Existem várias formas de se comunicar com alguém, por texto, por gestos, por sons, desenhos, a comunicação é uma das coisas que nos separa dos outros animais, então me falem o que acontece quando uma criança perde a capacidade de se comunicar muito cedo?
Embora crianças se adaptem mais fácil a situações de stress isso não quer dizer que ela vai continuar ou ficar bem pelo resto da vida, e é exatamente isso que estava acontecendo com Thiago no momento, perder a audição aos 5 anos não foi realmente um problema na época, ele aprendeu a se comunicar bem e libras viraram sua língua de preferência dentro de uma conversa, o aparelho também ajudava bastante e mesmo com um pouco de dificuldade ao longo dos anos ela aprendeu a falar normalmente com a ajuda de fonoaudiólogos e professores particulares, porém como eu disse, não é porque uma criança se acostuma mais rápido a uma situação que ela ficará bem no futuro, o fascínio de Thiago pelos meios diferentes em que ele poderia se comunicar fez ele escolher o jornalismo como sua profissão, entregar notícias e informar as pessoas era algo muito gratificante e até divertido, se comunicar era divertido, e isso foi algo que ele aprendeu bem cedo.
A primeira paixão do jornalista foi ao 7 anos, sua professora particular de libras na época, a mulher alta e de longos cabelos cacheados e sorriso bonito simplesmente não saia da sua cabecinha infantil, queria sempre estar perto dela e toca-la de alguma forma, e claro que na época ele não tinha ideia de que estava apaixonado pela gentil mulher que aparecia para lhe ajudar todas as tardes depois da escola, ainda sim aprendeu que tocar nela a fazia olhar pra ele, fosse na mão ou no cabelo, o toque também era uma forma de se comunicar.
Cesar sempre foi seu melhor amigo, nunca teve alguém como ele na vida e dúvida que teria algum dia, a ligação que compartilhavam era algo que nunca imaginou sentir por ninguém e o sentimento era mútuo, gostava da voz dele então não se falavam muito por libras na infância, mais agora no começo da adolescência as diferenças começavam a ficar bastante claras entre os dois, Thiago era extrovertido, simpático e brincalhão, enquanto Cesar....era Cesar....mas não reclamava disso, mesmo com ele já nos seus 12 anos e o cabeludo com 9 eles continuavam a brincar felizes juntos, e se precisassem falar algum segredo um para o outro a língua secreta que criaram quando eram crianças estava aí pra isso, era uma excelente forma de enganar os pais.
Ele já não precisava de professores particulares, e na escola até que era bem popular entre as garotas afinal era um rapaz bonito e jogava futebol a receita perfeita para atrair meninas pro seu lado, porém não era bem isso que ele queria, o professor de educação física lhe causava coisas estranhas, sempre que ele estava perto sentia um calor estranho e prazeroso também, queria tocar o professor, queria que ele olhasse apenas para ele, queria morrer sempre que alguém chegava perto dele, foi a primeira vez que sentiu ciúmes na vida.
Ainda se lembrava da primeira vez que tinha se gozado, foi em um sonho, um sonho com seu professor de educação física, acordou confuso e suando a sensação era maravilhosa nunca tinha sentido nada assim na sua vida ainda tão jovem, como poderia ter passado 13 anos sem sentir aquilo? Queria mais, muito mais sem parar sempre! Como podia fazer aquela sensação durar pra sempre?? Mais tarde naquele mesmo dia enquanto jogava na escolinha de futebol olhando o professor novamente ele quis aquela sensação, estava desesperado precisava provar daquilo outra vez.
Se masturbar virou um hábito alguns podiam chamar de adolescência ou hormônios, mas para Thiago a sensação de ser tocado mesmo que por suas mãos era incrível, seu corpo estava se comunicando e lhe dando prazer, ele poderia fazer alguém se sentir bem assim algum dia também? Alguém poderia fazer ele se sentir assim? Tudo era tão delicioso que beirava a insanidade precisa de alguém, sentia que em breve sua mão não seria o suficiente.
