Sentados em um semi círculo os patriarcas olhavam a fogueira brilhante, as chamas alaranjadas e vermelhas dançavam no ar de forma elegante, os olhos dos Veríssimos ficavam muito bonitos em situações assim.
Aron conseguia sentir a tenção no ar, na realidade parecia muito mais culpa ou mágoa, olhou para Christopher e ele parecia não querer estar ali no momento, algo completamente compreensível, mas o fato dele estar queria dizer que ele o considerava o suficiente para aguentar seu próprio desconforto sem atrapalhar suas coisas, se perguntava se Christopher sabia o quão gentil ele era.
Walter queria muito dar uns três tapas na cara de Balu, aquela confusão toda podia ter sido evitada se ele tivesse conversado com Rebecca, ele também não deixou de reparar o curativo na mão e no pé de Christopher, mesmo ele tendo força e estando melhor em no máximo uma semana ainda não estava feliz com isso, era bem claro que mesmo bravo Chris tinha se controlado para não machucar o irmão casula de seu melhor amigo.
- Tu fez tudo isso sozinho?
Ivete olhou a árvore derrubada de forma irregular e ficou se perguntando com que machado tinha feito aquilo.
- Foi sim! É uma árvore grossa então demorei um pouco e precisei aplicar mais pressão.
- Pressão?
- Sim!
Ivete piscou lentamente e encarou Aron por alguns segundos.
- Como tu cortou essa árvore mesmo?
- eu abracei e apertei.
Novamente o silêncio se fez presente e um único pensamento se passou na mente de todos os patriarcas
"Ainda bem que o Daniel não tem força"
Se o bruxinho já gerava destruição em massa sem força, não queriam imaginar o que ele podia fazer se tivesse, mas isso também queria dizer que Daniel carregava o gene de maneira bem forte, muito provável se ele tivesse um filho a criança teria 50% de chance de ter força, o que já é uma porcentagem absurda.
Isso a parte todos pareciam bem ok com a ideia de encher a cara, então para Aron aquilo já era uma grande vantagem.
Abriu a garrafa transparente com líquido dourado e deu um gole, sua receita era infalível, cansou de vender isso escondido na faculdade, isso também era o jeito mais fácil de ficar bêbado ou deixar alguém bêbado, ninguém imaginaria que mel, água e fermento se torna algo tão alcoólico.
Parecia que os Hartmann eram abençoados por Dionísio, Baco, Sekemet, Sumé, Ninkasi e vários outros deuses para fazerem drinks e bebidas alcoólicas, Daniel já era a quarta geração de Hartmanns a trabalhar atrás de um balcão de bar.
Deu um gole no seu hidromel e passou o garrafa para Ivete, seria uma tarde um pouco complicada pelo visto.
A garrafa rodou em silêncio até Aron novamente, ninguém sequer perguntou o que era que estavam bebendo.
Balu percebeu Christopher apoiado em Brulio e ambos pareciam evitar contato visual com ele, Gregório também mantinha Mark longe de encontrar seus olhos, sem contar que Mark estava puto e desapontado, seu irmão já tinha ajustado as coisas porém o clima de merda perdurava.
- is sweet...
O sorrisinho singelo de Christopher bebendo o hidromel fez o coração de Brulio bater mais forte, era uma mudança de humor positiva.
- Fico muito feliz que tenha gostado eu mesmo que fiz.
Christopher olhou para garrafa em sua mão e soltou uma risadinha.
- like father like son.... O Daniel também tem talento pra fazer coisas assim...
- Sim é de família, eu aprendi com a minha mãe e a minha mãe com a minha avó e assim consequentemente desde o começo dos tempos.
- Meu papaizinho me ensinou a desenhar e costurar...
Os olhos de Aron se iluminaram de forma bastante visível, afinal ele era formado em artes e sabia o quão importante Youssef era nessa área.
- Eu estudei algumas pinturas do seu pai na faculdade...ele era....
- Crazy?
Aron soltou uma risadinha meio sem graça, não usaria esse adjetivo, mas a primeira vez que viu uma pintura de Youssef foi como ser jogado em uma tempestade de sentimentos, era uma das coisas mais lindas que já tinha visto em toda sua vida.
- Intensa seria a palavra pra mim.
Christopher sorriu e olhou para o céu, estava lindo e começando a anoitecer, o por do Sol no meio daquele matagal todo e o calor da fogueira fez as lembranças de seu pai virem fortes.
- my Daddy vivia de um jeito que mesmo eu sendo filho delu não conseguia acompanhar, elu era pequeno e doente, ainda sim eu nunca conheci ninguém que amasse a vida tanto quanto elu... O cheiro de tinta nos dedos, argila no avental, os Band AIDS na ponta dos dedos por ter furado com agulha quando costurava, aquele sorriso tão grande... tão...vivo.... não era atoa que a minha mãe o amava tanto...elu era o próprio amor encarnado.... Se eu sou um bom pai hoje, e por causa delu.
