Elisse olhou o baixinho musculoso e ficou terrivelmente perdida em pensamentos bem confusos na realidade, não se importava com quem Alex transava mas a palavra noivo era algo que jamais imaginaria vinda de alguém em relação a Alex, duvidava bastante que aquele garoto fosse ter o mínimo de normalidade na vida, ela não pode ter uma vida normal, por que ele teria?
- Noivo?
- Sim
A explosão de risadas fez Arthur ficar puto e desconfortável aquela mulher lhe enjoava pra caralho.
- Aí aí... Eu sinto muito por você querido, seja lá o golpe do baú que você tá planejando nós Cohen não vai dar certo, talvez se você fosse uma mulher e engravidasse teria uma chance mas duv-
O soco no estômago fez a mulher se curvar em dor e perder o ar, sentia uma dor terrível e estava quase vomitando tamanha a força aplicada no golpe.
- Em primeiro lugar minha senhora, o dinheiro do Alex e uma das coisas que menos me interessa, em segundo lugar, agradeça por não ter sido a faca no seu estômago agora.
- Você.... não.... tem... vergonha de... Bater em uma mulher doente?
- Desculpa meu pai me ensinou a ser educado apenas com pessoas que são boas, você aos meus olhos, e menos que um cachorro, menos que um inseto... porque até aranhas carregam suas crianças nas costas.
- Alexander realmente sempre foi um fardo se é isso que quis dizer.
Os olhos de Arthur dilataram em raiva, seu braço se mexeu sozinho.
- Calada!
O corte não era profundo mais o sangue também não era pouco, os talvez 5 centímetros de carne aberta enquanto a mão tapava a boca da mulher com força e ódio, as lágrimas no rosto bonito escorriam e ela percebeu que Arthur não estava brincando.
- Você é louco...
- Louco pelo seu filho.
- Me cortar foi um erro...
- Vai me denunciar?
- Não é só câncer que eu tenho...
Arthur olhou o sangue escorrendo e teve um estalo, colocou a mão limpa na boca e começou a rir tentando se segurar um pouco, mas logo caiu em uma crise de risos descontrolados.
- Hahaha Desculpa...hahaha...sério Espera aí....nossa você vai tanto morrer...Aids e câncer... minha nossa...a Liz tem razão...o Karma veio mesmo te pegar.
- Minha vida está assim por causa daquele... muleque MALDITO! ELE ESTRAGOU A MINHA VIDA!
Outro soco tão bem dado que Elisse começou a sentir que se continuasse ali realmente iria morrer, aquele anão de jardim bombado não parecia ligar pra nada que ela falava.
- Lava a sua boca antes de falar do futuro pai dos meus filhos.
- Você realmente é Louco....
- Louco pelo Alexander...eu nunca...na minha vida...senti o que eu sinto por ele, e se for necessário que você morra para que ele fique feliz outra vez...
Arthur chegou bem próximo da mulher, e olhava com tanto ódio que o calor do corpo dele era aumentava a cada segundo.
-...eu vou te matar todas as vezes que forem necessárias... agora...eu quero que a senhora vá embora...você me pegou de ótimo humor, eu é o Alex íamos anunciar nosso noivado hoje, e sinceramente eu estou um pouco magoado por você ser a primeira a saber, eu queria muito que fosse o Seu Chris e o meu pai.
- O Christopher não é flor que se cheire.
- Eu imagino...mas ele criou o Alex, então tenho certeza de que ele é muito melhor que você.
- Entrar nessa família é um erro querido...
- Olha pra minha cara... já cometi erros piores...
A mulher olhou a cicatriz asquerosa no rosto do gaúcho e novamente mediu o rapaz de cima a baixo, ele parecia gentil no geral mas no momento ele era bem perigoso.
- Se acha espertinho? Alex não é tão bonzinho...ele tem aquelas coisas dentro da cabeça dele...
- Os Alters?
- O que?
- Eu conheci o Ricardo...os outros não saem tanto...
- Você não se importa???
- Nem um pouco...na verdade acho incrível como ele tem um sistema organizado, talvez seja porque ele é um gênio.
- Sistema?
- Desculpa...muitos termos médicos não é?
- "Termos... médicos"???
- Ah me perdoa, Dr Cevero, psicólogo muito prazer, devo dizer senhora Kothe que você é um dos casos de narcisismo mais fortes que já encontrei, sem contar que você obviamente teve depressão pós parto, também consigo notar um pouco de bordeline? E inclusive...a senhora tem sérios Daddy issues...deixa eu adivinhar, cresceu sem pai ou com pai pouco presente, e só uma confirmação, o pai do Alex era bem mais velho que você não é?
- O que? Como você?
- Deixa eu montar o cenário pra ver se eu consigo montar um mapa das suas atitudes...conheceu um homem mais velho, bonitão, e carente por atenção, você caiu no charme desse homem, só que ele não largava a mulher dele, então você engravidou e puff, ele sumiu do mapa...estou errado?
Elisse dava passos pra trás meio frustada e um pouco assustada e visivelmente confusa.
- Ficaria surpresa em saber quantas pessoas tem esse mesmo passado que você, porém, não lembro de tantos deles abusarem dos próprios filhos.
- Eu...eu...
- Vai embora vai... você já estragou muito um dia que deveria ser muito especial pra mim e pro Alex... então... só vai embora...
- Não vão se livrar de mim assim fácil...
E Elisse foi reclamando de dor pela rua tentando esconder o melhor que conseguia o corte no ombro, Arthur viu ela sumir na multidão e deu as costas voltou correndo e a passos firmes para o apartamento de Chris.
Cesar observava Alex atentamente, estava a beira de um ataque de pânico, enquanto isso Alex....
- Bom menino!!! Vai pegar!
- Vocês dois não cansam né!?
- nossa Ale deixa eles!
- Ricardo o Cesar deve tá surtando!
- Melhor o Alex voltar 100% não acha?
- Acho perigoso ele ficar aqui com a gente tanto tempo.
Anos de tratamento fizeram Alex e seus Alters manterem um bom sistema, hoje ele possui apenas 4: Ale uma mulher na casa dos seus 25 anos, Matias um vira lata caramelo, Ricardo um homem de 30 anos e a Deglorificada uma entidade feminina bizarra que flutua dentro do seu subconsciente.
- A Ale tem razão...eu vou voltar...eu quero ficar com o Cesar... tchau gente, vejo vocês no meus sonhos...
Cesar quase morreu do coração vendo os olhos se abrirem rápido e as pupilas do Irmão dilatarem tão rápido quanto um raio.
