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História Stay with me - 4:00 am.


Escrita por: wordsparrilla

Notas do Autor


Hey galeri. Como estão? Então, hoje não tenho muito o que falar, mas resolvi trazer essa surpresa para quem está acompanhando a história e esperava a atualização. Espero que se divirtam. Trago outras surpresas mais pra frente e espero dividir com vocês e que seja do agrado de todos. Tenha uma ótima madrugada e boa leitura. Obrigada, obrigada e obrigada. Apenas isso! <3

Capítulo 12 - 4:00 am.


Stay with me - 12º capítulo.

 

“You say I’m crazy. Cause don’t think I know what you’ve done. But when you call me baby, I know I’m not the only one.” - Sam Smith (I’m not the only one).

 

“Você diz que eu sou louco. Pois você não sabe que eu sei o que você fez. Mas quando você me chama de ‘amor’, eu sei que eu não sou o único.” - Sam Smith (I’m not the only one).

 

Delaware, Nova Iorque - 8:16AM.

 

Três meses depois...

 

♕  P.O.V Regina on ♕

 

Contar a verdade sobre o meu passado para o Robin foi a pior e a melhor coisa que eu poderia fazer. Eu nunca fui uma pessoa de me abrir com ninguém, nunca permiti que as pessoa soubessem muito sobre a minha vida, já que todas que um dia descobriram algo, me julgaram e recriminaram por poucas palavras soltas, sem uma explicação. Viver com a culpa da morte de minha mãe sempre foi um fardo imperdoável para mim e por anos eu não conseguia me olhar no espelho e encarar que aquela menina, aquela mulher era uma assassina. E por anos eu me julguei “merecedora” de tal título, da mesma forma que todos faziam. Demorei muito tempo para entender que o que tinha acontecido havia sido uma fatalidade, uma defesa da minha parte. E foi justamente isso que a justiça alegou, quando eu decidi me entregar, não aguentando mais viver daquela forma. Meu processo durou certa de meses e o meu sustento vinha do meu próprio corpo, era a única forma que eu tinha para me manter viva, já que a minha herança ainda estava bloqueada. Vivi dez meses em um pesadelo que não parecia ter um fim, tendo que suportar homens de todas as idades, ricos e machistas, que realmente só viam as mulheres como um brinquedo sexual, que exigiam de nós uma postura submissa, pois na “categoria” que estávamos, era realmente isso o que nós éramos. E para mim, que nunca neguei a personalidade que eu tenho, foi muito difícil engolir tudo aquilo que eu ouvia. Eu via as meninas da boate machucadas pelos clientes por se negarem a fazer o que eles exigiam e quando chegou a minha vez, quando fui obrigada a fazer algo que estava totalmente fora de questão, que não era e nunca tinha sido o combinado, paguei feio por bater de frente. Senti na pele o que um status e o dinheiro faziam, o poder que eles realmente têm. E depois desse dia, tive que aguentar todos os tipos de humilhações, até provar a minha inocência na justiça. Dez meses tinham se passado, dez meses tinham marcado não só a minha pele e o meu corpo, como a minha vida também. Dez meses era o prazo final e enfim eu fui inocentada, alegando defesa pessoal e tendo como testemunha alguém que nunca mostrou sua identidade para mim, mas que eu sabia que devia a vida à ele. 

 

As únicas pessoas que sempre souberam da minha história foram Zelena e Daniel, mas de formas diferentes. Zelena, por ser a única pessoa na minha vida que realmente me acolheu como uma irmã, merecia saber a verdade sobre mim, ela precisava saber quem ela teria ao seu lado e mesmo depois de toda a verdade ela me puxou para o seu colo e cuidou de mim, me amando mais ainda. Zelena nunca duvidou de mim, nunca nem questionou os meus motivos, ela sempre me disse que o seu coração sentia que eu não era culpada e muito menos uma pessoa ruim pelo meu passado, mesmo vendo que eu era um bicho trancafiado numa caverna. E foi ela quem me tirou de lá, me fez ver o mundo novamente e junto de Henry, trazendo o amor de volta para o meu coração. Emma também foi uma pessoa importante demais para mim, que me acolheu sem nem me conhecer, me estendeu ajuda e nunca pediu nada em troca, mas o tempo foi passando e eu sentia tanto medo de contar a verdade para ela e perder não só a minha amiga, minha irmã mais nova, mas o meu filho também. E até hoje eu guardo esse segredo. Mas talvez esteja na hora dela saber por mim a verdade e não pelas mentiras de Daniel ou de um outro alguém. E por fim, Daniel, a pessoa que eu achei que era a certa para mim, que mudaria a minha vida e só me faria bem, me ensinando a amar de uma forma diferente, que eu desconhecia. Ele soube por alto a minha história, um pouco antes de ir embora para o seu intercâmbio. Até hoje eu não sei quem lhe contou, mas com toda a certeza não fazia ideia do que estava falando. E mesmo me conhecendo bem, ele achou que eu fui capaz de matar a minha própria mãe por uma herança. 

 

Realmente, em minha vida existiram muitos e muitos erros...