- Com toda certeza ele era bastante... excêntrico também....
- se está falando sobre sexualidade dele, isso assunto até hoje, nem eu sei...eu sei que elu amava minha mãe, e me amava...eu era o milagre delu...
- ele tem alguma técnica que você lembre? Como artista eu realmente apreciaria saber.
- técnica?
Christopher colocou a mão no queixo e pensou por alguns segundos se lembrando de seu pai pintando, a palavra 'loucura" era a única que vinha na sua mente quando pensava em uma técnica constante de seu pai, já tinha visto ele jogar tinta em si mesmo e rolar na tela, arrancar tufos do próprio cabelo para criar um pincel específico, até com a língua e a boca ele fazia pinturas, até maquiagem servia de tinta pra Youssef.
- bem....ele nunca foi constante...talvez essa tenha sido a sua maior técnica.
Aron achou aquela resposta meio vaga mas não iria pressionar mais informações sobre, já era uma honra conhecer o filho de Youssef.
- Quando você voltar pra Alemanha passa uns dias em Paris, alguns dos museus sobre os cuidados dos Obscurite tem algumas peças de coleções do mestre Youssef gentilmente cedidas pelo Christopher.
O Americano olhou para Mark com um sorriso sincero e real gratidão.
- obrigado por restaurar e cuidar das obras Mark, You are wonderful!
- é uma honra ter as obras do seu pai sobre os nossos cuidados.
Balu sentiu um nó na garganta vendo os dois sorrindo de forma tão respeitosa e carinhosa um para o outro, era bem claro que a relação do Chris com os Obscurite era melhor do que ele imaginava, na realidade ninguém pareceu prever isso.
- Eu iria adorar, por favor reservem um tempo pra mim.
Mark sorriu e deu um gole na bebida se sentindo um pouco mais leve do que deveria.
- Sua mãe também era incrível Christopher.
- My mommy sempre foi muito mais rígida do que meu pai, ainda sim eu conseguia ver o quanto ela me amava.
- Sua mãe é a criatura mais assustadora que eu já conheci na minha vida.
Todos olharam para Antônia e ela parecia realmente bastante pensativa e assustada.
- A primeira vez que eu vi ela eu achei que ela fosse um monstro, mas ao mesmo tempo ela era tão bonita, eu ainda consigo sentir os dedos dela na minha bochecha apertando e trazendo pra perto seguido daquela voz linda e maligna: "What a beautiful little girl" eu quase fiz xixi nas calças, olhar para aqueles olhos negros sem brilho e a expressão vazia...eu achei que ela fosse devorar a minha alma.
- ela não machucaria uma garotinha Antônia.
- diz isso prós homens que ela torturou...
O Cohen ficou parado encarando Shizui por três segundos e então abriu um sorriso aterrorizante enquanto entortava a cabeça, ele parecia um personagem de filme de terror.
- o ego de vocês ainda está magoado? Não tinha nada que vocês pudessem fazer, cutucaram uma cobra que estava quieta, ela só se defendeu.
- o fato da sua mãe nunca ter sido descoberta pela Ordem, ainda me surpreende.
- Por que ela não se interessava por insetos.
Venenoso.
Traiçoeiro.
Uma víbora pronta para dar o bote.
Uma vez preso por Christopher sair vivo não era possível a não ser que ele o deixasse viver, os Veríssimos encararam aquele sorriso afiado, os olhos negros eram indescritíveis e impossíveis de se ler, sem a pupila nem dava pra ver pra onde ele estava olhando realmente.
- Ela era uma psicopata....
- Ela só era mais eficiente do que vocês.
Novamente aquela cutucada no ego dos Veríssimos, eles sabiam que se a Ordem tinha um real potencial rival, com toda certeza seriam os Cohen.
O que Apple fez por debaixo dos panos por anos nunca foi sequer suspeitado pela Ordem até Christopher vir pro Brasil, ninguém sabe como ela colheu tantas informações, como ela conseguia passar despercebida por tantos anos, o que se passava pela cabeça dela, alguém capaz de ser tão sorrateiro assim com toda certeza não era alguém com boas intenções, e honestamente falando, mesmo conhecendo Apple, ninguém além de Christopher a entendia completamente.
- mas minha mãe se tornou uma amiga muito próxima da lady Sierra.
Hector engoliu a saliva ao escutar o nome de sua mãe.
- É... Elas foram muito amigas mesmo...
Olhou para Christopher e o sorriso sarcástico não estava mais lá e ele parecia muito abatido.
- Pelo menos elas não foram amigas por 30 anos...uma amizade com toda essa história... não deveria ser fácil de abalar... Or doubt.
Os Veríssimos tomaram um tapa na cara cada um, chegaram a ficar sem rumo.
- Christopher por favor...nós já resolvemos isso...
- o Thiago resolveu, Not us...
- A Rebecca já foi punida...
Christopher revirou os olhos e deu um gole na bebida passando pro lado outra vez, ele não parecia de bom humor.
