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História Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Contos de fadas


Escrita por: Sachii

Notas do Autor


Esse capítulo e pra aprofundar mais as relações, então eu espero que vocês gostem dos negócios que eu escrevi viu.

Capítulo 32 - Contos de fadas


Fanfic / Fanfiction Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Contos de fadas

Arthur se tremia dentro do abraço de Alex que o apertava com força e lágrimas escorrendo do seu rosto, Gonzalez olhou pro casal e foi possível ver que o coração gentil e a voz amigáveis não era a única fachada do policial, estava tão puto que era possível ver a veia da sua testa saltar.

- Gonzalez, com todo respeito...você não tem perfil pra trabalhar aqui menino.

O baixinho olhou pro americano que parecia genuinamente preocupado com o seu bem estar naquela situação e sorriu doce na direção dele.

- O que o senhor quer dizer com "perfil?"

- E que você parece tão....

- Inocente....

Joui completou a frase, ele passava uma vibe muito boazinha e Inocente pro ambiente, e a boate simplesmente não era nada daquilo.

- Ok.... você.... asiático... você tá armado num tá? quer dizer, todos vocês tão mais...eu posso mostrar uma coisa?

Todo mundo se olhou meio espantado pelo fato do policial ter percebido, Gonzalez fez um sinal com o dedo pra que Joui se aproximasse.

- Aponta sua arma pra mim...

Joui olhou assustado e perdidinho pro policial, os olhos bonitos com o ar gentil passavam confiança e segurança e ele era uma gracinha com aqueles 1,60 e cabelo preto, era quase um crime em si ameaçar aquela carinha.

- Eu não sei se eu quero fazer isso...

O biquinho que Joui fazia no momento era um forte páreo pra carinha triste do policial e por alguns segundos aquelas duas carinhas inocentes pareciam a coisa mais preciosa do mundo.

- Não se preocupa, não vai me machucar...

Joui olhou pra trás procurando a resposta no irmão mais velho que estava com a sobrancelha erguida em curiosidade então Joui sacou o revólver calibre 37 novinho que Daniel tinha lhe dado de presente de natal, ele queria uma espingarda na realidade, Daniel prometeu que se ele se comportasse seria seu presente de Aniversário.

Meio sem jeito o asiático apontou a arma pro policial, e em três segundos ele já estava desarmado e de joelhos no chão.

Gonzalez viu a arma segurou o pulso de Joui com cuidado pra não machucar já que era só uma demonstração, apertou um pouco e veio com a outra palma na direção da arma apertado os dedos de Joui fazendo ficar difícil continuar segurando o objeto, retirou o mesmo da mão de dançarino e a desmontou com uma só mão e usou a outra para entortar o mais novo até ele cair de joelhos por causa do desconforto.

- JOUI!

Daniel veio tão rápido na direção do Irmão proto pra atropelar o baixinho com sua cadeira se possível, enquanto isso o asiático levantava apertando o pulso para que o desconforto momentâneo passasse mais rápido, porém os olhinhos pequenininhos cor de amêndoas brilhavam com empolgação.

- QUE DESCOLADO!!! FAZ DE NOVO!!!

- DE NOVO O CARALHO!!!

Daniel agora se usava de barreira entre as duas fofurinhas com uma cara bem brava na direção do policial que deu uma encolhida perante aqueles olhos verdes lindos e tão intensos que fariam qualquer pessoa parar a respiração, o cabelo laranja liso escorrendo pelo rosto e a barba ruiva lhe davam um ar intimidador e mesmo na cadeira de rodas os músculos grandes dos braços fariam qualquer um dar uns passos pra trás, o ruivo mais lindo que já tinha visto na vida.

- D-desculpa, eu só queria mostrar que posso ser útil..Ah eu também sei dançar se precisar.

A expressão brava na cara de Daniel se desfez instantâneamente dando lugar a um sorriso meio malvado.

- Agora estamos conversando...

- Daniel!

- Seu Chris! Ele dança! E olha esse rostinho tenho certeza que tem público pra ele.

Christopher suspirou e passou a mão no rosto de baixo pra cima com a mão mecânica na cintura, o movimento fez os cabelos ficarem meio bagunçados e os músculos bem expostos, Brulio suspiro.

- Não acho uma boa ideia

Gonzalez virou em direção do americano e respirou fundo meio triste, aqueles olhos amarelos lindos pidões com aquela carinha de bebê e pele pálida estavam quebrando o coração do gringo.

- Seu Chris, o senhor me ajudou muito e ajudou minha família também, se não fosse pelo senhor eu não seria policial, meu tamanho não ajuda muito então eu treinei muito duro, eu sou faixa preta em jiu jitsu, eu luto Krav maga e Kung Fu, e embora não pareça eu sou muito forte e rápido.

- Gonzalez, você é um bom rapaz, e esse mundo... é muito complicado e preciso muita força de vontade e não são só mulheres que-

- Eu não sou hetero...se é isso que o senhor quis dizer, então tudo bem ter homens me olhando ou me tocando...

- Ninguém tocaria em você se você não autorizar...

Joui completou a conversa olhando Daniel encaixado a última bala no revólver e girando lhe dando de volta com um sorriso no rosto.

- Seu Chris, eu jurei a bandeira, jurei proteger meu país e os cidadãos, jurei proteger meus irmãos de farda, e eles cuspiram na minha dignidade então acho que tá na hora d'eu jurar lealdade a quem realmente merece.

Gonzalez prestou continência na direção de Christopher que ficou meio abobado com aquela situação.

- Oh...thas creepy...

Cesar falou olhando a situação e soltando uma risadinha meio cruel.

- Eu prometo tomar cuidado seu Christopher...eu quero ajudar o Doutor...

Até o presente momento as únicas pessoas que sabiam sobre a antiga profissão de Arthur eram Alex, Christopher e Daniel, então quando Gonzalez se referia a Arthur como doutor a cara de todos os outros ficou bastante confusa, mas ninguém questionou de imediato.

Alex estava cagando pra demostração de Gonzalez, se fosse em outra hora talvez ele tivesse se oferecido de cobaia já que sua tolerância a dor seria útil ali, mas no momento tudo que ele conseguiu ver e sentir era Arthur em seus braços tremendo descontrolado ficando cada vez mais pálido, deu um beijinho na testa do namorado e parou de chorar, Arthur precisava dele agora.

- Meu rei....eu vou te erguer agora, eu sei que você tá assustado, mas eu preciso te levar para um lugar melhor.

Arthur ainda estava em choque mas conseguiu colaborar e Alex o carregava sem dificuldade no estilo noiva até dentro de um dos quartos o deitando na cama e cobrindo ele com todo amor do mundo.

- Arthur, você toma algum remédio pra quando está assim?

- Pai...

- Ok! Tudo bem se eu sair agora? Eu prometo ficar com você depois.

Arthur olhou pra Alex e deu uma mini balançada de cabeça dando sinal positivo para o noivo que saiu correndo em total desespero atrás do sogro.

- Seu Brulio...

Cohens gostavam de lhe assustar, já sabia disso é já prévia sustos as vezes, mas dessa vez quando olhou pra trás se deparou com Alex segurando sua jaqueta e com os olhos inchados de chorar e só conseguiu pensar no quão bonito aquele garoto era.

- Fala piá...

- o Arthur disse que o senhor sabe onde está o remédio dele...

Aquilo era sério, Arthur não deixava nem ele ver suas crises mas aparentemente Alex realmente tinha quebrado todas as barreiras que um dia seu filho tinha erguido.