 

Agora, Robin também sabia de toda a verdade e por um lado eu estou tão aliviada por ter me aberto com ele, mas por outro eu não faço ideia do que ele pensa sobre mim. Não sei como nós estamos e muito menos se ainda existe nós. Três meses se passaram e eu não tenho contato com ele desde então. Por uma incrível - ironicamente - coincidência do destino, nós dois não cruzamos uma só vez durante todos esses dias. Não tenho notícias dele, mas fundo do meu coração, eu só desejo que ele esteja bem, que esteja conseguindo cuidar de Roland e esteja feliz, se eu não tiver destruído mesmo a chance dele... Mas a verdade era que durante todo esse tempo muita coisa havia mudado, muita coisa havia acontecido e eu acredito que não só na minha vida, como na dele também. Até então Daniel está preso, continuo com o meu bar, Zelena com seu clube, Henry e Emma foram viajar e eu estou desesperada por notícias, já que ela saiu sem avisar e não deu um sinal de vida. O casamento de Rumple e Belle foi marcado e acontecerá em algumas semanas, pessoas chegaram à cidade e pessoas deixaram... realmente muita coisa tinha mudado. Mas eu ainda, mesmo com tudo, não sabia o que tinha mudado entre mim e o Robin. E isso estava me tirando o sono. Cheguei a ouvir boatos de que ele estava com um outro alguém, mas eu não faço ideia se isso procede ou não. Mas agora eu tenho a minha vida e ela deve seguir. Seja como for.

 

♕  P.O.V Regina off ♕

 

•• ☾  ☾  ☾ ••

 

➵  P.O.V Robin Locksley on  ➵

 

Mills’ bar...

 

Aqui estava eu, depois de três meses, de volta ao local onde cruzei com Regina pela primeira vez. E quem diria que depois daquele esbarrão tudo mudaria... e que hoje nós dois estaríamos assim, sem saber da vida um do outro, sem nem se esbarrar por aí, outra vez. Desde o dia em que Regina me contou sobre o seu passado, eu não a vejo e nem tive notícias de sua vida. Tentei algumas mensagens pelo celular, mas nenhuma foi respondida. Agora eu entendia tudo e me arrependia por cada minuto que julguei o seu jeito e os seus motivos. Regina viveu um passado desumano e quando ela mais precisou de mim, ali, para ajudá-la a reescrever uma nova história, eu apenas contribuí para torná-la mais escura e triste. Eu só queria que ela soubesse que eu estaria para sempre ao seu lado, para ajudá-la e para apoiá-la. Nos últimos dias, enquanto eu cuidava de meu filho, percebi o quanto precisamos de alguém ao nosso lado, nem que seja para perguntar como foi o seu dia e te oferecer um apoioemocional e até mesmo racional. E eu não tinha mais ninguém, mas mesmo sabendo que Regina tinha Zelena e seus outros amigos, eu gostaria que ela soubesse que tem a mim também e que talvez eu pudesse tê-la comigo. E era justamente o que eu iria fazer. Só me faltava coragem, eu precisava entrar naquele bar e olhar para ela depois de tanto tempo, dizer que eu sentia muito a sua falta e que eu vou sempre estar com ela. Mas parecia que meu corpo estava congelado, era impossível não sentir aquele frio na barriga, as mãos suando e a mente criando mil e uma teorias. Era claro que eu ainda nutria sentimentos por ela, nada nunca mudou aqui dentro, nem mesmo depois dela ter escondido a verdade sobre Daniel. Eu só havia ficado magoado, pensei que ela confiava em mim, mas acabei descobrindo que não e de uma péssima forma. Mas durante esses meses, tive muito tempo para pensar e organizar a minha cabeça, tanto em relação à ela quanto a mim e ao meu filho, à minha vida. Eu estava disposto a conversar com ela e resolver o que fosse preciso entre nós dois, eu precisava me desculpar e dizer que a entendia, precisava vê-la novamente, nem que fosse a última vez.

 

Depois de alguns longos minutos em uma guerra incansável entre a minha razão e o meu coração, consegui dar os primeiros passos em direção ao bar e cruzei as portas, entrando no local. Aparentemente nada havia mudado e não haviam aberto ainda, já que alguns funcionários faziam a limpeza e outros desempacotavam as grandes caixas recém chegadas. Passei os meus olhos por todo o lugar e avistei Zelena, apoiada no balcão, preenchendo algum tipo de planilha. Estranhei o fato de encontrá-la por lá, já que hoje era o dia das entregas aos estabelecimentos e ela, como dona do Green, deveria estar lá para receber as suas. Aproximei-me então, disposto a buscar minhas respostas e talvez saber de Regina, que provavelmente não estava por ali.

 

– Bom dia, Zelena. - falei, chamando a sua atenção. A ruiva me olhou surpresa e sorriu, um pouco sem jeito.

 

– Olá, Robin. Como vai? Faz tempo que não o vejo.

 

– Estou bem, obrigado. Bom, muito trabalho e agora com um filho, tudo muda. - sorri, lembrando de meu pequeno, que a essa hora devia estar com Ruby, se arrumando para ir para a escola. – Desculpa me intrometer dessa maneira, mas você não deveria estar recebendo as entregas do Green?

 

– Bom, como as de lá chegaram um pouco mais cedo, vim aqui à pedido de minha amiga que precisou resolver umas coisas na rua. 

 

– Ah sim... Bom, então eu não vou mais tomar o seu tempo, vejo que você estava ocupada e eu atrapalhei. Tenha um bom dia!