- Cesar...
- My baby! My baby! U are back! U comeback to me.
- I'll always come back to you.
- I love u! I love u so much!!
- I love u more.
Cesar queria chorar, envolvia o Irmão de forma terna pelo pescoço o trazendo o mais próximo que conseguia pra ele, as mãos dele nas suas costas e a respiração dele normal agora, estava tão feliz que doía.
- Please, dont' cry big brother...
- I cant'! I was so worried!
- I'm Sorry...i'm Sorry
As lágrimas escorriam sem parar a dor que ele sentia era tão intensa que seu coração parecia se quebrar em todas as forças e pedaços possíveis.
- Eu me cortei outra vez...me desculpa...
- Não é sua culpa...
- Eu não sabia o que fazer...
- Eu sei...eu tô aqui com você...ela não vai te machucar.
Alex sorriu recebendo um beijinho na testa e carinho na cabeça, o colo de Cesar sempre foi e sempre será o melhor lugar do mundo.
🍭🍬🍫🍧 flashback do Alex 🍭🍬🍫🍧
Tinha fome, e não queria dormir, mas as injeções que a mamãe dava sempre o deixavam com tanto sono, gostava de ir pra escola, lá tinha merenda e não precisava tomar injeção e a Escola também não cheirava estranho como sua casa quando os amigos da mamãe e do papai iam lá.
- Fica quietinho!
- Não mamãe, a injeção faz dodói.
- me obedece desgraça.
O cabelo sendo puxado com força e o beliscão fizeram o menino abrir o berreiro deixando o mulher ainda mais nervosa e resultando em mais agressões.
- CALA BOCA!
O tapa fez o menino cair no chão sujo do barraco, os cacos de vidro de uma garrafa de cerveja quebrada fizeram pequenos cortes na pele fina e macia aumentado ainda mais o choro do menino.
- MEU DEUS CALA A BOCA!!! SÓ SABE CHORAR!!!
- Que gritaria é essa?
- Edgar segura essa peste pra mim da o sonífero pra ele.
- Sério isso? Tá bom...
O bracinho magro cheio de feridas e queimaduras de cigarro sendo segurado pela mão fina do homem e então aquela injeção que queimava tanto seu interior.
- Não acho bom ficar dando isso pra ele...
O homem pegava o menino de forma desengonçada no colo e colocava no outro quarto coberto de forma meio desleixada, ele estava um pouco bêbado ainda, olhou pro chão e os cacos de cerveja sujos de sangue infantil lhe deram uma dor de cabeça estranha.
- E sábado! Eu não quero ouvir um piu dele até segunda feira.
- Você que sabe...o filho e teu.
Acordou com água gelada batendo no seu corpinho, não conseguia se lembrar de muita coisa, só sabia que pelo jeito era segunda feira, isso queria dizer que teria aula e adorava ir pra escola, lá ele tinha comida e podia brincar.
O uniforme ainda estava sujo mais tinha que vestir de qualquer forma, a roupa já tinha um mal cheiro terrível no momento, as outras crianças se afastavam dele por causa do odor forte então ficava em baixo das árvores falando com seus amigos que moravam na sua cabeça, seguia essa rotina todos os dias de segunda a sexta sem falta, nenhum professor parecia se importar com os seus roxos e nem machucados se sentia sempre tão sozinho em todos os lugares.
Edgar fumava maconha tranquilo no sofá, o choro de Alexander foi diminuindo e isso queria dizer que Elisse já tinha lhe dado o sonífero, olhou a mesa e as pedras de crack estavam bem atrativas mas não queria aquela brisa no momento, olhou a cocaína e coçou o nariz, tinha tido um sangramento nasal semana passada e não estava a fim de passar por aquilo outra vez, deu um gole na cerveja e um trago no cigarro terminando o mesmo, pegou o cachimbo improvisado e colocou uma pedra lá dentro tragando e deixando a droga lhe trazer aquela sensação de alívio, depois de alguns minutos uns caras apareceram pra comprar e usar junto com ele, fez 100 reais em uma hora, a mistura das drogas fez ele apagar por uns bons minutos.
Edgar acordou com a pior sensação que qualquer pessoa poderia sentir, tinha tido uma bad trip fudida, Elisse falava com um cara qualquer na cozinha, já estava ficando cheio disso! Aquela vadia merecia ter a cabeça raspada se continuasse com aquelas putarias, já estava ficando mal falado na comunidade, deu um gole na cerveja e viu a mulher passando pela porta toda arrumada.
- Vai pra onde?
- Entregar uns pinos ali do lado, fica tranquilo que em uns 30 minutos eu volto.
- Acho bom não tá me traindo.
Elisse olhou pro homem e ele coçava o cinto onde tinha uma arma pendurada, os homens ao seu lado fumavam e cheiravam, se assemelhavão muito a porcos em um chiqueiro.
- Não precisa se preocupar com isso...
E porta a fora a mulher foi, Edgar se recostou na poltrona e fechou os olhos por um tempo, nem se mexia parecia bastante que estava dormindo novamente.
Opa, opa, opa! O que aquele cara tinha ido fazer no quarto do seu muleque? Será que queria roubar alguma coisa!? Bem não seria a primeira vez que um viciado tenta roubar algumas drogas da sua casa ou até objetos de valor, daria um tiro na mão daquele filho da puta.
- O espertinho o que você-
Edgar travou na porta olhando aquilo e todo seu corpo pareceu reagir ao mesmo tempo, os olhos encheram de lágrimas e soltou um grito do fundo da sua alma, o homem se afastou de Alexander apavorado, as calças abertas e o garoto semi-consciente na cama com a bermuda nós joelhos, os outros homens vieram ver o porquê do grito do traficante e todos encaravam a cena com osco.
- Edgar... Não é isso.
- SAI DE PERTO DELE!!
Um dos drogados falou em desespero entrando no quarto metendo um socão no cara.
- Segurem esse filho da puta...
- Não, não, estara eu posso explicar!
O torcedor do Grêmio foi até a criança vestindo o resto da sua bermuda e pegando ele no colo o levando pra fora do quarto, passou pelos outros homens colocando o menino no sofá.
- Papai..?
- Oiii Alexander...você acordou?
- Eu tô com dor...
- shiii shiii fica quietinho tá...
Era a primeira vez que via o pai chorando e ele parecia tão triste, nunca tinha visto ele triste...será que tinha feito algo de errado?
- papai vai deixar você aqui um pouquinho tá... já volto.
Fechou a porta do quarto e o homem estava de joelhos sendo segurado pelos outros drogados que estavam totalmente em raiva agora.