Os churrascos que o pai dava era sempre seu momento preferido do mês, podia correr com Cesar pelo terreno e desligar o aparelho caso alguma pessoa mais velha reclamasse e se alguém viesse brigar com o cabeludo era só ele se por na frente para defende-lo que os olhares de pena vinham, ele odiava ser o menino surdo, mais era muito útil para proteger Cesar.
O mais novo fazia artes marciais, seu tio Christopher queria o filho apto para se defender e Cesar arrasava no judô porém ele ainda ganhava nas embaixadinhas era sempre divertido ver a cara brava do mais novo quando ele deixava a bola cair antes mesmo de chegar no número 10, então porque não fazer uma aposta?
- Cesar se você chegar no 15 eu te deu um beijo cara, você é muito ruim!
"Vai se fuder"
Thiago e Cesar gostavam de xingar as pessoas sem que elas soubessem, Cesar geralmente usava sua língua paterna pra isso mas quando estava com o melhor amigo libras era sempre a pedida, já que as únicas pessoas que falavam eram seu pai, seu tio Christopher e Cesar, então a chance de alguém entender era basicamente nula.
"Se eu chegar ao 15 além do beijo o que mais eu ganho?"
"Sei lá...o que você quer?"
"Já sei! O meu pai e o seu ficam bebendo aquela bebida marrom lá"
"Whisky?"
"Acho que sim... você nunca quis provar?"
"Aquele negócio tem um cheiro estranho, você quer mesmo provar isso?"
"Se eu chegar aos 15 você também tem que tomar!"
"Eu topo, você vai perder mesmo"
"E o que vamos ver"
Cesar determinado era algo que o assustava bastante, já tinha visto ele erguer um carro na força do ódio só pra pegar uma bolinha de gude, e numa festa junina que foram numa chácara ele foi pegar madeira mas trouxe um tronco de árvore inteiro, seu tio Christopher riu muito da cara dos convidados que ficaram tentando entender como uma criança de 10 anos na época tinha conseguido fazer aquilo, os genes do Chris eram incríveis.
Assistiu o amigo passar de 10 e começou a ficar nervoso, viu as outras 4 embaixadinhas e quando chegou no 15 sentiu o amargo da derrota enquanto o cabeludo corria em círculos como se tivesse feito o gol que garantiu a taça da copa, bem promessa e dívida.
Pegar um pouco da bebida foi mais fácil do que imaginou, o cheiro era bastante desagradável ao seu olfato mais apurado porém não era um problema, levou o copinho de plástico sem levantar suspeitas até o balanço que Cesar estava como se fosse refrigerante se sentando no outro balanço ao lado passando o copinho um pouco nervoso.
Viu o cabeludo dar um gole e se retorcer um pouco passando o copinho pra ele, ficou com medo mas era o mais velho ali, tinha 15 anos, todo mundo na sua sala vivia falando que álcool dava coragem e que era algo incrível, fechou os olhos e tapou o nariz mandando o resto da bebida âmbar pra dentro se contorcendo um pouco também...era horrível.
"Isso é horrível!"
"Eu gostei...tem gosto de palha mas é gostoso"
"Você não tem paladar Cesinha"
"E você e fresco!"
Ficaram se balançando e rindo um pouco pro nada, algumas outras crianças vieram proclamar o balanço fazendo os dois adolescentes saírem meio desgostosos dos assentos, porém ainda faltava uma parte da promessa.
"Vamo subir pro meu quarto?"
"Tá."
Os meninos foram até os pais que conversavam empolgados com outros convidados, a mãe de Cesar se apoiava no peito do marido sorrindo, tio Christopher sempre sorridente e amável o que tinha de grande tinha de bobo e seu pai com uma garrafa de cerveja na mão estava feliz falando sobre um roteiro que tinha lido a um tempo.
- Pai posso subir pro meu quarto um pouco?
- Deixa Tio Arnaldo não tem nada pra gente fazer aqui em baixo.
O salão de festas do condomínio estava bastante cheio de adultos, e crianças bem mais novas era normal os adolescentes não querem ficar lá, então só balançou a cabeça positivamente sorrindo e os adolescentes subiram correndo pro apartamento.
Thiago estava um pouco nervoso, ele já tinha beijado antes, inclusive tinha uma namoradinha na escola e as coisas estavam indo bem entre eles, inclusive teve uma das conversas mais desconfortáveis do mundo com seu pai a algumas semanas atrás quando disse que estava pronto para dar um passo maior com sua namorada.