- Na mala da princesa...

E tão rápido quanto veio Alex já tinha ido.

Alex entregou o remédio com uma garrafinha de água e Arthur engoliu o remédio sem pensar duas vezes ainda tremendo muito, o suor pingava de sua testa e tinha calafrios aleatoriamente, foi impossível não associar a imagem de Jeniffer aquela cabeça de bezerro não conseguia raciocinar direito e estava quase vomitando.

- Meu amor...

Sentiu dedos finos se entrelaçando aos seus o contraste das peles juntas era algo terrivelmente lindo aos seus olhos, a doçura da voz de Alex lhe trazia paz e conforto, apertou a mão do parceiro e em alguns segundos o remédio começou a agir o fazendo relaxar e cair num sono bem pesado.

Estava tão puto! Podia matar quem quer que fosse que tinha feito aquilo com seu amado e ainda por cima as custas de um animalzinho inocente, olhou Arthur dormindo na cama é sentiu um amargo na boca, era uma das tristezas mais fortes que já tinha sentido na vida.

Alex deu um beijinho na testa do namorado e o cobriu com todo carinho do mundo e saiu do quarto, aparentemente Gonzalez convenceu o povo de que seria uma boa aquisição pra boate e estavam combinando algumas coisas, aproveitou a distração e foi no bar pegando uma garrafa de vodka pequena e subindo pro telhado sem ninguém perceber, pelo menos foi isso que imaginou.

O bar era novinho e já estava sendo roubado pelo povo, ninguém mexe no seu bar assim sem mais nem menos, pegou o elevador e foi pro telhado.

Virou a garrafa toda de uma só vez sentindo o estômago e a garganta gritarem e queimarem, olhou o vidro na mão por alguns segundos e estourou ela no chão dando um grito curto e nada amigável, os estilhaços voaram para todos os lados, olhou para os pedaços maiores e a tentação bateu forte, olhou para o pulso e novamente para o vidro no chão e pro pulso outra vez....fechou os olhos e respirou fundo.

- Eu não posso cuidar do Arthur se também estiver machucado...

- Alex? 

Aquela voz era inconfundível, grossa e arranhada na garganta, olhou pra trás e lá estava sua dor de cabeça particular bonito como sempre com um cigarro entre os dedos.

- Iai Daniel...

- Alex...o que você vai fazer com esse vidro?

- Nem reparei que tava segurando...

Não se lembrava de ter pego o caco do chão nem de estar segurando com tanta força assim, ainda bem que Arthur era a única coisa que estava na sua cabeça no momento, mas ainda precisava fazer algo ruim ou não sabe o que seria da sua cabeça, olhou o cigarro na mão do ruivo e não pensou duas vezes.

- Me dá um cigarro?

Daniel olhou bem pra cara do casulinha e juntou as sobrancelhas sem entender direito o pedido.

- Dês de quando você fuma?

- Eu não fumo

- Então por que quer um cigarro?

- Parece algo ruim o suficiente.

- Quê?

- E difícil de explicar...só me dá um cigarro....

Daniel não entendeu muito bem mas esticou o maço e Alex pegou um meio sem pensar, o seu queimava nós seus dedos então usou o mesmo para acender outro, tragando com bastante gosto a nicotina enquanto Alex ainda examinava bastante o objeto cilíndrico.

Daniel fez menção de pegar o esqueiro mas antes de alcançar o seu bolso Alex se curvou na sua direção... igualzinho a quando ele tentava lhe roubar um beijo, ele deixaria dessa vez, era tudo que queria, sentiu os cigarros se encostando e a chama sendo dividida, não conseguia tirar os olhos de Alex que tinha os olhos fechados com o cigarro entre os lábios sendo segurados pelos dedos finos, o rosto quadrado quase tão bonito e simétrico que parecia ter sido esculpido por algum artista grego e o perfume tão gostoso que ele sempre usava se misturando a fumaça do cigarro, gravou aquele momento com todas as forças na sua memória.

Alex abriu os olhos e a primeira coisa que viu foram o verde dos olhos da antiga paixão, realmente Daniel não era brincadeira mesmo! Com toda certeza o ruivo mais bonito que já tinha visto, tão lindo que parecia ter saído de algum conto de fadas ou história digna de um livro.

Se levantou sendo seguido por aqueles olhos lindos enquanto tragava o cigarro tossindo logo em seguida.

- Isso é horrível... obrigado Daniel.

Porra... porra... caralho...Alex era só...puta que pariu, aquele garoto ficava bonito de qualquer jeito fazendo qualquer coisa! não é atoa que Chris tentou enfiar ele na carreira de modelo, mediu o rapaz de perfil tragando o cigarro entre os dedos, a aliança brilhava linda em contraste na sua pele e a Onix tinha um corte lindo, a jaqueta jeans com a blusa branca era o look mais básico do universo mas nele parecia que ficaria feio em qualquer outra pessoa, tinha sido muito idiota.

Daniel estava o encarando de mais e não estava gostando nada disso caminhou um na direção dele e se sentou no chão ao lado cadeirante tragando o cigarro novamente.

- O que você quer saber?

- Oi?

- Eu passei um ano observando você ruivo, acho que decorei até quantos fios de cabelo você deixa fora do coque.

- Isso é bizarro...

- Eu nunca fui muito normal...mas vai...desembucha...

Daniel respirou fundo e começou a ficar meio vermelho e um pouco apreensivo.

- Por que você tá com o Arthur? Isso foi tão do nada e agora você tá com uma aliança no dedo! Mas simplesmente não faz sentido o relacionamento de vocês...

- Não faz sentido pra você.

Alex tragou outra vez e soltou a fumaça a vendo sumir no ar e olhou pra Daniel novamente abrindo um sorriso meio malvado.

- Foi muito do nada...

- Não foi do nada...na verdade você deve saber muito bem quando começou... afinal...você é tecnicamente nosso padrinho...

- Eu o que?

O ruivo parecia assustado e perdidinho naquela frase, não fazia absolutamente nenhum sentido, nunca tentou juntar aqueles dois.

- Eu gostei do Arthur...um pouco antes de começar a dançar com ele, mas os três patetas já estavam na corrida pra ganhar o coração do meu amor, e sem contar que, quem olharia pra mim tendo os três atrás dele, então eu só aceitei que ele nunca iria me enxergar, mas aí ele dançou comigo....e ele me olhava tão gentil e me tratava bem...só que aparentemente pra você eu não era capaz de me interessar por outra pessoa que não fosse você.

- Alex eu...

- Deixa eu continuar...aí você veio com aquele papo de que meus clientes poderiam machucar ele, eu entrei em Pânico... então eu ataquei ele só pra ver se ele conseguia se defender, e ele me quebrou no soco e então...ele me beijou quando eu expliquei a situação, sabe o que eu disse quando a gente se separou daquele beijo?

- Como eu vou saber?

- Eu disse que gostava de você.

O silêncio era tão pesado que um elefante seria mais leve, Daniel engoliu a saliva encarando o negro que estava bastante sério o encarando.

- Se você gostava de mim...por que começou a sair com ele?

- Começou com uma brincadeira...ele precisava se aliviar e eu também, era pra ser só sexo, mas ficar abraçado com ele é tão bom...ouvir ele afinando a guitarra e relaxante...e quando ele sorri pra mim...o resto do mundo parece sem graça e sem sabor, eu amo o Arthur...eu amo ele mais do que eu mesmo consigo medir....

