O despertador tocou no horário certo, porém Mitsuri levou a mão até ele e o desligou, ainda sonolenta. Meia hora depois, ela se alongou ainda na cama e olhou de relance para o relógio.
—Ahhhh! Não! Não! Eu estou atrasada! — ela gritou e pulou da cama.
Mitsuri tomou banho rapidamente, vestiu qualquer roupa e desceu as escadas em disparada. Ela foi até a parada de ônibus e por sorte, ele estava chegando. Ela entrou e se sentou.
“Aiaiai! Eu perdi a hora! Espero que não fiquem bravos comigo!” — ela pensou, levando as mãos até a cabeça. —“Hihihi. Foi culpa daquele sonho! Eu realmente não queria sair dele…” — ela ficou com o rosto bem avermelhado. Enquanto ela sacolejava dentro do transporte público, sua mente a levou de volta ao sonho.
--xx--
— Isso é para mim? — disse Mitsuri, surpresa.
— Sim, eu trouxe para você. Eu soube que você ficou triste porque sua farda não serviu direito…
—Ahhh! Sério?! Você é muito gentil! Mas, por que essas meias são verdes? — perguntou Mitsuri.
— Bem… Achei que iria combinar com a cor dos seus olhos... — ele ficou meio sem jeito, virou o rosto e aproximou as meias dela.
—Hihihihi. Obrigada! — ela pegou as meias da mão dele, ele deu as costas a ela e começou a se afastar.
— Espera, Iguro-san! — ela gritou. Iguro parou de caminhar e a encarou.
—Você… pode me ajudar a colocá-las? — ela perguntou.
—E-e-eu!? — ele disse, nervoso.
—Sim, por favor… — ela disse com uma voz manhosa.
—Tu-tudo bem… — ele respondeu.
Mitsuri se sentou em um banco, retirou as sandálias e esticou uma das pernas para Iguro. Ele ficou meio receoso no início, mas deslizou a meia bem devagar pela perna dela. O coração de Mitsuri batia bem forte e ela se concentrava para não dar uma risada. Kaburamaru desceu do ombro de Iguro e foi até o banco.
“Iguro-san é tão fofo!” — ela pensava, sorridente, enquanto o observava.
Iguro colocou a outra meia e se levantou.
—Bem, é isso… — ele disse, desajeitado.
Mitsuri calçou a sandália, levantou, deu um girou e gritou, animada:
—Kyaaa! Adorei! Obrigada, Iguro-san! — Mitsuri pulou nos braços dele, o que o pegou de surpresa e os derrubou no chão. Mitsuri levantou um pouco o rosto e o encarou. — Iguro-san… seu olhos são bem mais bonitos de perto.
—Ah… Você acha? — ele perguntou.
—Sim! Eles são bem brilhantes! — ela disse e levou a mão até o rosto dele, coberto pelo tecido.
— Os seus também, Kanroji-san. São como duas belas esmeraldas… — ele deslizou a mão pelos cabelos dela, deixando o rosto dela mais exposto. Mitsuri ficou ruborizada e se abraçou a ele.
—Hihihihi. Você é sempre tão gentil, Iguro-san! Obrigada! — ela levantou a cabeça de novo, beijou o rosto dele e o encarou. — Vamos dar uma volta? Quero mostrar à Shinobu-san o presente que você me deu!
—Cla-claro… tudo bem… O que você quiser… — ele respondeu, com o rosto avermelhado.
--xx--
“Eu até posso sentir o calor do corpo dele… Aiai! Será que estou perdendo o juízo?” — pensou Mitsuri. Quando chegou ao ponto de parada, Mitsuri desceu e correu até a escola de confeitaria. Ela entrou de uma vez pela porta e se esbarrou com alguém. Ela iria cair, mas foi segurada pelos braços. Quando ela olhou para frente, olhos de tons avermelhados a encaravam.
—Ahhhh! Eu sinto muito! — gritou Mitsuri. Ela se deparou com Muzan, que apertou os braços dela com força e a encarou. — Des-desculpa…
— Mocinha… com esse tipo de postura, vai ser difícil lhe manter como aluna aqui… — disse Muzan.
—Perdão, perdão! Foi sem querer! — disse Mitsuri, em um tom choroso.
—É melhor se esforçar… — disse Muzan, que a soltou. Mitsuri ficou nervosa.
“Ah, não! Não tinha outra pessoa com quem me esbarrar?! Droga!” — disse Mitsuri.
Quando ela entrou na sala, na ponta dos pés, ela foi percebida pelo professor.
