1. Spirit Fanfics >
  2. Startruck: Ligados pela Música >
  3. Cabelos Brancos

História Startruck: Ligados pela Música - Cabelos Brancos


Escrita por: LilBeM

Notas do Autor


Fala pessoal, como vocês estão?
Falo com vocês lá em baixo.
Boa leitura!

Capítulo 27 - Cabelos Brancos


Lexie olhava para fora com arrogância. O estresse que ocupava a sua mente servia também para ignorar a tensão dos ocupantes do jatinho e ela não estava facilitando nada para eles, exigindo que trocassem sua refeição duas vezes ou que ajeitassem a inclinação de sua poltrona. O longo corredor separava os assentos dispostos dos dois lados da aeronave, o couro cor bege cobrindo as poltronas, o piso branco reluzindo e todo o luxo e conforto adquirido com o seu trabalho. Estava sentava de frente a Polly – era claro a sua antipatia em ter outra pessoa na poltrona do lado em qualquer veículo – e a agente estava concentrada no notebook em cima da mesa negra entre elas. No sofá atrás de outras duas poltronas seu empresário dava curtos goles no vinho que tinha em mãos, os olhos presunçosos viajando até Lexie com um brilho profissional para logo depois erguer a sobrancelha e lutar com a cantora quem desviaria o olhar primeiro. Ele sempre perdia, ela sabendo que mais por brincar com ela do que competição – uma brincadeira suja e podre como ele. Ele terminou a segunda taça de vinho e chamou uma comissária de bordo. A mulher surgiu pelo corredor em um átimo assustador, como se o estivesse vigiando.

Lexie cruzou as mãos, observando-o mirar o decote da moça por tempo demais enquanto ela se inclinava para despejar a bebida. Marvin podia ser o fodão empresário do meio musical que acrescentou os últimos porcentos que faltava para fazer sucesso, mas não passava de um homem que não conseguia se contentar com uma mulher só. Veja bem, ela não era de julgar. Mas era perigoso ele contrair alguma IST e se ele morresse? O que iria fazer com todo o seu trabalho? Era burocrático demais encerrar e assinar outro contrato e ela não queria dor de cabeça com isso. Pensar sobre o quanto homens eram patéticos que pensavam com a cabeça errada ela arrancou os fones de ouvido e arremessou seu celular na mesa. Polly ergueu os olhos por um segundo e o suspiro que saiu entre seus lábios só fez Lexie fica com mais ira.

- Algum problema?

Lexie notou a impaciente escorrer pela mulher. Estreitando os olhos pelo sol que agora batia em sua janela ela escutou o barulho baixo do motor, avaliando tudo

- Estou rodeada de incompetentes – Lexie resmungou. – Estou farta de ter que lidar com uma classe burra que não sabe trabalhar bem. Pessoas idiotas, fãs loucos e um namorado estúpido.

- Ele nem é seu namorado de verdade, Lexie.

- Não me responda, Polly!

Ela fechou a tampa do netebook com calma, descansando as costas na poltrona.

- Nada o que você me diga vai me fazer pedir demissão. Você não gosta de mim e francamente, eu também não sou flor que se cheire. Mas vamos ser realistas: eu trabalho muito bem pra fazer você ficar com a maldita boca fechada e você trabalha pra aumentar a minha conta bancária. Tirando os extras de aguentar você o que me obriga a tê-la enchendo o meu saco a cada segundo do meu dia, vou fazer o meu melhor pra fazer da sua vida insuportável também. Claro, estou apta para erguer bandeira branca se você também estiver disposta a entrar nessa guerra comigo.

Polly descruzou os braços, admirando a expressão perplexa de Lexie. A verdade é que, após quase dois anos trabalhando com a garota essa era a primeira vez a respondia a altura – com rudeza, desagrado e com uma pitada de malvadeza. Não havia lutado tanto pra ser quem era, as humilhações que engolira pra saber como se portar em cada situação pra aquentar os ataques de uma adolescente que se achava a única no mundo. Lexie Lux podia estar no top 5 de cantoras juvenis da revista Times em questões de popularidade, fama e fortuna, mas, para Polly Grimme, Lexie Lux era uma garota com complexo de superioridade e extremamente arrogante. E ela já estava cheia disso.

Após o choque de todo o discurso Polly a viu piscar descontroladamente.

Lexie bufou, inclinado o corpo por cima da mesa.

- Não sabia que o seu vocabulário era tão vasto assim. Nunca escutei você falar mais que duas frases.

- De tudo o que eu falei você só gravou isso?