- Minha filha só cometeu um erro...
Chris ia falar alguma coisa quando sentiu a atmosfera mudando drasticamente, olhou pro lado e dizer que Brulio estava com raiva seria redundância.
- A mal amada, arrogante, mimada da sua filha acusou o MEU filho de algo terrível e tudo que sai da tua boca e desculpinhas.
- Ei lava sua boca pra falar da minha filha...
Uma veia grossa saltou na testa de Brulio, ele estava se segurando muito a muito tempo.
- Sua princesinha mimada e uma infeliz amargurada que não pode ver ninguém além dela viver uma boa vida aparentemente, e o pior disso tudo é que se fomos olhar pela própria perspectiva da Ordem ela é completamente descartável.
Isso ofendeu bastante Balu que foi para cima de Brulio sem pensar duas vezes, porém antes mesmo de chegar no gaúcho para fazer uma ameaça levou a cabeçada da sua vida, chegou a ver estrelas.
Assim como Ivan o gene de força era ativo em Balu, mas em sua versão "falsificada", isso queria dizer que embora o gene esteja ativado ele não funciona corretamente, e o mesmo que ver uma pessoa com Heterocromia setorial, apenas partes do corpo tem força e mais resistência que o normal, no caso de Balu os braços e abdômen eram fortes, de resto ele era uma pessoa completamente normal, então aquela cabeçada vinda de alguém com força realmente fez um estrago considerável.
Balu sentiu o sangue escorrendo pelo nariz e uma dor intensa na testa, as mãos de Antônia o apoiavam pra ele não cair pra trás.
- aprenda a entender a situação Antônio, de homem pra homem tu não é páreo pra mim, então eu sugiro que tu fique quieto e me deixe terminar de falar.
Ninguém nunca tinha visto Brulio bravo antes, a voz grossa e o olhar sério eram bem marcantes...com toda certeza ele lembrava Arthur, na realidade Arthur que lembrava ele.
- Hector eu gosto muito de ti, sério é um amigo muito querido pra mim...mas puta que pariu... Tu tem que entender que o que tua sobrinha fez, ou melhor o que a tua família tá fazendo tá tão problemático que o pobre do Aron tentou concertar algo que não tem nada haver com o ele, enquanto tu não toma uma real atitude vai ficar essa climão entre os mais velhos, o único motivo de as coisas estarem meio ok agora e porque o Thiago interviu, e não adianta NADA esse nariz empinado todo, quando nem sequer os problemas da tua família tão sendo resolvidos.
Hector travou no lugar ouvindo Brulio falar, ele parecia bastante magoado também.
- Antes do Arthur ser marido do Alex ele é MEU FILHO, alguém parou pra pensar nisso? Alguém percebeu que ofendendo meu filho, futuro líder dos gaudérios todas as relações com os gaudérios seria afetada.
Antônio se levantou e limpou o nariz com um pano que sua irmã tinha lhe dado, o seu orgulho ferido estava sangrando mais do que seu nariz.
- Vocês ainda nem entraram na árvore da família, segura seu ego aí!
Balu estava projetando sua frustração em Brulio, porém o gaúcho estava MUITO bravo com tudo aquilo.
- A jura? Então acha que não somos importantes.
- Quando fizerem alguma coisa para ordem você tem direito de reclamar, por agora não.
Brulio ficou em silêncio e Balu achou que tinha ganhado aquela discussão quando na realidade...
- O sistemas de planilha do Marcelo não foram bons o suficiente para ajudar na investigação? A empresa que meu Filho criou não é nada pra Ordem?
Tinha se esquecido dessas coisas, se fosse levar em conta a situação com toda certeza aquelas eram excelentes conquistas, porém não queria pedir desculpas, e foi aí que o seu colarinho foi agarrado.
- Está falando que o meu genro não tem importância.
Walter estava PEGANDO FOGO!
- o que?
- Você acabou de dizer que os gaudérios não tem importância Antônio, o meu genro é um gaudério!!!
A boca de balu fez "0" e pela cara de cu do amigo não tinha como evitar.
- Desculpas, eu só tô nervoso foi jeito de falar.
Walter encarou Balu com tanta intensidade que chegou a assustar, puxou mais uma vez o colarinho do mais novo e então olhou para Mark.
- Realmente Mark, a Rebecca não saiu desse jeito por sua culpa.
Os tapas na cara não paravam de vir! Balu olhou para o ex namorado e ele parecia muito decepcionado, sua fixa caiu lentamente...ela estava sendo um bosta.
Sentiu seu colarinho ser solto e olhou pro chão derrotado, Hector por sua vez não tinha onde enfiar a cara.
- Realmente essa amizade parece muito unilateral, o Christopher torceu o tornozelo para não ti machucar Antônio, mas aparentemente os sacrifícios do meu namorado não significam nada pra nenhum Veríssimo, o que é honestamente triste porque mesmo ele sendo um sociopata diagnosticado consegue ser um amigo melhor que vocês... é algo a se pensar.