- Edgar me desculpa, sério eu to Chapadão, esse não sou eu você me conhece...você sabe que-
O tiro no pau do desgraçado era pouco, ele tinha que sofrer, tinha que sofrer muito.
- Quebrem ele na porrada.
O linchamento foi grotesco, chutes, socos, porradas o homem estava sem muito dos dentes e o sangue escorria pelo chão, o traficante se aproximou e colocou a arma na cabeça do homem nojento e puxou o gatilho sem pensar duas vezes.
- Piquem ele e joguem prós cachorros da rua, o que sobrar a gente queima.
Alex levantou a cabecinha vendo um homem ser carregado pra fora de casa estava bastante confuso, ele estava com um buraco na cabeça e os olhos fechados.
- oi filho...volta a dormir volta...
- O moço tá dormindo?
- É! Eu usei isso aqui pra ele dormir pra sempre.
Edgar mostrava a arma para a criança na intenção de distrair de alguma forma aquele pobre menino, nunca em toda sua vida se sentiu mais sujo e podre como se sentia agora.
- Merda! E a quinta vez que eu troco de lençol! Ele nunca foi de fazer xixi na cama...
- Ele tem só 5 anos Elisse.
- Cada dia fica mais difícil cuidar dessa peste, nós temos que ir comprar algumas coisas no mercado, e eu não estou afim de lidar com ele chorando hoje.
- Deixa ele em casa então.
- Você deu uma boa ideia.
O casal trancou a casa, Alex dormia com o sonífero mas depois de tantas doses parecia que seu corpinho já não ficava tão afetado com a substância.
Se sentia estranho e triste, pelo menos quando dormia não se sentia tão triste, queria dormir pra sempre....espera...o papai tem uma coisa que faz as pessoas dormirem pra sempre.
Abriu a gaveta e lá estava o negócio que faz pow pow bem alto, aquilo faz as pessoas dormirem pra sempre, pegou a arma e olhou no cano, virou, girou, pois na boca, e então na cabeça, sem saber segurou o gatilho e um barulho terrível atingiu seus ouvidos, e então tudo ficou preto.
- Abriu os olhos e viu o teto branco e uma luz refletindo nos seus olhos, não reconhecia aquele lugar.
- Doutor!!!
Viu uma enfermeira e um médico no quarto, não queria tomar injeção.
Os meses que se seguiram foram um borrão confuso na sua memória, os pais estavam em um lugar chamado de "casa de recuperação" e agora ele vivia com um monte de outras crianças, os amigos na sua cabeça assustavam essas outras crianças então ele sempre estava sozinho, ele tinha comida agora e não tinha mais fome, ninguém fazia dodói nele mas adultos eram tão assustadores! Só os da sua cabeça eram legais.
Tinham muitos carros parados na porta hoje, talvez eles fossem passear dentro da sua casa como sempre acontecia, olhou a folha na sua mão e mesmo meio desfocada ele sabia que ela ficaria linda amarelinha, gostava muito de amarelo, juntou mais algumas folhas quando sentiu que alguém o observava no momento, virou pra trás e apertou os olhos tentando enxergar.
- Oi...
- Oi... garotinho, o que está fazendo?
Que cabelo lindo!!! Será que ele deixava mexer? Parecia até um brinquedo de tão bonito!
- Guardado folhas.
- Guardando folhas?
- Quando o sol bate nas folhas elas mudam de cor, eu quero ver como cada uma fica.
O rapaz na sua frente era a pessoa mais bonita que já tinha visto na vida, não sabia que dava pra ser bonito assim, será que quando crescesse também ia ser bonito igual ao rapaz? Ele o olhava agachado e tinha um sorriso no rosto, não era assustador igual os outros adultos, foi andando devagar na direção do emo.
- Qual seu nome?
- Eu sou o cabeludo!
Que nome estranho! Tinha certeza que estava mentindo, se aproximou ainda mais do adolescente se esforçando muito para enxergar.
- Seu nome não pode ser cabeludo!
- Pode sim! Como é seu nome então?
- Alexander.
- Minha Nossa que nome difícil!!! não dá nem pra falar!!
Objetivo alcançado estava brincando com o cabelo do adolescente e era tão macio! E cheiroso queria brincar com ele pra sempre!
O colo dele era tão gostoso e se sentia tão seguro, conseguia sentir o perfume dele e a pele dele era tão fofa, era melhor do que abraçar um ursinho de pelúcia.
Aquele era o pai daquele adolescente? Parecia um super herói de tão grande, será que o machucado dele estava doendo? Será que podia ficar tão grandão que nem ele?
- Uau...um gigante.
- Alexander esses são os Cohen, eles estão procurando uma criança especial para completar a família deles e e parece que eles querem descobrir se você pode ser essa criança, você quer tentar?
Olhou o gigante e o adolescente gentil que lhe dava colo, eles não eram assustadores, balançou a cabeça positivamente em afirmação.
- Cesar!!!
Correu em direção ao adolescente emo que o recebeu de braços abertos pegando ele de rodando no ar, adorava brincar com ele, estava tão feliz de finalmente ter um amigo finalmente.
- Oi meu bebê lindo perfeito Maravilhoso!
Recebeu um ataque de beijos vindo do cabeludo foi impossível não cair na risada por causa das cócegas.
- Padrinho!!
- Oi Alex!
Pulou de colo recebendo ainda mais beijinhos e se sentia tão feliz perto deles, as assistentes sociais e os policiais olhavam atentamente cada movimento e cada diálogo da possível família.
Brincou, correu, pulou e agora Cesar o empurrava no balanço todo sorridente, não usava muita força mas ainda o mandava muito alto.
Saiu do balanço e Cesar disse que iria pegar água, a assiste social o encarava tanto que começou a ficar inquieto.
- oi...qual seu nome?
- ah oi... Sou a Jussara...
- Por que você vem pra cá quando eu venho brincar com o Cesar?
- Pra garantir que você está bem.
- Eu tô bem! Eu tenho amigos agora.
- Amigos?
- Sim o padrinho e o Cesar!
- Você não gostaria que eles fossem mais que seus amigos?
- Como assim?
- Você não quer morar com eles?
Os olhos dilataram e o coração acelerou, ele podia ir morar com eles? Ele podia viver com eles pra sempre?
- SIM!!!
A assistente social sorriu meio boba com a empolgação da criança, parecia que aquela combinação tão inusitada poderia realmente dar certo, ia continuar a falar quando o adolescente voltou carregando duas garrafas de água e uma cara de cu na sua direção.