No começo eles só jogaram um pouco uno e conversaram sobre a escola, era sempre bom ficar quietinhos juntos a amizade deles sempre foi bem forte, porém o mais velho estava curioso, como seria beijar um garoto? Mais especificamente como seria beijar Cesar?
- Cesar.... você quer mesmo me beijar?
- Se você quiser eu quero.
Os dois adolescentes pararam um na frente do outro, Cesar vermelho como um tomate e Thiago tremendo feito vara verdade, ninguém ia pra frente ou fazia alguma coisa.
- Eu tô nervoso.
- Eu também.
Era agonizante mais com muita falta de jeito Cesar ficou na ponta do pé se segurando na camiseta do melhor amigo, os lábios se tocaram num selinho bobo e bastante inocente, e depois desse beijo foi tudo muito intenso para os dois meninos dali em diante.
Cesar ficou na sua casa por um ano quase completo, dos 13 e meio até os 14 e alguns meses e eles transavam basicamente todas as noites, começou no aniversário de 16 anos de Thiago, foi sem querer, nenhum dos dois sabia bem o que estava acontecendo e também não sabiam como fazer direito, mais foi incrível, o pai de Thiago sempre saia a noite isso facilitava muito prós dois rapazes seja lá o que eles tinham, era intenso de mais para ser parado, porém Thiago já estava bem grandinho para entender que a idade deles era bastante diferente e teriam que parar em breve, mais enquanto isso não acontecia eles iriam aproveitar muito.
Seu tio Christopher voltou de seja lá onde estava e era visível o quão abalada emocionalmente ele estava, a cicatriz no rosto dava medo, mas ele continuava gentil e sorridente, as vezes ele sumia e Cesar ligava pedindo para se verem, nem sempre era sexo as vezes o amigo só se sentia muito perdido e sozinho, mas aparentemente isso logo iria mudar.
- Da pra acreditar nesse velho?
- Sei lá Cesar, adotar é algo muito bonito sabe e se isso ajudar vocês vai ser legal né...a tia sempre quis....
- Eu sei...mas eu não quero uma pessoa aleatoriamente na minha vida....
- Deve tá sendo bem ruim mesmo, teu pai foi prós USA arrumar algumas coisas então talvez não dê certo...
- Eu tô fazendo isso por ele, espero que ele não me deixe sozinho com essa criatura que vai chegar.
- Credo cara é só uma criança.
Os adolescentes conversavam enquanto jogavam Mario no quarto de Thiago, nada de mais aconteceu aquela noite, só Cesar reclamando muito mesmo.
A mudança de opinião e atitude foi tão drástica que desacreditou que fosse o mesmo Cesar, tudo pra ele agora era Alex! Respirava em função do pobre menino e agora depois de muito tempo finalmente conheceria o capetinha.
Ele era uma gracinha, entendeu completamente Cesar o jeito que ele olhava pra tudo tão curioso e divertido o jeito que sempre buscava aprovação quando falava em libras, tudo nele era a coisa mais fofa que já tinha visto na vida, amava aquele menino, amava aquele Garotinho lindo e inteligente e quem tinha feito ele sofrer, merecia pena de morte.
A Arma do pai era herança junto do apartamento que tinha vendido, não conseguia viver naquele lugar sozinho, porém não era sobre isso que pensava no momento, o pedido do amigo para que emprestasse a arma foi estranho, o teste do silenciador improvisado também, ficou pensando que talvez o melhor amigo iria acabar com o bullying que sofria por causa do seu estilo com as próprias mãos, porém quando ele devolveu a arma e explicou a situação pensou que talvez ele tivesse feito até algo pior.
- Mulheres são estranhas.
- Da onde veio isso agora?
- Como você consegue transar com elas? É tão úmido e elas gemem tão alto....argh! Me irrita, homens são bem mais prazerosos.
- Tá me dizendo que prefere dormir comigo do que com aquela loira gostosa pra caralho da tua turma?
- Tô! E ela não é nem tudo isso não Thiago, mas assim, se não tiver muito opção eu vou ficar com uma mulher mesmo.