 

Dei-lhe as costas e estava prestes a sair dali, quando ouvi sua voz me chamar. Parei onde estava e apenas virei meu rosto em sua direção, ouvindo-a.

 

– Você veio atrás da Regina, não foi? - lançou a mim um olhar compreensivo, era fácil notar o meu objetivo naquela “visita”.

 

– Sim, e-eu queria falar com ela, mas não tem problema, depois eu resolvo isso. 

 

– Eu sei que sempre te incentivei a esperar e tentar entender o jeito dela, mas se eu ainda puder te dar um último conselho, meu querido, seria viva a sua vida. Agora que você tem o seu filho e o seu trabalho, melhor se preocupar mais com você, talvez o tempo tenha mesmo passado.

 

Ouvi suas palavras em silêncio, pensativo. De fato ela havia insistido algumas vezes para que eu não desistisse de sua amiga e agora que eu finalmente conseguia entender, ela fazia o contrário? Sua última frase martelou em minha cabeça, sem qualquer razão que eu encontrasse para que aquilo tivesse um sentido nítido. Assenti para Zelena, em agradecimento e me retirei do bar, ainda sem saber o que eu faria. Realmente o tempo tinha passado, mas aquilo poderia ser bom ou ruim?

 

➵  P.O.V Robin Locksley off  ➵

 

Assim que atravessou a rua transversal do bar, Robin caminhou em alguns minutos até se aproximar de seu carro, que estava estacionado ali perto. Mesmo que sua cabeça ainda estivesse confusa com as mil e uma tentativas de entender o que Zelena havia dito de fato, ele ainda precisava voltar para o seu trabalho e cumprir o seu turno. Hoje ainda teria uma reunião com o advogado de Daniel e a resposta do pedido de habeas corpus do empresário. Seu dia seria cheio, então precisava manter o seu foco e profissionalismo, deixando suas emoções para um outro momento. Afinal, a cidade ainda dependia de sua eficiência.

 

Abrindo a porta de seu mercedes, o policial deixou os olhos percorrerem uma última vez todo aquele ambiente, como de costume. Mas algo inesperado atraiu sua atenção ao fim da rua. Se a visão não falhava, Regina saía de um prédio pomposo e requintado, com o cabelo um pouco bagunçado e a expressão preocupada. A bartender vestia o seu sobretudo, caminhando apressadamente em direção ao seu bar, sem ao menos cumprimentar qualquer pessoa daquela rua. Para Robin, aquela situação podia significar muitas coisas, mas principalmente trazer o verdadeiro significado sobre o tal “tempo que passou”.

 

•• ☾  ☾  ☾ ••

 

♕  P.O.V Regina on ♕

 

– Kill, mais duas rodadas de caipirinha levemente adocicadas nos sabores maçã e maçã verde, com o toque de pimenta. Para a mesa oito, por favor. 

 

Pisquei para meu bar-man, que sorriu de volta, anotando os pedidos e iniciando os seus processos. Corri de volta para o centro do bar, onde inúmeras mesas me chamavam, querendo conversar ou pedir algo em especial. Eu adorava aquele ritmo, aquela agitação e com o ambiente tomado por uma adorável música ao fundo e pessoas animadas, contentes e bem servidas, me deixava em pleno estado de calmaria - apesar de me desdobrar em cinquenta para atender o maior número de clientes. Era gratificante ver que o meu trabalho era reconhecido por amigos e conhecidos, e que com tantas opções pela cidade, a preferência sempre era o Mills’. 

 

Avistei Gold de longe e dois policiais escolherem uma mesa junto dele, próxima à uma das paredes. Logo tratei de me aproximar e fazer a honra da casa.

 

– Olá garotos. - abri meu melhor sorriso e passeei com os olhos pela ótima visão que eu tinha em minha frente.

 

– Vejam só, Regina Mills, a mulher mais linda e eficiente dessa cidade. - um dos policiais galanteou, arrancado uma risada minha.

 

– Agora eu entendo como você consegue lotar esse estabelecimento todos os dias. Além das excepcionais bebidas que são servidas, com um sorriso desse para admirar, não tem ninguém que queria estar em outro lugar, de fato. - o outro pronunciou, analisando-me dos pés à cabeça e sorrindo em acompanhamento. Gold apenas ria das cantadas “baratas” - na opinião dele, com toda a certeza - de seus funcionários e me encarava com os olhos atentos, mas ainda sim atenciosos.

 

– Vocês são muito gentis, meninos. Grata por cada elogio e espero que eles me rendam bastante sorrisos ainda pela noite... com cada drinque que vocês pedirem. - respondi, atraindo o jogo deles para o meu, que modéstia à parte, era bem mais raciocinado. 

 

– Já que esses dois fizeram a honra e te elogiariam antes que eu pudesse fazer - piscou o grisalho. – Só me resta concordar e acrescentar, Delaware é uma cidade de sorte. 

 

– Meu deus, hoje vocês vieram aqui para ganhar o meu coração, não? - gargalhei, estendendo a minha mão esquerda para Gold, que também ria e depositou um suave beijo sobre a minha pele. 

