Faltava só um dia pra boate reabrir e Chris viu isso como uma oportunidade de ter um tempinho a sós com seu caramelo salgado, um encontro antes de qualquer coisa ruim que pudesse acontecer naquele ano.
- Aí! Desgraça!
Brulio tirava uma torta do fogo sem usar luvas, atitude essa que não estava dando muito certo.
- Pai pega o pano.
- Pano pra que? Nem tá tão quente!
Arthur assoprou a fumaça do cigarro balançando a cabeça negativamente com um sorriso no rosto, seu velho não mudava mesmo, o celular apitou e foi impossível não só rir com a notificação de "Amor ♥️" aparecendo na sua tela.
"Meu rei? Tá ocupado?"
"Tô assistindo meu pai cozinhar, nada muito empolgante"
"Quer vir aqui em casa? Quer dizer da pra você vir? Tô com saudades 😔"
"Acho que não tem problema...você tá melhor?
"Eeeeeeeeeeé... Um pouco...ficaria melhor se você estivesse aqui comigo..."
"chantagista..."
"Eu quero te ver!"
"Alex tu me viu faz 2 dias"
"48 horas sem ver o homem da minha vida e contando..."
"Eu não consigo dizer não pra você!"
"Nem eu pra vc! Tem uma aliança na minha mão como prova disso!"
"mas você é muito idiota sabia?"
"Seu idiota!"
"Meu idiota..."
"Vc vem?"
"Já tô aí"
"Arthur..."
"q?"
"Me traz um pedaço do que seu pai tá fazendo se for doce?"
Arthur leu aquela frase tão boba e inocente e deixou um sorriso escapar suspirando pesadamente, nunca imaginou que iria sorrir tanto pra tela do celular.
"Levo sim!"
"Te amo 💕"
"Te amo 💞
Até daqui a pouco"
Arthur colocou o celular no bolso e viu o pai com um dedo na boca provavelmente usando a saliva para aliviar uma queimadura.
- Separa um pedaço pro Alex.
Brulio deu um sorrisinho meio constrangido não queria demonstrar que estava tão feliz assim, mas ver seu menino todo bobo e sorridente tocando a vida pra frente era simplesmente incrível.
- Seria legal o Chris experimentar sua comida também, cozinhar pro namorado é algo fofo.
Brulio virou um tomate e olhava Arthur meio chocado e bastante assustado.
- Ele não é meu namorado....
- Não achei que o senhor fosse do tipo que fazia sexo casual.
- ME RESPEITA PIÁ!
- Eu te respeito, mas se ele não é seu namorado... é o que então? Uma amizade colorida?
O silêncio que veio a seguir foi mais dolorido do que ambos queriam que tivesse sido, Arthur podia ver o pai mexendo nos dedos e um pouco inseguro, coisa que ele não era.
- Pai?
- Eu não sei...
- O que?
- Eu não sei o que nós somos...
Arthur analisou bem aquela frase e toda a insegurança na voz do seu velho e não conseguiu evitar ficar com um pouco de raiva do gringo.
- O Christopher não...
- O problema não é ele...sou eu...eu nunca imaginei que estaria nessa posição...
- Bottom?
- Que?
- Se o senhor não quer ser passivo não é melhor conversar com o Christopher...
Brulio foi ficando roxo de vergonha e Arthur foi se tocando que talvez não fosse dessa posição que o pai estava falando.
- Acho que eu confundi as coisas....
- É...
- O senhor tá falando da posição emocional...o senhor quer alguma coisa com o Christopher?
- Eu não sei...
- Vamos fazer um exercício simples de análise então.
- ok...
- Quando o senhor está com ele, como o senhor se sente?
- Assustado, vulnerável, não sei como agir e quando eu faço alguma coisa e pra que ele fique mais perto de mim...
Arthur fez uma caretinha engraçada e segurou uma risadinha na garganta, sentiu pena do próprio pai.
- Você gosta dele, de um jeito meio esquisito, mas gosta.
- Será que ele gosta de mim? Ele poderia ter qualquer outra pessoa se quisesse
- Aí eu já não posso dizer, mas do mundo inteiro, ele escolheu o senhor não foi?
- Talvez ele só quisesse sexo...
Brulio mentiu para si mesmo, Chris foi um perfeito cavalheiro! Respeitou seus limites e nunca forçou a barra em absolutamente nada e mesmo quando ele implorava pra irem pra cama quem garantiu que seria tudo bem foi ele.
- Ele não parece esse tipo de pessoa...se ele quisesse só sexo não te trataria como tem te tratado.
A verdade na cara era bastante dura e dolorida essa tentativa de se enganar não parecia lhe trazer nada de realmente produtivo, mas ainda não tinha coragem de dizer em voz alta que estava gostando do gringão.
- Mas me conta...doeu muito?
Brulio arregalou os olhos e se deparou com um sorriso sacana nós lábios do filho que o olhava vitorioso, igualzinho a mãe dele, não sabia se a pergunta era seria ou só um jeitinho do filho tirar uma com a sua cara, mas dois podem jogar esse joguinho
- Pra caralho!
- Eu gosto da dor, a recompensa depois é muito boa.
- Não tenho uma opinião formada sobre isso ainda.
- Talvez o Chris possa te ajudar com isso.
Arthur pegou um pedaço de torta e colocou em um potinho fechando bem e caminhando pegando as chaves da princesa ainda sorrindo sapeca.
- Vocês tem o apartamento só pra vocês...usem camisinha...
E saiu correndo antes do pano de prato mais próximo voar na direção do gaúcho mais novo, Arthur estava muito feliz pelo pai, quando adotasse daria uma explicação vaga para seus filhos do porque seus vovós estarem juntos mas isso era um fato ainda muito pra frente no futuro.
Brulio pegou o celular e leu as mensagens com o português meio quebrado e umas figurinhas bem merda de um monte de personagem abrindo o cu, riu sozinho de como aquele gringo era idiota, um idiota que estava se coçando para encontrar, viu a conversa que tinham tido na noite anterior e o convite estava aberto para se encontrarem, perguntou hora e lugar e pronto, tinha um encontro marcado com o gringão.
Chris estava no meio de uma reunião com alguns acionistas quando o celular apitou mostrando no visor "My Sweet 🍮" e logo os outros homens engravatados começaram a fazer perguntas do tipo "Quem é?" E Christopher fechou a cara imediatamente fazendo todo mundo calar a boquinha rapidinho e voltar ao assunto.
Arthur entrou no prédio e comprimentou o porteiro que sorriu na sua direção, pegou o elevador cantarolando e bateu na porta do apartamento do namorado que abriu a porta sem camisa e com uma toalha no pescoço, teve um déjà vu da primeira vez que foi no apartamento do casula e repassou rapidamente tudo que tinha acontecido nós últimos meses e embora fosse uma bagunça... não trocaria aquilo por nada.
Alex comeu a torta feliz e agora estavam conversando na sala agarradinhos trocando carinhos.
Receber beijinhos do seu grandão era sempre a melhor parte de estar no apartamento de Alex, ele sempre tão carinhoso e gentil pronto para encher o saco de tão fofo que poderia ser.
Aquele olhar apaixonado e meio tonto do casula o deixava muito sem graça e no momento Alex com a cabeça nas suas coxas olhando pra ele daquele jeito era de tirar seu fôlego.
- Eu te amo tanto...
O sorriso veio espontâneamente junto com um beijinho na testa do negro.
- Eu achei que você quisesse que eu pedisse...
- Alex...você já fez muito por mim, deixa eu ser seu príncipe.