—Atrasada…
— Desculpa, chef Douma! Prometo que vou me atentar aos horários!— disse Mitsuri, que correu até seu lugar. — Bom dia, pessoal! — ela sussurrou.
—Bom dia, minha estimada colega. — disse Hyomei.
— E aew… — disse Genya, sem animação.
—Hohohoho. Bem, meus caros! Hoje, vamos aprender sobre os bicos de confeitar! Vou apresentar cada um deles e depois iremos treinar um pouco de como devemos utilizá-los. Vamos lá? — disse Douma, animado.
Enquanto a aula prosseguia, Mitsuri olhou para o celular.
“Será que eu devia… mandar uma mensagem?" — ela pensou, nervosa. "Ele pode me achar um pouco invasiva… " — Mitsuri mordeu o lábio inferior, mas decidiu não pensar muito.— "Um bom dia não deve fazer mal…"
Mitsuri mandou uma mensagem para o celular de Iguro e guardou o dela, sentindo como se o coração fosse explodir.
"Ai, não quero nem ver! " — ela pensou, ansiosa.
—Caham… Querida, você já chegou atrasada… será mesmo que precisa usar seu celular agora? — Douma havia se aproximado e sussurrou no ouvido dela.
—Ahhh! Desculpa, chef!— ela disse, nervosa.
—Minha cara, se não tem o mínimo de atenção para uma simples aula, como espera ser confeiteira?— perguntou Douma, enquanto sorria para ela.
—Ah… sinto muito… — ela disse, entristecida.
—Hahahahaha. — Os demais alunos gargalharam dela e Mitsuri se encolheu na cadeira.
— Bem, continuemos. — disse Douma.
—O que ele tem de belo, tem de cruel. Que sexy! — disse Gyomei.
"Ai, que horror. Tomei uma bronca daquelas!" — pensou Mitsuri.
Eles ficaram praticando e todas as tentativas de Mitsuri falharam, já que ela estava nervosa com a aproximação de Douma.
— Humpf… Tem certeza de que quer ser confeiteira?! Isso parece ridículo… — disse Douma.
Mitsuri ficou entristecida, mas Gyomei a tentou motivar.
—Tudo bem! Com a prática, você chegará a perfeição. — ele disse, alisando a cabeça dela.
—Certo. Obrigada. — disse Mitsuri.
Enquanto isso, na escola, Iguro terminava mais uma de suas aulas. O clima era diferente naquela semana, já que no fim de semana seguinte era “Valentine’s day”. A escola havia solicitado a ele que fizesse a decoração com os alunos.
— Arg… você também não detesta esse clima meloso do Valentine’s day? — disse Sanemi, que se emparelhou com ele.
— Eu não me importo muito… — disse Iguro.
— Essa semana vai ser um tédio… Bem, até mais, Iguro. Tenho mentes para atormentar. — disse Sanemi, que acenou e entrou em uma das salas de aula.
— Esse Sanemi… — disse Iguro que suspirou e continuou a caminhar pelo corredor. De repente, ele ouviu alguém chamar o nome dele.
—I-Iguro sensei!
Iguro se virou e se deparou com Kanao, que olhava para baixo.
—Oi, Kanao! Tudo bem? — ele perguntou.
—Sim… — ela respondeu e ficou olhando para baixo.
—Posso te ajudar em alguma coisa? — ele perguntou, confuso. Kanao não disse nada e ele suspirou. — Kanao?
—É que… Iguro sensei! Eu preciso da sua ajuda! — ela gritou, o que assustou Iguro um pouco.
—Hahahaha. Nossa! Quem empolgação. E o que seria? — ele questionou.
— É que… eu poderia falar com você em algum lugar… mais privado? — ela disse, nervosa.
—É… Um… vamos até a sala dos professores. Podemos conversar por lá. — ele disse.
— Tá bem. — disse Kanao.
Ela acompanhou Iguro pelo corredor e os dois foram até as salas dos professores. Iguro foi até uma mesa mais reservada e Kanao sentou na frente dele.
— Tem algo errado, Kanao? Esse seu silêncio está me deixando preocupado… — disse Iguro.
—Não! Está tudo bem… na verdade, eu vim pedir uma dica… — disse Kanao, que levou uma mecha do cabelo para trás da orelha.
— Uma dica? — perguntou Iguro, confuso. — Sobre o que seria?
— Bem… Eu queria saber… do que os meninos gostam! — disse Kanao.
— Hã? Como assim? — Iguro estava com medo dos rumos dessa história.
“Ai, não… O que será que a Kanao quer?” — ele estava apreensivo.
—É que… o Valentine’s day está chegando e… eu estou gostando de um garoto… quero saber do que os garotos gostam. — disse Kanao.