 

– Bom, minha querida, primeiramente, para começarmos a noite, gostaria de pedir que a senhorita escolhesse as três melhores bebidas da casa e trouxesse para nós, por gentileza. - pediu Gold, sempre educado. Os dois outros rapazes concordaram, ainda com sorrisos bobos no rosto, aparentemente hipnotizados pelo volume traseiro que sempre chamava atenção, principalmente com as calças que eu gostava de usar. Ri comigo mesma de tal cena e apenas abstraí, já que não era nada novo para mim essa situação.

 

– Pois bem, trarei para vocês três novidades que criei e só peço que retirem os relógios do pulso, já que uma das novidades é que as bebidas são servidas com os olhos vendados, os pulsos amarrados e o líquido na boca. Depois contem para mim se descobriram os sabores e se gostaram da fervencia. - sorri, satisfeita com todas as sobrancelhas arqueadas e sorrisos surpresos em respectivos rostos. 

 

Pedi licença aos três e me retirei da mesa, indo anunciar as três bebidas, quando senti uma mão gélida tocar a minha cintura, que estava levemente descoberta por conta da minha roupa. Eu usava um macacão pantacurt, com um detalhe ousado na parte superior. Ao invés de ter um seguimento de pano como a parte debaixo, o macacão era similar à uma jardineira na parte de cima, com apenas duas alças presas à calça, na cor nude, completado por um cropped rendado e preto, por dentro. Nos pés, eu usava uma bota cano curto e o cabelo solto, liso e simples. Virei-me para o lado e encontrei Gold, encarando a sua frente e acompanhando-me até o balcão.

 

– Regina, Regina... não quis ser indiscreto e questionar antes, mas te conhecendo bem como eu conheço, sinto que tem algo diferente com você. E aliás, a meses eu venho reparando isso.

 

Molhei meus lábios com a língua e respirei fundo, deixando um tímido sorriso escapar pelos meus lábios. Gold era um amigo de anos e sempre tivera um carinho, respeito e admiração enormes por mim, estendendo sua ajuda sempre que precisei e quando não precisei também. Eu havia apresentado Belle à ele e talvez, por tantos anos de confiança e convivência, ele poderia ser até considerado um familiar meu. 

 

– Talvez você esteja certo. 

 

– E essa diferença por acaso tem nome e sobrenome? - foi direto e curioso. Eu diria que ele sabia sobre quem falava, mas ainda sim me fiz de desentendida e enrolei um pouco mais.

 

– Não sei, mas eu posso perguntar da próxima vez. 

 

– Você sabe que eu te conheço bem, Regina, e diria que até mais do que você pensa. Mas infelizmente eu não consigo ver em teus olhos que essa diferença esteja te fazendo bem. 

 

Gold foi sincero, parando de andar e encostando o seu corpo no balcão, de frente para mim. Seus olhos me encaravam com seriedade e eu conhecia o seu tom, ele realmente estava preocupado comigo. Movi meu olhar até o chão, sem uma resposta pronta para dizer. Eu fazia ideia do que estava fazendo, tinha sã consciência, mas não podia lhe explicar meus motivos, a história era bem mais complicada do que eu gostaria. Voltei a encara-lo pelos olhos, em silêncio. Ele me entenderia.

 

– Tudo bem, você tem o direito de não me contar e eu sei que você sabe o que faz, então eu só peço que se cuide. 

 

– Obrigada. Não só por respeitar o meu espaço, mas por se preocupar comigo também. 

 

– Eu conheço com quem você está se metendo, então eu vou me preocupar, sempre. - Gold ajeitou a postura e beijou carinhosamente a minha testa. – Agora, se me der licença, voltarei para a mesa.

 

Acompanhei meu amigo se afastar do balcão e se aproximar de seus funcionários novamente, se juntando a eles em uma conversa animada. Fiquei um bom tempo olhando na direção dos três, mas completamente longe. Eu não fazia a menor ideia de que Gold sabia o que estava acontecendo e muito menos o conhecia. Aquela história toda era muito recente e mesmo assim, antes que qualquer pessoa soubesse ou descobrisse o que estava acontecendo, eu precisava resolver todas as coisas pendentes antes disso. Não podia mais envolver quem quer que fosse dessa vez e talvez era melhor nem o Gold saber, mas eu o conhecia e sabia que uma hora ou outra ele descobriria tudo. Agora eu só precisava resolver tudo e continuar a minha vida, ainda existiam muitos problemas maiores para tratar.

 

Resolvi esquecer um pouco aquele assunto e focar no meu trabalho, em uma das únicas coisas que ainda me trazia alegria. Corri para detrás do balcão e ajudei Killian a preparar algumas bebidas, enquanto avistei alguns convidados se divertirem com as novas bebidas. 

 

•• ☾  ☾  ☾ ••

 

O Mills’ havia fechado em torno de uns vinte minutos, depois de uma noite muito agradável e que me rendeu um ótimo caixa. Ganhei o resto da noite com os elogios que meus clientes gostavam de me fazer, assim que iam fechando suas contas e deixando o estabelecimento. Já era início de madrugada quando tudo terminou e eu estava pronta para ir pra casa, trancando a última porta de meu bar. A rua não estava muito movimentada, ainda mais com friozinho gostoso que rondava a cidade. Guardei as chaves em minha bolsa e abotoei alguns botões do meu sobretudo e voltei a olhar pra frente, me direcionando a minha casa. Antes que eu pudesse atravessar a rua e continuar o meu caminho, escutei uma vez irreconhecível chamar o meu nome, me fazendo parar onde eu estava.