- Já falou com teu pai sobre isso? Ou vai ficar no armário?
- Eu já falei pra ele, e de verdade, ele não parece se importar com a minha orientação sexual, ele realmente só quer que eu seja feliz.
- Tio Chris é foda.
Os dois jovens adultos bebiam cerveja enquanto Alex..... fazia seja lá o que ele estivesse fazendo com aqueles cubos mágicos, agora que sabiam que ele era um gênio alguns comportamentos ficavam um pouco mais claros, outros não, ainda sim amava aquele Garotinho.
Cesar voltou dos estados unidos um pouco diferente, parecia mais sério e mais determinado, Alex também voltou meio estranho e bastante sério em relação a algumas coisas, porém ainda meigo e doce pra caralho, tocar nele era como ser transferido para a terra dos sonhos, as conversas eram sempre divertidas com o adolescente, ele era uma preciosidade, mas sua curiosidade estava batendo forte, Cesar disse que tinha algo para mostrar então estava empolgado.
Quase morreu do coração, aquele era mesmo Cesar? Como ele podia ficar tão bem naquelas roupas? E por que estavam tão duro vendo ele vestido daquele jeito?
- Mano....
- Eu sei....
- Mano....
- Vai ficar aí parado babando em mim ou vai me comer logo?
Segurou o rabo de cavalo tão lindo que ele tinha no momento e iniciou o beijo mais agressivo que já tinham compartilharam, tocar nele sempre era algo surreal de tão prazeroso, os gemidos eram de enlouquecer, Cesar era viciante, venenoso.
- Se você sujar minha roupa eu acabo com você.
A força do Cohen mais novo era algo de se dar inveja, então levou a ameaça a sério, viu o melhor amigo sentar no seu colo e começar a se esfregar nele, a cintura fina facilitava para que Thiago o segurasse com ambas as mãos, sentiu as ereção se tocarem e conheço Cesar tão bem como conhecia sabia que ele não queria ou precisava de preparação, ele amava sentir aquela dor, o vestido preto com a blusa xadrez ficava lindo nele, ergueu o jovem programador e o jogou na sua cama, ele realmente parecia uma garota, mas aquele olhar, aquela pele e aqueles gemidos e as vibrações que ele fazia, não tinha como negar, era totalmente o Cesar.
Ergueu o vestido vendo a ereção sufocando na cueca, teve pena do melhor amigo e retirou o tecido sem muita dificuldade, e em menos de cinco segundos já fazia o mais novo se contorcer na cama.
Conhecia cada detalhe daquele corpo e ainda sim não se cansava dele, o gosto de Cesar era uma das sua coisas favoritas no mundo o jeito que o corpo dele respondia ao seus toques era perfeito, ninguém conseguia se comunicar com ele daquela forma.
Não ter reflexo na garganta era uma das coisas mais divertidas que poderia ter, conseguia engolir tudo até o talo e continuar chupando sem problema nenhum, era incrível, porém ele não tava muito afim de finalizar por aí, pelo menos não hoje.
- Desgraçado vai me deixar assim mesmo?
- Relaxa Cesinha, você sabe que eu nunca te deixo na mão.
Segurou o amigo pelas coxas e o puxou pra baixo, forçando uma entrada fazendo o mais baixo gritar e se retorcer, era uma cena linda! E ele estava muito feliz de ser o privilegiado para vê-la.
Bombou com tanta força e vontade que até esqueceu que ainda eram uma da tarde e que estava atrasado pra voltar pro estágio, usaria sua lábia e charme para driblar a supervisora, se não funcionasse nada que uma fodinha não resolvesse depois.
Cesar era o único que aguentava toda sua intensidade, perdeu as contas de quantas vezes tinha descontado sua raiva nele, porém ele sempre vinha atrás de mais, se debruçou ainda metendo com força e se beijaram mais docemente agora.
Continuo naquele posição por mais uns minutos trocando mais beijos e tão sentiu Cesar apertar seu braço com sua força descomunal e bater o outro na cama se inclinado pra cima gemendo e puxando o ar.
- Puta merda...
- Gostou foi?