- Você.... gostou de mim assim?

Encarando o cadeirante conseguia ver que ele estava um pouco triste e muito curioso.

- Gostei...mas você nunca se importou realmente...eu tava cansado de ser tratado como última opção, ou um tipo de remédio anti stress pra Liz, ninguém me via como um adulto aqui, na verdade ninguém me vê como nada além do Irmão do Cesar aqui, mas eu não me importo com isso eu amo meu irmão e fico feliz de lembrar ele, mas eu também sou o Alex e o unico que quis me conhecer foi o Arthur.

- Por que não me contou essas coisas antes? Por que não me contou seu passado antes? Eu sempre achei que você fosse só um garoto de orfanato que deu sorte em ser adotado por um gringo rico...

- Eu realmente dei sorte, mas sobre meu passado...as pessoas tem a tendência de sentirem pena de mim depois do que eu conto, eu odeio que sintam pena de mim, então prefiro não dizer, e só de imaginar que você teria me tratado diferente se soubesse me da dor de estômago.

- Mas você contou pro Arthur...e vocês se conheciam a meses... já vai fazer dois anos que nos conhecemos...e.... você não planejava contar pra mim...por que contou pra ele?

- Ele é diferente....

- Diferente como?

Daniel estava muito frustrado e se não estivesse se controlando muito iria chorar em total desespero.

- Logo no começo, falar com ele foi natural, eu não me sentia pisando em ovos, ele não me julgava e quando eu me sentia desconfortável não forçava nada, não sentiu pena de mim, e me amou com todas as minhas crises...nos brigamos quando ele viu meu pulso...mas...mesmo bravo ele me ajudou a fazer o curativo, ele tremia por causa do sangue mas ficou ali comigo mesmo estando assustado, ele ficou do meu lado.

- Eu também teria ficado...

Alex olhou de canto de olho pro ruivo e deu um sorriso meio debochado soltando uma risadinha pelo nariz.

- Eu sei que teria, mais não é você o homem que eu amo Daniel... não mais...teve uma época que eu quis tanto que você me amasse, que eu estava disposto a qualquer coisa por uma migalha da sua atenção, mas como você poderia me amar de volta estando tão cheio de ódio? Eu realmente queria ter sido seu cavaleiro de armadura reluzente e ter te salvado meu príncipe encantado, mas meu rei me fez sua mão direita.

Alex disse isso levantando a mão mostrando o anel de noivado e Daniel engoliu a saliva.

- Por que você gostava de mim afinal? Como você mesmo disse, eu te tratei muito mal...

- Eu conto se você prometer não rir.

- Ok....

- Você parece um príncipe encantado, e eu era uma criança estranha...todos aqueles livros de romance me faziam acreditar que eu podia achar o amor das formas mais idiotas, e quando você entrou pela porta da boate, eu juro que nunca na minha vida tinha visto um homem tão bonito quanto você.

- Você não tem espelho em casa?

A risada dele era com toda certeza uma das coisas mais lindas que já tinha ouvido, o sorriso dele parecia a minha linda pedra preciosa, mas não pertencia a ele.

- Eu sempre quis viver um amor, e achei que você fosse a pessoa certa meu amigo, mas no final...foi você quem me levou a ele...de um jeito estranho... você foi minha fada madrinha.

- Essas suas metáforas são horríveis....

- Eu sou professor lembra...pra mim tudo é meio lúdico...

- Será que eu não posso mesmo ter um final feliz com você?

Alex suspirou meio triste e olhou pra Daniel que estava vermelho de tanto segurar o choro, deu uma última tragada no cigarro e jogou a bituca fora.

- Infelizmente o meu livro já está indo pra uma sequência, mas o seu ainda está na metade, eu sei que você vai ter um final feliz ruivo....mas eu não estou nele, então me faz um favor, se resolve e fica de olho aberto talvez você possa amar novamente se tiver a chance.

Alex deu dois tapinhas no ombro de Daniel e se posicionou atrás da cadeira puxando Daniel pra fora com toda delicadeza que ele tinha, desceram no elevador em silêncio e Daniel jurou que nunca tinha visto Alex tão maduro assim.

- Eu vou ficar com o Arthur até ele se sentir melhor, avisa o pessoal por favor

- Pode deixar.

Alex entrou no quarto novamente e Arthur dormia feito um anjo, sentou na beirada da cama e segurou sua mão o olhando com carinho e atenção.

- Eu vou ficar com você sempre que você precisar tá....eu prometo...eu vou cuidar de você até o último dia da minha vida, eu te amo.

Fazendo um carinho no rosto do noivo Alex se pos se guarda o melhor que pode.

Gonzalez estava bastante feliz por ter convencido depois de muitas e muitas tentativas de que era útil e capaz sim e agora estava totalmente fascinado com Mikey na sua mão o cheirando e andando todo curioso, os olhinhos amarelos brilhando em empolgação com o pet o deixavam ainda mais com cara de criança.

- Ele é muito bonitinho!

Chris segurou a risadinha e Brulio viu Daniel entrando no recinto meio cabisbaixo e pensativo.

- Tá tudo bem pia?

- Que?...a tá sim...o Alex tá com o Arthur no quarto, disse que vai ficar lá até ele se sentir melhor.

Brulio sorriu, Alex era realmente um bom rapaz, aprovava 100% o relacionamento deles e a escolha do filho tinha sido com toda certeza a melhor, viu Daniel pegar uma pilha de papéis e voltar para o meio da galera.

- Gonzalez, esse é o contrato de freelancer, você tem algumas restrições com o app mas não é nada muito significativo, seu Brulio já está acostumado com as funções e pode te explicar já que é da mesma categoria que você, e só assinar e se quiser o Cesar te ajuda ainda hoje a fazer uma máscara e a monta seu cardápio e identificação por foto.

- Ok! Seu Christopher, pra quando o senhor consegue minha licença?

Chris olhou pro teto e balançou a cabeça com os braços cruzados e Mikey no ombro como se estivesse cantando seus pensamentos.

- Me dê uns três dias.

- Sim Senhor!

Gonzalez assinou o contrato sem nem ler e Brulio levou ele na rainha pro trabalho.

- Obrigado seu Brulio.

Estendendo o capacete para o mais velho com um sorriso tão fofo que foi automático o carinho na cabeça que o motoqueiro só se tocou que fazia quando alguns outros policiais começaram a falar.

- I ala, o Gonzalez não disse que não tinha pai?

- Ele não tem, deve ser algum amigo.

Só aí Brulio tirou a mão da cabeça do rapaz e ele estava vermelhinho e parecia encabulado.

- Desculpa...eu não deveria...

- Obrigado...

E saiu correndo pra dentro da delegacia deixando Brulio meio perdido e confuso mas não realmente se importando.

Estar vivendo com seu Christopher era algo no mínimo interessante, o gringo era um doce de pessoa, lhe deu roupas novas e até ofereceu um dos seus muitos carros para usar mas recusou essa última oferta já seria um abuso, sem contar que os carros não eram nada simples.

- E ai corno! Como você tá sem carro e sem casa? Dormindo em hotel?

- Gustavo....

Lá estava o antigo parceiro, o maldito que tinha ido pra cama com sua esposa, ele não era o único com toda certeza não era o último, o sangue ferveu mas a voz de Arthur ecoou na sua cabeça.

- Estou ficando com uns amigos da minha família.

- Não foi correndo falar pra sua Mamá que agora e corno?