 

– Mãe! - ouvi mais uma vez, virando-me rapidamente e encontrando o que eu tanto pedi para ver. 

 

– Henry, meu filho! - corri até ele, tomando-o em meus braços. 

 

Faziam meses que Emma tinha o levado para viajar e eu não tinha notícias, não sabia o que estava acontecendo e muito menos se estavam bem. Eu não estava mais conseguindo dormir à noite de tanto que eu pensava e tentava um contato com eles. Não consegui acreditar que ele estava ali, de volta e para mim. Sem o meu filho eu não conseguia mais viver tranquilamente.

 

– Que saudades, mãe. - sorriu Henry, assim que o soltei.

 

– Eu estava morrendo de saudades de você, meu amor! Vocês foram viajar do nada, não consegui me comunicar, fiquei com tanto medo de vocês nunca mais voltarem. - não me segurei e lhe puxei para um novo abraço.

 

– A Emma disse que precisava organizar a cabeça dela e tinha uma reunião fora da cidade. Ficamos um tempo lá, mas foi muito legal. Comi um sorvete de chocolate tão delicioso, você ia amar! Lá no centro da cidade, encontrei uma macieira tão linda, tirei até uma foto para te mostrar. - ele retirou o celular do bolso do casaco e me mostrou a fotografia. Sorri, feliz dele ter lembrado de mim. Mesmo com a situação, eu estava feliz de vê-lo tão alegre.

 

– Ela é linda, eu adorei! Mas o que você está fazendo a essa hora na rua, filho? - olhei em volta e não avistei a Emma, nem seu carro.

 

– Aproveitei que minha irmã saiu e corri para te ver. Liguei pra tia Zel e ela me disse que você devia estar saindo do Mills’, então arrisquei vir. - seu sorriso ia de uma orelha até a outra e com certeza o meu também. Henry conseguia me trazer um sentimento inexplicável, algo que eu nunca senti com nenhum outro alguém. Eu sentia que ele era meu filho, mesmo que eu não fosse sua mãe biológica. Ele era a melhor parte de mim!

 

– Então vamos que eu vou levar o senhor pra casa, porque já está muito tarde e se eu sei bem, amanhã você tem aula cedo. - o abracei pelo lado, andando com ele até o prédio onde eles moravam, não muito longe dali.

 

– Aaah, mas eu não quero ir pra escola amanhã, mãe! Vai ter aula de matemática e eu odeio essa matéria. Não consigo entender nada! 

 

Ri da careta que Henry fez e deixei meus pensamentos correrem, fazendo-me lembrar de que se Robin ainda estivesse em minha vida, ele iria adorar ajudá-lo nessa matéria, já que era bom com os números. Respirei fundo e deixei meus pensamentos irem embora com a mesma rapidez que chegaram, aquele assunto não era para o momento.

 

– Mas você tem que ir, Henry! Já conversamos sobre isso e eu te expliquei o porquê de você ter que assistir todas as aulas. Você não quer ser um criador de games? Eu nunca vi pessoas que não se esforçaram muito conquistarem os seus sonhos da forma que realmente desejavam. 

 

– Tá bom, eu já sei disso. - fez cara de tédio, junto de um bico irresistível. Beijei sua bochecha, rindo e fazendo-o rir também. – Mãe, posso te fazer uma pergunta?

 

– Claro que sim. - olhei para ele, curiosa.

 

– Você tem encontrado o Robin? Desde o natal eu não o vejo mais com você e nem ouço nada sobre ele. 

 

Engoli em seco, pensando em como iria explicar para ele o que tinha acontecido. Henry não sabia do meu rompimento com Robin, apenas de que estávamos um tempo longe um do outro e até então não tínhamos mais tocado nesse assunto. Encarei a minha frente e busquei por uma reposta.

 

– Não, filho. Não nos encontramos mais. - forjei um sorriso, meio sem jeito.

 

– Eu gosto dele. Pensei que vocês ia ficar juntos e que ele ia me ensinar a mexer com uma arma. - disse Henry, enquanto eu ri internamente de seu comentário. Robin também havia gostado muito dele e mesmo com pouco tempo de convivência, adquiriu um carinho muito bonito pelo meu filho.

 

– Vocês podem ser amigos ainda. Eu sei que ele gosta muito de você também. - o vi sorrir e pensar um pouco.

 

– Mas sabe o que é estranho? Se vocês não se encontraram mais, por que ele estava hoje cedo em seu bar?

 

– Como?

 

– Eu o vi hoje cedo, quando estava voltando para casa, depois do aeroporto. Ele estava saindo do Mills’.

 

Processei suas palavras e tentei entender o que tinha acontecido. Se eu não estava no bar quando ele foi lá, a única pessoa que podia encontrá-lo era Zelena. Mas por que ela não havia me contado sobre a visita dele? 

 

– Bom, eu não sabia, mas vou perguntar para a sua tia sobre isso, está bem? - respondi, um pouco incomodada com a história. Parei com Henry em frente ao portão do prédio e me despedi com um abraço bem apertado.

 

– Está bem. Amanhã a gente se fala? Vou tentar almoçar lá no Mills. - ganhei um beijo antes que ele entrasse e acenei.