Alex sempre teve o riso frouxo, uma carinha inocente e debochada e era com toda certeza uma das pessoas mais expressivas que já tinha conhecido na vida, mas aquela cara de choque com a boca aberta e olhos esbugalhados foi com toda certeza a maior demostração emocional que arrancou do noivo.
- A-alex?
- Sim...
- Alex?
- Você é meu príncipe encantado, sempre foi...
O selinho tão inocente e a mão grande no seu rosto enquanto ele o encarava tão apaixonado simplesmente o destruía, não tinha um pingo de dúvida.
- Você é bonito de mais pro seu próprio bem...
- Todo mundo me acha bonito mas eu não me acho tudo isso não...eu tenho um corpo legal mas nunca me achei assim.
- Você precisa se ver com os meus olhos então...
- Cesar sempre diz isso
- Podemos não falar do seu irmão agora.
- Quer ver um filme então?
- Eu topo.
- Vou fazer pipoca.
Alex saltou do sofá em direção a cozinha deixando o noivo no sofá com seu celular desbloqueado em cima da mesinha, Alex não se importava com nada e confiava plenamente no namorado agora futuro marido então não via problema nenhum nisso.
Arthur pegou o celular e entrou na Netflix casando alguma coisa para assistirem quando o celular apitou mostrando uma notificação no whatsapp, entrou no app sem querer e já ia sair quando viu uma conversa estranha.
- Que porra é essa Alex?
O negro olhou a foto na loira peituda e revirou os olhos em desgosto.
- Ela ainda tá mandando mensagem?
- Você disse que não queria mais modelar, e tá aqui uma proposta da mais alta categoria.
- Aí não você também não...meu pai já me mandou olhar essa proposta mas eu não quero voltar pro mundo da moda...
- Eu sei que você tem medo de acontecer o que aconteceu 5 anos atrás outra vez mas você é bonito de mais pra não ser apreciado.
- Aí Arthur...
- Quando nós nos casarmos eu não quero mais estar na ordem em tempo integral, talvez eu abra uma clínica, você pode voltar a dar aulas ou.... desfilar...
- Mas e o seu sonho de ser músico?
- Eu amo tocar e cantar, mas eu sei que não vai ter espaço para um cara mais velho assim tão fácil, eu posso arranjar uns bicos em bares e restaurantes de vez enquanto, mas não conseguiria ajudar em casa só com isso.
Alex ficou triste, seu amado era talentoso e muito inteligente e gentil, adorava ouvir ele tocar e ouvir a voz dele nas músicas ele só precisava de um empurrão na direção do sucesso...teve uma ideia.
- Me dá o celular.
- Tá...
- Arthur, se...eu participar dessa campanha...você faz uma coisa por mim?
- Não precisa participar de nada pra me convencer de fazer alguma coisa pra você.
- Você é muito fofo! Mas sério, e uma campanha de óculos, eles precisam de modelos com vários tipos faciais...se eu participar...você toparia fazer fotos pra essa campanha também?
-....... Que?
- Vai Arthur! Se você participar comigo eu tenho certeza que me sentiria muito mais confortável.
- Alex...olha a minha cara...eu duvido...
Arthur foi interrompido por um beijinho em uma das cicatrizes o fazendo derreter de imediato.
- Você é lindo, o homem mais bonito do mundo.
- Alex...eu nunca fiz nada do tipo.
Sentiu as mãos do parceiro na sua cintura o puxando mais pra perto e automaticamente entrelaçou os braços no pescoço do noivo.
- Eu te ajudo.
Trocaram um beijo e era impossível não gemer com aqueles lábios grossos na sua pele e o carinho com que Alex o tocava o deixava embriagado.
- Você é realmente meu Onix não é?
- O que?
- O anel de noivado que eu te dei, tem uma Onix.
- Eu sei, mas honestamente ainda não entendi o porquê, geralmente não são diamantes?
Alex olhava o anel muito feliz, a pedra escura brilhava bonita no ouro branco destacado na sua pele, não ligava realmente para o valor ou tipo de pedra mas estava curioso.
- Você estudou artefatos históricos e não entendeu o por que eu te dei uma Onix?
Alex revirou sua cabeça e se lembrou que a pedra era usada para proteção em algumas culturas, algumas lendas diziam que ela era as lascas das unhas da deusa vênus que caíram na terra depois de terem sido cortadas pelo cupido mas ainda não conseguia fazer uma ligação entre ele e a jóia.
Arthur soltou uma risadinha vendo o homem da sua vida com uma cara séria procurando nas memórias alguma explicação.
- A Onix e a pedra que trás segurança nós relacionamentos, e uma pedra da harmonia, evita brigas e conflitos e ajuda superar momentos difíceis.
- Isso é legal...mas...
- Essa pedra e você Alex...ou melhor você foi a minha Onix esse tempo todo, cuidou de mim quando eu estava confuso, me fez sentir amado de verdade, sempre gentil evitando conflitos e mesmo quando precisa brigar e justo, você me fez perceber que essas cicatrizes no meu rosto não me definem como pessoa, me tornou mais decidido sobre quem eu sou e o que eu quero, e vocês dois tem a pele escura mais linda que eu já vi.
Alex era um pimentão, aquela com toda certeza era a declaração de amor mais bonita que já tinha ouvido na vida e nunca imaginou que ele seria o motivo de tal comparação, ficou sem palavras.
- Não sei nem o que dizer.
Recebeu outro beijo do noivo e um carinho na bochecha junto com os olhos apaixonados de Arthur na sua direção.
- Você me chama de rei, mas o único tesouro que eu realmente tenho e você.
Iria explodir de vergonha, recebeu mais um beijinho e o microondas apitou mostrando que a pipoca estava pronta, ambos sorriram na direção do aparelho.
- Já que estamos falando de pedras preciosas que tal assistirmos Steven universe?
- Não faço ideia do que seja mais se você prometer ficar abraçado comigo o filme todo eu não me importo nem um pouquinho.
- Eu prometo.
Brulio só não desmaiou porque não tinha ninguém por perto capaz de socorrer o pobre senhor, mais Christopher de jaqueta de couro e óculos escuro encostado naquela BMW preta estava de tirar o fôlego de qualquer pessoa, podia ver de longe algumas moças conversando enquanto olhavam o americano, apertou o passo e viu algumas delas puxando conversa com o gringo fazendo seu sangue ferver.
- sorry, I dont understand!
- Aí...me... acha... vo- you...
- Christopher?
- Oh! Thank God!
Brulio se aproximou e Chris correu pra ele como o diabo foge da cruz e praticamente se jogou nele puxando um pouco o motoqueiro afim de falar algo no seu ouvido.
- Fala que é meu intérprete e manda elas pra bem longe daqui.
Brulio arrepiou com o calor do gringo tão próximo mas já fechou a cara para as meninas andando a passos firmes na direção do grupo de mulheres com cara de cu.
- Desculpa meninas, ele não está interessado.
- Sério?
A ruiva disse olhando na direção do gringo dando uma balançada no decote fazendo Brulio fechar o punho e Chris uma careta de nojo.
- Sério.
- Sempre quis andar num carro desse...
A morena passou a mão no carro e fez um charminho no cabelo se aproximando de Christopher meio sorrateiramente.
- Sempre quis um sugar Daddy...
Christopher deu um salto querendo fugir dali o mais rápido possível, mais tinha uma ideia melhor, segurou a mão de Brulio que virou sendo recebido pelos lábios do americano e derreteu quase que de imediato soltando um gemidinho e um suspiro esquecendo completamente que estavam no meio da rua.
As moças se olharam meio sem graça e meio que só foram se afastando sem entender muito bem o que estava acontecendo ali, enquanto isso Christopher só faltava pular de alegria por finalmente poder estar com seu doce, e estava mais feliz ainda por ele não ter fugido do seu beijo e demostração de afeto públicas.