Lexie deu de ombros.

- Quer saber, não importa – Polly abanou a mão, puxando o celular e rodeando a mesa até a garota. Ela sentou, ignorando a careta dela e buscou a primeira notícia que surgiu. – Aqui. Veja isso.

Lexie se encostou na poltrona e leu o artigo sem expressar nada. Quando terminou, devolveu o aparelho, virando o rosto para a paisagem de Londres que surgia lá embaixo, tudo tão pequenininho que pareciam o seu mundo fictício em miniatura.

- Ele fez um bom trabalho. Todos parecem acreditar já que a história bate e é boa – uma risada de escárnio saiu de sua boca, mas Lexie não se deu o trabalho de verificar o motivo. – O pior é que podia ser até verdade se eu não soubesse o suficiente da mentira pra ter uma ideia de que existe outra versão. Mas vou ficar quieta já minha parte foi feita... agora é só esperar.

Mas Lexie não estava mais ali. Sua mente viajava longe, pra um tempo não muito distante. Filha de cantores famosos e com uma inclinação sem surpresas para a música ela lembrava a primeira vez que tinha visto e falado com Rony – em uma das milhares de festas que seus pais promoviam e a primeira do ruivo. Seu atual namorado estava começando na carreira, tímido, mas extremamente talentoso e na festa que participavam ela lembrava como o publico ficou após ele cantar uma de suas composições – estáticos, fisgados pela voz promissora do jovem. E ela, a Lexie mais ingênua e sonhadora, olhando-o apaixonada. Ela notou que ali fora o momento de queda. O momento em que seu coração palpitava e suas mãos soavam.

E então ela foi lançada como cantora. Rony já estava no meio artístico e ela com todos os holofotes reluzindo sua presença como a única flor vermelha no meio de copos de leite e de repente um simples momento durante a gravação de uma propaganda de café e eles já exibiam capas de revistas, jornais e buscas da internet como namorados. O casal mais sensação do mundo, o casal modelo para todos, o casal perfeito e relacionamento que todos queriam. Fama, talento, beleza, tudo eles tinham. No começo ela gostava mesmo dele. Apaixonada até, mas aquele sentimento era tão novo para ela como era pra ele então Lexie não podia nem conseguia definir a emoção como certa. Mas a propaganda fora um sucesso, a marca de café sumia das prateleiras em questão de dias e Rony e ela tinham cada vez mais encontros que mais tarde descobriu não serem por acaso – seu agente na época e os pais dele armavam tudo para parecer coincidência e assim aflorar mais o amor entre os dois.

 E sem esquecer esse fator, no dia seguinte, sempre haviam fotos dos dois sorrindo um pro outro ou tocando as mãos – isso dava-se a morena ser estabanada demais. Eles riam porque ela tropeçava muito e se davam as mãos porque o ruivo era muito gentil em ajuda-la.

O namoro foi algo silenciosamente concordado pelos dois. E então se encontravam ali, Lexie sem gostar dele e ele aparentemente gostando dela.

Rony não era de todo ruim. Gostava da companhia dele, mas sentia-se desconfortável de ter que beijá-lo – Polly sempre frisava isso quando eles se encontravam por causa dos paparazzi. Porém não importava. Ela amava cantar e amava os fãs e namorar com Rony era apenas uma imagem programada para mídia que teria que levar até onde desse.

Algo se moveu contra seu tronco e ela se assustou, desviando os olhos da janela.

Polly já se acomodava em sua poltrona colocando o cinto e Lexie olhou para baixo, vendo que a agente tinha travado seu. Ela empurrou o sentimento de empatia para o fundo do peito, colocando os óculos escuros e pegando sua bolsa em cima da mesa. Pelo o pequeno espelho espalhou pelo rosto alguns retoques de maquiagem e borrifou perfume nos cabelos perto do pescoço, fracamente, ajeitando os fios para trás das orelhas. Sua pele morena brilhou, sua beleza física evidenciada para todos. Guardou tudo e deixou a bolsa no colo.

Cinco minutos após o pouso e empurrando sua mala pela a área de desembarque do aeroporto ela começou a escutar os gritos. Uma multidão se empurrava mais a frente e cartazes, faixa na testa, rostos pintados e sorrisos eufóricos exclamavam seu nome. Ela sorriu, feliz pela atenção e parando de momento e momento para falar com um fã. Em sua volta alguns seguranças que a esperavam sair do jatinho providenciavam sua segurança. Homens altos, de cara fechada e pontos nas orelhas tinham a atenção para todo lado – ela não sabia pra que tanta cautela. Era um aeroporto, ninguém ia tentar nada contra ela com tantas testemunhas. Em meio ao aglomerado de corpos e barulho Lexie notou uma pequena fã do lado direito de onde estava, segurando um cartaz escrito LEXIE LUX É LINDA com giz de cera vermelha e várias estrelinhas douradas. Quando notou o susto no rostinho gordo por ter sido notada a garotinha começou a pular.