- Sweetheart....This is enough.
- Desculpa querido mas eu não consigo ficar parado vendo tu fingir que não está sofrendo para proteger os sentimentos dos teus amigos, a nossa sorte e que as crianças parecem ser muito mais maduras que nós e já se perdoaram, porque se dependesse desses quatro a história seria muito diferente.
Hector se levantou realmente cansado, sua cabeça doía e estava envergonhado com as atitudes do seu irmão mais novo.
- eu honestamente não sei mais o que fazer, eu sei que tudo deu errado mas eu nunca pensei que a Rebecca...
- se o fruto apodrece e porque a árvore não está 100% saudável, pra ela agir desse jeito alguma coisa tem errada.
Aron não tinha filtro ou papas na língua, sim ele queria muito que todos se entendessem, mas isso não queria dizer que ele deixaria aquela confusão toda passar.
- o que quer dizer com isso senhor Hartmann???
Todo mundo se olhou e ninguém quis falar sobre, mas com aquela tensão no ar era impossível guardar pra si.
- vocês fazem muita diferença entre os filhos, na realidade o Hector não, ele criou o Samuel e a Mia muito bem.
- o Samuel é o maior preguiçoso que existe.
- Não fale assim do teu sobrinho Antônia, o pia é muito mais dedicado do que vocês podem imaginar.
- Ele passou o direito de sucessão pra Mia
- Isso não quer dizer que ele é preguiçoso, ele sempre trabalhou não é? Diferente da sua filha mais nova que joga tudo nas costas da irmã ao ponto dela preferir desaparecer do que continuar com todo fardo sozinha.
A maldade na voz de Gregório não passou despercebida, os olhos de Antônia se encheram de lágrimas, porém ela engoliu o choro rapidamente.
- Eu nunca tratei minhas filhas diferente.
- Não duvido disso, mas ao mesmo tempo, por que toda carga e responsabilidades sempre ficaram sempre nos ombros da Olívia?
Antônia abriu a boca, porém nada saiu, ela queria tanto que sua filha estivesse ali com ela.
"Olívia..."
- o mesmo serve para Naomi, ela morre de inveja do próprio irmão, ou nenhum de vocês notou isso.
Shizui sabia que naomi queria ser a favorita, desde pequena dedurando seu irmão por coisas pequenas e querendo mais atenção, achou que era coisa de criança, mas o comportamento continuava até hoje, e por isso ela estava brigada com seu irmão agora.
- E mesmo o Samuel e a Mia sendo os mais saudáveis parece que eles tão sempre na ponta de um precipício tentando segurar um carro de bois descontrolados.
Hector abaixou a cabeça se lembrando de Samuel dizendo: "eu ainda preciso de você" eles realmente precisavam prestar mais atenção em seus filhos.
- Toda essa prepotência pra mim esconde muita mediocridade, antes de falarem alguma coisa pensem primeiro, a Ordem é incrível sim, mas qual foi a última vez que os Veríssimos fizeram uma conquista sozinhos, sem famílias vassalas ou pilares para ajudar, história e tradição são importantes, mas..."não perceber mudança dos tempos pode trazer um império a ruína"
Mais três tapas na cara dos Veríssimos, a confusão mental deles os fez ficar atônitos, Brulio olhou para o céu que agora já estava escuro e se virou para Christopher o pegando no colo estilo noiva.
- Sweetheart!
- Tu tá machucado, não vou deixar tu andar todo lascado não.
Christopher ficou envergonhado e só aceitou seu destino, não estava reclamando do carinho entretanto.
- Mark não é bom pra ti ficar aqui agora, eles precisam conversar entre si...vamos pro quarto?
O francês olhou para mão estendida do amigo e sentiu um nó na garganta, se fosse a alguns anos atrás ele estaria socorrendo Balu agora, se virou vendo o Veríssimo lá parado olhando pra e voltou sua atenção novamento para Gregório pegando sua mão e indo embora.
- Vamos Aron...
- Eu queria ajudar....
- Eu sei, mas contando que as crianças se dêem bem tá tudo ótimo, a maioria de nós é muito velho.
- Que isso você tá na flor da idade...
Walter puxou o alemão pela mão deixando Ivete sozinha pra trás, a mulher bonita pegou um maço de cigarro e entregou na mão de Hector.
- Vocês vão precisar.
Deu meia volta e foi embora deixando os irmãos Veríssimos da geração passada ali sozinhos com seus próprios fantasmas e uma longa conversa pela frente, e nenhum dos 4 queria começar a falar, mas como sempre Hector carregava o fardo da liderança.
- Eles tem razão...
- Hector....
Olhou o fogo da foguete dançando em direção ao céu, as palavras de seu avo ecoando na sua mente de maneira dolorosa.