Se separaram com um último beijo estalado e quando Brulio abriu os olhos entrou em desespero vendo aquele sorriso vitorioso na sua frente e os olhos escuros totalmente vidrados nele, as pernas até deram uma falhada.
- Senti sua falta...
- Eu também senti a tua...
Outro beijo e Christopher estava nas nuvens enquanto Brulio não acreditava no que estava fazendo exatamente.
Passearam pelo shopping mas nada de mais aconteceu, mostraram fotos dos feriado e Brulio comentou no quão fofo Cesar e Alex estavam com todas aquelas blusas de frio em NY brincando na neve e patinando no central park, Brulio precisou fugir e disfarçar muitas vezes para que Christopher não segurasse sua mão em público atitude que não passou despercebida pelo americano, mas daria tempo ao tempo.
A BMW era realmente um carro de babar, os bancos de couro claro e os detalhes prateados na carroceria davam um charme e tanto pro veículo, mas Brulio estava muito mais empolgado com o dono do carro lhe beijando deliciosamente a cada segundo.
Chris abriu a porta de trás do veículo como o cavaleiro que era embora sem entender muito bem o porquê dele ir no banco de trás mas só entrou, Christopher dirigiu por uns três minutos e durante o trajeto foi conversando tranquilo até chegar onde queria parando o carro e meio que saltando do banco do motorista para o de trás pegando o gaúcho de surpresa.
Isso! Adorava isso, Christopher no seu colo arrancado todo o ar do seu pulmão de tanto que o beijava.
- Christopher...
- A sua voz me exita pra caralho.
O beijo no pescoço virou um chupão que ficaria roxo por um bom tempo arrancou um gemidinho manhoso do motoqueiro que como resposta ondulou o corpo criando um atrito gostoso.
Sentiu um carinho gostoso no seu cabelo e o sorriso do gringo na sua direção fazia seu coração bater forte e a cabeça girar.
- Eu gosto de você Brulio...eu gosto muito de você...
A cor nas bochechas do gaúcho lhe faziam sorrir bobo, sabia que ele não estava pronto mas não podia ficar engolindo seus próprios sentimentos sempre.
- Chris eu...
Os senhores ouviram batidinhas no vidro do carro e se olharam confusos, meio sem jeito Chris se esticou e baixou o vidro do carro revelando olhos cor de mel tão amarelos que beirava o ridículo, Brulio tapou a cara com as mãos por causa da vergonha e Christopher ficou encarando o rapaz por alguns segundos.
- Seu Christopher?
- Hi Gonzalez....
Que situação, Brulio nunca esteve com tanta vergonha como estava agora, aparentemente eles estavam fazendo o carro balançar de mais e alguém notou e chamou a viatura que passava, o pior e que eles nem estavam fazendo tanta coisa, só eram dois homens muito grandes mesmo.
- Desculpa atrapalhar mesmo viu seu Chris
- Tá tudo bem menino, não tem problema, a gente não tava fazendo nada de mais... ainda...
E Brulio quis morrer, de todos os homens do mundo tinha que se envolver justamente com o que tinha o senso de humor mais sádico e maldoso que existe.
- VAMBORA CORNO!
O parceiro de Gonzalez gritou de dentro da viatura fazendo os dois gigantes olharem para o baixinho novamente e a expressão dele era péssima agora, ambos repararam as grandes olheiras e a palidez junto com algumas roupas amassadas e ele claramente estava mal cuidado, Brulio não conhecia o rapaz, mas aquela carinha triste fez seu coração doer terrivelmente e o fato dele ser ainda menor que Arthur o afetava muito emocionalmente.
- BORA CARALHO!
- JA VOU!!! Desculpa seu Christopher, seu Brulio...
- Ei pintor de roda pé...tu tá bem rapaz?
Gonzalez olhou com aqueles olhos amarelos pra cima e Christopher suspirou com a expressividade daquele olhar tão lindo e triste e nesse momento os dois idosos estavam com os instintos paternos ligados no 100%
- Tô sim...e só uma brincadeira da corporação sabe? Tipo "beleza corno!" Só isso...
- Menino você mente muito mal....
- Pode falar pra gente, nós temos filhos da tu idade piá, não vamos te julgar nem nada, tá te acontecendo alguma coisa?
Gonzalez olhou os dois gigantes e ficou alternando entre um e outro eles pareciam genuinamente gentis e preocupados com ele.
- Minha esposa...me traiu com meus antigos parceiros... Não só com eles, metade da corporação... aparentemente ela era bastante conhecida entre meus irmãos de farda...só quem não conhecia ela era eu...
Os senhores se olharam e tiveram a mesma ideia e logo o tampinha era envolto em um abraço protetor e aconchegante, o perfume forte de Christopher com o por barba e o cigarro de Brulio eram uma combinação que lhe trouxe bastante segurança sem motivo aparente.
- Que horas você larga menino? Eu te pago uma cerveja, você pode falar comigo.
- Comigo também viu pia.
- Eu largo as 17:00
Christopher pegou a carteira e passou um endereço num papelzinho meio amarrotado.
- Nos encontra nesse bar ok, nos vamos te esperar lá.
Christopher não notou que estava bagunçado o cabelo do policial como fazia quando Cesar era pequeno mas sinceramente não importava, a mão de Brulio no seu ombro era definitivamente algo muito reconfortante.
Gonzalez entrou na viatura brincando com o papelzinho nós dedos, ainda eram 14:45 da tarde e pela primeira vez em uns bons dias estava louco para que sua patrulha acabasse.
- Que horror, dois veio se pegando no meio da rua.
- Qual problema?
- Cara são dois homens adultos se pegando, imagina se fosse seu pai!
- Eu não tenho pai, não tem como me relacionar com esse exemplo.
- foi mal, esqueci...
- Relaxa não faz diferença pra mim.
- Vamo terminar logo essa ronda e tomar um café, tua esposa faz um excelente hahaha...
Gonzalez engoliu a saliva junto com o choro e apertou o papelzinho entre os dedos, mal podia esperar para chegar às 17 logo.
- Tadinho...
- E o que nos vamos fazer até às 17 então?
- Eu tenho uma excelente ideia.
Brulio olhou aquela sorriso sacana e aqueles olhos escuros na sua direção e pensou "eu tô fudido"
- Então...elas são pedras não binárias...que se apaixonam umas pelas outras? E a diamante deixou a espinela todo esse tempo no jardim? Sozinha???
- Basicamente....
- Eu gostei disso mais do que deveria...
Alex deu uma risadinha e foi impossível não se agarrar mais a Arthur, estava tão feliz, esse era o começo do resto da sua vida.
- Arthur...vem comigo em um lugar amanhã...
- Claro, mas depende do horário, eu tenho um compromisso um pouco antes da boate abrir.
- nos podemos nos encontrar as 14:00h a boate vai abrir só as 16:00h dá tempo de sobra pra gente ir e volta.
- O fotógrafo oficial vai ir tirar fotos nossas né? E pra ir de terno e levar uma troca de roupa mas sexy... nunca imaginei isso.
- Eu já sei que terno eu vou usar...
- Eu trouxe o meu lá de Carpazinha, comparado com você vou ficar oh! Uma bosta!
- Não fala assim! Você é muito lindo! Tô doido pra te ver de terno e gravata.
- Meu pai escolheu um moh bonitão!
- Meu pai também caprichou na escolha.
Os dois rapazes ficaram papeando e brincando um com o outro sem se importar com o mundo ao seu redor, até ensaiaram um pouco a coreografia nova ficar um com o outro sempre era a melhor coisa do mundo.