E com essa frase Thiago aumentou a força e velocidade ouvindo o programador gemer mais e soltar alguns gritinhos e apertar os lençóis até que ele gozou.
Caídos cada um de um lado da cama compartilhavam um cigarro de maconha tranquilamente como se não tivesse transando a menos de cinco minutos atrás.
- Mais eai? Você vai continuar se vestindo de mulher?
- Não sei... Talvez...e divertido... E eu fico lindo nessas roupas.
- Fica mesmo.
O beijo na bochecha foi recebido com um sorriso fraco, o mais baixo parecia ter algo sério na cabeça.
- Thiago....se eu....fizesse uma coisa muito errada.... você continuaria sendo meu amigo.
- Cesar.... você pode cometer um assassinato, pode começar uma guerra, sacrificar uma criança pra sata, eu nunca vou deixar de ser seu amigo.
- Vou me lembrar disso...
- Você não vai me contar o que você fez não?
- Quem disse que eu fiz alguma coisa?
- Você acabou de dizer! Eu te conheço seu sociopata do caralho.
Cesar riu da situação, realmente não tem ninguém no mundo que o conhecesse tão bem como Thiago.
- Um dia eu conto, prometo.
Ficou satisfeito com a resposta, se ele não quisesse contar, aceitaria completamente feliz também.
Calouros sempre são divertidos, tinha pego a turma de medicina no caça tesouro, meninas e meninos lindos de doer, carne nova no pedaço, seu último semestre na facul seria incrível.
No meio daquele mar de calouros tinha uma garota bem alheia a tudo, parecia perdida talvez até um pouco morta, e um olhar bastante triste, lembrava Cesar quando perdeu a mãe, e ele quando perdeu o pai, tinha que ver o sorriso daquela garota.
A Bixiga cheia de tinta no cabelo foi um pouco de exagero mais fez a moça bonita olhar pra ele, com um pouco de raiva, ainda sim valeu muito a pena.
- Opa minha querida, Prazer Thiago Fritzz.
A moça olhou a mão estendida e o sorriso lindo e charmoso do futuro repórter e segurou o mais forte que pode enquanto passava a mão livre na tinta e esfregava na sua cara com um olhar vitorioso.
- Elizabeth Webber meu querido.
Esse foi o começo de uma das melhores amizades que fez em toda sua vida, com aquele aperto de mão, com aquele toque seus corpos se comunicaram em perfeita sintonia.
O carnaval daquele ano foi louco, Alex tinha perdido a virgindade num beco qualquer com uma pessoa aleatória, geral teve a pior ressaca da vida e Cesar explicou como se colocava o pinto pra traz enquanto Liz tomava todo o seu whisky, que noite do caralho, uma das melhores lembranças que já teve.
Um dia mexendo nas coisas do seu pai, algo que fazia para matar a saudades, encontrou um cartão estranho, nunca tinha visto algo parecido, tinha um telefone em baixo da palavra "A ordem", a curiosidade era muita acabou ligando.
Que situação ridícula se encontravam, um escritor, uma médica legista e um jornalista não sabiam usar uma máquina de café, que humilhante.... porém como desculpa pelo inconveniente eles ganharam um cafezinho de cortesia e o cadeirante formado em literatura era uma excelente companhia, tinha feito mais uma incrível amizade ali.
Quando viu Arthur de costas achou ele uma gracinha, tinha uma bela raba e dava pra ver seu corpo escultural, bastante bonito, chamaria bastante gente para a boate, Liz tinha total razão, mal podia esperar para ficarem sozinhos e poderem se conectar através do sexo, sua forma preferida de comunicação, com sexo você entende cada aspecto da pessoa, seus desejos, manias, qualidades e defeitos, estava ansioso para realmente conhecer Arthur e para conhecer o Abutre.
O beijo depois do ensaio foi uma das melhores coisas que já tinha provado na vida, com isso era possível? Estava ficando louco? O que Arthur tinha de tão especial? Tinha que descobrir!
Nunca correu tanto atrás de alguém, nunca quis tanto alguém, estava enlouquecendo, quando Joe confessou sua tentativa de assassinato ficou muito puto porém sabia que o rapaz tinha problemas então se segurou muito para não surtar, porém Liz surtou e levou Arthur para um dos quartos e quando desceram eles estavam se tocando, queria aqueles toques.
