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História Sounds of silence - Capítulo 2


Escrita por: someonedead

Notas do Autor


Yoah!
Demorei mas estou aqui.
Agora que eu terminei "E nós?' eu vou tentar o máximo atualizar essa fic. \o/
Desculpem qualquer errinho e me digam o que estão achando.
Esses caps iniciais vão ser instruções e tal, mas espero que curtam mesmo assim. ^^
Boa leitura.

Capítulo 2 - Capítulo 2


Chris

Sou praticamente atropelado no momento em que entro em casa.

Lucas e Liane pulam em cima de mim quase me derrubando. Eu tropeço num brinquedo qualquer e preciso me apoiar na porta para não rolar na escada atrás de mim.

- Chris, você ganhou muito dinheiro? – Lucas pergunta pulando de um lado para o outro.

- Não tanto assim. - respondo rindo levemente.

- Dá pra comprar um carro? – é a vez de Liane perguntar com seus olhos brilhantes.

- Ainda não, mas depois eu compro um sorvete pra cada um. – Eu respondo enquanto começo a andar pela sala que está cheia de brinquedos espalhados pelo chão.

Deixo meus irmãos gêmeos discutindo sobre qual sabor de sorvete eles vão querer e subo até o meu quarto, coloco a guitarra em cima da cama e vou procurar meu pai. Eu o encontro na garagem como sempre. Ele está sujo de graxa e com o uniforme clichê de todo mecânico: um macacão jeans.

A oficina é apertada e cabe só um carro de cada vez, têm pneus e peças de carros espalhados por todo lugar e um cheiro já familiar de óleo.

- Pai. – eu digo sentando num pequeno banco de madeira ao lado do carro que ele está consertando.

- Oi, filho. Como foi o show? – ele fala lá de baixo.

Remexo em suas ferramentas pensando em como eu supostamente deveria dizer o que eu tenho que lhe dizer.

- Foi muito bem, conseguimos animar todo mundo durante o show. –

- Parabéns, filho. Você pode me dar o alicate azul, por favor? – ele põe a mão para fora esperando que eu lhe dê a ferramenta e assim eu o faço.

Respiro fundo, não quero brigar com meu pai, seria muito mais fácil falar com a minha mãe mas ela só vai chegar em casa amanhã a tarde e já vai ser tarde demais. Decido falar tudo de uma vez só, era mais fácil soltar a notícia e ver como ele iria reagir e só então pensar no que eu deveria fazer em seguida.

- A Lia vem visitar a gente amanhã. – falei rapidamente.

O som do meu pai mexendo no carro sessa rapidamente com a menção do nome da minha irmã, ele parece estar pensando sobre o assunto, considerando a ideia.

- Por que você só está me dizendo isso agora? – ele pergunta. Já posso sentir a irritação em sua voz.

- Por que ela decidiu de última hora. Conseguiu uma folga no trabalho. – ouço meu pai soltar o ar pesadamente. Eu sei o que ele vai dizer. – Ela está com saudades. – complemento.

- Christopher, pare de falar assim. – ele me repreende.

Fico confuso.

- Assim como? –

- A Lia. – ele diz e posso vê-lo juntando as sobrancelhas. – Ela... –

Eu entendo o que ele quer dizer e não posso conter a ira que se apodera de mim, já tivemos conversas sobre aquilo, já tivemos brigas sobre aquilo inúmeras vezes.

- Não sei o que você quer que eu faça. – respondo.

- Você? – ele sai de debaixo do carro e fica em frente a mim. – Agora é você? Quando o assunto é esse eu deixo de ser senhor e viro você, Chris? – ele está irado agora. Seu cabelo grisalho também está sujo de graxa e sua face normalmente alegre está contorcida numa carranca de raiva.

- O senhor sabe o que eu penso sobre esse assunto. – digo.

- Você sabe o que eu penso sobre isso também. Não quero brigar com você por um motivo como esse. – ele retruca.

É tarde demais, já estamos brigando.

- Um motivo como esse? É assim que fala da sua filha? – meu tom de voz aumenta mesmo que eu não queira.

- Minha filha? –

Eu o encaro friamente e me levanto, pronto para lhe dar as costas, não gosto de ver o brilho de ódio nos olhos dele quando estamos falando sobre a Lia.

Eu saio da garagem em direção ao banheiro, mas não antes de ouvi-lo dizer:

- Aquilo nunca será minha filha. –

Eu fico feliz pela Lia não ter chegado ainda. Fico feliz por ela não precisar ouvir isso.

Depois de tomar um demorado banho eu deito na minha cama, a guitarra dentro da capa repousando ao meu lado. Meu celular vibra e eu vejo que é uma ligação da minha irmã.

- Chris? – ouço sua voz do outro lado quando atendo.

- Oi, Lia. Tudo bom? Você já fez a suas malas? – pergunto sem dar a chance dela realmente responder. Eu sei que ela não está nada bem, voltar para cá é como visitar o céu e o inferno ao mesmo tempo.