"A queda da ordem deve ser culpa sua, esse é o seu fardo e dever, seu nome que deve ser manchado pela história não o meu nem de seu pai"
Aquilo remoeu toda alma de Hector, fez de tudo para manter a ordem de pé, mas agora parando pra pensar ele só teve a sorte de encontrar as pessoas certas na hora certa.
- A punição da Rebecca já foi decidida, mas a gente vai ter que mostrar para o restante das pessoas da nossa geração que não é uma influência nossa isso.
Falou isso olhando diretamente para seu irmão, Balu abaixou a cabeça sentindo um grande amargo na boca, mais uma vez ele era colocado abaixo de Hector.
O líder dessa geração pegou um cigarro e acendeu no fogo da fogueira puxando um longo trago, ele precisava reconquistar a confiança dos outros.
Rubens se aproximou da irmã a passos firmes e então um grande tapa foi tão bom bem dado que Rebecca caiu de bunda no sofá e olhar para o irmão desacreditada.
- Rubens???
- você tem que parar de ser falsa e mimada, 7 anos e melhor do que nunca mais poder vir para o Brasil.
- desculpa senhor perfeitinho, eu não tenho o sangue de barata que você tem.
- Eu apenas sigo as ordens corretamente.
Aquilo irritou muito Rebecca, ela fechou as mãos e apertou com força encarando seu irmão mais velho muito triste e extremamente frustrada.
- Todo mundo sabe que você é o favorito do papai
- que besteira, o papai ama a gente igualmente.
- Não estou falando disso.
Rubens não entendeu o que sua irmã queria dizer com aquilo mas pela cara dela era algo sério.
- Eu vivi anos seguindo cada regra pra no fim ter tudo arrancado de mim por um erro.
- Rebecca?
- Se fosse você que tivesse seduzido o Arthur iriam bater palma.
- isso não é verdade e que nojo.
- fala sério Rubens você nunca percebeu como nos tratam diferente?
- não, porque nunca ouve diferença entre nós 2.
Rebecca soltou uma risadinha meio triste e frustrada abaixando a cabeça perdida em pensamentos.
- desde que éramos pequenos a diferença sempre foi muito clara, você foi criado para ser um líder, eu fui criada para ser uma esposa troféu, você saiu e se apaixonou, viveu uma aventura eu tive que me contentar com as opções que existiam pra mim.
- você pediu um casamento quando eu comecei a namorar o Jhonny!
- Eu não queria ser esquecida.
Rubens estava tão perplexo que não sabia o que responder.
- Você podia ter se casado durante esses 10 anos...o Fabian sugeriu muitas vezes várias datas especiais pra você, ele gosta de você...
- e me casar depois de você? Ninguém se importaria...
- Então porque não se casou antes???
- Eu queria ter a certeza que o Fabian era o cara certo.
Aquilo era tanta burrice que o cérebro de Rubens não conseguiu acompanhar a birra de sua irmã por muito mais tempo.
- Bem, agora você está livre pra fazer o que quiser, não que não estivesse antes...
- livre?
A tristeza na voz de Rebecca ecoou no quarto de maneira dolorosa, pela primeira vez ela parecia realmente com raiva do irmão mais velho.
- Eu nunca fui livre Rubens, eu vi você viver uma vida de beleza e aventuras enquanto eu me contive ao máximo.
- Aventuras? Você não sabe metade das loucuras que eu passei pra estar junto do Jhonny, você não sabe as coisas que eu e ele já ouvimos, você sabia que o papai detestava o Jhonny nós primeiros anos do nosso relacionamento? Sabia que ele foi sequestrado e quase morto uma semana antes do nosso casamento?
- o que?
Rebecca travou no lugar, olhou para o irmão e depois para o cunhado engolindo a saliva e sentindo os lábios secos.
- Esses segredos que nós mantemos guardados para que as crianças tenham pelo menos uma ilusão de que podem viver um amor verdadeiro, casar fora da Ordem é extremamente difícil e você sabe disso, como você acha que eu me senti segurando o homem que eu amo nos meus braços sangrando prestes a morrer? como você acha que foi ser desaprovado pelo único pai de que eu me lembro?
- mas...mas o papai adora o Jhonny...
- hoje, no começo ele me via como um interesseiro.
O homem de sorriso fácil parecia triste lembrando dessas coisas, o que mais tinham escondido dela ou longo desses anos?
- o que você fez com o Arthur, vários tentaram fazer comigo, tentam até hoje...mas eu amo seu irmão, eu amo tanto ele... nunca estive tão feliz em ter perdido uma aposta.
Rubens soltou uma risadinha e sentiu a mão do marido em seu rosto, eles se amavam muito, cada pequeno momento que passavam juntos valia a pena.
- Eu que ganhei o melhor prêmio do mundo.
O jeito que eles se olhavam era diferente de tudo que já tinham visto, mais a mesmo tempo ela parecia lembrar daquele olhar de algum lugar foi então que se lembrou de onde reconheci aquele tipo de olhar.
"Fabian..."
Ele gostava dela.