- Alex não fale com estranhos.
E saiu mostrando a língua pra assistente social como se a desafiasse a ter a atenção do pequeno novamente, Jussara achou muito fofo a atitude protetora do Emo, anotou isso na prancheta.
- Estão com fome? Vem em pago um café pra vocês.
Os policiais acompanharam Chris até umas padaria/restaurante e as assistentes também, Chris pediu um sanduíche grande e Cesar uma coxinha, Alex olhava aquele mundaréu de doces na vitrine e sua boquinha encheu de água, Chris percebeu o olho do menino crescendo nos doces e se lembrou da artimanha cruel da mãe biológica do menino, dúvida bastante que ele já tivesse experimentado qualquer doce exposto ali.
- Você quer o que Alex?
- Nada não...
- Pode pedir...papai te dá, quer dizer padrinho da o que você quiser...
Alex voltou a olhar aqueles doces bonitos e o garçom passava com uma taça de sundae cheia de coisas coloridas em direção a uma mesa.
- Quer sorvete?
Meio timidamente o garotinho balançou a cabeça afirmando e o americano pediu um pra colocar na comenda.
Cesar estava com Alex no colo quando o sorvete bonito chegou, os olhos do menino dilataram e ele abriu um sorriso radiante pegando a colher.
A primeira colherada foi uma das melhores sensações que já tinha sentido, estava tão feliz, pegou uma outra colherada e virou para Cesar que o olhava com lágrimas nós olhos aceitando o doce na boca, fez o mesmo com seu padrinho que também aceitou o doce muito feliz mesmo.
Descobriu que açúcar deva energia e agora não conseguia dormir, então usou esse tempo para desenhar presentes para seu padrinho e para Cesar também.
- Eu vou dormir na sua casa?
- Isso!! Vai sim! Nós podemos brincar a noite toda!
- Jura?
- Juro!
Quando crescesse queria ser igual ao seu padrinho, tão forte e gentil, e queria ser divertido e inteligente igual a Cesar, passar o fim de semana com eles era sempre a melhor coisa do seu mês.
- Eu vou morar com vocês?
- Sim!
- De verdade? Eu não vou voltar pra cá?
- Não meu filho, você vai ficar comigo e com seu irmão pra sempre! Eu te prometo
Estava tão feliz que seu pequeno coração disparava de empolgação, se aquilo fosse um sonho não queria acordar.
Cesar chegou em casa todo cheio de lixo nas roupas, e muito puto, conseguia ouvir os passos dele pesados vindo em direção ao quarto, abriu a porta e viu ele jogando a mochila no chão com raiva.
- Cesar?
- Alex! A quanto tempo você tá aí...?
- O que aconteceu?
- Não e nada bebê, só um bando de idiotas...
- Você tá machucado!
Correndo em direção ao Irmão mais velho os olhos preocupados da criança quebravam qualquer pessoa, o corte de poucos milímetros no rosto do adolescente era quase imperceptível a olhos normais, mas Alex está longe de ser alguém normal.
- Tá doendo?
- Meu orgulho tá doendo, meu corpo tá de boa.
- Orgulho?
- Eeeeeeee isso é meio complicado de explicar, imagina que alguém jogou um desenho que você fez no lixo sem a sua permissão, como você se sente?
- Triste...
- E mais ou menos isso que eu tô sentindo agora...
- Eu posso te ajudar?
- Com aqueles caras, acho que não viu... mais obrigado, já sei, que tal eu te ensinar um pouco de libras hoje outra vez, já que você não gosta do violino.
- O violino tem um som triste e assustador.
- OK, então vamos de libras hoje, você vai conhecer o Thiago assim que ele e o tio Álvaro voltarem do Rio de janeiro.
Ficou um pouco tímido automaticamente não era bom em conhecer pessoas novas mas Cesar parecia tão empolgado em apresentá-lo ao melhor amigo, se esforçaria muito.
- "Oi"
- "Oi"
Nossa...que moço bonito...ele parecia divertido, não é atoa que Cesar gostava tanto de Thiago, parecia tão incrível! E era bem alto, queria ser alto assim um dia também.
Cesar é Thiago conversavam bem próximos e...aquilo não parecia libras...mas eles pareciam se entender perfeitamente usando aquela língua inventada, queria conversar com eles também!
Foi correndo em direção ao padrinho que conversava com um homem babando e bem parecido com Thiago, assim que foi visto foi pego por de baixo dos braços e quase esfregado na cara do novo tio.
- Look at my son! Pride is not the word I look for, isn't his smile beautiful?
- He's adorable my friend!
O bochecha dele sendo esmagada pela do padrinho era algo engraçado de se ver, os dois adolescentes voltavam de seja lá o que faziam e o resto da tarde foi um passeio divertido pelo parque.
Adorava seu tio Álvaro e Thiago também mais aquele jantar estava chato pra caramba, queria dormir, deitou no colo de seu padrinho e olhou pra cima, ele definitivamente parecia um super herói...seu herói, lembrou de algo que aprendeu na escola: "pais são iguais a super heróis" isso quer dizer que... Christopher era o seu pai? O que Edgar era então? Olhou novamente para o americano e pela primeira vez juntou toda a coragem que seu corpinho tinha.
- Daddy, I'm sleepy...
Seu inglês estava quase perfeito, mal dava pra sentir seu sotaque agora, estava tão acostumado a falar em casa que agora podia dizer que inglês era muito mais fácil que português sem a menor dúvida, afinal, seu pai era americano.
A primeira consulta na psicóloga foi meio confusa mais a doutora era legal, ela não tinha medo dos amigos que moravam na sua cabeça, nem da Deglorificada, ela receitou uns remédios e ele obedeceu todos os horários para tomar, como presente ganhou um pirulito.
A quanto tempo não via Jussara!?!? A quase dois anos! Deu tchazinho na direção dela e viu que ela o reconheceu ficou tão feliz com isso, mas as pessoas que se aproximavam lhe traziam lembranças ruins e eles não pareciam nada felizes em vê-lo, principalmente sua mãe.
Cesar tinha razão, poder xingar as pessoas sem elas saberem era muito legal de fato, mas ficar "sozinho" com Elisse era assustador.
- Você sabe que eles não vão querer ficar com você...
- Ele prometeu...
- Fala mais alto muleque! Eu não tenho paciência pra murmurinhos.
- Meu pai me prometeu...que eu iria ficar com eles pra sempre.
- "Seu pai" Alexander esse homem não é seu pai, você é só uma coisa pra manter a vida dele agitada, quando ele enjooar de você vai te jogar fora, e isso que pessoas ricas fazem.