Faziam anos que não entrava dentro de um motel, estava se tremendo todo, Chris pegou a chave e guardou o carro na garagem do quarto deles, não era um motel barato mas nem fudendo e isso só o deixou ainda mais nervoso.
O quarto parecia uma casa, tinha dois ambientes e o banheiro tinha uma hidro bastante convidativa, sentiu a cintura ser envolvida com carinho e prendeu a respiração quase que de imediato, o beijo na sua nuca mandou todo seu sangue pro meio das suas pernas.
- Você sabe que não precisa fazer nada se não quiser não sabe?
Como é que fala mesmo? Tinha desaprendido, olhou de rabo de olho pro lado e Chris o observava basta atento e preocupado.
- Brulio você tá bem?
- Não sei...tu me deixa muito nervoso...
Ele era muito fofo para o seu próprio bem, beijou a nuca do gaúcho novamente mas se Brulio não quisesse nada poderiam só ficar agarradinhos ou trocando carinhos, puxou o motoqueiro para a cama e lá caíram Brulio por baixo com a boca seca e com o pau duro enquanto Chris colocava uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.
- u are so cute.
O beijo do americano era de enlouquecer e não fazia ideia de como reagir, o corpo sabia muito bem o que queria mas a mente do Gaudério ainda estava muito confusa.
- Eu não sei o que fazer quando tu me beija assim.
- Me beija de volta, não precisa fazer muito mais que isso.
Gringo maldito filho da puta! Não precisava ser tão charmoso e compreensivo assim, não precisava olhar pra ele daquele jeito, era golpe baixo.
- Você quer fazer alguma coisa? Realizar alguma fantasia? Nós estamos num motel...
- Eu não tenho nada desse tipo.
- Jura? Qual foi a coisa mais louca que você já fez então?
- Você....você é a minha maior loucura
Não deveria sentir orgulho disso mais sentiu, voltou a beijar o gaúcho ficando totalmente por cima dele criando um atrito entre os corpos e Brulio se segurou muito pra não desfalecer de tão gostoso que aquele beijo estava sendo mas não conseguia segurar os gemidos.
Roupas jogadas pra todo lado enquanto Christopher o preparava com todo o cuidado e carinho que ele sabia que tinha sem parar por um segundo de beija-lo e elogiar o quanto estava indo bem.
Se sentia tão insignificante rebolando nós dedos do gringo implorando por mais e chamando o nome do parceiro sem parar, era o auge da humilhação.
Passou a mão por todos os músculos do gaúcho o fazendo gemer arrastado e pedir mais beijos, tão doce, mais queria algo com mais força hoje.
Virou o mais alto sem problema e entrou de uma vez ouvindo o grito dele resooar por todo quarto.
Incrível! Delicioso! Não conseguia colocar em palavras o que estava sentindo, evitou os olhos do gringo e descontou a dor mordendo o travesseiro e sentindo as bombadas começarem fortes e certeiras.
Tão apertado e quente queria muito poder aproveitar a sensação de estar ali com ele, dentro dele se arrumou melhor entre as pernas do gaúcho e voltou a bombar.
A força dele era ridiculamente monstruosa então ficar por baixo era um choque toda vez, mordeu o lençol e sentiu Christopher se debruçar e começar a gemer no seu ouvido.
- you are so tight
Aumentou a velocidade fazendo Brulio revirar os olhos enquanto chamava o gringo, ainda não conseguia acreditar no que seu corpo poderia fazer.
Se limpar era chato mais adorava sentir o calor que pingava entre suas pernas e obviamente a respiração descompassada de Chris no seu ouvido eram uma recompensa boa de mais pra ser verdade.
- Eu... gosto de você também.
Christopher quase não conseguiu entender do que se tratava mas quando a ficha caiu quase explodindo de felicidade.
Alex levou o noivo até a portaria e agora se despedia dele com um beijo cheio de carinho
- Eu quero mais um beijo.
E Alex lhe deu outro beijo.
- Mais um!
E recebeu mais um.
- Mais!
E teve mais um beijo compartilhado com Arthur.
- Mais...
- Arthur.... quantos beijos de despedida você precisa afinal?
Arthur olhou todo triste para Alex, seu rosto entre as mãos grandes dele, segurou um dos pulsos e usou o dedão para acariciar a pele macia, Alex quase teve um piripaque com aquele olhar tão profundo e triste, os olhos tão lindos o encarando com tanto carinho, quase desfaleceu.
- O suficiente pra não sentir sua falta até nós nos vermos outra vez.
- Aí Arthur.
O último beijo de despedida foi tão doce e cheio de carinho que por um segundo Alex quis chamar o noivo de volta pro seu apartamento, ficariam agarrados se beijando até o dia amanhecer, mas Arthur já tinha ido embora na princesa deixando o casula fazendo bico e com saudades.
- Acho que aqueles beijos não foram o suficiente pra mim.
Pensou Alex enquanto subia dentro do elevador olhando o anel de noivado com um sorriso no rosto.
Gonzalez chegou no barzinho no "Eu tu eles Bar" por volta das 17:35 literalmente saiu correndo da corporação, olhou em volta e o ambiente era agradabilíssimo entrou e de longe viu os dois gigantes sentados numa mesa mais no canto, seu Chris tinha o braço normal envolta do pescoço do seu Brulio e eles pareciam felizes, quase foi embora e deixou os dois sozinhos não queria estragar o encontro deles mas estava realmente muito mal.
- licença...
A voz quase não saiu mais assim que os senhores o viram a postura mudou totalmente, ele se olharam novamente e olharam pra ele como se fosse um corpo desfigurado.
- Meu rapaz...você está bem?
O sotaque do gaúcho era acolhedor a voz grossa parecia genuinamente preocupada, queria mentir e jogar tudo pra debaixo do tapete mas só começou a chorar desesperado mesmo, doía tanto...
- Poor thing...
Christopher se levantou e ofereceu um abraço ao baixinho que grudou nele igual a um coala, Christopher apoiou seu queixo na cabeça do rapaz e deixou ele chorar tudo que precisava.
A caneca de chopp veio e em alguns segundos o líquido já tinha desaparecido, os dois senhores não beberam e pareciam apreensivos vendo o sexto chopp indo embora sem nem uma palavra entre as canecas.
A caneca fez barulho na mesa e na cabeça de Brulio a rapaz já tinha consumido o próprio peso em álcool, segurava a mão de Chris por debaixo da mesa e estava se segurando muito pra não ficar sorrindo feito um idiota, até porque a prioridade agora era com toda certeza aquele anão de olhos bonitos e cabelo fofinho.
- Melhor agora pia?
- Sim Senhor!
Ele não estava no seu normal, colocou a mão no queixo e o cotovelo na mesa dando uma risadinha meio torta, o rosto vermelho pelo álcool e a aparecia mais jovial o fazia parecer um adolescente bêbado.
- Vocês dois são tão grandes...e eu sou tão piquininho...será se eu fosse grande ela ia continuar com eu?
Ok...ele era muito fofo...e os dois paizões ali estavam tendo uma pequena onda de hormônios sendo liberadas e eles diziam "Proteger a todo custo"
- Sua esposa?
- Ex! Ex esposa! Eu não quero mais nada com aquela mulher...opa...
- Eita.
Se Brulio não tivesse segurado a cadeira Gonzalez estaria no chão agora, fez uma nota metal de não deixar o pequeno beber tanto das próximas vezes que o visse.
- Eu fiz de tudo por ela! Tudo! Mas ela não estava nem aí...ela nunca precisou levantar um dedo naquela casa! esa perra!