Ele sempre disse que gostava e agora ela não poderia estar mais com ele, realmente ela tinha feito uma merda catastrófica.
A festa dos herdeiros estava bem divertida pra todo mundo agora, tudo graças ao porre nervoso que Daniel tava fazendo todo mundo tomar.
O abraço de Alex era reconfortante a música tocando no fundo "flawless - the neighbourhood" fazia seu coração bater ainda mais forte afinal pra ele Alex era absolutamente perfeito.
Sentiu um carinho fofo no seu pescoço encima da cicatriz do seu pescoço e praticamente se desfez nos braços de Alex.
- Você é realmente Flawless to me...eu te amo muito Arthur.
- quando tu fala desse jeito eu fico com vergonha.
O mais novo soltou uma risadinha sem graça e fez um carinho na bochecha do marido.
- toda vez que eu olho pra você meu coração dispara, eu não consigo controlar esses sentimentos.
Apertou o marido em seu abraço e sentiu ele o correspondendo com muito carinho e determinação, eles eram o casal perfeito.
Daniel estava muito feliz em fazer todo mundo conversar normalmente outra vez, ele realmente gostava de gerir as pessoas, se sentia confortável em meio a multidão, ele tinha um bom senso de liderança e por mais que sua cara de ódio fosse assustadora ele ainda era terno e afetuoso com as pessoas ao seu redor.
- Daniel?
Se virou e viu Mia parada atrás dele, ela tinha um sorriso muito fofo na sua direção, e realmente ela ficava infinitamente mais bonita com os cabelo soltos.
- Oi Mia! Precisa de alguma coisa.
A ruiva mais nova sorriu ainda mais e segurou uma das mãos do bonitão de maneira tímida, olhou no fundo dos olhos dele e ficou impressionada em quão bonitinho ele ficava quando estava tímido.
- obrigada pela festa, nós ajudou muito.
Os olhos dele se encheram de brilho e abrindo o sorriso mais lindo e perfeito de todo o planeta apertou delicadamente as mãos da mais nova.
- Eu tô muito feliz em ajudar.
A música parou e por um segundo todos olharam para Daniel compartilhando o mesmo pensamento: "ele é tão fofo!"
As bochechas de Daniel foram ficando tão vermelhas quanto o cabelo de Mia, ele parecia prestes a explodir de vergonha.
- Vocês tão olhando o que? Não tem nada pra ver aqui não!
"Ele é adorável!!!"
Por mais que Daniel tentasse ele ainda era muito fofo aos olhos de todos ali presentes, isso o deixava mortificado.
- ok Daniel você tá muito nervoso, vamo ali tomar um ar.
Liz veio ao seu resgate (pra alegria do ruivo) e o levou para a sacada onde de imediato ele escondeu o rosto nas mãos de tanta vergonha.
- Você realmente é muito fofo.
Recebeu um olhar extremamente mortal do ruivo e acabou caindo na risada isso só deixou Daniel mais bravo.
- Você é realmente o melhor Daniel.
Derrotado o ruivo pegou um cigarro do bolso e acendeu dando um belo trago, o clima parecia muito com quando eles subiram para o telhado da boate.
- Faz muito tempo que nós não ficamos juntos assim, valeu Dani.
- Eu não vejo a hora de voltar a trabalhar.
- Eu também, porém muita coisa mudou na ordem agora, espero conseguir acompanhar.
- Você é a melhor dançarina da boate, fica em paz, e eu sei que seja lá o que tu e o Arthur estão planejando vai dar certo.
Liz sorriu e se sentou no colo do amigo olhando as primeiras estrelas aparecerem, era bom aproveitar aqueles pequenos momentos de paz juntos.
Como estava na hora do jantar e ninguém queria descer pra comer foi-se orientado aos luzidios que trouxessem uma mesa de cortes de frios para todo mundo comer, porém veio muito tarde e a maioria do pessoal já estava meio alto.
Uma coisa que todo mundo sabe e que Thiago gosta de tirar a roupa, ele sabe que e muito gostoso e tem orgulho do seu corpo, então ver ele sem camisa não pareceu ser algo muito fora do normal pra todo mundo, porém tinha alguém com um pouco de ciúme no momento.
Thiago estava falando com algumas pobres luzidios que estavam morrendo de vergonha em ver o Fritz sem camisa, ainda sim o obedeciam.
Sentiu um toque suave em suas costas e se virou com um grande sorriso no rosto.
- Cariño você tá deixando as moças desconfortáveis.
- Estou? Eu tô normal....
- Você tá sem camisa...
- ah.... verdade...
Gon soltou uma risadinha e pegou o noivo pela mão trazendo ele para perto e agradecendo as moças pela paciência.
- Vem Thiago você precisa comer alguma coisa...já bebeu demais....
Foi até onde estavam disposta a charcuterie board que Daniel tinha solicitado pegando algumas uvas e meio figo.
- aqui Cariño!
- não!
- não?
- eu quero que você de na minha boca.