- Mamá e Abuela estão ajudando a Garcia com a minha sobrinha, elas não precisam de mais trabalho, e elas já sabem do meu término com a Dorotéia.

- Há! Pode deixar que eu vou cuidar muito bem dela.

Gonzalez sentiu a cabeça quente e a boca seca, fechou o punho e respirou fundo lembrando do que Arthur falou, não precisava descer ao nível dele mas com toda certeza não precisava ficar quieto.

- Faça bom proveito.

E saiu andando sem olhar pra trás sendo seguido pelo ex parceiro puto pelos corredores.

- Sempre certinho! Sempre o santo Gonzalez! Não é atoa que a Teia deixou você pelo grandão aqui.

Gonzalez parou e mediu o ex parceiro, 10 centímetros de diferença se ele soubesse o tamanho das pessoas que conhecia teria vergonha de se chamar de "grandão" virou e continuou andando sem nem se importar mas o ex parceiro não estava satisfeito ainda.

- Sabe o que ela disse sobre você?

Gonzalez parou no lugar e olhou pro chão com os olhos cheios de água, sabia que ele queria que ele revidasse, isso entraria no processo de divórcio e complicaria ainda mais as coisas pro seu lado, mesmo seu Chris tendo contratado alguns dos melhores advogados do país para defende-lo, olhou pra trás esperando a ofensa.

- Ela disse que na cama você parece uma moça.

- .......

O Sorriso na cara do FDP era de vitória mas não se sentiu tão ofendido quanto imaginou que se sentiria, na verdade deu risada, ele era carinhoso com ela, lhe dava amor não rolada se ela quisesse tanto assim algo mais agressivo era só ter pedido não ter procurado em outros caras, ele era o pacote completo.

Se aproximou de Gustavo e ficou cara a cara com ele o encarando com aqueles olhos de lobo, a barba falhada do ex parceiro com um cheiro de cigarro e cerveja e a pequena pança lhe fizeram questionar o gosto da ex.

Uma pequena quantidade de polícias olhava a situação e alguns foram em direção a sala do delegado avisar sobre a possibilidade de ocorrer uma briga, mas esse não era o plano do latino.

- Vai encarar tampinha?

- Depende...você acha que consegue me aguentar?

O entitulado sorriu a os dentes amarelados do cigarro fizeram o lobo questionar novamente os gostos da mulher, ele era tão bom assim? Só tinha um jeito de descobrir, segurou o mais alto pela gola e o empurrou até a parede sem dificuldade o que deixou todos que olhavam meio espantados porque Gonzalez era pequeno e amigável, nunca tinha tido sequer uma atitude agressiva, nem os policiais que trabalhavam com ele o tinham visto ser assim antes.

Prensado na parede Gustavo já se preparava para receber um soco e as câmeras iriam gravar dando vantagem para Dorotéia no julgamento, mas não foi bem isso que aconteceu.

Nossa que nojo, o gosto do café com o cigarro barato lhe deu um pouco de ansea, a barba lhe incomodava por ser desregular e isso estava estragando a diversão de ver os colegas assistindo o beijo e Gustavo em total surpresa e choque com a atitude.

Separou o beijo e deu um selinho rindo debochado soltando a gola do ex parceiro.

- É...acho que ela realmente não fez a escolha mais correta, trocou isso, por isso...

Gonzalez falava e erguia a camisa mostrando o four pack super definido jogando o cabelo pra trás de forma sexy o que deixou todos as pessoas ao redor meio perdidas porque o policial era conhecido por ser terrivelmente tímido e até evitava usar o vestiário, então pra muitos ali era a primeira vez que viam o corpos do policial e as notícias do corpão do oficial começou a correr pela corporação igual fogo na palha.

Gonzalez se virou e saiu andando como se nada tivesse acontecido agradeceria Arthur pelos conselhos depois.

- Viado!!!!

Gustavo cuspia e passava a mão na boca tentando tirar seja lá o que fosse de Gonzalez da boca tendo como resposta um dedo do meio levantado na sua direção enquanto o baixinho ia em direção a sala do delegado.

Arthur abriu os olhos e a primeira pessoa que viu foi seu Alex segurando sua mão e o encarando com toda a atenção do mundo, o coração chegou a doer de tão rápido que disparou.

- Alex.

- Arthur! Arthur! Meu amor você acordou!

O mais novo se jogou na sua direção lhe dando um abraço meio torto e lhe enchendo de beijos pelo rosto.

- Calma aí grandão

- Eu. Tava. Tão. Preocupado. Com. Você.

Cada palavra era seguida de um beijo fazendo o gaúcho até esquecer o porquê de estar dopado na cama.

- Por que você tá cheirando cigarro?

- Longa história, te explico melhor depois o importante agora é você! Como você tá?

- Já estive melhor...

- Quer que eu faça alguma coisa? Seu pai foi levar o Gonzalez no trabalho, inclusive eu não entendi muito bem mas parece que o baixinho vai trabalhar aqui por um tempo.

- O que o Gonzalez iria querer trabalhando aqui?

- Da pra levantar uma boa grana, talvez ele queira uma boa quantidade caso perca no processo de divórcio.

- Eu tô conversando bastante com ele, mas eu não acho que sou o profissional com as qualificações corretas pro caso dele.

- Você é um psicólogo incrível, tenho certeza de que ele só tá segurando as pontas por sua causa.

- Falando em segurando as pontas...a Jenifer...quer dizer...a vaquinha?

Alex abraçou ainda mais o motoqueiro e lhe deu um selinho recebido com um sorriso e um suspiro.

- Nossos pais já descartaram...você acha que foram os assombrados?

- Não...se eles soubessem onde eu trabalho já teriam tentado algo na boate, eles não são do tipo que deixa recadinho.

- Então...pra quem foi aquela mensagem, e quem fez tamanha crueldade?

- Sua mãe...

Alex engoliu a saliva e olhou assustado para o noivo que parecia terrivelmente puto e exausto.

- Você acha mesmo que ela...?

- Não dúvido.... inclusive...ela não te contou tudo...Alex a Elisse tá com AIDS, e está desesperada...eu deveria ter matado ela quando tive a chance...

- Ela não seria capaz...

- Alex ela machucou você! A porra da pessoa mais doce e gentil desse universo, matar um animal a sangue frio não seria nada de mais pra ela...e eu não vejo outra pessoa que faria algo assim.

- Será que ela não tem nem um pingo de bondade nela mesmo?

- Tudo possível de bom que ela podia ter tá parado bem na minha frente.

Alex deu uma risadinha e Arthur lhe deu um beijinho que foi aprofundado até virar um beijão, o gosto da nicotina na boca de Alex deixava Arthur empolgado por algum motivo.

- Eu preciso de um cigarro...

- Eu posso arranjar um pra você, mas...tem um preço.

- Eu tenho cigarro na princesa, mas me diz seu preço...

- Me beija outra vez.

Arthur sorriu e segurou o queixo de Alex trazendo ele pra mais próximo e compartilharam um beijo novamente entre sorrisos.

As apresentações da noite ocorreram normalmente, ou com o máximo de normalidade que poderia acontecer e a semana se seguiu sem outro ataque, Gonzalez tinha mas um dia até sua licença e nesses últimos dias na delegacia recebeu algumas cantadas das colegas de trabalho e alguns homens da corporação pareciam interessados de mais na sua pessoa.

- Eiiiiii... Grande Gonzalez....

- Oi Henrique....

Último dia antes de sair de licença, já tinha figurino na boate e uma máscara, o cadastro no app já funcionava e mesmo sem Review os olhos amarelos receberam bastante comentários na plataforma, isso deu uma infladinha bem necessária no seu ego.