Os dois senhores seguraram um pouco a risada enquanto o policial baixinho falava uma infinidade de palavrões em espanhol, Brulio relacionou o policial a um chiuaua por alguma razão.
- Lo siento...Lo siento De verdad os senhores não precisavam ouvir minhas histórias.
- No problem, little one
- vocês podem falar português por favor!?
A risada do policial era bastante agradável e ele tinha feições delicadas e bem bonitas, era definitivamente um rapaz muito bonito.
- E quantos anos você tem afinal pia?
- 26...
- Você não é muito baixinho para ser policial? Achei que a altura mínima era de 1,65?
- É verdade...eu tenho 1,60...mas o seu chris me ajudou a entrar na polícia...gracias Señor Chris
- Por que você tem tantos contatos na polícia afinal?
- Meu Filho era filho de um traficante, o sistema de adoção é terrivelmente injusto e cruel, meu filho é negro em um país onde o fato dele andar na rua de boné pode ser motivo para um enquandro, e se te serve de consolo não é só dentro da polícia brasileira que eu tenho contatos, na americana, na britânica na australiana e na canadense também, eu vou fazer de tudo para que o Alex esteja seguro em qualquer lugar que ele esteja!
- E como você tem tantos contatos?
- Eu trabalhei com muita gente famosa, gente famosa e políticos, e meu negócio no mundo das artes vai muito bem Obrigado, você pode conseguir muita coisa quando se tem dinheiro e influência.
- Disso eu não duvido...
- Eu queria que meu pai fosse como o senhor...
Os dois senhores olharam o rapaz meio largado na cadeira que fazia um desenho na caneca de chopp ainda gelada.
- Seu pai não foi bom pra você pia?
- Que pai? Ele deixou Mi mamá, yo y mis 3 hermanas quando eu tinha 5 anos, minha Hermanita Más joven tenía 7 Meses, eu fui o homem da casa minha vida todinha, mas eu tinha minhas hermanitas para cuidar, então eu cozinhava, passava, fazia mamadeira enquanto mi mamá e minha Abuela limpavam casas de família...
- Você é um bom rapaz Gonzalez...
- Gracias Señor.
- Eu nunca me atentei a isso...mas de onde vocês são afinal?
- Meu pai é brasileiro mais minha mãe e minha avó são mexicanas...eles dizem que eu me pareço muito com o meu pai...mas eu tenho os olhos da minha abuela...
- Muito lindos, meu filho também tem olhos diferentes do normal.
- O seu filho e o que está sendo ameaçando não é?
- Infelizmente...fantasmas do nosso passado sempre voltam para nos assombrar...
- Não se preocupa eu vou proteje ele!
Gonzalez bateu continência e desmaiou logo em seguida deixando os dois senhores em total pânico e desespero.
- Menino!
Brulio pegou o rapaz estilo noiva e ele se aconchegou no seu peitoral, a queda fez sua roupa ficar toda cagada e molhada, o cheiro do perfume dele era bastante doce e a pele dele era bem macia e o rosto bonito o fazia parecer muito um adolescente manhoso.
- E agora Christopher? A gente não pode deixar ele assim.
- Vamos levar ele pra casa...acho que o Cesar consegue localizar pelo celular, eu chamo alguém para levar o carro dele.
- Vamos ver se não tem alguma coisa importante no carro dele.
Os senhores foram com cuidado até o smart car vinho e tiraram a chave do bolso do policial, quando abriram o coração dos dois senhores foi até o chão, roupas algumas usadas outras limpas uma escova de dente e vários salgadinhos.
- Ele tem dormido no carro....
- Poor little one...
- Eu vou levar ele pro apartamento do Arthur...
- Eu moro sozinho agora, ele pode ficar comigo...
- Pode até ser, mas não acho que vai cair bem pra você aparecer com um rapaz que parece um adolescente desmaiado no seu carro sozinho, principalmente quando você é um homem rico e influente, deixa ele acordar e amanhã ele vai...hoje ele dorme comigo e com o Arthur.
Chris olhou espantado para o gaúcho ele tinha realmente pensado em todas essas possibilidades, nunca imaginou que ele tentaria protegê-lo de alguma coisa.
Colocaram o rapaz no banco de trás e Brulio usou a jaqueta para cobrir o pobre coitado e ele era tão pequeno que quase ficou todo coberto.
- Desculpa pelo encontro meio inusitado...
- Que isso homem...eu pude te ver e te beijar... já tá de bom tamanho.
Chris segurou a mão do motoqueiro e eles compartilharam um beijo bastante honesto, Brulio finalmente tinha se tocado de que não tinha mais volta a partir daquele ponto.
Arthur estava separado suas coisas para levar para a reabertura da boate quando ouviu a voz escandalosa do sogro vindo do corredor e a porta abrindo com a delicadeza de um mamute dançando balé, já imaginou pegar seu pai e Chris se comendo no meio da sala mais o que encontrou foi o pai com um rapaz de rosto bonito nós braços dormindo aconchegado e Chris falando pra ele ter mais cuidado.
- O que tá acontecendo?
- Menino!!!!
Chris deu um abraço no genro que foi retribuído bem amavelmente, andou até o rapaz e tirou um pouco do cabelo da cara e uau, que rostinho lindo ele tinha passava uma inocência e delicadeza bastante agradáveis.
Arthur ouviu a explicação dos dois mais velhos e arrumou sua cama para que o policial fosse posto nela, porém antes disso com muita vergonha ele e seu pai trocaram o pobre coitado e ele era tão pequeno que a blusa que colocaram nele ficou parecendo um vestido e chegava até os joelhos, era uma blusa de Brulio afinal.
Chris foi embora e Brulio o levou até o carro Arthur seguiu eles pela sacada e pode ver claramente o beijão que seu pai recebeu do americano e de como mesmo de longe era possível ver ele vermelho, nesse aspecto realmente ele é o pai eram muito parecidos.
Agora deitados na mesma cama pai e filho jogavam conversa fora enquanto Arthur brincava com o cabelo do pai.
- Depois eu te ensino a esconder...
- Esconder? Esconder o que piá?
Arthur abriu um sorriso maldoso e apertou o pescoço do pai onde um chupão ficava cada vez mais roxo e Brulio cada vez mais vermelho.
- Eu tô feliz pelo senhor...de verdade...
- O Christopher e seu sogro...eu não deveria...
- O senhor gosta dele?
- Acho que mais do que deveria...
- Então tá tudo bem, só cuidado e é bom achar uma boa desculpa pro resto da gangue depois que aparecer com um gringo de quase dois metros no bar.
- Eu vou pensar em alguma coisa...
- Eu sei que vai.
Ambos dormiram até que muito bem aquela noite, enquanto isso Chris no seu apartamento preparava o quarto de hóspedes com o maior carinho do mundo.
Gonzalez acordou de ressaca mas bem melhor que os últimos dias, estava em uma cama e tinha um teto sobre a sua cabeça, o cheiro de café fez o estômago roncar fazia tempo que só comia em restaurantes ou salgadinhos no carro estava sentindo falta de uma comidinha caseira.
Levantou e tomou um choque, onde estavam suas roupas? Olhou ao redor e nada mas logo percebeu de que quem quer que fosse aquele quarto era alguém formado em alguma área da medicina, os livros e mais livros com capas de cérebros e símbolos médicos como o cálice e a serpente pra todos os lados, os pôsteres de banda e a guitarra e o violão arrumadinhas do lado de um amplificador também mostravam que essa pessoa era músico com toda certeza, caminhou a passos doloridos por causa da ressaca e abriu a porta vendo a sala simples com a tv e o sofá junto com estantes com mais e mais livros, o estômago roncou agora sentindo o cheiro do que ele deduziu ser pão na chapa.
