos finos que eram seguidos de risadas gostosas. Sorri e me virei para Jessica que me olhava confusa, ela não entendia o que duas garotas faziam correndo pelo meu quintal, no meio da chuva. Peguei um pano de prato e caminhei até Jessica, enxugando as mãos, e sorri calmamente.

 

Bruno – Preparada pra conhecer minhas irmãs? – A abracei de lado.

Jessica – O que? – Arregalou os olhos. – Como assim?

Bruno – Aquelas duas malucas correndo no quintal, são minhas irmãs! – Beijei seu rosto. – Vou falar com elas.

 

Presley entrou em casa como um furacão, sorri com sua entrada “teatral”. Dei um beijo no rosto de Jessica para tranquiliza-la e ela se encolheu em meus braços. Inalei seu perfume enquanto traçava um caminho até seus lábios, os beijei delicadamente desfrutando seu sabor inebriante. Separamos nossos lábios com pequenos selinhos e vi um lindo sorriso brotar em sua boca.

Segui em direção à sala, após Jessica dizer que me esperaria na cozinha. Tiara estava falando ao telefone e Presley brincava com Geronimo que latia animadamente. Aproximei-me das duas, sorrindo, as abracei como há tempos não fazia. Estava feliz com a chegada das minhas irmãs. As ajudei com as malas, levei algumas toalhas limpas para o quarto onde elas estavam. Presley tirou a blusa, ficandoapenas de sutiã e se jogou na cama, afundando no colchão. Dei um meio sorriso e deixei que as duas se ajeitassem ali.

Peguei roupas de cama e alguns travesseiros que levaria para minhas irmãs. Faltava uma semana para o natal, eu ainda não tinha percebido isso, mas a visita inesperada de minhas duas irmãs, havia me feito perceber o quão próximo a data estava. Fiz uma pequena lista de coisas que eu compraria para a ceia e de pessoas para qual eu iria comprar presentes - o nome “Jessica” estava na lista, o que me fez ponderar a ideia de chamá-la para passar a data em minha casa. Coloquei a lista em uma das gavetas do criado mudo, junto com minha carteira e as chaves do carro. Reuni as coisas que eu havia separado e fui para o qarto onde minhas irmãs estavam. Abri a porta devagar e vi Presley deitada na beira da cama e Tiara ao seu lado. Me joguei no colchão ao lado delas para aproveitar nosso momento entre irmãos.

 

Bruno – Adorei a supresa! – Beijei o rosto de Presley. – Pensei que vocês só viessem semana que vem, junto com a mamãe.

Tiara – Ela ia vir com a gente, mas de última hora, desistiu.

Presley – Vai acontecer um luau essa semana, e a mamãe vai participar. – Sorriu. – Você sabe como ela ama essas coisas.

Bruno – Tem uma pessoa lá em baixo, que eu quero apresentar a vocês. – Me levantei da cama e me dirigi até a porta.

Tiara – Se for sua nova namorada, ou algo do tipo, eu dispenso. – Falou grosseiramente.

Presley – Ela ainda está ressentida com o que aconteceu entre você e a Ash! – Cochichou alto o suficiente para que Tiara ouvisse.

Tiara – Você foi um canalha com ela. – Me olhou acusatoriamente. – Você não tem noção do mal que fez à ela!

Bruno –Ok! Eu sei que errei, mas ela preferiu fugir como uma covarde, invés de ficar aqui e discutir o assunto! – Falei impaciente.

Tiara – Você erra e ela que é a culpada? – Cruzou os braços na frente do peito. – Você soa tão machista e egoísta quando fala assim.

Bruno – E o que você queria que eu fizesse? – A acusei de volta elevando o tom da conversa. – Foi ela quem quis assim, ela não lutou por nós dois. Preferiu jogar tudo o que vivemos fora por um simples erro que cometi.

Tiara – Simples erro? – Me olhou incrédula. – Que bosta Peter! – Jogo os braços pro alto. – Se você soubesse tudo o que a Ash viveu ao lado do John, você entenderia porque ela é tão insegura!

Bruno – Eu sei o suficiente. Aquele filho da puta tratava a Ash como uma vadia! – Rosnei enfurecido.

Tiara – E você a fez se sentir da mesma forma! – Apontou o dedo para mim. – E o pior é que ela estava se tornado mais segura por achar que você a amava!

Bruno – Eu a amava! – Falei sentindo meu sangue ferver.

Presley – PARA! – Se meteu entre nós dois. – Você foi um imbecíl, mas já foi! – Me olhou e respirou fundo em seguida. – Vocês deveriam conversar como sempre fizeram, e não se acusar. – Segurou nossos braços. – Agora vamos descer e fingir que somos pessoas civilizadas.