- Vai sair de férias né? Volta que dia

- Na verdade eu não faço ideia... provavelmente só depois que meu divórcio sair... talvez até depois...

- Poxa... fiquei sabendo do que aconteceu... sinto muito mesmo viu meu amigo....

Henrique era bonitinho, os cachinhos dourados e os olhos azuis na pele sardenta e seus 1,67 lhe eram interessantes, talvez uma última cerveja antes da licença...

- Bora tomar um chopp, tem um barzinho legal no "Bixiga" conhece o "Santo bar"? 

- Já ouvi falar, nunca fui...

- Vamo, eu pago.

- Meu amigo de graça até injeção na testa.

Como esperado o bar estava cheio, o samba rolando ao vivo dava um ar divertido ao ambiente, Henrique olhava a decoração e comentava vez ou outra, falavam de casos antigos e no geral foi tudo bastante agradável, Gonzalez não flertava a anos mas sinceramente não estava vendo nada de mais ali, só amigos conversando e precisava disso, as únicas pessoas com quem está tendo contato eram sua família e o pessoal da boate, então estava feliz ali, mandou mensagem para Christopher avisando que chegaria tarde em casa e para o senhor não se preocupar, recebeu um "👍🏻♥️" do senhor e riu sozinho.

- Pra quem mandou mensagem?

- Pro seu Chris.

- Pra quem?

- O senhor que tá me abrigando enquanto esse furacão passa na minha vida, olha só, ele é gringo.

- Mas isso não é uma pessoa é um poste feito de músculos!

- Ele foi patrão da minha mãe e da minha abuela quando eu era mais novo, foi ele que pagou meus estudos e os estudos das minhas irmãs, esses são os filhos dele.

Gonzalez mostrou uma foto de Cesar e Alex em uma praia claramente em outro país.

- Nossa...ele teve duas esposas?

- O Alex é adotado, essa aqui é uma das festas na empresa dele aqui no Brasil, eu devia ter uns 14/15 anos o Alex tinha 11/12 e o Cesar tinha 19, esses três postes aqui atrás são o Miguel, A Mari e o Kennan eles também trabalham pra ele até hoje, a minha mãe e a minha abuela aqui com as minhas irmãs na festa e o Thiago lá no fundo falando com alguém.

Henrique olhou a foto e todos pareciam boas pessoas e Gonzalez não parecia ter mudado muito continuava uma gracinha, continuaram conversando por alguns minutos até duas moças chamarem eles para dançar.

Chris recebeu a mensagem e mandou os emojis sorrindo, era bom ver o rapaz voltando a ter uma vida mas agora estava sozinho em casa....mente vazia oficina do diabo não e mesmo...

- Alô

- Hi sweetheart...

- Oi gringão...

- Tá muito ocupado?

Brulio olhou a pilha de louça que tinha lavado e Arthur dormia no sofá.

- tô tranquilo

- Não quer vir aqui em casa?

Conhecia aquele sotaque bem de mais pra saber que se fosse lá provavelmente não sairia tão cedo... agradecia profundamente por ser segunda e a boate não abrir.

- Chego em uma hora.

O telefone desligou e Christopher deu risada, olhando pra tela do celular.

- Arthur..

- Hum... quê?

- Eu vou no Christopher.... preciso de ajuda...

Arthur estava meio grogue de sono seus clientes de domingo fizeram ele ler um longo livro que nem erótico era foi o último a terminar o atendimento no domingo então estava cansado.

- Ajuda em que?

- Eu queria agradar ele de alguma forma...

Arthur coçou a cabeça e a barba as palavras caíram lentas na sua cabeça, e então arregalou os olhos numa expressão de surpresa e desespero.

- NÃO! AI JÁ É DE MAIS!

- Filho me ajuda! Eu não sei o que fazer! A única pessoa com quem eu me relacionei na vida foi a tua mãe.

- Pai por favor! 

- Por favor digo eu! Eu...eu realmente queria agradar ele...eu não sei o que fazer, ele sempre sabe onde tocar, como tocar, o que falar e quando falar, me sinto um idiota por não conseguir fazer alguma coisa por ele ou com ele.

Arthur olhou em volta tudo tinha limite e não ia dar aula de sexo pro seu pai, mas entendia a frustração do senhor.

- Porque não tenta ser um pouco mais romântico? Pelo que o Alex me contou do pai dele o Christopher gosta de coisas fofas, não é só de sexo que um relacionamento se constrói, o senhor sabe muito bem disso, ficou casado por 20 anos.

- Sua mãe era totalmente diferente...as circunstâncias eram diferentes também....

- Eu lembro muito bem do senhor dando flores pra ela e mensagens fofas dentro da bolsa dela quando ela ia trabalhar.

Brulio foi ficando vermelho e sem graça, ainda bem que a fachada de macho alfa nunca escapou entre seus dedos por causa daquilo.

- Posso tentar...

- Excelente, e se o senhor vai pro seu Christopher eu vou pro Alex porque preciso ficar agarrado com ele até a boate abrir amanhã.

Mandou uma mensagem pro namorado que respondeu com um áudio super empolgado e feliz fazendo Brulio rir um pouquinho.

Se sentia ridículo com aquela tulipa vermelha na mão mas a cara do gringo vendo a flor foi com toda certeza a sua maior surpresa e recompensa.

- É.....pra....mim...?

Parado na porta do apartamento tão vermelho quanto a tulipa na sua mão tudo que conseguiu fazer foi balançar a cabeça timidamente dizendo sim e torcendo muito para que o gringo não soubesse o significado daquela flor.

Minha nossa...ok...as coisas estavam ficando sérias e estava gostando muito disso, olhou a flor no vaso que tinha escolhido e novamente pra Brulio na sala sentado perfeitamente reto e bastante nervoso brincando com os dedos, foi até ele e se sentou do lado, estava sem a prótese no braço já que isso não parecia incomodar o gaúcho e colocou uma mecha de cabelo dele atrás da orelha do mesmo o olhando muito fascinado.

- Me diz por favor...que além de ser um empresário, ator, dublê e dançarino você também não entende de flores....

- Eu entendo muito de flores... minha mãe tinha um jardim enorme...

Com as duas mãos no rosto querendo fugir dali o mais rápido possível Brulio sentia sua cara inteira queimar de vergonha.

- Christopher eu-

O beijo roubado fez o gaúcho simplesmente desfalecer e perder o rumo, não tinha como resistir ao gringo, o gemido veio involuntariamente o fazendo ter muito mais vergonha.

- Brasileiros tem o melhor gemido...

- Quê?

- Eu já falar com muitas línguas, Alemã, coreana, japonesa, americana, mexicana, italiana, Francesa, australiana...mas a língua brasileira realmente está sempre presa a minha.

Brulio ficou com ciúmes e Chris adorou esse fato, roubou outro beijo bem mais molhado e movimentado que o último.

Talvez tivesse passado uma hora, talvez um minuto não importava ficar agarradinho com Christopher era gostoso pra caralho, a mão dele lhe fazendo carinho na cabeça trazia paz, queria saber mais dele...

- A minha mãe também tinha um jardim...eu aprendi sobre flores com ela também, ela era cabocla.

- Ca-cabo- cabo

Brulio deu risada aparentemente faltava um pouco de prática pra a língua do gringo afinal.

- Cabocla, ela era filho de índia com branco por isso meu cabelo liso e meu pai era mulato, por isso a minha pele...