- Opa...acordou? Bom dia!
O sotaque gaúcho era realmente bastante fofo, aqueles olhos bicolores o deixaram fascinado nunca tinha visto alguém com heterocromia antes, se lembrou do que o senhor Brulio o tinha dito sobre o filho ter olhos diferentes do normal também.
- Você é Arthur Cevero?
- Eu mesmo!
- Que vergonha...eu deveria estar trabalhando pra te proteger...ao invez disso dou PT e venho parar na sua casa...eu sinto muito mesmo...
Arthur olhou bem pro mais baixo ali e juntou as sobrancelhas de forma inquisitiva, aquele rapaz estava com problemas.
Entregou uma xícara generosa de café e um pedaço da torta de morango que o pai tinha feito, seu velho tinha ido comprar remédio para ressaca pro seu convidado deixando ele e Arthur sozinhos.
Gonzalez comeu pão e torta, tomou café e se sentiu até que bem revigorado mas ainda estava bastante envergonhado por estar basicamente de vestido na frente de um homem tão bonito.
- Você sabe o que eu fiz com as minhas roupas?
- Você nada, mas nós tivemos que te trocar, teu distintivo tá ali na mesa e acho que antes de eu sair sua calça vai estar seca, tá muito calor hoje.
- Gracias y lo siento
- Que fofo...
- Que?
- Você é fofo...
Ficou vermelho automaticamente, não conseguia manter um contato visual com o gaúcho, os músculos definidos e o sorriso charmoso lhe deixavam levemente nervoso, faziam anos desde que tinha sentido atração por outro homem e não sabia mais flertar por causa dos 5 anos de casado, mas olhando bem a mão do gaúcho a aliança bem grande já o desanimava bastante e lhe trazia memórias ruins.
- Quer conversar?
- O que?
- Você não parece bem...quer conversar?
- Não...seu pai e o seu Chris já me ouviram muito ontem...
- Tenho certeza de que posso ajudar mais que os dois juntos.
Arthur andou até a estante e pegou um pedaço de papel que tinha julgado ser um bloco de notas pequeno e foi até o quarto voltando em menos de cinco segundos usando um jaleco e Gonzalez se sentiu em um filme pornô, Arthur ofereceu o papel e nele estava escrito: "Arthur Cevero, psicólogico" com um número de contato de uma clínica que pelo DDD era no sul.
- Você é médico mesmo?
- Se quiser pesquisar meu crm eu te passo o número...
- Não, não eu acredito...e que...você tem outra vibe...
- "outra vibe"?
- Sim...tipo bad boy... roqueiro sabe?
- Eu vim pra SP tentar realizar meu sonho de ser um astro do rock...ou invez disso virei uma espécie de garoto de programa, mas sinceramente não tenho do que reclamar.
- Largou a psicologia pra realizar seu sonho?
- Meu sonho era ser médico ou veterinário, infelizmente coisas aconteceram na minha vida e eu tive que pegar um caminho alternativo para realizar esse sonho, e fala sério... Doutor Cevero e muito sexy não acha?
Gonzalez soltou uma risadinha e Arthur pareceu aliviado em tirar um sorriso do rosto do rapaz, ele parecia mais tranquilo agora.
- A minha hora e bem cara, meu teto pode chegar até 140 reais, mas eu também atendia pelo SUS, então, vamos considerar esse nosso papo um atendimento público que eu estou dando a um oficial em necessidade... sente-se.
Arthur indicou o sofá para o policial e pegou uma cadeira, um bloco de notas e uma caneta, pernas cruzadas, barba bem feita olhar sério na direção do outro homem sentia falta de ajudar as pessoas desse jeito.
- Pode começar...
- Eu nunca estive num psicólogo antes...
- Em particular acho que polícias deveriam ter acompanhamento psicólogico e psiquiátrico semanal mas acho bastante difícil disso acontecer tendo visto que vocês mal tem condições básicas de trabalho.
- Nem me fala, eu sempre sonhei em ser policial, dês de criança sabe? Queria dar orgulho pra minha Mamá e pra minha Abuela.
- Eles te apoiaram nesse decisão? E um emprego perigoso... é filho único?
- No início elas não ficaram muito contentes, mas era um trabalho honesto com uma remuneração razoável e ajuda o filho de imigrantes aqui a ter um pouco de respeito, não tenho três irmãs mais novas.
- Mães sempre vão proteger suas crias, na maioria das vezes pelo menos...e suas irmãs? Trabalham de que? Se dá bem com elas?
- Minhas irmãs são meus maiores orgulhos e tesouros, a segunda mais velha, depois de mim e advogada, a terceira e professora de matemática e a nossa casula acabou de se formar em letras português-espanhol vai ser professora também, todas dentro de relacionamentos saudáveis e com filhos, eu tenho sete sobrinhas.
- Uma família bastante feminina a sua...como se sente sendo o único homem no meio de tantas personalidades femininas?
- Sempre fui o homem da casa, me dou muito bem com meus cunhados, eles são homens muito bons e honestos, gosto muito deles.
- E eles fazem o que?
- O marido da advogada atualmente está desempregado, mas ele era cozinheiro num restaurante, tá fazendo Uber agora, o da professora de matemática também e professor na escola que ela trabalha, professor de química e o marido da nossa casulinha é personal treeiner.
- Qual a idade das suas sobrinhas?
- A mais velha tem 7 e a mais nova tem só dois meses, ela é filha da professora, a advogada teve trigêmeas e a nossa casula engravidou na adolescência ela é mãe da mais velha.
- Sua família parece bem estruturada e saudável, e você...tem filhos?
O silêncio bateu forte no ambiente e Arthur percebeu o caminho que deveria seguir a partir dali.
- É casado?
- Era!
- Era? Ela morreu?
- Pra mim sim...
- Se sente confortável de que eu continue perguntando sobre sua ex?
-.... já que estamos fazendo isso vamos até o fim...
- Ok...por que ela está morta pra você?
- Ela me traiu...Esa perra bastarda!
- Percebo um pouco de agressividade na sua voz.
- Ela me traiu doutor! Me traiu com o meu parceiro! E com metade da corporação! Hijos de puta!
- Gonzalez...o que você considera traição?
- Ela transou com meu parceiro! Acho que isso é uma traição!!!
- Me permita discordar de você nesse sentido.
O policial olhou meio indignado para Arthur que anotava alguma coisa no caderno sem se importar muito com o olhar do policial sobre si.
- Eu estou noivo Gonzalez, pedi o homem da minha vida em casamento no começo do ano, e embora nós não venhamos a nos casar tão rapidamente eu consigo me ver passando o resto da minha vida com ele.
- Isso é lindo mas o que tem haver comigo?
- Lembra do que eu disse antes de começarmos a seção?
- O que?
- Eu sou uma espécie de garoto de programa agora, e o meu noivo também, antes da boate fechar um dos meus últimos serviços foi assistir um cara se masturbar e deixar ele gozar na minha coxa, agora me diga...eu trai meu noivo fazendo isso?
-.....Sim... você.... traiu....
- Ok... então...um dos últimos serviços do meu noivo foi uma lapdance em uma mulher enquanto a parceria dela assistia, meu noivo, me traiu?
- Sim...ele te traiu...
- Por que? Por causa da atividade sexual em si?
- Eu não sei, mais traiu...
- Eu não trai meu noivo, e ele não me traiu, eu apenas fiz meu trabalho assim como ele, sexo não é a real traição que você está falando aqui.
- O que? Ela transou com uma penca de caras!
- I daí? O corpo e dela não é?
- Sim mais...