 

Ao chegarmos na cozinha, vimos Jessica apoiada na pia, de costas para a porta. Ela tomava café e estava totalmente distraída em seus pensamentos. Antes de me aproximar dela, olhei para Tiara que me lançou um olhar sério, porém compreensivo. Andei até Jessica e a abracei carinhosamente, cochichei em seu ouvido, que minhas irmãs estavam prontas para a conhecer, e ela concordou um pouco incerta, estava apreensiva com a situação. Algo me dizia que ela havia escutado a “conversa” acalorada entre Tiara e eu que aconteceu momentos antes. Jess colocou a caneca sobre a pia e se virou, timidamente, na direção das minhas irmãs.

Presley foi a primeira a se aproximar e cumprimentar Jessica, Pres agiu de forma simpática, o que deixou Jess mais aliviada e menos envergonhada. Já Tiara agiu de forma educada, porém ela estava reticente e tentou manter a distância entre as duas. As três ficaram conversando, enquanto eu observava as diferentes posturas, minha irmã mais nova agia despreocupadamente, Jessica estava apreensiva e nervosa com o que pensariam dela, e Tiara tentava não soar tão magoada por eu estar com outra. Aos poucos a tensão inicial foi se dissipando e um clima mais amenos foi se instalando no local.

Passei algumas horas a sós com Jess, no meu quarto. Queria privacidade para que ela pudesse relaxar após a surpresa de conhecer minhas irmãs. Estávamos abraçados, sentados na cama, com um edredom cobrindo nossos corpos. Nossas mãos, enlaçadas, brincavam entre si, poucas palavras eram ditas, apenas o suficiente para que o silêncio não fosse ensurdecedor. Nos curtimos durante o tempo que ficamos sozinhos, trocamos beijos e carícias íntimas que tornaram nosso momento especial.

No final da tarde, fomos a um bar próximo a praia. Tiara estava calma e aos poucos ia aceitando meu relacionamento com Jessica, porém havia deixado claro, para mim, que nenhuma namorada que eu tivesse ocuparia o lugar de Ash em nossa família. Tiara ainda demonstrava desconfiança, porém não fazia nada para que Jess ficasse desconfortável. Presley era mais receptiva e fazia brincadeiras para que o clima não ficasse tão pesado.

Enquanto Pres e Jessica conversavam, eu vi Tiara caminhar em direção à praia. Ela fotografava a paisagem com o seu celular, o luar caía aos poucos se confundindo com o pôr-do-sol. A segui calmamente, ficando passos atrás dela, observei seus movimentos até me aproximar dela.

 

Bruno – Tiara, o que houve? – questionei.

Tiara – Nada! Sorriu. – Eu só queria pensar. – Me olhou. – Me desculpa pela minha explosão.

Bruno – Eu só não entendi o porquê de tudo aquilo. – Falei confuso.

Tiara – O que aconteceu entre você e a Ash foi muito forte. – Torceu os cabelos. – Ela era mais do que sua namorada, se tornou amiga da família!

Bruno – Ninguém sentiu mais do que eu. – Suspirei. – Eu a amei e ainda a amo, só não posso ficar esperando por um alguém que eu não sei onde está!

 

Senti dor ao confessar aquilo, não queria que soubessem que eu ainda amava a Ash, mas não precisava mentir para minha irmã. Tiara me abraçou pelos ombros e os apertou lentamente.

 

Tiara – Bem… – Respirou fundo e me olhou nos olhos. – Não me leve a mal, só acho que você não deveria ter se conformado. Deveria ter lutado por ela, e ela deveria ter ficado e encarado o problema de frente.

Bruno – Eu sei, mas agora já é tarde demais. – Peguei o maço de cigarro no bolso, puxei um cigarro e o acendi dando um longo trago. – Só quero que ela seja feliz e encontre um cara que a mereça!

Tiara – Algo me diz que, um dia você se tornará esse cara. – Segurou minha mão e a puxou para que eu me levantasse. – Vamos, as meninas estão vindo atrás da gente.

 

No caminho de volta para casa, fiquei pensando no que Tiara havia me dito – eu queria ser o homem que pudesse ter e merecer a Ash, porém eu não tinha tanta certeza de poder sê-lo.

Presley e Tiara cantavam algumas melodias havaiana, os tons alegres preenchiam o carro junto com o som da risada de Jessica. Após a tensão que se instalou pela manhã ser desfeita, um clima agradável tomou conta do local e eu respirei aliviado em ver as garotas que estavam comigo se entrosando sem brigas ou discussões.
 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...