 

– Claro que sim, meu amor! Fica bem. E te espero lá então. Se cuida, eu te amo. - gritei a última frase, para que ele ouvia-se da portaria. 

 

Esperei que Henry entrasse no elevador e então fui para casa, prestes a ligar para Zelena e tentar entender o que de fato tinha acontecido naquela manhã.

 

Entrei em minha casa - nova, pois eu já havia feito a mudança. - e busquei por meu celular na bolsa, discando rapidamente o número de minha amiga. Meu coração estava acelerado e a minha ansiedade era nítida. Saber que Robin havia me procurado foi algo totalmente inesperado e despertou em mim uma esperança inapropriada. Eu não podia achar que ele me queria de volta, que tinha ido até lá para se acertar comigo, não agora. Doeria demais criar uma ilusão como essa e sofrimento era a última coisa que eu estava precisando nesse momento. Zelena atendeu do outro lado da minha, trazendo-me de volta dos devaneios.

 

– Zel, que bom que ainda está acordada, preciso falar com você! 

 

Diga, minha morena linda. Recebeu a supresa na saída do Mills? 

 

– Sim, eu estava com o Henry até agora pouco... matei a saudade do meu filhote. 

 

Que bom, estava ansiosa já para saber notícias suas e de como foi esse momento. Ele falou comigo mais cedo e eu não pude te contar nada para não estragar a surpresa.

 

– Não, eu entendo. Só uma coisa que o Henry me contou que não fez nenhum sentido na minha cabeça. Como assim o Robin foi até o meu bar hoje, Zelena?

 

Ouvi o silêncio dela do outro lado da linha e entendi o que estava acontecendo. Zelena tinha escondido de mim essa informação e por algum motivo, que ela iria ter que me explicar.

 

Regina, eu...

 

– Então é verdade?! Você o recebeu lá, não foi? Por que escondeu isso de mim? Você sabe o quanto eu esperei por isso, Zelena.

 

Desculpa, Regina. Eu sei que eu errei em esconder de você isso, mas eu achei melhor não contar. Você passou muito tempo sofrendo pelo término de vocês e agora que está conseguindo seguir a sua vida, saindo com o August... Então eu pensei que deixar o Robin onde ele está, sem criar esperanças para ambos, fosse a melhor coisa a se fazer.

 

– Que história é essa que eu estou saindo com o August? De onde você tirou isso?

 

Como assim, Regina? Você vive ao telefone com um homem, vai até o prédio dele várias vezes ao dia e anda cheia de segredos por aí, quer que eu acredite que não está acontecendo algo?

 

– Você ficou maluca? Não é com ele que eu estou me encontrando...

 

Calma! Se não é o August... Regina! - gritou em meu ouvido e eu tive que retirar o aparelho da orelha. – Você está se encontrando com o pai dele, Sidney Glass?

 

– E-eu...

 

Não posso acreditar nisso! Você sabe o que está fazendo, amiga? Por que não me contou isso antes?

 

– E por que deveria? Você também anda me escondendo muitas coisas, pelo visto. E como a senhorita sabe de tudo isso? Anda me espionando, Zelena? 

 

Claro! Você acha mesmo que com esses segredos todos, risos aqui, sorrisos ali, telefones lá e saídas acolá, eu não vou notar nada? Tive que ir atrás e dar os meus pulos.

 

– Pulos? Que pulos! Ninguém mandou você me seguir, ouviu bem? E chega desse assunto! Eu quero saber o que o Robin queria lá no bar.

 

Não mude de assunto, Regina!

 

– Você que não mude! - respirei fundo, tentando me acalmar. – Eu prometo que amanhã te conto tudo, está bem? Agora, por favor, me fala, o que ele queria lá?

 

Tudo bem. Bom, ele conversou um pouco comigo e tinha saído antes de tocar em seu nome, pois eu já tinha dito que você não estava. Mas óbvio que eu entendi que a intenção da visita era falar com você, então questionei isso e ele me disse que iria resolver depois.

 

– Mas ele não falou mais nada? Nem o que queria falar comigo?

 

Não... na verdade ele nem teve como, eu tentei dar uma última dica para ele e o aconselhei de que seguisse a sua vida, que o tempo tinha mesmo passado para você.

 

– Você o que, Zelena?

 

Eu não tive escolha, amiga! Não queria iludir o cara, eu sempre dei forças para que ele te esperasse e não desistisse, e olha o sofrimento que causei na vida dele. Tentei apenas não fazer isso mais uma vez.

 

– Mas não é bem assim, Zelena! Eu preciso conversar com o Robin, nem que seja para terminar tudo de uma vez. Estou há três meses sem saber dele, sem conseguir encontrá-lo e quando ele aparece, você simplesmente o manda embora e fala que o tempo passou?

 

Me perdoa, amiga. Eu não tive a intenção de atrapalhar nada. Desculpa por isso.

 

– Tudo bem, eu vou resolver isso. Agora vai dormir, amanhã quero você cedo no meu bar para conversarmos e eu poder te dar um puxão de orelha.

 

E depois você vai me abraçar? - faz uma voz de neném, que sempre me derretia.

 

– Vou pensar. 

 

Regina...

 

– Tá bom, eu abraço! Mil vezes, mas agora vai dormir. Beijos.

 

Beijos, te amo. - ouvi sua risada e não consegui não rir junto.