Finalmente eles tinham se tocado e Arthur era tão intenso e delicioso como se lembrava as vibrações do seu corpo eram magníficas, o jeito que ele se mexia era lindo, queria muito mais, queria Arthur todinho pra si, porém a porta estava sendo forçada por Alex no momento.
Como aconteceu? Como perdeu o toque do guitarrista do nada? E por que estava com tanto inveja do seu garotinho? Ele parecia tão feliz agora com o Abutre em seu colo, se sentia sujo e mal, como poderia desejar tanto alguém assim? A ponto de ignorar a felicidade de uma das pessoas que mais amou em toda sua vida.....?
Como sempre Joe e Alex eram os que tinham os clientes mais demorados, já eram quase três da manhã quando os infelizes foram embora, Joe desceu primeiro tirando a máscara e respirando fundo, seu cliente um homem de trinta e sete anos gostava de ser humilhado e espancado, nada muito fora do cotidiano.
Alex desceu cambaleando, quase caindo seus clientes da noite....um grupo de velhos dos quais nem lembrava a idade, as vozes nojentas comentando sobre seu corpo e seu pênis e também sua pele, já tinha se acostumado a ouvir os insultos e comentários sobre a sua cor, mais ainda sim eles sempre voltavam pedindo mais dele e do esteriótipo que desejavam tanto ter em suas mãos.
- Alex....?
- Oi gente....
- Meu Deus você tá horrível cara!
- Foi mal Daniel, prometo não atender tanto gente assim amanhã.
- Rapaz é melhor você não atender ninguém amanhã não.
Os roxos estavam horríveis, alguns pequenos lugares sangravam, sabia que Cesar iria surtar mais não esperava a reação de Arthur.
- Alex!? Alex meu amor você tá bem?
O silêncio no salão foi incrível, parecia que tudo tinha sido sugado por um buraco negro, Arthur ainda realizava o que tinha falado e sentiu a vergonha bater forte, mal conseguia olhar nos olhos do mais novo.
- Você me chamou de "meu amor"....
Alex estava nas nuvens, totalmente perdido naquelas duas palavrinhas e naquele olhar tímido, queria que o mundo parasse.
Logo todos notaram que estavam de vela ali, o jeito que os dois se olhavam era tão doce que podiam todos morrer de diabetes, Cesar olhava o irmãozinho muito puto, iria proibir o acesso daqueles caras na boate novamente, porém só por hoje ele, Joe e Thiago estavam admitindo a derrota da batalha, porque a guerra ainda não tinham nem começado, não iriam desistir.
Arthur levou o namorado pro seu apartamento, não deixaria ele passar a noite sozinho naquele estado, ficou com um pouco de vergonha pela bagunça, seu apartamento era muito mais bagunçado do que o do mais novo, mais ele não pareceu ligar.
A primeira coisa que notou na casa do gaúcho foram os vários livros de psicologia, uma foto de sua família e várias partituras espalhadas pela casa, tudo era bem a cara dele.
Alex tomou banho e recebeu roupas de Arthur para usar, ficaram bem pequenas nele mais dava pro gasto, pegou um dos muitos livros disponíveis e sentou no sofá ao lado do namorado enquanto ele afinava a guitarra.
- Alex você tá melhor?
- Com você cuidando de mim me sinto ótimo.
Compartilharam um selinho simples e voltaram a fazer suas coisas separadas, porém ambos os rapazes tinham duvidas no momento.
- Honey, por que tantos livros de psicologia?
Arthur pareceu desconcertado, passou a mão no cabelo e coçou atrás da orelha de forma fofa.
- Eu sou formado em psicologia, parei de ser psicólogo no meio do ano passado.
Alex piscou algumas vezes olhando o namorado, isso explicava algumas coisas.
- Alex eu não consigo entender o por que de você ter que apanhar entre todo mundo da boate?
- E simples meu amor, o mundo e falocentrico e racista, você acha mesmo que um bando de velhos brancos iria deixar passar a chance de espancar um garoto negro sem sofrer retaliações?
- Está me dizendo que seus clientes podem ter uma espécie de raciemo enraizado, assim como também um facinio pela sua cor?