Quando Lexie se abaixou para ficar da altura dela vários guinchos de fofura soaram. Ela deu algumas batidinhas na perna de um segurança para ele se afastar e se equilibrou nos saltos, pegando na mão que a menina erguia.

Ela falava alguma coisa só que a morena não conseguia escutar. Os outros gritavam demais e em um momento alguém puxou uma música e tudo piorou. Ela fez um gesto para o mesmo segurança que tinha afastado, pedindo uma caneta. Ele surgiu com uma na mesma hora e ela assinou seu nome no cartaz, rindo com os pulos da menina. Devolveu o papel e ela agarrou seu pescoço e algo no seu olhar impediu os homens de preto de afastá-la.

Quando se despediu, por um segundo, ela se sentiu ruim. Uma lufada de ar em sua nuca arrepiou seu corpo e agarrando sua mala ela olhou para trás, as pessoas se empurrando para vê-la, a fileira de seguranças impedindo que elas se aproximassem mais. Foi quando aconteceu.

Quando voltou a caminhar, acenando e pousando para fotos enquanto caminhava, o grupo que estava de um lado foi em sua direção. Um homem alto, forte, de boné, jeans e com uma blusa que estampava o rosto de Lexie conseguiu uma brecha entre os seguranças e avançou até ela, sufocando-a em um abraço. Ele apertou os braços em suas costelas, enfiando o rosto em seu pescoço e a sacudindo como uma boneca. A gritaria multiplicou e ela sentiu ele sendo arrancado de si como ela fora arrancada por outra pessoa também. Lexie tropeçou pra trás, o pânico por ter sido atacada, o alívio por ter sido separada do fã fanático e o susto fazendo seus joelhos fraquejarem. Ela se agarrou a primeira pessoa que sentiu circular os braços em sua cintura, o medo batendo em seu coração.

Ela só não contava ficar com o coração mais acelerado ao ter a atenção capturada por um par de olhos azuis e cabelos incomuns brancos.

***

Rony desabou no chão da sala de prática, o cansaço e suor escorrendo por suas costas e peito. Afastou os cabelos da testa molhados pra enxuga-la com uma toalha e bebeu o restante de água da garrafinha. Havia passado a semana anterior treinando a coreografia da nova música com alguns dos dançarinos – mesmo em hiatos indefinido por causa dos escândalos sua mãe achava que ignorar os ensaios e gravações não seria bom. O grupo vinha e passavam algumas horas treinando, ajustando os movimentos e qualquer coisa que estivesse errado. Quando eles saíam, o ruivo ficava mais algumas horas pensando em outra coreografia. No momento, ele estava satisfeito o suficiente para uma pausa. A música parou quando terminou e após repassar os poucos passos que tinha criado na mente sem qualquer falha ele se levantou e desligou o aparelho de som.

O sol já tinha ido embora e a noite brilhava pela janela. Com pesar lembrou que iria encontrar com Lexie em algumas horas então decidiu dar por encerrada o dia de treino e ir tomar banho antes que sua mãe começasse a gritar por ele. Molly estava um pouco mais relaxada desde a declaração que o ruivo dera nas redes sociais. Claro que o assunto estava longe de ser resolvido ou ser esquecido pelos fofoqueiros de plantão, mas por hora, eles pareciam estar satisfeitos. O que era bom e ruim já que tinham engolido a versão dele ou tramando e esperando que ele deslizasse outra vez para ferrar tudo. Eles que tentasse porque Rony ia tomar o dobro de cuidado na próxima vez que visse Hermione fora da mansão.

Ao pensar nela a mente do ruivo começou a trabalhar mais detalhadamente. Enquanto descia até a cozinha para comer alguma coisa antes do banho – ele sabia que Molly iria aparecer a qualquer momento e se não comesse algo logo teria que ir de estômago vazio comer outra comida ruim com Lexie – ele pensou mais a respeito da morena. Ela estava estranha, isso era um fato. Ela sempre tentava parecer o mais natural e normal possível quando eles conversavam, mas Rony notava seu olhar perdido quando ele parava de tagarelar sobre algo. Em um dia qualquer no decorrer da semana eles haviam escapulido na hora do almoço para o estúdio de gravação. Quando ele citou o lugar ela pareceu chocada que ali tivesse realmente um estúdio de gravação e ele não deixou de notar a gargalhada de descrença até arrastá-la para o andar de cima equilibrando a bandeja de comida para a estúdio.