—Kanao, não seria melhor você falar com uma das professoras? — Iguro não se sentia muito seguro de que daria alguma dica importante.
—Ah… é que elas são amigas da minha irmã, a Kanae. Você conhece ela, não é? Ela é professora de ciências. Eu não quero que ela saiba ou ela vai me atormentar muito. E o senhor é o professor que eu mais gosto e é o mais legal! Mas, tudo bem se não puder me ajudar… — disse Kanao, que ficou entristecida.
“Por que essas coisas só vem para mim?! Acho que não tem jeito…” — ele pensou.
—Tudo bem, Kanao. — ele suspirou. — Posso tentar ajudar, mas não prometo nada. Se não der certo, não me culpe depois. — disse Iguro.
— Obrigada, sensei! Então, do que os meninos gostam?— ela disse, animada.
— Um… Kanao, depende do tipo de garoto que estamos falando… Acho que seria mais fácil você me dizer o que pretende dar. — disse Iguro.
— Eu quero fazer alguns cupcakes que aprendi com minha irmã… Mas, e se ele não gostar? — ela perguntou, apreensiva.
— Bem, eu posso saber para quem seria? — perguntou Iguro, curioso.
— É que… uh… você guarda segredo? — ela questionou.
— Claro… — disse Iguro.
— Eu… gosto do Tanjiro! — ela confessou e olhou para o chão.
— Ah, é mesmo?— Iguro fingiu surpresa.
“Então, ele é correspondido. Que sorte!” — pensou Iguro.
— Sim… — ela disse, envergonhada.
— Kanao, conhecendo o Tanjiro, o que você escolher dar para ele de presente ele irá adorar. — disse Iguro.
— Uh? E como pode ter tanta certeza, sensei? — perguntou Kanao.
— Apenas um palpite… — disse Iguro, que controlou o sorriso. — O que realmente importa, Kanao, são os sentimentos que você colocará quando estiver fazendo os cupcakes.
—Ah! Você acha mesmo? — perguntou Kanao.
—Sim! Seja confiante e dê o seu melhor. — disse Iguro.
—Obrigada, Iguro-sensei! — disse Kanao, que o abraçou rapidamente. — O sinal tocou, preciso ir agora. Obrigada pela ajuda! — ela abriu um grande sorriso e saiu da sala.
—Esses dois… Bem, melhor eu organizar o material. Temos que decorar a escola. — disse Iguro, que se espreguiçou.
No último horário, a diretoria havia liberado os alunos para que eles auxiliassem na decoração da escola. Dentre os alunos estava Tanjiro. Ele se aproximou de Iguro, que orientava algumas alunas sobre a localização da decoração.
—Iguro sensei! Como vai? — disse Tanjiro.
—Oi, Tanjiro! Tudo bem? — perguntou.
—Tudo bem! É… Iguro sensei… Você tem um minutinho? — perguntou Tanjiro.
—Hã? Certo, tudo bem… — respondeu Iguro.
Os dois foram até um canto e Tanjiro decidiu pedir algo a Iguro.
—Sensei, você pode me ajudar a escolher um presente para Kanao? — ele perguntou, ansioso.
—O quê?! — Iguro ficou surpreso, porém ele meio que já esperava por algo assim.
—É que… não faço ideia do que vou dar… e você é o único que poderia me ajudar, já que só você sabe que eu gosto dela… — disse Tanjiro, apreensivo.
"Eu deveria ter imaginado que ele também pediria ajuda… " — pensou Iguro.
—Tanjiro, você não acha que isso é algo muito pessoal? — perguntou Iguro.
Tanjiro se abraçou a ele e gritou.
— Por favor, Iguro senseeei! Eu preciso de você!
Os outros alunos olharam para os dois e Iguro ficou envergonhado.
—Tá, tá! Pare já com isso! — ele afastou Tanjiro e o encarou. — Certo. Eu te ajudo. Só não me agarra desse jeito, por favor!
—Ah! Obrigado, sensei!— disse Tanjiro, animado.
— E por favor, não conte a ninguém que te ajudei… — disse Iguro.
“Tudo o que menos preciso é de uma fila de alunos atrás de mim…” — ele pensou.
— Pode deixar! — disse Tanjiro.
— Bem, que tal a gente conversar enquanto enfeitamos a escola?— sugeriu Iguro.
— Tudo bem! — disse Tanjiro.
Os dois começaram a preparar uma espécie de painel, onde ficariam alguns recados.
— Então, me diz, o que foi que você descobriu sobre ela? — perguntou Iguro
— Um… Bem, eu sei que ela gosta de borboletas… e de fazer doces. Ela ajuda o senhor Haganezuka na cozinha, às vezes. — disse Tanjiro.