- Meu pai me ama!
- Ti ama, ti ama nada, você não tem ninguém que te ame Alexander, ninguém nunca vai amar você criança e mais fácil aceitar isso agora.
Alex queria chorar mas se segurou bastante para não dar esse gostinho pra mãe, mesmo que Christopher e Cesar enjoassem dele, continuaria amando seu pai e seu irmão pra sempre.
- Você tá mentindo!
- Vocês nem se parecem, ninguém nunca vai acreditar que vocês são uma família.
Cesar e Edgar voltaram e o mais velho parecia terrivelmente apavorado com alguma coisa, Alex aproveitou a distração do povo e olhou dentro da mochila do Irmão mais velho e segurou o grito na garganta, por que Cesar estava com uma arma?
Ninguém pareceu notar que tinha encontrado o objeto, nem Cesar, ainda não entendia o porquê da arma estar lá, mais com toda certeza seu irmão mais velho tinha um excelente motivo pra isso, então só deixou quieto.
Os seus "pais" não quiseram mais visitá-lo depois de um tempo, ficou feliz com isso, talvez até feliz de mais, porém agora podia se sentir um pouco mais leve com toda certeza.
O dia era chuvoso pra caramba e ele estava uma gracinha com sua capa de chuva amarelinha e guarda-chuva de joaninha esperando o irmão aparecer para irem para casa, sabia que ele devia estar acordado a um bom tempo por causa da faculdade então era muito grato por ter um Irmão tão incrível e que sempre cuidava dele.
Olhou pro lado e viu aquela loirinha mimada que estragava seus trabalhos indo em direção a um homem muito parecido com ela, se olhou na poça de chuva e então para seus dedos... não de parecia em nada com sua família...
Cesar chegou todo molhado e muito feliz, deram as mãos e protegidos pelo guarda-chuva de joaninha foram andando em direção ao ponto de ônibus
- Cesar...?
- Yes baby.
- por que eu não sou parecido com você e o pai!?
- como assim Alex?
- Eu sou negro....e você é o pai não...eu posso mesmo ser da sua família?
- Chega! Não quero ouvir isso de você nunca mais! Não importa a cor da sua pele Alex, eu vou sempre amar você! E o pai também
Aquila frase marcou Alex com toda força no seu coração, ele faria seu irmão e seu pai orgulhosos.
Odiava aquelas crianças e ficou muito feliz em saber que a líder da gangue iria perde o ano, era um pouco de paz finalmente.
No carro preso ao sinto de segurança bem preso e Christopher cantando mal pra caralho no banco da frente enquanto Cesar tapava os ouvidos fazendo uma careta de dor, tirando com a cara do pai, Queen no último volume do rádio que no momento tocava "Another One Bites the Dust" tinha tudo pra ser um sábado agradável para os Cohen.
- Daddy please my ears!
- let's go son! sing with your father!
- you sound like a dog dying!
- Have Fun Cesar! Your brother look pretty chill in the back.
- Of course his a child!
- I'm listening, you know?
- Sorry baby, is The true
- I'm 10 years old, i'm not a child!
- Yes you are Alex...
- no I'm not!
- Yes u are!
- No I'm not!
- Hey! Stop!
- Sorry Daddy...
- Sorry Father...
- Good....
Christopher continuou cantando mal e Cesar continuou fazendo careta enquanto Alex brincava com seu bonequinho do Power Rangers no banco de trás, Chris ia fazer um retorno quando um idiota passou o sinal vermelho batendo no uno vermelho do americano.
- CESAR? ALEX? VOCÊS ESTÃO BEM?
- ALEX TA TUDO BEM AI??
- Eu bati a cabeça...
Chris olhou pra trás e o óculos do menino estava quebrado e tinha um vermelho grande na testa ficaria com um galo considerável mas não parecia nada sério, olhou pra Cesar e uma das unhas dele sangrava, provavelmente por causa da força que ele usou pra se segurar e não dar de cara com o painel, Alex nunca viu seu pai com aquela expressão, parecia muito um demônio, abriu a porta do carro com tanta violência que ficou com pena da pobre porta.
- HEY! VOCÊ É MALUCO?
O homem engravatado mediu Chris de cima a baixo e fez pouco caso do gigante, o cheiro de bebida podia ser sentido a metros de distância e isso fez Christopher ficar ainda mais puto.
De dentro do carro do engravatado saíram mais dois homens que também fediam a bebida, nossa mais ia acabar com aqueles caras.
De dentro do carro os irmãos ouviam a discussão de forma abafada e meio confusa, o pai deu as costas e um dos bonitões jogou uma garrafa de cerveja vazia na direção do gringo acertando suas costas mas não causando um real dano.
Chris virou devagar e a imagem do demônio se fez presente novamente, o rosto sério com a cicatriz o deixava aterrorizante e os rapazes perceberam isso.
O soco no rosto do motorista com toda certeza tinha quebrado o nariz, um dos passageiros pulou em Chris que se jogou no carro prensando o rapaz no veículo o fazendo desmaiar, mas o que talvez estivesse nas piores condições foi o outro passageiro, e teve a cabeça batida diversa vezes no vidro do lado do motorista até que quebrasse.
Chris voltou pro carro e parecia infinitamente mais leve agora, entrou olhou prós filhos e pareceu se arrepender de ter dado uma surra nós rapazes.
- Papaizinho isso foi....
- INCRÍVEL!!
Foi impossível não segurar o sorriso naquela situação, estava tão mais calmo agora, manobrou o carro e continuou seu caminho.
Chris olhava o filho se balançar feliz no parquinho, o dia estava bastante frio estava chegando o fim de ano então a neve era algo que estava esperando.
Uma mulher negra se sentou do seu lado falando alto e viu gêmeos talvez um pouco mais velhos que seu Alex correrem em direção aos brinquedos.
- Children are a joy! Which one is yours?
A senhora puxava papo de forma simpática, sorriu na direção dela e voltou a olhar para o parquinho.
- The one with glasses.
A senhora correu os olhos pelas crianças e viu um garotinho ruivo de óculos abrindo um sorriso na direção que olhava.
- The Little Redhead?
- No...The one With The blue cap.
A mulher olhou para Alex e depois para Christopher novamente confusa e perdida.
- But..his Black...
- Yes and I'm Jewish, now Our ethnicities are clear can we go back to observe the cuteness of these children?
- Trying to save one black life at a time?