- Estou nervosa. – ela responde. – Já fiz sim, você falou com o papai? –

Ouvir ela chamá-lo de papai me deixa irritado. Ela nunca deixou de chamar ele de pai, mesmo que ele nunca a tenha chamado de filha. Eu sei que ela o ama e nunca deixaria de amá-lo, e sei que deve ser muito duro amar alguém que não te reconhece.

- Falei sim. – eu fito o teto do meu quarto, e por algum motivo lembro do garoto que estava no show. O de olhos verdes. – Ele não mudou em nada. –

- Eu já imaginava. – ela diz tristemente. – Eu posso ficar num hotel. Você leva os gêmeos para eles me verem depois da escola? –

- Claro que sim, a gente pode passar no hospital pra ver a mamãe quando você chegar. – sugiro.

- É uma ótima ideia. Eu preciso ir agora Chris, Marcus está irritado porque estou conversando e ele quer dormir. – ela dá uma risadinha e eu ouço o resmungo do seu namorado.

- Okay. Dá um abraço nele. Boa noite. – ela se despede e desliga.

Eu fecho os olhos como costumo fazer sempre. Não estou afim de ir jantar, a babá dos gêmeos vai colocar eles na cama antes de sair e eu não tenho nada da escola pra fazer. Decido ir dormir.

Escuto lá no fundo o som da minha guitarra ecoando, como se eu ainda estivesse tocando. Me vejo em cima do palco, meu coração acelera. Eu não sei quem é aquele garoto que passou a maior parte do Show encarando os próprios pés, mas ele parecia estar num mundo a parte, só dele. Como se toda a euforia, todo o barulho do lugar não lhe afetasse. Era como se ele não estivesse ali.

Com esse pensamento eu adormeço, meio que sentindo inveja do rapaz. Às vezes eu queria poder me desligar de tudo e ir para um mundo só meu. Onde as coisas são mais fáceis.

Trey

Minha mãe está me sacudindo carinhosamente de um lado para o outro. Não sei se ela está tentando me acordar, porque está tendo o efeito contrário.

Abro os olhos e lá está ela balançando o meu celular na frente do meu rosto para que eu veja a hora. Minha visão está meio embaçada. Olho para o seu rosto e ela diz.

- Você está atrasado. –

Com isso eu pulo da cama rapidamente assustando a minha mãe e correndo para o banheiro. Me arrumo o mais rápido que consigo e isso leva mais ou menos 15 minutos. Desço as escadas correndo. Meu pai está na cadeira da cozinha lendo um jornal e minha mãe está embalando uma maçã vermelha e brilhante. Ela a joga para mim e eu a apanho no ar, correndo porta a fora até o meu carro.

Estaciono bem longe da escola porque não acho uma vaga durante os 5 minutos que eu desperdiço tentando encontrar um lugar para deixar o carro.

Quando finalmente entro na sala de aula, o professor simplesmente faz um sinal de “Vá logo se sentar adolescente idiota” e eu vou para perto de Maura. Eu interpreto muito bem os sinais das pessoas, as coisa que elas não falam são as que mais tem significado.

Maura olha para mim e diz:

- O que aconteceu? –

O professor me encara lá na frente e eu fico ereto pegando um pedaço de papel do meu caderno e escrevendo.

“Dormi demais. Acho que estava cansado da festa.”

Passo discretamente para Maura e ela o lê, sorri de lado e depois escreve algo também, ela me dá o papel junto com uma borracha e diz “Obrigado” fingindo estar devolvendo algo que eu emprestei.

Ela escreveu.

“Eu sei, foi irado não é? O Tony estava incrível ontem. Você topa ir no próximo show deles? “

Eu olho para o seu rosto e sem precisar pensar movo minha boca sem emitir nenhum som.

“NÃO”

Ela me olha como se estivesse ofendida e diz do mesmo modo que eu, sem emitir som para não sermos pegos conversando.

“Grosso”

A partir daí eu começo a prestar atenção na aula e diferente de antes, mesmo quando não entendo algo, fico em silêncio sem interromper o professor.

Na saída, Maura e eu vamos em direção ao nosso trabalho. O caminho é curto e por isso vamos a pé, aproveitando a brisa fresca e o pouco movimento na rua.

Na verdade não é bem trabalho, estamos só dando uma ajuda para o dono de um hotel simples que precisa de assistência com o computador. Basicamente, Maura recebe toda a papelada e eu passo tudo pro computador. Ela é boa com pessoas e eu sou bom com máquinas. Somos a dupla imbatível.

Acho que Maura é a única pessoa nesse mundo, - com exceção talvez dos meus pais. – com quem eu me sinto a vontade. Não me sinto isolado. Talvez porque sejamos só nós dois e tudo funciona melhor assim.