- Gonzalez, sexo é uma atividade física, cabe a pessoa dar significado a essa atividade ou não, sua esposa transou com 12 homens, ok show, bom pra ela que aguenta 13 homens na vida dela, o que ela fez que realmente foi uma traição não foi o ato sexual, e sim a quebrar sua confiança nela, e não só nela como em todos esses homens da corporação.
- Desculpa doutor...acho que me perdi um pouco...
- Vamos usar o maior exemplo de traição conhecido pela nossa sociedade atualmente, o beijo de Judas, Jesus e Judas eram amigos, comiam juntos! Dormiam juntos! Viajavam juntos e mesmo assim, nem mesmo o filho de Deus ficou livre de ser traído por uma das pessoas que mais confiava e amava em toda sua vida, tanto que Jesus pergunta o porquê de Judas o trair justamente com um beijo, beijos em nossa cultura são uma forma de selar um contrato, um contrato que você inclusive fazia parte a algum tempo...
- O casamento...
- Exatamente, o Sexo em si não e a traição, e sim o sentimento que você tinha em relação a ela, e não só a ela como ao seus irmãos de farda, eles te traíram emocionante muito mais do que sexualmente.
- Então você está dizendo que eu deveria perdoar?
- O sexo? Sim, agora o que ela fez emocionalmente com você não, a marca que ela deixou você vai levar pra sempre e inclusive influenciar seus próximos relacionamentos.
- O senhor recomenda alguma coisa?
- Sim... transe...
- O que?
- Isso mesmo que você ouviu, você é um homem livre e como ela te deixou por alguém que posso garantir não deve ter metade do seu charme, mostre pra ela que você está muito melhor sem ela.
- Não sei se esse seria um concelho que um psicólogico daria...
- Eu sou um psicólogo, mas também sou garoto de programa, e nada ajuda mais alguém do que colocar as feras pra fora.
Gozalez recebeu uma piscadela e um sorriso na sua direção e ficou vermelhinho mas bastante agradecido pelo concelho.
- O senhor trairia o seu noivo?
- Já tive muitas oportunidades...mas a resposta sempre vai ser não.
- Invejo seu noivo...
- Espero que encontre alguém que realmente te de valor.
Brulio chegou alguns minutos depois e Arthur foi se trocar para o seu primeiro compromisso do dia.
- Tchau pai, tchau Gonzalez! Até mais tarde.
- Tchau filho!
- Tchau Doutor....
Brulio lhe entregou suas roupas e ele se sentiu meio mal de estar fazendo aquela família cuidar tanto dele quando era ele que deveria estar protegendo eles.
- Eu não posso aceitar ficar com o seu Christopher! Ele já fez muito por mim...
- Pois pra casa da tua ex tu não volta pia.
- Mas...
- Sem mas... capacete e segura com força.
Andar de moto foi muito mais legal do que imaginou que seria e Brulio tinha um cheiro gostoso e lhe transmitia bastante segurança, ficou desacreditado com o quarto que iria ficar e não sabia o que fazer para agradecer, protegeria os Ceveros e os Cohens com toda sua vida.
Arthur estava se sentindo muito gostoso naquele terno cinza justo que só faltava virar uma segunda pele, o cabelo recem raspado dos lados e cheio no meio e a barba perfeita não tinha quem não olhasse, viu de longe seus convidados chegando confusos todos também muito lindos, foi impossível não sorrir.
- Arthur-san...
- Arthur...achei que queria falar alguma coisa sobre o Alex.
- Iii rapaz...
- Thiago... Cesar... Joui...se sentem...nos precisamos ter uma conversa séria.
Os três amigos se sentaram na frente do gaúcho e viram o olhar doce dele ficando cada vez mais sério a cada segundo.
- Eu preciso que vocês parem...eu não aguento mais...
Os três se entre olharam espantados e meio jururus, enquanto Arthur massageava as temporas com uma cara cansada.
- Arthur-san...
- Não, nem vem com essa carinha Joui...você é muito fofo mas não, já deu.
- O que tá acontecendo afinal?
- O que tá acontecendo Cesar e simplesmente eu tô dando um basta nesse joguinho idiota entre vocês três.
- Que joguinho papai?
- Eu não sou um prêmio pra vocês tentarem conquistar, não sou um brinquedo para me usarem e depois jogarem fora, não sou um buraco pra entrar em sair quando estão com tesão e muito menos um santo para me tratarem como divindade.
- Arthur...
- Cesar eu sou teu cunhado! Eu amo o seu irmão! Eu vou me casar com ele o Alex e o pai dos meus filhos e você tem a audiência e a pachorra de dizer que quer me seduzir, se você realmente se importasse um pingo que fosse com o Alex não teria coragem de dizer isso.
- QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA DIZER O QUE EU SINTO OU NÃO SINTO PELO MEU IRMÃO?!?!?
- EU SOU O HOMEM QUE AMA O SEU IRMÃO!
Arthur bateu na messa do bar e aquela era a versão mais agressiva que os três já tinham visto o gaúcho.
- Eu amo o Alex Cesar....por favor...entenda que eu não vou deixar ele por você...por nenhum de vocês...
- Arthur, achei que nos tínhamos uma química...
- A gente teve Thiago, no passado, você realmente me deixou louco por meses, isso é verdade, mas você só tá assim atrás de mim porque não conseguiu o que queria..."Você não me ama de verdade"
Cesar olhou chocado para Arthur e Thiago tinha os olhos arregalados na direção do gaúcho enquanto Joui não entendia nada de libras.
- Dês de quando...? Você fala libras....?
- O Alex é um excelente professor sabia...ele e gentil e paciente...eu não falo libras ainda, só sei algumas pessoas básicas tipo, "oi" "tchau" "onde é o banheiro" e é claro...."eu te amo" eu sinto muito Thiago...eu não posso corresponder você...até porque... não tem nada aqui...
Arthur fez um sinal apontando o próprio coração e Thiago ficou pálido e meio zonzo, o que estava acontecendo afinal, ninguém nunca tinha o recusado na vida.
- Que tipo de relacionamento e esse que vocês ficam dando aulinhas um pro outro?
O veneno na voz de Joui era totalmente cruel e Arthur balançou a cabeça negativamente meio triste.
- Joui, um relacionamento não é só sexo, e comunicação e amor, eu não tô com o Alex por causa de sexo, você conheceu o Alex, ele não tem só o corpo e o pau dele a me oferecer, ele é doce, inteligente, e carinhoso, se eu quisesse só sexo eu teria feito com todos vocês a muito tempo.
- Eu posso te oferecer isso também...
- Joui, com todo o respeito e carinho que eu tenho por você, antes de estar em um relacionamento você precisa estar seguro de si mesmo, e você ainda não está pronto pra isso.
- Arthur....você realmente quer tanto assim tirar o Alex de mim?
Todos os outros na messa encararam Cesar com os olhos vermelhos se segurando muito pra não chorar e se tremendo.
- Cesar-kun
- Cesinha....
- Eu não quero tirar seu irmão de vocês Cesar...eu quero fazer ele feliz e eu quero você faça parte da nossa vida, quero levar meus filhos para brincarem com você, quero que esteja lá no dia do meu casamento com seu irmão, você é parte da vida dele, e eu quero que seja parte de minha com ele.
- Arthur...
Arthur olhou o relógio e tomou um susto, levantando meio exacerbado engolindo a água de uma só vez.
- Eu tenho que ir, Alex me disse que queria me levar pra um lugar.
Cesar olhou o horário e olhou para Arthur e ligou os pontos, falou em libras com Thiago alguma coisa e por causa da velocidade e da forma que eles falavam Arthur não pegou nenhuma palavra e Joui não entendeu nada, Cesar levantou correndo e foi atrás do gaúcho o segurando pelo ombro.