- Eles fizeram um excelente trabalho, você é o homem mais bonito com quem eu já fiquei na minha vida.

A vermelhidão se fez presente novamente no rosto do gaúcho, ninguém achava ele bonito em Carpazinha.

- Só você acha que eu sou bonito.

- Tenho certeza que mais gente te acha lindo.

- As pessoas tinham medo da gente...

- Quê?

- As pessoas na cidade, tinham medo da minha mãe e do meu pai, porque eles eram muito grandes, minha mãe tinha 2,25 e meu pai 2,13 eles foram pra Carpazinha atrás de trabalho na época da recessão no Brasil no começo dos anos 50, trabalharam em fazendas cuidando do gado e acabaram de casando, minha mãe disse que quando eu nasci tiveram que colocar duas macas pra fazer o parto e eu nasci muito grande, então meio que a fama deles caiu sobre mim...bem não estavam errados, eu ainda sou baixinho perto da minha mãe.

- Minha mãe também era muito mais alta que meu pai, mas também era era modelo.

- Sua mãe era modelo?

- Tendo um filho esquisito que nem eu fica difícil acreditar não é? Meus olhos escuros são dela, meu pai era um judeu baixinho ruivo e sardento, todo mundo diz que o Cesar se parece com a minha Claudia, mas ele se parece muito com a avó dele, deixa eu te mostrar.

Chris puxou o celular e fuçou em algumas coisas abrindo uma foto de uma capa de revista antiga onde uma linda mulher muito branca de longos e cabelos negros e olhos pretos e lábios grossos posava usando uma roupa típica da década de 50, Brulio olhou a mulher e olhou pra Christopher e pra mulher outra vez em choque.

- Essa não é....como é o nome....branca de neve não... minha mãe que chamava ela assim... Maçã????

- Maçã?... Apple...o nome da minha mãe.

- Por que americanos gostam de dar nome de comida prós filhos? Enfim! Eu lembro dessa mulher, minha mãe amava ela dizia que parecia a...

- Snow White....a branca de neve... lábios vermelhos como sangue, pele branca como a neve e cabelos escuros como ébano e olhos como a noite... minha mãe....

- Se minha mãe estivesse viva acho que ela iria ficar em choque.

Brulio olhou novamente pra Chris e realizou outra vez de que ele era uma formiguinha na floresta que era a vida do Christopher, se sentiu meio mal.

- Esse é meu pai... Youssef Cohen

Mostrando na foto um rapaz magrelo de no máximo 1,50 com cabelo vermelho e cheio de sardas e olhos castanhos com uma câmera na mão, óculos redondo e bem grandes e bastante grossos, podia ver da onde chris tinha herdado as proporções faciais mas ele com toda certeza se parecia com a mãe muito mais.

- Esses são os meus, Maria Aparecida e Aloísio Cevero

- Você se parece com a sua mãe.

Na foto de várias pessoas com enxadas na mão e sujas de terra os dois mais altos se destacavam bastante, Brulio tinha o físico do pai e as proporções faciais da mãe.

- Você também... você.... tinha um bom relacionamento com a sua família? Eu nunca conheci meus tios e tias nem meus avós, minha mãe tinha fugido de casa e meu pai veio trabalhar pra não precisar se alistar, as coisas funcionam bem pra eles no final meu pai abriu a oficina dele e minha infância foi até que muito boa pra época e local que eu nasci, minha mãe fez amizade com o tio da Ivete que era o dono do suvaco seco na época então nós éramos bem conhecidos na cidade.

- Infelizmente... não...o lado da família do meu pai não aceitava o fato dele ter se casado fora do judaísmo, inclusive quando eu nasci eles quase invadiram o hospital pra ter certeza que eu seria circuncidado.

- Isso é bizarro!

- Não tão bizarro quanto terem me obrigado a ter um bar mitzvah e aprender hebraico arcaico, com toda certeza não foi o ponto alto da minha adolescência, e o mais incrível foi que depois da morte do meu pai eles só esqueceram que eu e a minha mãe existia-mos.

- E a família da sua mãe?

Brulio conhecia Christopher a pouco tempo, mas já sabia dizer quando ele estava puto e aquela cara de cu tão profunda já dizia que a família do pai dele era o menor dos problemas durante a vida do gringo.

- Minha mãe era a casula de 5 irmãs, todas loiras de olhos azuis sem muitas curvas e baixinhas, quando minha mãe nasceu todos na comunidade acusaram minha avó de ter traído o marido, acusaram ela de ter provado do "pecado" carnal, igual Eva no jardim...

- Maçã....

- Exatamente...

- Christopher... não precisa contar se não quiser...

- Acho que sua mãe e a minha teriam sido amigas, porque a minha também fugiu de casa e foi viver com hippies dentro de uma combi de frente pra praia de Santa Monica, detalhe ela era do Alabama, um dos estados mais conversadores dos USA... conhecido também por uma grande quantidade de piadas com incesto, talvez você entenda isso mais pra frente

Brulio olhou meio perdido pro gringo mas não levou muito a sério.

- Deixa eu adivinhar... família religiosa não te aceitou?

- Se fosse eu...as coisas teriam sido muito mais fáceis, meu pai era fotógrafo e amigo de um caça talentos que descobriu minha mãe e obviamente o ruivo baixinho caiu pela morena de 2,03 de altura e contra todas as ideias, ela também caiu pelo ruivo baixinho e assim que a minha mãe decolou no mundo da moda e começou a ganhar dinheiro de verdade eles se casaram e cá estou eu, a merda com a parte da família do meu rolou, meu pai morreu quando eu fiz 14 anos um pouco depois do meu bar mitzvah, e minha mãe ficou sozinha cuidado de mim e da empresa, e embora eu sempre fosse um bom rapaz e um filho presente eu sabia que ela se sentia muito sozinha, então não fiquei surpreso quando ela aceitou depois de tantos anos o convite das minhas tias para um feriado de 4 de junho juntos, eu finalmente conheci minhas primas e meu unico primo... Isaac...

O jeito que o gringo falou o nome do primo lhe deixou encucado e um pouco curioso, a dor e o carinho se misturavam no nome enquanto olhava para o nada terrivelmente triste.

- Christopher...

- Christopher...."Enviado por Deus" uma pequena afronta a parte judaica da minha família e ao mesmo tempo uma afronta as irmãs da minha mãe que só tinham filhas e dentro de uma família totalmente cristã acreditavam que o homem é o maior provedor enquanto a mulher deve se limitar as tarefas do lar.

- Isso é bem idiota...

- Eu sei... minha mãe sempre me chamava de Kitty...o Isaac também...

- Chris...o que aconteceu com o Isaac? O jeito que você fala dele...

Christopher olhou para o gaúcho e respirou fundo, podia confiar nele até porque já haviam passado tantos anos.

- Isaac foi o meu primeiro beijo em um garoto, meu primeiro amor homoafetivo, mas ele não pode ver como o mundo ficou depois de tantos anos...

- Mas ele não é seu primo?

Derrepente a piadinha com incesto fez um pouco de sentido na cabecinha do motoqueiro.

- Ele era...mas isso não impediu a gente na época, ele era mais velho, me desafiou a pular da cachoeira e disse que me daria um prêmio se eu fizesse, eu pulei, e naquela noite no quarto que a gente dividia ele me beijou...eu fiquei meio confuso na hora, mas continuamos nós beijando até o fim do feriado...e no ano seguinte, mesmo com a minha mãe reclamando das cantadas que os cunhados davam nela, nos fomos outra vez para o 4 junho e dessa vez eu e o Isaac não ficamos só nos beijinhos, aí eu tive que contar pra minha mãe, ela me deu bronca por não ter contado antes, mas continuou me tratando igual...e eu quero acreditar que meu pai também teria feito o mesmo.