— Ah, sei... E se tivesse algo que ela pudesse usar enquanto faz os doces? Podia ser um avental, por exemplo… — disse Iguro.
— Um avental?! É… talvez… Acho que ela poderia usar no nosso trabalho! E poderia ser todo cheio de borboletas! — disse Tanjiro.
— Eis o seu presente! Você pode acrescentar alguma outra coisa, flores ou algo do tipo para dar para ela. — disse Iguro.
— Ahhh!Ótimo sensei! Boa ideia! Obrigado! Obrigado! — Tanjiro abraçou Iguro mais uma vez. Iguro ficou nervoso, mas deu uma tapinha na cabeça dele.
—Tá, tá! Chega! — disse Iguro, desajeitado.— Bem, vamos terminar isso…
— Certo! Pode deixar! — disse Tanjiro, empolgado
Alguns minutos depois, a escola estava completamente enfeitada. Iguro e os alunos admiraram o corredor, que agora estava lotado de corações flores e um belo mural.
— Então, acho que a escola entrou no clima. — ele disse, orgulhoso.
Iguro voltou até a sala dos professores e sentou em sua mesa, cansado.
“Por que eles me escolhem para pensar em coisas assim?! Eu nem sei se dei o conselho certo! Aff…” — ele pensava, enquanto mexia em sua mochila. Ele pegou o celular, o desbloqueou e seus olhos se arregalaram um pouco.
—Uma mensagem? — ele disse, surpreso. Iguro abriu o conteúdo e sorriu quando viu que a foto era de Mitsuri. — Nossa, faz um tempo que ela mandou. Melhor eu responder ou vou ficar como grosseiro.
“Bom dia, Mitsuri! Tudo bem? Ah, desculpe a demora. Eu estava auxiliando na decoração da escola para o Valentine’s day.” — ele enviou para ela. Iguro ficou com o celular na mão, esperando pela resposta dela.
Mitsuri preparava o almoço naquele momento, um pouco entristecida.
— Acho que não estou causando uma boa impressão entre os professores… Ai, terei que dar meu melhor… — ela sussurrou.
O celular de Mitsuri vibrou sobre a mesa e ela se assustou um pouco.
— Ah, que isso?! Ufa… é só o celular. — Mitsuri o pegou e abriu um largo sorriso. — Kyaa! Ele me respondeu! Hihihi. — Mitsuri o respondeu, rapidamente.
“Estou bem! E você? Ah, sério? Eu acho essa data tão bonita! Será que posso ver mais da decoração?” — ela digitou.
“Eu estou bem! Ah, claro que pode!” — Iguro respondeu, foi até o corredor e tirou outra foto da decoração.
“Que lindoooo! Você que fez?” — ela perguntou.
“Com a ajuda dos alunos! Eles são bem criativos!” — digitou Iguro.
“Verdade! Ah, então… Você vai vir hoje à tarde?” — digitou Mitsuri, que se sentia um pouco ansiosa.
“Ah, sim. Se você ainda me quiser aí… ” — ele digitou.
“Claro que sim!” ”— Mitsuri enviou e depois levou as mãos até as bochechas.
Ahhh! Será que ele vai me achar muito abusada?!
“Tudo bem. Nos vemos mais tarde, então.” — ele respondeu.
—Kyaaa! Ele vai vir mesmo! Nem acredito! — gritou Mitsuri animada. Ela parou de repente e olhou para o apartamento. —Ahhh! Está tudo uma bagunça! Melhor eu organizar isso!
Iguro deu um sorriso bobo ao ler a mensagem, o que chamou atenção de Kanae, que corrigia algumas provas.
— Um… Iguro sorrindo? Isso é algo inédito! Será que foi uma borboletinha azul que passou aí? — ela disse, em tom provocativo.
— Hã?! Humpf… Nada a ver… Não viaja, Kanae… — disse Iguro, que ficou com o rosto avermelhado.
— Ah! Iguro está apaixonado! Isso não é lindo?! — disse Kanae, em voz alta.
— Como é? O Iguro? Hahahaha. — disse Sanemi, que se aproximou.
— Parem com isso! — disse Iguro, desajeitado. — Ele notou que Kanae e Sanemi usavam colares iguais. — Ei… por que os colares de vocês combinam?
— Hã!? — Kanae ficou com o rosto avermelhado.
— Combinam?! É que… Um… — Sanemi, desajeitado.
— Ahhh! Então, vocês… é… sim? — disse Iguro, que aproximou as palmas das mãos.
— Ahhhh! Iguro! É segredo! — disse Kanae, com o rosto avermelhado.