Hermione deu um tapa na mão dele quando Rony fez o favor de fechar sua boca e juntos, eles foram além da mesa de gravação e sentaram no chão rodeado de paredes pretas e aprova de som. Ele a observou arrastar os dedos pela tampa do piano e outros instrumentos, mas foi no violão negro que ela parou, as mãos quase não o tocando. Rony ficou quieto, notando a reação dela: as mãos seguiram as cordas até o final, encostou nas curvas e delicadamente deixou a mão cair pela abertura produzindo um som agudo e preguiçoso.

- Takamine – ele murmurou, separando os talheres na bandeja. – Um pequeno mimo. Eu merecia um depois de tudo.

- Um pequeno mimo – Hermione entoou, ainda perplexa.

- Pode pegar, se quiser.

A morena não pensou duas vezes. Ela tirou o violão do suporte e o examinou outra vez.

- Ai meu Deus, é tão lindo – ela riu, indo sentar perto dele. De frente a Rony, ela parecia uma criança que ganhara um doce, exibindo um sorriso lindo. Rony terminou de cortar em cubos os dois pedaços de bife, mexendo o macarrão com molho no prato. Fugir para comer escondido era desafiador se eles não tomassem cuidado então tiveram que colocar comida o suficiente para os dois em um único prato. Ele desarrolhou a garrafa e deu um gole no suco.

Hermione tocava algumas cifras calmamente, sussurrando músicas diferentes.

- Vai comer tudo mesmo?

Rony parou de mastigar e olhou para ela.

- Desculpe – murmurou com a boca cheia, empurrando a bandeja para a morena. Ela riu de algo e ficaram em silêncio por alguns segundo desfrutando da refeição.

- Tudo bem então – ele largou os talheres e apontou para o violão. – Toque alguma coisa.

Hermione terminou também e o olhou com desconfiança, parecendo aérea. Rony não falou, mas ele havia notado as sobrancelhas franzidas dela, enfiando o garfo no bife com certa raiva. Os dedos experientes começaram um toque complicado e quando a ela cantou o ruivo sentiu-se de volta ao bar onde a escutou pela primeira vez.

Fora o último encontro deles a quatro dias porque Hermione parecia fugir dele. Quando se encontravam no jardim, ela desviava o caminho. A viu colocando os pratos na mesa de jantar em uma noite e ela desviou de qualquer assunto que ele tentasse e o dispensava com dois ou três sim e não na cozinha. Quando a cercara na lavanderia em um dia que ele teve sorte em encontrá-la sozinha o som alto de uma das máquinas quebrou o clima e ela se foi – o que não havia sido de todo ruim porque ele lembrava da sua respiração batendo com a dela e o cheiro doce de sua boca o tentando.

O grito de sua mãe o despertou da lembrança e ele escapou para o quarto.

O encontro com Lexie em um restaurante duas horas depois havia sido um pouco menos desconfortável. Ainda no carro indo busca-la em casa as notícias das últimas horas exibiam o ataque de um fã descontrolado no aeroporto e os comentários, em sua maioria, cobravam a ausência dele no momento. Como namorado dela ele deveria está lá para protegê-la e de repente a coisa toda virou contra ele e a procissão de xingamentos exibiam o nome dele. Ele guardou o celular cheio de raiva e tentou parecer realmente preocupado quando ela entrou no veículo. Lexie estava impecável, como sempre, o vestido branco com estampas de margaridas moldando seu corpo. Estava de sapatos brancos e o cabelo jogado em cima do ombro: casual, o ruivo notou. Após beijar o rosto dele e esclarecer que o incidente no aeroporto não a tinha afetado ela sorriu para o motorista que os olhava pelo espelho retrovisor e se encostou no namorado.

Eles jantaram em um restaurante de frutos do mar, no lado de fora e expostos aos fotógrafos descaradamente posicionados do outro lado da avenida. Ele até tentavam, mas o barulho contínuo das câmeras os denunciou e até Lexie os olhou por cima do ombro. Depois de ser um perfeito cavalheiro e pagar a conta eles foram para o cinema; compraram os bilhetes para um filme qualquer e ficaram o mais distantes possível das outras pessoas, aproveitando a boa e velha diversão quando o assunto era passarem um tempo juntos.