- E o Isaac?

Chris colocou a mão na testa e parecia estar com dor em algum lugar, segurava o choro e Brulio nunca imaginou ver aquele homem tão confiante tão mal e quebrado assim.

- No terceiro 4 de junho juntos com a família da minha mãe...ele não estava lá...eu fui perguntar pra minha tia onde ele estava, e ela disse....ela disse que tinha mandado ele para terapia de conversão...que o demônio tinha feito ele gostar de meninos...e que só assim eles conseguiram salvar a alma dele...

O estômago de Brulio enrolou, lembrou dos próprios pensamentos homofóbicos que não tinha aprendido com ninguém já que seus pais eram muito ignorantes até para terem algum preconceito, foi algo que ele adquiriu unicamente vendo as pessoas ao seu redor e na escola e se sentiu envergonhado novamente.

- Ele....tá bem? Seu primo...?

- Nos fomos embora imediatamente quando minha mãe descobriu o que a família dela tinha feito, mas em janeiro do ano seguinte...o nosso telefone tocou...era o hospital... ninguém na casa da minha tia queria lidar com aquilo... porque de acordo com eles, meu primo tinha ido direto pro inferno...por que ele tinha pulado da Old Railroad Bridge, o rio levou ele por quilômetros....

Brulio tinha os olhos esbugalhados e a cara de choque era bastante visível, a voz trêmula de chris não ajudava em nada na situação, tudo que conseguiu fazer foi se aproximar mais ainda do americano e tentar sem saber muito como o consolar.

- Nos pagamos o enterro ninguém da família apareceu...nos mandamos um caminhão pegar as coisas dele na casa da minha tia, mas eles tinham queimado tanta coisa...para apagar o pecado da casa, nos conseguimos resgatar algumas coisas, inclusive ele tinha escrito uma carta pra mim, pra minha mãe e pras irmãs e também prós pais e eles não quiseram nem ler, eu levei as cartas das minhas primas para entregar pra elas quando elas fossem maiores, na carta da minha mãe ele agradecia por ela nunca ter tratado ele diferente e ele disse que ela era um exemplo de coragem que se pudesse também teria fugido, na minha...ele começou escrevendo "For my Kitty...Thank you for loving me back"

As lágrimas rolavam pelo rosto do americano e tudo que Brulio conseguia fazer era apertar o homem dentro do abraço, beijou o topo da cabeça do parceiro e segurou as próprias lágrimas, foi impossível não se lembrar das coisas que disse para Arthur, e o que poderia ter sido do seu filho caso não tivesse mudado.

- Sorry...Sorry...

- Tá tudo bem...pode continuar...

- Eu fiquei com tanta raiva... então....eu decidi que eu iria me vingar, eu me formei, fui pra faculdade onde me graduei em atuação e em negócios, eu assumi a empresa da minha mãe, fiz ela crescer comprei outras, criei outras e quando eu estava grande o suficiente, eu comprei tudo que era da família da minha mãe, eles tiraram a vida do Isaac, então eu tirei tudo deles, e as que eu não consegui comprar, eu fiz ir a falência, lógico que eles não ficaram felizes com isso e na época eu estava ficando bem conhecido na mídia inclusive um ator brasileiro famoso tinha me contactado para ajudar em um filme.

- O pai do Thiago....

- Bingo, então quando a família da minha mãe veio tentar me expor na mídia por causa do que eu estava fazendo com eles, eu expus tudo que eles fizeram com a minha mãe, com o Isaac e com as minhas primas, inclusive um dos meus tios foi preso por pedófila graças a isso, eu acabei com a vida deles e vim curtir minhas "férias" aqui no Brasil, onde eu conheci o Arnaldo a esposa dele tinha fugido deixando ele sozinho com o Thiago e eu amei o Thiago imediatamente quase como se fosse meu próprio filho.

- Me diz que isso não vai terminar como eu acho que vai...

- Muito gente reclamava que o trailer do Arnaldo sempre estava trancado ou balançava muito, mas isso só acontecia quando eu tava dentro.

- Terminou como eu imaginei...

- Eu voltei para os Estados Unidos e me matei de estudar português para poder ficar aqui e minha mãe continuou gerindo as empresas de lá, eu estava disposto a conquistar o Arnaldo, mas ele não me correspondeu dessa forma, porém, ele me apresentou a um time de artistas manauaras e entre eles tinham uma maquiadora de longos e ondulados cabelos cacheados...o nome dela...era Claudia e se eu sou insistente... minha esposa era a insistência em pessoa, foi ela que veio atrás de mim, ela me conquistou...e quando eu percebi...eu tinha o Cesar nos meus braços.

Chris olhava pra cima com os olhos meio vermelhos e parecia feliz de colocar aquilo pra fora, Brulio também se sentia bastante especial por ver aquele lado do parceiro, talvez pudesse compartilhar um pouco do seu passado também.

- A Amanda também veio atrás de mim... quando eu era adolescente, ninguém me via como alguém normal então eu nunca tinha tido um relacionamento na vida, ai a Amanda foi transferida pra minha sala e ela era a moça mais bonita da cidade todinha, muito inteligente e gentil com todos, eu fiquei fascinado com aqueles olhos verdes, mas ela nunca iria olhar pra mim, então continuei minha vida, me formei e assumi a oficina do meu pai e fazia uns assaltos de beira de estrada pra me divertir.

- Que jeito de se divertir em....

- Cidade pequena não tem nada pra fazer...

- Nossa realmente não deve ter...

- Enfim, anos depois eu e a gangue estávamos só correndo quando vimos um carro quebrado, fomos ver se dava pra ajudar porque tava literalmente no meio do nada, mas quando nos nós aproximamos só vimos olhos verdes e a pele clarinha cheia de óleo de motor já quase terminando.

Chris ouvia bastante interessado e o olhava com fascínio e bastante carinho.

- Eu não acreditei que aquela mini mulher tinha conseguido concertar aquela 4x4 sozinha, mas pra minha surpresa, Amanda tinha se formado em engenharia automotiva! Ela não só entendia de carro como podia montar ou desmontar um! Eu me senti desafiado.

- How cute...

Brulio olhou meio bravinho pro parceiro que soltou um risinho tão bobo e tímido que Brulio ficou vermelho imediatamente.

- voltando, eu queria provar pra ela que eu era tão bom quanto ela e fiquei meses falando pra ela ir na oficina e ela sempre aparecia e me ajudava em alguma coisa, e então...ela me chamou pra casa dela...eu juro...eu juro que não entendi o que ela queria até metade daquela noite, ninguém nunca quis nada comigo... porque a mulher mais linda da cidade iria querer? Bem...ela me beijou...e eu desmaiei....

Christopher gargalhava desesperado meio afoito enquanto Brulio cruzou os braços e fez bico.

- Sorry! Sorry! I cant'....lord save me...

O crise de riso passou e Chris parecia melhor agora, deu um beijinho na bochecha do gaúcho que relaxou de imediato.

- Contínua...

- Promete não rir mais?

- I promise.

Respirou fundo olhando meio desconfiado e um pouco bravo pro Americano e continuou.