- No...i Just love my dear boy
Não foi a primeira e nem a última vez que pessoas aleatórias tentavam apagar o amor que ele tinha pelo filho simplesmente baseado na cor da sua pele, e Chris sempre quis muito meter um soco bem dado nessas pessoas por causa dessas afirmações sem fundamento.
Pular todas aquelas séries foi legal tinha que admitir e agora tinha que lidar com outros problemas.
- Olha o irmão da bixa aqui.
Descobriu que certas pessoas tem o intelecto meio baixo realmente, e ser adulto e implicar com uma criança era prova disso, descobriu que aquele cara tinha estudado com seu irmão era um dos antigos bullyingers dele, e agora tinha trocado de alvo.
Sentiu a mochila ser puxada com tudo e ir pro chão, aquele cara estava acabando com a sua paciência.
- Igualzinho teu irmão! Não é nada.
O sangue ferveu estava puto! Aguentava tudo que fosse nescessário mas não aceitava que falassem do seu irmão.
Ficou de pé novamente e deu uma cabeçada no mais velho o fazendo cambalear pra traz e então um soco na costela e outro e mais vários até a mãos ficar cheias de sangue.
Aquele diretor mereceu tudo que tinha acontecido com ele, e agora Chris pendurava seu diploma na sala, sairiam em breve para uma viagem e estava super empolgado!
Cesar entrou no quarto todo molhado e confuso e tinha um cheiro sangue grudado nele, mais isso não importava na sua opinião, só queria ficar abraçado com o irmão mais velho.
Passaram pelo lugar que o vendedor de hot dog ofendeu Alex, o sorriso de Cesar na direção onde suposta barraquinha deveria estar fez seu cérebro ligar os pontos, não podia se importar menos.
Vegas era linda pra caralho se divertiu muito vendo os músicais e apresentações do hotel que estavam mais agora observava era outra coisa.
Os dois homens olhavam pro seu irmão a algum tempo e estava odiando aquilo, pela cara deles não eram coisa boa em nenhum outro ser vivo parecia ter notado aquilo, avisar ao pai estava fora de cogitação, do jeito que era escandaloso causaria uma movimentação indesejada, agiria sozinho.
- sorry gentlemen...i got lost, could you help me?
- Fuck off kid!
Uma coisa que aprendeu foi nunca das as costas pra ninguém, te deixa vulnerável e agora ambos estavam bem aonde ele queria.
Socou um com força o vendo cair no chão desacordado, o outro sacou uma faca e foi pra cima dele em uma tentativa fútil de lhe cortar, deu uma rasteira e o outro homem estava no chão, hora de acabar com aquilo, começou a socar e socar podia sentir os cortes acontecendo mas tinha 0 sensibilidade, sentiu o osso do crânio do cara afundando mas não parou, ouviu a mandíbula quebrando e os dentes sendo engolidos e então o cara não se mexia mais.
O outro homem assistiu apavorado o Irmão ser totalmente destruído, Alex tinha sangue no rosto e nas mãos, aquela carinha de anjo com um olhar gelado e sem o mínimo de humanidade fez ele fazer xixi na calça, aquilo era um castigo? Deus finalmente tinha mandado alguém para vingar as pessoas que ele e o irmão tinham matado e estuprado? Puxou a arma da calça e o garoto na pareceu se abalar.
- is fake...
Como ele tinha percebido que aquela arma era falsa, viu o menino segurar a arma de brinquedo e quebrar o cano sem dificuldade, saiu correndo e entrou na van, tinha que sair de perto daquela criança.
O sorriso dele com toda certeza era uma das coisas mais bizarras e geladas que seus olhos já tinham visto, seja lá o que esse menino tinha na cabeça, pingava maldade daquele sorriso lindo, ficaria preso feliz se não precisasse ver aquele garoto nunca mais.
A faculdade era muito mais divertida que a escola com toda certeza, no momento se encontrava pleno na biblioteca lendo quando bem baixinho ouviu algo que se assemelhava muito a um choro, andou pelos corredores e em segundos encontrou uma moça chorando entre algumas estantes de livros.
- Moça?
- Aí meu Deus!
A mulher se levantou secando as lágrimas meio desesperada e envergonhada, Alex deu mais alguns paços na direção da mulher e ela pareceu medir ele de cima a baixo.
- Você tá bem moça!?
- Você é filho de algum professor?
- Aí me desculpa...meu nome é Alexander Koth, eu faço história.
- Você é o menino gênio que o povo está falando... minha nossa você é alto.
Ficou meio vermelhinho com o comentário mais agradeceu mesmo assim, a moça ainda parecia triste.
- Você tá bem moça?
- Não! Acabei de descobrir que meu namorado está me traindo...
- eu sinto muito....quer conversar?
- O que uma criança pode fazer por mim afinal?
- Eu posso te escutar...
A moça pareceu considerar a ideia e soltou um suspiro pesado se sentando no chão ao lado de Alex contando tudo que tinha acontecido, quando terminou parecia até mais leve.
Por alguns dias falar com Carol, a moça da biblioteca foi rotina, ela tinha 19 anos e era muito legal, tinha feito uma amizade legal com ela, virava a esquina pra faculdade quando um grupo de homens veio pra cima dele.
- Tá roubando minha namorada é?
Alex ia perguntar do que aquela briga se tratava mas teve que desviar de um soco, viu o braço estendido e segurou dando uma cotovelada e "creck" quebrou! Os outros rapazes olharam assustados a situação, o amigo gritava a todos os pulmões e Alex olhava o rapaz segurando o braço com cara de nada.
- Filho da puta.
Outro soco na sua direção, desviou e afundou a mão no rosto do rapaz fazendo ele desmaiar, os outros três partiram pra cima e o resultado não foi nada bonito.
Alex balançava as perninhas na delegacia, cantarolava inocente enquanto os policiais olhavam os 5 rapazes totalmente desfigurados e quebrados de algum jeito, Carol entrou correndo na delegacia sendo seguida por uma montanha de músculos que soltava fogo pelos poros.
- QUEM FOI O FILHO DA PUTA QUE ATACOU MEU FILHO???
- Alex você tá bem queridinho?
- Oi Carol!
- CADE ESSE DESGRAÇADO?
Os cinco amigos só não saíram correndo porque a dor era muito grande mas aquele gigante era assustador.
- Senhor Cohen por favor...se acalme seu filho está bem...
A policial tentava acalmar o gringo que olhava os 5 rapazes igual a um touro raivoso, Carol chorava abraçando Alex e repetindo "Desculpa" várias vezes.