Hoje há mexas violeta em seu cabelo e elas não estavam lá na noite passada.

Ela vira o rosto na minha direção.

- Você acha que Tony ficaria comigo? – ela pergunta.

Eu não sei ao certo de tipo de tom ela usou na pergunta, mas suponho que ela tenha a ver menos com Tony e mais com ela.

Penso no que devo responder.

“Acho que sim. Ele seria um babaca se não ficasse. “

Ela sorri meio sem jeito quando entende o que eu quero dizer.

Ela pega o celular e começa a me mostrar a fotos que tirou no show, eu observo a todos integrantes sorrindo e gritando. Tony sempre com seu olhar sedutor e sexy de badboy. Eles todos têm esse sorriso presunçoso na verdade. Bem, quase todos. O guitarrista sempre está de olhos fechados. Menos em uma das fotos, nessa foto seus olhos estão sobre alguém da plateia.

Sinto meu pelo se arrepiar ao constatar que na verdade, era eu a pessoa pra quem ele estava olhando. Fico feliz por Maura não ter notado e assim seguimos o caminho até o Hotel Ferraz.

Quando chegamos, Emilio nos cumprimenta apertando nossas mãos.

Emilio deve ter a idade do meu pai, com os cabelos começando a ficar brancos e as rugas começando a se destacar ao redor dos olhos, olhos esses os mais negros que eu já vi. Ele é um tanto cheio e gosta de dizer que é tudo obra do destino e de sua esposa que cozinha bem demais.

Ele nos dá espaço para irmos para a recepção onde trabalhamos. Com preguiça de ir até o banheiro apenas trocar a camisa da escola pela do hotel, eu me abaixo atrás do balcão e a troco ali mesmo. Pego a caixinha dentro da mochila que trouxe da escola e estou prestes a abrir quando uma sombra paira acima de mim.

Eu levanto rapidamente procurando por Maura, mas não a vejo em lugar algum.

Quando finalmente noto que é Chris que está a minha frente, o guitarrista da Sound of Silence. Seu cabelo está esvoaçando levemente pelo ventilador acima de nós e seus olhos estão vidrados em mim. Não gosto disso, do que os olhos dele fazem eu sentir. Me deixam meio confuso e tonto.

- Bom dia. – vejo ele dizer.

Eu abro a boca para responder mas volto atrás ao perceber a situação.

Uma mulher muito parecida com Chris está ao lado dele, ela tem cabelos longos e cacheados e é muito bonita. Usa um vestido florido que vai até os seus joelhos e carrega uma mala de viagem.

Chris olha para mim esperando que eu responda. Eu já sou um tanto confuso e receoso perto das pessoas, mas o olhar dele sobre mim, seus olhos amarelos brilhantes deixam toda a situação ainda mais desconfortável.

Eu quase ajoelho no chão e dou graças a Deus quando Maura finalmente reaparece. Ela fica toda eufórica e sorridente quando nota quem está ali e eu fico com um pouco de pena do rapaz que sorri para ela gentilmente. Não duvido que ela pensa um autografo a ele.

De vez em quando eu olho para os três conversando só para desviar o olhar quando Chris me encara.

Depois de alguns minutos Maura me dá os documentos da mulher que vai se hospedar e eu faço o cadastro e check in dela.

Quando eles finalmente sobem para os quartos eu respiro aliviado.

Maura me cutuca e eu viro para ela.

- O que aconteceu? – ela pergunta movendo suas mãos rápido demais. – Era o Chris. O que ele... – não consigo entender o resto da frase porque ela está claramente nervosa demais.

“Não faço ideia.” Respondo de qualquer jeito.

Demora para eu me acalmar, eu não costumo passar por situações como aquela, as pessoas sempre percebem...

Meu pensamento é interrompido por outro pensamento.

Ah sim, fazia sentido agora.

Antes que eu pudesse me abaixar e pegar minha caixa no chão, eu o vejo descendo as escadas e caminhando lentamente em minha direção. Os olhos vidrados em mim. Eu estive sob o olhar dele apenas algumas horas atrás pela primeira vez e é esquisito o modo como ele faz meu estômago se contorcer.  

Ele se aproxima do balcão, vejo Maura sorrir de orelha a orelha e reviro os olhos. Não é como se o cara fosse grande coisa. Ele chega até o balcão e sorri para Maura, falando algo que não consigo entender. Maura balança a cabeça de forma afirmativa e sai. Antes que ele possa querer puxar um assunto comigo, eu me viro e finjo estar muito ocupado com os fios dos computadores. Fico desse jeito por alguns minutos até sentir uma mão em meu ombro, eu viro rapidamente com um susto e Chris está me encarando. Ele parece furioso agora e não faço ideia do porquê.

Olhando direto para mim ele diz:

- Qual o seu problema, cara? -

 


Notas Finais


Então????
O próximo cap é legalzinho. Quero que ver oq vão achar dele. :3
Até mais.
\o


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