— Kanaeee! — gritou Sanemi, nervoso.
— Ah, então, vocês estão juntos! Parabéns! — disse Iguro.
— Shii! É segredo! Não queremos chamar a atenção do diretor.! — disse Sanemi.
— Pode guardar segredo?— perguntou Kanae.
— Claro! Mas, faz quanto tempo que vocês estão juntos? — perguntou Iguro.
—Três anos! — disse Kanae, que agarrou o braço de Sanemi. — Ele era meio difícil no começo, mas, consegui conquistá-lo com meus docinhos! Hihihihi. — ela ressaltou.
— Você que era muito complicada. — disse Sanemi, que encostou sua cabeça com a dela.
“Docinhos, é? Parece que é coisa de família mesmo…” — pensou Iguro. O sinal tocou naquele momento.
— Ah, preciso ir! Até amanhã! — Kanae beijou a bochecha de Sanemi, acenou para Iguro e saiu da sala.
— Bem… Já que você está aí… será que pode me ajudar com uma coisa? — perguntou Sanemi.
“Ah, não! Você também?!” — pensou Iguro.
— Claro… — disse Iguro, que já se sentia um pouco cansado.
— Você acha que a Kanae vai gostar disso? — Sanemi colocou a mão em um dos bolsos e exibiu uma caixa azul. No seu interior, havia uma aliança.
— Oh! Você vai pedi-la em casamento? — disse Iguro, surpreso.
— Shii! Isso mesmo! Você acha que ela vai gostar? — perguntou Sanemi.
— Com certeza. — disse Iguro.
— Ótimo! Estou animado para isso. — disse Sanemi.
— Boa sorte! — disse Iguro. — Bem, vou para minha casa agora. Até mais, Sanemi.
— Até! E obrigado! — disse Sanemi.
Enquanto andava pelo corredor, Iguro lembrava da imagem da aliança. Ele olhava para o próprio dedo e imaginava se um dia poderia dar uma aliança a alguém. O celular dele vibrou no bolso e ele o pegou.
“Você pode trazer suco?” — era uma mensagem de Mitsuri.
“Claro! Tem preferência por algum?” — ele perguntou.
“O que você quiser!” — ela respondeu.
Iguro sorriu e teve a impressão que a resposta ao seu pensamento havia acabado de aparecer. Ele teve tempo de ir em casa, tomou um banho rápido, colocou uma roupa confortável e foi até o mercadinho local comprar o suco. Ele se encontrou com Uzui, que saía com a sacola cheia.
— Iguro! Tudo bem? Eita! Aonde vai tão cheiroso assim? — perguntou Uzui.
— Eu… vou visitar uma amiga...— respondeu Iguro, desajeitado.
— Ummm! Parece que finalmente alguém resolveu se mexer! É isso aí, garotão! — Uzui deu um tapa no ombro de Iguro,que quase o fez cair.
— Na-não é nada disso...— Iguro ficou com o rosto avermelhado.
— O segredo é não forçar nada! Apenas, deixa rolar. — destacou Uzui, que apoiou a mão no ombro dele e piscou o olho. — Bem, estou indo para casa. Até mais, Iguro! Boa sorte!
— Obrigado. — respondeu Iguro.
Ele foi até uma das geladeiras, pegou uma garrafa de suco e quando foi até o caixa, ele viu alguns jarros com flores. Ele decidiu comprar um deles.
"Bem, não é tão bonito, mas ela deve gostar."
Iguro voltou ao seu prédio, pegou o carro e utilizou a localização que Mitsuri havia enviado para ele.
Enquanto isso, Mitsuri terminava de organizar o apartamento.
—Ufa! Estava mesmo um horror! Bem, melhor me arrumar! Ele deve chegar logo!— ressaltou Mitsuri, empolgada.
Ela tomou um banho rápido, escolheu um vestido rosado e ficou se admirando no espelho.
— Talvez eu devesse fazer algo com esses cabelos… — ela sussurrou. Mitsuri fez uma longa trança nos cabelos e colocou um enfeite de gatinho nele. — O que você acha, Chachamaru? — ela questionou o gato, que apenas a observava com os olhos quase fechados.
De repente, a campainha tocou. Mitsuri, que passava um batom bem claro naquela hora, acabou borrando a maquiagem.
—Ai, não! É ele, Chachamaru! O que eu faço?! — Mitsuri começou a limpar o rosto, reforçou o batom, deu uma verificada final no espelho e foi até a porta. Ela abriu e se deparou com Iguro.
"Kyaaa! Ele está tão lindo! "— ela pensou, entusiasmada.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.