- Arthur espera...
- Eu vou me atrasar Cesar...
- O que o Alex vai te mostrar e muito importante...eu provavelmente iria encontrar vocês lá junto com o meu pai e o Thiago, mas se o que você disse e realmente verdade, vocês precisam passar por isso juntos primeiro... só promete que não vai surtar tá!
- ok....
- Eu estou contando com você.
Arthur achou mudança meio estranha mas não questionou e montou na princesa indo em direção ao endereço dado.
- Minha nossa...
Alex estava lindo naquele terno totalmente preto e os óculos novos, Arthur tomou um choque de realidade de que aquele era o homem com quem passaria o resto da sua vida.
- Você tá lindo...
- Você também...
Se beijaram e Arthur olhou meio assustado para os portões do cemitério abraçando Alex e encostando a cabeça no peitoral do noivo.
- Vem... queria te apresentar alguém.
Arthur seguiu o amado pelas lápides e túmulos parando em um túmulo simples sem muito cuidado e uma cruz já desgastada.
- Oi Edgar...como você tá?
Arthur arregalou os olhos ouvindo o nome do padrasto de Alex olhando pra cruz meio em choque e bastante perdido.
- Alex?
- Esse é meu noivo...você não iria gostar eu acho, mas também acho que você não se importaria com tanto que não te atrapalhasse...
- Alex?
- Eu sou um um adulto agora, eu realmente cresci tá vendo? Eu cresci e fiquei forte e vou ter uma família e eu prometo mostrar meus filhos pra você.
Arthur abraçou forte Alex por trás e voltou para o lado do noivo com os olhos cheios de lágrimas, e respirando com um pouco de dificuldade.
- Muito prazer Edgar, meu nome é Arthur Cevero, eu sou o noivo do Alex.
Ambos ficaram conversando com o túmulo uns minutos até ouvirem passos vindo na direção dos dois, Alex olhou e travou no lugar.
- Elisse?
- Você realmente visita esse lixo?
O sangue de Arthur ferveu com todas as suas forças não pensou duas vezes ficou na frente do parceiro e sacou a arma atirando sem pensar duas vezes, a bala passou longe de Elisse mas a mulher ficou em choque olhando para Arthur aterrorizada.
- Só pra tu saber...eu atiro muito bem...eu errei de propósito, sai daqui, sai! Não dá mais nenhum passo na direção do Alex, ou o próximo tiro vai te colocar junto com essas pessoas.
E nessa hora Cesar veio correndo igual um touro raivoso com Chris ainda mais puto correndo também.
- Alex!?
- My son!
- Father... Cesar....
A mulher viu os três homens cercado o mais novo e a arma apontada pra sua cabeça é então sem pensar duas vezes foi andando meio confusa em direção ao portão do cemitério.
Arthur abaixou a arma e suspirou quase chorando virou na direção do noivo e abraçou ele muito forte.
- Eu vou cuidar de você....pra sempre...
Cesar e Chris se olharam e olharam para Arthur com Alex em seus braços e não tinha como negar que um era louco pelo outro.
Elisse saiu andando a passos largos raivosa pensando: "moleque insolente, como se atrevem a me desafiar? Eu dei vida a ele! Ele me pertence! Minha propriedade! Não vai se livrar de mim assim foi fácil"
Alex foi agarrado no noivo na princesa até a boate enquanto Cesar e Chris foram no HB20 azuj que tinha recebido um grande banho e desinfecção de presente de natal.
Todo mundo estava a coisa mais linda, a fotógrafa enviada era um doce tirou fotos legais e a máscara dela lembrava muito um beija flor e as fotos foram upadas no app da ordem faltando apenas alguns minutos para a boate abrir, tudo correu mais do que perfeito e Daniel comemorou quase pulou da cadeira quando viu o bar novo e o palco reformado, os quartos temáticos também estavam de cara nova e estavam mas despojados foi uma reabertura do caralho.
Chris comunicou a transferência temporária de uma das melhores equipes para a unidade deles, a equipe Kelvin, mas eles só apareceriam em fevereiro ou no fim de janeiro dependendo da demanda da unidade da liberdade.
As primeiras semanas correram normal, os clientes estavam felizes e Arthur até ganhou um livro das senhorinhas pra quem lia vez ou outra, tudo parecia estar indo nos trilhos.
Gonzalez queria muito agradecer os dois senhores de alguma forma, ele estava literalmente vivendo de favor na casa do Cohen e Arthur o estava ajudando a lidar com a traição, enquanto o processo de divórcio com Dorotéia acontecia, ela obviamente queria a casa e o carrinho dele, mas Chris não daria esse gostinho a mulher e contratou os melhores advogados para o policial e sugeriu muito seriamente que o baixinho tirasse uma licença por causa do bullying que estava sofrendo pelo resto da corporação.
- Eu queria te pagar de alguma forma sei Chris...
- Tire umas férias... só isso já vai estar bom pra mim...
- Ok...vou pensar...
Chris estava dando uma carona para a polícia já que de acordo com o processo ele não poderia usar o carro.
- Se importa de passarmos antes na boate?
- Claro que não...
Chris era o último a chegar naquele dia por causa de um cliente, Gonzalez seguiu o senhor pelo locar bonito meio tímido.
- Não precisa ter vergonha...
Entrou bastante intimidado e olhando aquelas pessoas bonitas o olhando com curiosidade e o medindo sem maldade alguma.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Derrepente um grito vindo de algum lugar da boate foi ouvindo apavorando todos dentro do lugar.
- Arthur....
Alex saiu correndo na direção do som sendo seguido por Brulio também totalmente desesperado e logo até Daniel pegava o elevador para saber o que caralhos estava acontecendo.
- Arthur???
Alex entrou no quarto e segurou o grito de horror, na janela pendurado totalmente grotesco e até um pouco satânico uma carcaça de bezerro pingando sangue, o vermelho fazia Arthur se tremer e chorar, sentiu Alex o abraçando e cobrindo sua visão do pobre animal tão cruelmente assassinado.
Gonzalez entrou por último no quarto e viu Arthur tremendo e chorando no abraço de Alex enquanto o restante do grupo tentava retirar a carcaça do bezerro da da janela, sentiu muito raiva.
Chris e Brulio retiraram a cabeça do animal daquela situação tão lamentável, a cabeça abriu no meio revelando um bilhete escritório com sangue em papel cartão que dizia: "Você é meu"
O tom totalmente bizarro da mensagem deixou todos meio balançados e confusos.
- Será que foram os assombrados?
- Se fosse o Rodolfo ele já teria me ligado para se gabar dessa crueldade.
- Quem poderia fazer uma coisa assim tão cruel com um animalzinho....?
Cesar olhava nas câmeras e percebeu que algumas pessoas com máscaras sem estilização haviam um colocado o pobre bichinho pendurado lá.
- Isso é estranha...quem usou esse quarto por último Daniel?
- No app tem só um casal normal sem convidados registrado, e nenhum tem máscara de tecidos.
- Então alguém sem registro fez uma atrocidades dessas?
- Muito provavelmente...a pergunta é... por que? Pra que?
- A questão não é "pra que?"...se sim "pra quem?"
Todos olharam o baixinho sério os olhos castanhos mel brilhando com raiva na direção da onde a carcaça do animal tinha sido descartada, Arthur ainda abraçava Alex como se sua vida dependesse disso e Alex o protegia como se seu corpo pudesse bloquear qualquer mal que pudesse acontecer com ele.
- Senhor Chris....o senhor consegue minhas férias?
- Consigo...por que?
- Porque eu quero proteger o doutor junto com vocês, eu posso trabalhar aqui por um tempo?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.