- Não apenas pela minha cor, o pênis do homem negro é objeto de facinio durante séculos.
- interessante, então acredita que quando alguém te escolhe essa pessoa está automáticamente te vendo como escravo?
- Sim e não, o senhor já ouviu falar das fazendas do sexo doutor?
Arthur balançou a cabeça negativamente e observava atento agora.
- Fazendas do sexo ou de reprodução eram exatamente isso que o nome sugere, um lugar onde os escravos eram obrigados a fazerem sexo para gerarem mais escravos, era um teste de virilidade.
- Então acredita que seus clientes quererem testar sua virilidade?
- Acredito que eles queiram a absorver de mim.
- Interessante dedução Professor Koth, gostaria de analisar alguns do seus clientes no futuro.
- Seria um prazer Doutor Cevero.
Os dois rapazes se olharam sérios por cerca de dois segundos e caíram na gargalhada, embora fosse a realidade da situação o jeito que lidaram com ela foi divertido, no entanto Arthur queria esclarecer algumas coisas.
- Alex, eu não tô com você por causa da sua pele ou pelo seu pau, eu realmente......eu realmente tô gostando de você
Alex olhou encantado para Arthur, ninguém nunca tinha gostado dele desse jeito antes, sempre ficavam com ele pelo seu corpo ou por sua inteligência, ninguém via o Alex....pelo menos até agora.
- Eu sei, eu gosto de você também....eu gosto muito de você Arthur... enquanto você quiser estar comigo....eu vou estar com você.
Trocaram um beijo doce cheio de carinho e pela primeira vez, Alex se sentiu correspondido dentro de um relacionamento.
- Pode parecer bobo... mais eu queria muito te ver de jaleco.
- Posso providenciar isso em breve.
- Vou estar esperando.
Arthur cheira a cigarro e pós barba, uma combinação que nunca imaginou gostar tanto, os músculos dele eram firmes e gostosos de se sentir a voz dele era deliciosa e sua personalidade era incrível, estava caidinho por ele.
Alex abriu as pernas e bateu na coxa fazendo sinal para que o gaúcho sentasse na mesma, pedido que foi prontamente atendido, Arthur era um homem pequeno então coube perfeitamente entre as pernas do mais novo, sentiu sua cintura ser envolvida e a cabeça do namorado se apoiar no seu ombro.
- Eu tô um pouco fraco hoje, mais deixa eu te mostrar o uma das coisas que minha mão pode fazer por você.
O Abutre sentiu a calça ser aberta e a mão do namorado escorregar para dentro o fazendo gemer baixinho e jogar a cabeça pra traz.
A mão de Alex subia e descia deliciosamente, compartilhavam um beijo calmo e doce, línguas enroladas suspiros soltos pelo ar, realmente Alex conseguia mexer com ele.
Ele era delicioso! Os gemidos, o beijo aquele olhar tão penetrante Arthur era incrível, e era dele.
Continuou a trabalhar com força e vontade, subia e descia rápido fazendo o gaúcho abrir a boca em um pedido mudo de alívio.
- Alex...
O jeito que ele chamava seu nome trazia uma sensação incrível, o olhar sobre ele o enfeitiçava, estava perdendo totalmente a sua sanidade, sentiu algo quente escorrer pelos dedos e o gaúcho o puxar para outro beijo, foi um dos melhores beijos que Alex já recebeu.
Era o último dia do acordo entre o Abutre e o Ricardão, tudo parecia normal dentro da boate, a cabeça do gaúcho rodava mil coisas, estava com medo de perder seu primeiro relacionamento sério assim sem mais nem menos, queria negar mas já estava muito apaixonado pelo mais novo, talvez devessem conversar tentar algo real, ficar mais sério, só não queria mais ficar longe do mais alto.
No meio desses pensamentos todos Arthur quase não percebeu Alex andando em sua direção dento do salão, começou a suar frio, iria acabar... E ele não sabia o que fazer para impedir, mais não era bem isso que Alex tinha em mente.
De joelhos segurando uma caixinha de veludo Alex quase matou toda a equipe do coração quando ouviram ele dizer:
- Arthur, que namorar comigo?
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