Mesmo que em todo momento ele quisesse estar ali com Hermione, Rony tentou ser o namorado que Lexie merecia.

E, se seu plano desse certo, ele teria um dia completo para ficar na companhia da morena zangada o quanto antes.

***

11:40 am – vinte minutos para a chegada de Lexie

O capitão Junior parou de ante o batente da porta, observando o filho lutar com a gravata. Zen estava zangado, puxando as pontas e enrolando os dedos atrapalhado.

- Perdendo uma luta com uma gravata, Zen?

O garoto ergueu os olhos, o suor brilhando na testa. A boca tremeu de raiva.

- Por que eu tenho que usar uma gravata? Parece uma coleira e eu não sou um cachorro. Afinal, pode me dizer de novo por que estou aqui antes que eu me atire contra a primeira janela que vir!?

Junior suspirou, caminhando até o filho. Vinte anos e adepto a música e a perder o tempo sendo DJ em festas Zen Junior gostava de brigar e desafiar o pai tanto quanto gostava de fugir dos castigos. Contrário ao modo como fora criado e o meio que praticamente deu os primeiros passos foi com uma mesa de mixagem que seus olhos brilharam com satisfação e total decepção para o capitão da equipe de segurança da cantora Lexie Lux. Roger Junior achava mais fácil comandar uma dúzia de homens do que o próprio filho rebelde.

- Faz parte do uniforme.

- Não estou mais na escola, pai. Uniforme é coisa de gente velha e tradicionalista.

- Não leve tão ao pé da letra – Roger tirou a gravata das mãos do filho e circulou na nuca dele corretamente. – Já tentou proteger alguém ou algo usando calça de moletom e crocs?

Zen exibiu um sorrido de lado, debochando.

- Você já tentou?

- Bem, não. Mas não espere que eu vá testar um dia.

O garoto torceu a boca quando o mais velho terminou de dar o nó, ajustando em seu pescoço. O terno preto moldava bem e mesmo que tivesse se olhado no espelho antes e o achado bem legal, parecia pronto para ir a um velório. Tirando os óculos escuros, nada mais era legal. Mas ele não podia reclamar porque o último dia havia passado dentro de uma cela fedida e cheia de marginais até o grandioso capitão Junior pagar sua fiança e força-lo a trabalhar com ele para se redimir seu erro. Zen sabia que ser DJ em uma festa onde só tinham menores de idade, muita bebida e possivelmente muitas drogas era algo ruim, mas, qual é, a mesa de mixagem era ótima. Os botões imploravam para ele fazer sua mágica. Como ele diria não?

Fora que o dinheiro pelo trabalho ia ser um extra muito bem-vindo.

Mas, assim como o dinheiro, sua vida estava nas mãos do pai. E pelos próximos meses ele teria que fazer parte da equipe de segurança de Lexie Lux até que o capitão estivesse satisfeito o suficiente do castigo da vez. Zen só esperava que fosse logo; aquele terno era quente.

Ele esperava ser invisível e ficar invisível. Achando melhor levar a situação do lado mais positivo ele fez uma cara de marrento ao lado do pai e juntos, se juntaram a fila de homens de terno esperando a pedrinha de brilhantes que descia do jatinho; desfilando nos – desnecessários – saltos. Quem viajava de saltos? Zen assentiu para o lado que seu pai apontou após umas batidinhas em seu ombro e ficou atrás de uma mulher alta. A segurança tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo e as sobrancelhas cerradas.

Seus planos, porém, foram por água a baixo quando agiu por impulso e puxou o corpo de Lexie Lux de um homem fanático um tempo depois.


Notas Finais


Música que Hermione toca no violão: Send My Love - Carol Biazin (tropecei nesse cover e fiquei olhando os dedos dela o tempo todo haha)
Tô com ressaca doramatica depois que o dorama que eu acompanhava toda quinta a dois meses acabou e segunda temporada só ano que vem ~chorando e muito~ que, aliás, ainda não superei o último episódio. Mas vou parar de falar isso, vamos falar do capítulo.

Fiquei em dúvida em como lançar o personagem do Zen e então dei uma mistura das duas ideias que me subiram a cabeça, espero que vocês o apreciem :D
Quem quiser saber o porque da cabeleira branca procura pelo anime Shigatsu no Shirayuki hime. Eu amo de paixão ele e quero terceira temporada! Quero respostas!
Comentem, digam o que acharam. Beijo e fiquem em casa.
Malfeito feito.
Nox!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...