Gonzalez soltou outra risadinha e fez o que o noivo pediu dando os alimentos na boca dele, o mais velho parecia extremamente feliz com a situação.
- Você tava com ciúmes?
Gon travou olhando para a cara debochada do seu noivo e tentou desconsiderar já que ele estava meio bêbado.
- Só um pouquinho...
Então Thiago ficou sério e agarrou delicadamente Gonzalez pela cintura de forma um pouco tímida.
- não precisa ter ciúmes, eu amo só você...eu amo você pra caralho...
Sentiu as bochechas quentes e o abraço apertando, correspondeu imediatamente.
- eu nunca vou deixar ninguém falar mal de você... nunca...
Toda aquela situação tinha deixado Thiago pensativo, sabia que Gon queria um noivado longo, porém depois da situação que teve que mediar estava achando melhor adiantar o casamento.
Laura estava bastante deslocada sem Liz então quando Mariana veio até ela soltou um grande suspiro de alívio.
- Laura eu acho que tô ficando louca.
- o que foi?
- Eu sei que eu tô com meus bebês ali do lado...mas eu tô paranóica com o fato de estar longe deles.
Laura colocou a mão no ombro de Mari e a olhou com cumplicidade e entendimento.
- Se prepara... porque essa sensação não passa.
- You're Joking....
- não... Só piora.
Kennan tinha bebida demais em seu sangue, porém a coragem de dar 16 passos para falar com Mari ainda o faltava, decidiu se afogar nas bebidas.
O clima estava realmente muito bom e um dos casais e a música lenta que tocava graças a Samuel estava deixando as coisas mais românticas mesmo em meio as conversas altas "art deco - lana del rey" tocava sem problemas.
Carla e Artemis estavam em um cantinho aproveitando algo que ambas amavam loucamente, carne, as fatias de salame, prosciutto tinham sido aspiradas praticamente.
- você fica parecendo um esquilo comendo...
Artemis apertou as bochechas da namorada a fazendo ter um biquinho de forma involuntária.
Os olhos verdes tão pacientes e meigos e aquele meio sorriso tão sincero que fazia seu coração acelerar, mal podia esperar para pedir ela em casamento.
Carina olhava Yuki de longe, ela parecia estar se divertindo com Dom e Max, viu Bea se aproximar e começar a participar da conversa de forma entusiasmada, como sentiu inveja de Bea naquele momento.
- Eu quero brincar mais com a Jasper!
- pede pro teu primo.
- O Thiago é muito super protetor...
Dom viu Bea falando aquilo como se fosse uma verdadeira ofensa a ela, achava graça de como a casula dos Fritz se comportava as vezes.
Max e Yuki por sua vez achavam a morena bem fofa....quer dizer até certo ponto....e pra eles o mais engraçado e que em relação a bebidas alcoólicas ela era o Fritz mais peso pesado.
- Cesar....
- eita caralho....
Se Bea era o Paso pesado dos Fritz Dante era o peso pluma, ele estava completamente bêbado e nessas situações ia atrás de alguém pra cuidar dele e o escolhido da vez foi Cesar (não que ele se importe com isso na realidade)
- Cesar...
- exagerou na bebida não foi?
Sua resposta foi um grunhido dolorido e um beijinho na bochecha meio desengonçado, isso o fez rir um pouco.
- Eu juro que não imaginei que ele ia ficar assim tão louco.
O visível desespero de Murilo era adorável na realidade, ele era bem bonito e de confiança então achava que ele poderia ajudar.
- Murilo me ajuda aqui com o Gaspar por favor.
- claro...
Cesar levou Dante para o quarto adjacente onde haviam algumas cadeiras e poltronas/namoradeiras/Sofá e colocou o loiro deitado, tirou a jaqueta que estava e colocou por cima do mais novo.
- Aí Dante... você tem que se cuidar melhor.
Tirou o óculos dele e lhe deu um beijinho na testa, mesmo meio dormindo o loiro abriu um sorrisinho gentil enquanto sussurrava "obrigado Cesar...."
Murilo nunca tinha parado pra reparar em Cesar, mas caralho ele realmente era muito bonito, isso porque ele preferia loiras.
- Você pode ficar com ele aqui um pouquinho, eu vou avisar a Bea e o Thiago aí eu levo ele pro quarto.
- Claro!
- valeu.
Ficou sozinho com o mais novo e ele parecia um anjo realmente, os cabelos loiros caindo pelo sofá até o chão e aquela expressão de tranquilidade, ele parecia uma obra de arte.
Colocou um pouco de cabelo atrás da orelha dele admirando ele dormir quando a porta se abriu revelando outro ser de aparência angelical igual a Dante.
- Gal?? O que tu quer aqui?
Foi pego de surpresa com a hostilidade do gaúcho para com a sua pessoa, será que ele achava que ele iria fazer algo contra Dante?
- vi o Cesar trazendo o Dante pra cá e vim ver se ele estava bem.