- Eu acordei no hospital...com ela chorando sem entender nada, então eu disse que aquele era o meu primeiro beijo...e ela me pediu desculpas e me beijou outra vez...e outra vez, e quando eu percebi...eu tinha dois filhos e uma esposa que ganhava em um mês o que eu ganharia em um ano e que me amava o suficiente pra aguentar todas as minhas merdas... quando ela se foi...eu não tinha mais chão...e eu tinha afastado o Arthur...foi só aí que eu percebi, o quão sozinho eu era antes...

- Não está mais sozinho... quando a Cláudia se foi eu não conseguia nem raciocinar direito, fui pra Califórnia, entrei na combi da minha mãe...onde tudo começou... joguei gasolina e deixei queimar... então eu lembrei do Cesar, lembrei da minha mãe, da minha Claudia...... lembrei do Isaac...eu tinha que continuar...eu aprendi minha lição...e ela tá marcada na minha cara.

- Você é de mais pra mim...

- Como assim?

- O mundo que você vive e totalmente diferente do que eu vivo, você poderia ter quem quisesse...

- Mas eu quero você....

Nem Christopher acreditou no quão fácil aquela frase saiu, mas ainda sim ela era muito mais que bem vinda, e a cara do gaúcho era linda de se ver, usou a única mão para trazer o gaúcho para mais próximo e dessa vez o beijo foi muito mais profundo do que ambos conseguiram lidar.

- My God...

- Caralho....

A noite dos dois foi muito mais proveitosa do que imaginaram.

Cesar não tinha nada pra fazer, fumava na sacada quando viu Arthur estacionar a princesa e até pensou em descer e ficar com o casal açucarado mas não queria ficar de vela, Liz, Thiago e Daniel tinham ido beber em algum lugar e não estava afim de socializar, só lhe restado uma opção.

- Alô... Joui?

- Cesar-kun... aconteceu alguma coisa?

- Tá ocupado?

Joui se olhou no espelho de espacate aberto se alongando.

- não tô não...

- Quer vir aqui em casa?

- Pode ser...

- Até...

- Até...

Joui chegou mais rápido do que prévia, o cabelo molhado mostrava que já tinha tomado banho e minha nossa como ele cheirava bem tão doce que parecia uma salada de frutas, o rosto rosadinho e os olhos amendoados eram uma combinação fatal.

Entrou no apartamento bagunçado já esperando aquilo afinal Cesar não era o ser mais organizado entre os membros da boate, daria o que ele queria e quem sabe passaria num fliperama de tarde.

Os beijos de Joui eram tão doces e ele era tão macio e quente que resistir a ele era basicamente impossível, tão submisso e gentil os gemidos dele sempre meigos.

- Cesar-kun....

Olhando para Joui e ele parecia...triste... não era bom em ler emoções humanas mas ainda sim aquela carinha lhe era estranha.

- Joui...você tá bem...? Quer que eu pare?

- Não! Não! Desculpa! Pode continuar...

- Joui...

- Desculpa Cesar-kun...

- Joui...você não precisa fazer nada se não quiser...

- Mas você quer não quer? Então não tem problema...

Uou... aquilo ali tinha uma vibe bem bizarra os olhos cheios de lágrimas e o desespero na voz pareciam um pedido mudo de socorro.

- Joui...senta acho que precisamos conversar.

- Cesar-kun... Me desculpa...eu juro eu não faço mais.

- Joui, você sabe que você não é só um buraco de porra não é? Você é um cara gentil e inteligente, você me perdoou por ter colocado uma arma na sua cabeça

- Você tava defendendo o Arthur-san...

- não interessa a situação, Joui...você vale muito mais que só uma foda... você sabia disso... não sabe?

Joui olhou pro teto e estalou a língua procurando uma resposta na sua cabeça que talvez não encontrasse.

- Joui? Você sabe... não sabe?

- Eu nunca tive ninguém que me tratasse mas que isso, só meu irmão.

O mundo de Cesar deu cambalhotas e ouviu um apito no cérebro todas as lembranças de Joui batendo forte na sua mente, o estômago doeu é a pressão baixou.

- Cesar-kun...

Ficou pálido e sem pensar duas vezes colocou as mãos cada uma do lado do rosto do asiático o encarando tão profundamente que Joui prendeu a respiração com a intensidade dos olhos negros.

- Você é muito bom pra esse mundo...

- Quê?

- Meu Deus o que eu fiz com você todo esse tempo...

- Cesar-kun?

- Eu Prometo te tratar como você realmente merece agora.

Deu um beijinho na testa de Joui que ficou todo vermelho e Cesar usou o polegar para fazer um carinho nas bochechas fofinhas e Joui começou a se sentir sem graça.

- Eu não tô entendendo...

- Joui...vamos brincar...você topa passar uma tarde estranha comigo? Depois nos podemos fazer o que você quiser, não importa o que.

- Você... não me chamou pra transar?

- Chamei...mas agora nos vamos fazer alguma outra coisa.

Cesar se levantou e abriu a parte específica do seu guarda roupa, e Joui nunca tinha visto uma coleção de roupas naquele nível de organização.

- o que... é isso...

- Minhas roupas...e isso...a maquiagem mais  bem elaborada do mundo

A mala se abriu e eram andares e andares de maquiagem.

- Minha nossa...

- Eu vou fazer uma transformação em você.

Nunca tinha usado uma saia e agora se olhava no espelho totalmente perdido com aquele conjuntinho rosa e tudo parecia tão bem nele, e agora Cesar estava montado nele maquiando ele com tanta delicadeza que cada pincelada parecia um toque de fada na sua pele.

- Agora uma peruca...

Joui olhou no espelho e engoliu o grito como caralhos ele tinha ficado daquele jeito em tão pouco tempo.

- Qual dessas você quer? 

A peruca curta preta ficou tão linda nele que era ridículo o quanto ele estava parecendo uma garota, olhou pro lado e viu o parceiro também muito lindo sorrindo na sua direção claramente orgulhoso.

- Como?

- Minha mãe era maquiadora....quando eu me maquio eu me sinto mais próximo dela, me sinto mais parecido com ela.

- Cesar-kun...

- Chega de papo! Vamos tirar uma com a cara de idiota mostrando pinto no Omegle! Hora de usar seu japonês Joui!

A tarde deles foi cheia de risadas e pela primeira vez em muitos anos, os dois rapazes pareciam genuinamente serem amigos.

Daniel tinha uma caneca de cerveja na mão, enquanto Liz bebia seu whisky tranquilo e Thiago dava em cima da garçonete bonitinha.

- Meu Deus Thiago...

- Qual é! Ela é muito gata...

- Pode até ser mas dá uma segurada aí meu querido.

Os três amigos riram sozinhos enquanto bebiam e conversavam animadamente, era incrível a sensação de estar junto era com toda certeza simplesmente revigorante.

Ao longe usando uma muleta uma moça ruiva e muito bonita observava o trio de amigos bebendo feliz, olhos azuis fixados no cadeirante sorrindo na direção da morena alta, mordeu a língua em desgosto.

- Você é meu Daniel....

Gonzalez estava meio torto de bebida já, álcool lhe deixava meio grogue mas gostava bastante de beber, e também lhe dava bastante coragem, mas encontrar Dorotéia com Gustavo no bar não estava no seus planos.





Notas Finais


Uma coisa que talvez vocês não saibam, todos os lugares que estão entre aspas são reais e são daqui de SP, inclusive recomendo muito eles viu.
Bjs até o próximo capítulo 😘✌🏾


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