Chris se livrou fácil dos policiais e agora estava frente a frente com o grupo, passou o olho sobre os 5 e identificou o ex de Carol.
- EU VOU MATAR VOCÊS!
- Daddy...no...
Travado no lugar sentindo a mão do filho segurando a dele só conseguia ver aqueles olhos chocolate atrás dos óculos totalmente tristes.
- But baby, they hurt you...
- I'm ok...see?
Alex deu uma giradinha mostrando que estava intacto e Chris pareceu se acalmar, mais Carol ainda estava puta! Veio marchando em direção ao grupo e meteu um tapão na cara do Ex.
- Qual o seu problema??? Olha bem pra cara do Alex, ele é um criança!
- Criança? 18 anos não é criança...
- ELE TEM 15!!
O grito vindo da alma da mulher pareceu chocar o grupo, olharam para Alex outra vez e perceberam os traços infantis dele ainda bem presentes.
- Olha o tamanho dessa criança...eu achei que você tivesse me deixado por ele.
- Quem me traiu foi você!
A discussão continuou por alguns segundos e Christopher abriu um processo contra os 5 rapazes, Chris ganhou.
Cesar chegou em casa cansado do estágio mas não ao ponto de querer dormir, foi na cozinha e percebeu algo estranho, geralmente Alex deixava a louça guardada sempre, mais ela ainda estava ali, ficou com a pulga atrás da orelha.
- Alex?
Chamou e não obteve resposta, tinha um mal prescentimento em relação aquilo, subiu para o segundo andar e foi até o quarto do Irmão de forma sorrateira, o coração batia na garganta e estava tenso por algum motivo.
Abriu a porta e viu uma mancha de sangue na cama, entrou em Pânico, correu em direção ao banheiro onde Alex estava com os baixo do chuveiro, a água lavava o sangue e o garoto parecia pálido quase desmaiando.
- ALEX???
O garoto olhou pra trás e teve um colapso desmaiado deixando o Irmão mais velho em total desespero.
Acordou no hospital e ficou imediatamente triste, Cesar segurava a sua mão enquanto Chris tinha os olhos inchados na poltrona e as mãos juntas na frente do rosto batendo o pé freneticamente.
- Papai...?
- Alex! Alex! My baby boy!
O beijo na testa foi muito doloroso para ambos, Cesar ainda segura sua mão, e só agora via que os pulsos estavam enfaixados.
- Senhor Cohen...precisamos conversar...
- Sim claro...
A médica chamou o patriarca para uma salinha deixando os irmãos sozinhos no quarto.
- Aconteceu alguma coisa? Por que você fez isso?
- Fiz o que?
- Alex!
- Eu sempre faço isso Cesar... principalmente quando fico stressado, as provas na faculdade estão chegando...acho que exagerei na profundidade.
- Tem alguma coisa te incomodando? Você não está feliz?
- Eu sou feliz meu irmão, se eu não fosse acho que os cortes não seriam pequenos assim.
Cesar fez um carinho na bochecha do Irmãozinho que fechou os olhos aproveitando a sensação gostosa daquele carinho.
- Eu achei que fosse te perder...
- não vai se livrar de mim tão fácil.
- Eu não quero me livrar de você, meu maior medo e você desaparecer da minha vida.
- Eu sempre vou voltar pra você Cesar.
Enquanto isso com a médica na outra sala.
- Eu não entendo...por que ele tentaria se matar...
- Seu filho não tentou se matar senhor Cohen, ele estava atrás dos hormônios liberados através do cuting, seu filho quer viver senhor Cohen...só não sabe como...
Essa não foi a primeira nem a última vez que Alex se machucou, só foi a primeira vez que foi pego, as seções de terapia aumentaram bastante depois desse episódio
Carol era uma boa amiga ela fazia administração e era muito legal, o ex dela era um cu mais agora quase sendo preso ele tinha dado uma diminuída nas merdas por assim dizer, Carol foi uma das poucas pessoas pra quem contou que tinha perdido a virgindade e agora era ela que escutava seu choro sobre o professor com quem estava tendo um caso, ele se parecia realmente com a mãe nesses aspectos, um homem mais velho e casado, se sentia extremamente ridículo por ter caído nós charmes daquele velho, daria uma lição nele.
Sabia que ele não deixava o carro no estacionamento da faculdade por preguiça, então andou tranquilo pelo terreno que eles iam pra se pegar de vez enquanto derramou o galão todo de querosene no carro, acendeu o isqueiro e viu as chamas consumirem o veículo, se sentia até mais leve agora.
- Você é louco garoto?
- Bom dia professor!
- Eu vou chamar a polícia...
- Chama...o que vai dizer? O adolescente que me fudia pois fogo no meu carro?
- você é doente...
- Olha eu posso até ir pra Febem, mais saiu rapidinho...mais e o senhor...sabe o que acontece com pedófilo na cadeia?
O homem engoliu seco e nervoso, Alex sempre foi doce e passivo por isso investiu nele, mas aparentemente igual a um sonho de valsa aquele garoto tinha muitas camadas.
- Agradeça por eu não ter acabado com a sua carreira! Eu sei como fazer isso muito mais fácil do que você imagina.
- Deixa eu adivinhar vai usar o dinheiro do seu pai?
- Não preciso de dinheiro pra fazer isso.
O choro começou copioso e o tamanho de Alex não o deixava ser discreto o professor olhou prós lados sem entender nada e logo um grupo de alunas se aproximava curiosa.
- Você me usou!
- Alex o que está fazendo?
- Atuando...meu pai é um ator lembra... só queria meu corpo...
- Professor o que está acontecendo?
- Nada!
- Eu sou nada agora?
- Alex por favor...por favor não faça isso....
- Fazer o que professor?
Alex olhou o homem em Pânico secou as lágrimas e abriu um sorriso tão cruel que até o diabo fugiria dele.
- Gostaram da minha performance meninas? E de uma peça que eu estou escrevendo...e sobre um professor que engana seus alunos para transar com eles.
- Isso é pesado...
- Eu estava mostrando pro professor minhas habilidades em atuação, herdei elas do meu pai.
- Você tem talento! E é bonito...espera você não é modelo.
- Muito obrigado! Sim eu sou!
- bonito e inteligente, o pacote completo.
- Vamos professor, tem mais algumas coisas que eu gostaria de discutir, até mais tarde meninas.
O senhor saiu andando totalmente apavorado atrás de Alex, aquele menino tinha sérios problemas mentais e emocionais, tinha cutucado a onça com vara curta.
- O que achou da minha performance?
- Você definitivamente é louco!