 

– Também te amo. Tchau!

 

Desliguei a ligação e balancei minha cabeça, rindo comigo mesma do jeito de minha amiga. Apesar de tudo, eu sabia que Zelena não teve a intenção de fazer algo errado, muito pelo contrário, mas dessa vez, tudo o que eu mais precisava era falar com o Robin e sentia medo do que eu poderia encontrar, já que agora ele sabia que o tempo havia passado para mim e eu não sabia o que aquilo podia significar em sua mente.

 

Tomei coragem e abri meu aplicativo de mensagens, buscando o seu nome e clicando em nossa página de conversa. Antes de digitar qualquer coisa, passei os olhos pelas últimas mensagens que havíamos trocado, um dia antes do natal. Ele havia me chamado e disse que sentia saudades, que o meu perfume tinha ficado fixado em sua jaqueta que usei, no encontro da noite anterior. Lembro-me que senti meu corpo derreter com aquela mensagem, pois eu estava justamente pensando nele naquele mesmo instante e talvez até arriscando um encontro àquela hora, quatro horas da manhã.

 

Cliquei na barra do teclado, retirando-me das lembranças e incentivando os meus dedos a escreverem qualquer coisa. Digitei uma primeira frase, mas logo apaguei, penando em algo melhor para falar. Olhei todos os detalhes da tela, ainda pensativa, quando encontrei o horário, na parte superior do celular. Faltavam poucos minutos para às quatro da manhã e um simples e tímido sorriso espaçou de meus lábios, notando a sintonia do tempo. Resolvi usar justamente aquilo para chamá-lo e então escrevi, finalmente enviando.

 

Regina Mills (3:59AM): 

 

Oi. Eu sei que são quase quatro horas da manhã, mas eu precisava falar com você. E eu sei que foi a muito tempo atrás, mas você me disse que eu poderia mandar mensagem a qualquer hora, se eu precisasse...

 

Robin Locksley (4:01AM):

 

Oi. Sim, eu disse e continua valendo. Aconteceu alguma coisa?

 

Regina Mills (4:01AM):

 

Bom, sim e não. Na verdade eu acabei de ficar sabendo que você foi até o meu bar hoje mais cedo, enquanto eu estava fora, resolvendo algumas coisas.

 

Robin Locksley (4:01AM):

 

“Resolvendo algumas coisas”, entendi.

 

Regina Mills (4:02AM):

 

O que você está querendo mencionar?

 

Robin Locksley (4:02AM):

 

Não precisa mentir para mim, Regina. Eu sei que você está em outra e como sua amiga mesma disse, o tempo passou.

 

Regina Mills (4:02AM):

 

Eu não estou mentindo! E como assim eu estou em outra, está maluco? Robin, eu não estou entendendo o que você está falando!

 

Robin Locksley (4:03AM):

 

Você pode falar que eu estou maluco, mas eu sei o que eu vi. Você pode até achar que não e tentar mentir para mim, mas eu juro que você não precisa se explicar. Eu entendo.

 

Regina Mills (4:03AM):

 

E o que você viu? 

 

Robin Locksley (4:03AM): 

 

Você quer mesmo entrar nesse assunto, Regina? Eu sei que não sou mais o único, não se preocupe com isso. A única coisa que eu gostaria que soubesse e foi justamente isso que me fez ir até o seu bar, foi que você pode contar comigo, caso precise um dia.

 

Regina Mills (4:04AM):

 

Robin, onde você está? 

 

Robin Locksley (4:04AM):

 

Estou saindo da delegacia, por quê? 

 

Regina Mills (4:04AM):

 

Podemos nos encontrar agora? Nós precisamos conversar e não por aqui. Por favor, eu te peço apenas isso!

 

Robin Locksley (4:04AM):

 

Acho melhor esquecermos isso.

 

Regina Mills (4:04AM):

 

Não, por favor! Estou te implorando, vamos conversar. Eu preciso explicar pra você o que está acontecendo e dessa vez, sem mentiras. Por favor.

 

Robin Locksley (4:05AM):

 

Tudo bem então... eu vou passar aí.

 

Regina Mills (4:05AM):

 

Tá bom. Mas eu já estou na casa nova, você ainda lembra o endereço?

 

Robin Locksley (4:05AM):

 

Sim, eu lembro.

 

Regina Mills (4:06AM):

 

Então ok, estou te esperando. E obrigada por isso.

 

Bloqueei meu celular e fechei os olhos, respirando pesadamente. Eu ainda não fazia ideia de como explicaria para ele o que estava acontecendo e muito menos de como seria reencontra-lo depois de meses, mas eu não queria mais cometer o mesmo erro. Não era justo e ele não merecia! Mesmo que não estivéssemos mais juntos e nem voltássemos, eu ainda queria que ele soubesse a verdade e de maneira honesta, eu não poderia engana-lo outra vez.