- só percebeu agora? Que bobo...mas enfim, não quero mais nada com você, mas por favor pare de se envolver com seus alunos viu.
Alex saiu da sala a paços largos e cara mal humorada, pelo menos evitaria o sofrimento dos próximos alunos daquele homem.
Se máquiava no camarim para um Photo shot tinha chegado cedo para conseguir se arrumar melhor, odiava maquiagem e se achava estranho com ela, estava entretido passando base quando começou a ouvir uma conversa de forma discreta.
- Essas são os modelos selecionados...
- Senhor... mais é o Alex?
- Por mais bonito que esse garoto seja não existe lugar pra ele nessa coleção! As pessoas querem ver beleza, não um rapaz negro qualquer com cara de favelado...
Nossa aquilo doeu pra caramba, mal podia ficar de pé agora, segurava as lágrimas de forma dolorosa, aquele seria seu último trabalho dentro daquela agência sem dúvidas.
Fez seu Photo shot e voltou pra casa onde colocou com todas as letras que não voltaria para as passarelas tão cedo, mais ainda cumpriria seu contrato, seu pai o tinha ensaio a ser um homem de palavra.
A fila era gigante, olhou para todas aquelas pessoas e apertou a mão de Cesar com vontade e se apoiando ainda mais no irmão, nunca tinha estado em um presídio antes, foi uma surpresa receber notícias de Edgar depois de tantos anos, ele pedia uma visita, só isso.
Passou pelo detector de metais e pela revista manual, foram em direção ao local que veriam o torcedor do Grêmio.
- Caraí Alexander...tu cresceu em!
- Oi Edgar...
- I aí Cesar... beleza...?
- Beleza....
- caralho você tá realmente enorme...e...me sinto velho...
Cesar bufou puto olhando pro homem que encarava seu irmãozinho com fascínio, depois de quase 10 anos longe o que aquele pedaço de merda queria agora?
- Corta o papo Edgar, o que você quer afinal?
O homem estava extremamente magro e parecia bem acabado na realidade, abrindo um sorriso triste e com os olhos cheios de lágrimas os irmãos perceberam que tinha algo de muito errado ali.
- Eu quero que o Alex visite meu tumulto ao mesmo uma vez...
- o que?
Cesar tinha os olhos arregalados e estava terrivelmente confuso com aquele frase, seu irmão o olhava buscando respostas mais nenhum dos dois parecia realmente compreender o que estava acontecendo.
- Eu entreguei uma galera...x9 não tem vez...eu vou ser executado em pouco tempo, tudo que eu queria, era ver Alex uma última vez...
- Por que? Por que agora?
- Eu sou um bosta Alex, antes eu me drogava porque não via problema e a vida era minha, depois do que aconteceu com você eu me drogava para tentar apagar aquela memória da minha cabeça, toda vez que eu olhava pra você eu me sentia pior, eu fiquei tão feliz em saber que você finalmente tinha uma família que te amava, eu te fiz tão mal! Eu te fiz sofrer tanto, chegou a minha hora e por mais egoísta que pareça, eu queria ver você uma última vez, ver o homem que você se tornou...eu sinto muito muleque...eu sinto muito mesmo.
Nunca tinha visto um homem chorar tanto, Alex segurava a mão de Cesar como se ela fosse a única coisa real naquela sala, tudo parecia tão longe da realidade.
- A culpa não foi do senhor... não foi você....
- Eu deveria ter te tirado da Elisse, eu devia ter impedido o que ela fazia, mas eu era tão merda que nem isso eu consegui fazer, então eu tô em paz com a minha morte, pela primeira vez na vida eu tô fazendo alguma coisa certa, Cesar.... obrigado por ter cuidado dele, Seu pai e você... são do caralho.
O homem disse se levantado com o rosto vermelho de tanto chorar, sentia que talvez não passa-se daquela semana, quando ia falar para o guarda abrir a porta sentiu braços grandes e musculosos o envolverem por trás e sentindo aquele abraço continuou chorando até o final do horário de visitas.
Colocou a flor sobre a lápide de forma gentil, Chris e Cesar estavam juntos com ele naquele momento, cumpriu a pele romessa feita pra Edgar e desehava do fundo do coração que ele estivesse em um lugar melhor.
Pesquisou com bastante vontade onde os antigos bullyingers do seu irmão na adolescência, Cesar lhe ensinou a programar e também a rastrear pessoas, mas não era por isso que estava mexendo no perfil do face de um deles, queria ver como aquele idiota que tinha quebrado a cara na adolescência estava, mexeu bastante nas contas daquele nojentos e bum, a execução social daqueles homens foi linda, ainda queria fazer eles sofrerem mais, porém essa já era uma grande conquista na sua opinião.
Cesar estava tão lindo vestido aquela roupa! Seu irmão era muito lindo vestindo quando coisa, olhou-se no espelho e estava gato pra caralho também, seria uma noite e tanto.
Não curtia muito balada mas aquela ali estava muito boa até, estava tudo indo bem até um filho da puta apertar a bunda de Cesar aleatoriamente nunca ficou tão puto na vida a expulsão da balada doeu um pouco, mas o nariz quebrado com toda certeza estava doendo muito mais.
O salão de festa do condomínio estava cheio de pessoas que amava, o porteiro prometeu aparecer na hora de cortar o bolo, tudo parecia bem, até ela chegar...
As lágrimas rolavam tristes, os gritos dela dizendo para não procurá-la nunca mais, os seguranças retiraram Elisse do condomínio, foi um dia muito doloroso mesmo.
Liz era com toda certeza uma das mulheres mais lindas que já tinha conhecido e também era super inteligente e estava muito feliz que ela tinha aceitado seu convite para um encontro, só não imaginou que isso teria com uma das opções ir pra cama com a médica, mas aparentemente ele era só uma distração pra ela... aquilo doeu muito...
Minha nossa...ele era um príncipe encantado, era igualzinho aos príncipes protagonistas dos livros que lia quando era mais novo, o cabelo vermelho era lindo e os olhos verdes simplesmente apaixonantes, se sentia nas nuvens, mesmo com todos os nãos que recebia não desistiria dele.
Minha nossa...Daniel era lindo realmente mas Arthur era tão fofo e gentil, estava tão feliz de estar dançando com ele, sentir a pele dele de encontro com a sua parecia um sonho e não queria acordar, pela primeira vez na sua vida amorosa sentia algo que não conseguia colocar em palavras, iria proteger Arthur e esse sentimento com a própria vida.
🍧🍫🍬🍭Flashback do Alex fim 🍧🍫🍬🍭
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