 

♕  P.O.V Regina off ♕

 

➵  P.O.V Robin Locksley on  ➵

 

Meu turno já tinha encarrado quando recebi uma mensagem inesperada de Regina, fazendo todos os músculos do meu corpo tensionarem. Era inevitável sentir um nervoso ao falar com ela, mesmo que através de um celular. E depois do que eu havia visto e escutado, a sensação de falar com Regina não tinha sido uma das melhores, não como eu gostaria que tivesse sido. Eu estava péssimo por saber que ela estava se envolvendo com outra pessoa, e que mesmo tendo terminado com ela, não houve nenhum tipo de procura de sua parte. Encontrá-la, agora, não era a melhor das opções para mim, eu ainda não sabia direito o que pensar e muito menos de que forma agir perante a tal situação que está ocorrendo, mas pude sentir, mesmo que através de uma mensagem, que Regina precisava mesmo conversar comigo. Ela disse que precisava me explicar o que estava acontecendo e desse vez sem mentiras, então eu decidi dar essa chance à ela, aceitando ir até a sua casa. Eu não sabia que ela já havia se mudado, mas conseguia lembrar o endereço, já que ela me contou onde seria, antes da mudança, quando estávamos juntos. 

 

Assim que encerramos a conversa, tratei de trocar de roupa, guardando o uniforme na minha mochila e busquei minha jaqueta que encontrava-se pendurada em um dos ganchos que ficava na porta de minha sala. Desliguei a luz do cômodo e andei até a recepção, onde alguns policiais ainda trabalhavam em seus casos e outros se preparavam para os seus turnos e rondas. Coloquei minha digital para finalizar o meu trabalho de hoje e me despedi do pessoal, indo em direção à saída. Atravessei a porta de vidro e procurei a chave do carro, distraído no meio da rua. Como aquela hora o movimento de pessoas e auto-moveis era muito pequeno, não me preocupei em olhar para os lados. Foram questão de segundos quando enxerguei o farol de um carro se aproximar rapidamente de mim e frear bruscamente a centímetros de distância do meu corpo, quase me atropelamento. Deixei a chave cair e assim que recuperei-me do susto, agachei-me instantaneamente para buscá-la. 

 

– Robin! - ouvi meu nome ser chamado por alguém que tinha saído daquele carro, vindo em minha direção. Levantei-me e encarei a tal pessoa em minha frente, ficando estático. – Meu deus, me perdoa! Está tudo bem?

 

– O que você está fazendo aqui? - consegui dizer, depois de uns segundos processando a sua presença. 

 

– Eu precisava voltar, eu tentei contato com você, mas não tive retorno.

 

– Eu vou perguntar apenas mais uma vez. O que você está fazendo aqui, Marian?

 

– Eu voltei pelo nosso filho. 

 

Ouvi suas últimas palavras, torcendo justamente para que não fosse o que eu estava pensando. Mas era. Ela tinha voltado por causa de Roland. Agora, depois de meses longe da criança, depois de ter o abandonado para viver com o amante, ela decide voltar? Essa mulher não pode tirar o meu filho de mim! Eu não vou permitir que ela chegue perto de Roland! 

 

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, vi o rosto de Marian ser iluminado por uma forte luz que vinha por detrás de mim. Escutei o barulho do motor em minhas costas e virei-me rapidamente, encontrando um carro vindo em alta velocidade e em nossa direção. Não tive tempo de falar mais nada, apenas joguei o meu corpo para a calçada e escutei novamente o som do freio gritar em meus ouvidos e depois uma forte batida de efetuar. O carro bateu de frente com o carro de Marian e consequentemente ela tinha sido alvo da batida. Vi o corpo da mulher ser arremessado para o outro lado da calçada e cair no asfalto. Levantei-me depressa e corri até ela, encontrando-a caída e ao seu redor uma pequena poça de sangue. Busquei pelo meu celular e liguei imediatamente para a ambulância, dando o endereço e explicando rapidamente o que havia acontecido. Voltei a olhar Marian e senti uma angústia me invadir. Eu podia ter todos os problemas do mundo com ela, mas ainda sim ela era a mãe do meu filho e eu não podia permitir que acontecesse algo pior à ela. Os dois carros estavam bem amassados e o motorista parecia ter ferimentos graves, mas era muito arriscado tirá-lo dali de dentro sem alguma assistência. Não demorou muito para que o socorro chegasse e Marian fosse colocada em uma maca e imobilizada, recebendo os primeiros atendimentos dentro da ambulância. Bombeiros conseguiram retirar o motorista de dentro do carro, mas seu ferimentos eram tão graves que eu não podia reconhecer quem era. Identifiquei-me para os bombeiros que questionaram o meu depoimento no acidente e aceitei ir com Marian na ambulância, até o hospital. Algumas pessoas olhavam a cena de suas janelas e outras haviam descido para ver o que estava acontecendo. Assim que entrei no auto-móvel que levaria Marian para o hospital, alcancei meu telefone e mandei uma rápida mensagem a Regina, explicando por alto que estava indo para o hospital e que não poderia encontrá-la. Encarei pela janela da ambulância os dois carros do acidente e olhei novamente para Marian. Poderia ser uma grande loucura da minha cabeça, mas aquilo não estava com jeito de um acidente e sim, um crime intencional, um atropelamento com endereço e vítima. E seria justamente isso o que eu iria descobrir. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Bom, espero que tenham gostado. Os próximos capítulos serão bem mais fáceis de desenvolver, pois o plot mais importante já foi contado e desenvolvido, basta caminhar com ele direitinho e conduzi-lo até o final. Muita coisa vem por aí e acho que será bem interessante. Não tenho ainda uma data para voltar, mas até o próximo. Beijos!


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