- Ele está bem sim, estou cuidando dele, tu pode ir embora agora.
A audácia do gaúcho era bastante palpável e ameaçadora, ainda sim se sentia no direito de saber o que estava acontecendo com seu irmão mais novo.
- Você não tem direito de me tirar daqui e nem de me impedir de entrar.
Ele estava certo, porém mesmo que isso fosse verdade Isso não queria dizer que era algo confortável para Murilo.
- Não me sinto confortável com a sua presença aqui, por favor volte pra festa.
Gal se sentiu muito ofendido com aquilo, deu um passo na direção dos dois e viu Dante se levantar de supetão.
O corpo lembra.
Mesmo que Dante tentasse muito seu corpo ainda lembrava que a presença de seu irmão trazia coisas ruins, por causa disso recebeu uma descarga de adrenalina o fazendo acordar confuso.
- Dante!!?
Sentiu as mãos de Murilo na suas costas e se acalmou consideravelmente, olhou para seu irmão mais velho parado na porta e se sentiu mal por não querer ele ali.
- tu tá bem? Quer vomitar?
- não, eu tô bem....mas por que seu primeiro pensamento e se eu quero vomitar?
- Bem...eu tô acostumado a cuidar dos gaudérios bêbados, tipo a gente mistura velho barreiro com glacial, chopp e catuaba com Corote...
-.....como o fígado de vocês tá funcionando...
- gaudérios são duros na queda.
Ignorado mais uma vez, pelo menos Dante parecia bem e com toda certeza estava sóbrio agora, e ele também parecia seguro com Murilo ali, ia se despedir quando a porta abriu escancarada e Thiago sem camisa entrou claramente muito bêbado.
- Por que você tá aqui??
O ressentimento na voz bonita de Thiago fez Gal dar um passo pra trás, ele podia ser mais velho e mais alto que Thiago, mas um soco do francês e ele virava camiseta de saudades eternas.
- Eu só vim ver se o Dante estava bem.
Thiago deu um passo pra frente encarando o mais velho intensamente, a proximidade fez Gal ficar vermelho e desviar o olhar.
- por favor evite se aproximar dele e da Bea sem avisar...
- ok vou manter isso em mente... agora... licença...
Passou por Cesar e Bea e o judeu bonitão percebeu que ele parecia abalado com aquele situação, bem, não tinha tempo pra lidar com isso agora.
- Você parece preocupada.
Erin olhou para Joui percebendo que talvez estivesse um pouco seria demais e isso para ele era novidade.
- Tá tudo bem Joui, só não gosto quando o Gal põe os pés pelas mãos sabe?
Joui colocou o indicador nos lábios pensando profundamente em algo pra nós fim olhar para Erin honestamente curioso.
- ele já é bem velho, acho que ele sabe se cuidar sozinho.... não é?
- Aí Joui...eu tenho minhas dúvidas viu...
- bem...eu acho que você tá fazendo um excelente trabalho como namorada, você é muito incrível!
Erin sorriu e pulou no mais velho dando um abraço sincero e um beijinho na bochecha do asiático, eles funcionavam muito bem como amigos.
- Tenho certeza que você também vai achar um bom namorado.
Isso deixou Joui vermelho e fez ele ser o alvo de Erin pelo resto da festa.
Como Samuel estava cuidando da música comer não estava rolando, o que pra ele era uma excelente desculpa, porém beber de estômago vazio não é a melhor das opções, e ele tinha encontrado um secretário muito responsável.
- Samuel bebe isso.
Viu a garrafinha de água na sua frente e olhou para Marcelo que o encarava com aquela cara de nada com porra nenhuma e ergueu uma sobrancelha questionando um pouco a situação.
"gangsta - kehlani" tocava no momento e por mais que por fora Marcelo estivesse tranquilo por dentro ele estava um pouco desespero.
- por que deveria?
- porque tu só bebeu até agora, então pode passar mal.
Novamente a sobrancelha de Samuel ser ergueu, olhando bem para seu amor agora ele parecia apreensivo e preocupado, soltou um suspiro derrotado e pegou a garrafinha abrindo e tomando tudo em um gole só.
- feliz agora?
Viu a expressão do gaúcho se suavizar e se aproximou mais fazendo ele dar uns passos pra trás até encostar na parede.
- Acho que mereço uma recompensa por isso não?
- de-depende do que tu quer...
- nada demais...
Abriu a boca para perguntar porém sentiu os lábios de Samuel no seus e a língua dele escorregou com facilidade pra dentro da sua boca, fechou os olhos tentando aguentar o ritmo do carioca, sua tentativa foi em vão.
"Não consigo respirar!"
Apertou os ombros do seu Veríssimo e isso fez Samuel dar uma recuada, o sorriso malvado em seu rosto deixava o gaúcho ainda mais ofegante.
- Você não deveria provocar se não aguenta o tranco.
- mas...eu não fiz nada...
Samuel abriu um sorriso cruel chegando ainda mais perto do gaúcho fazendo o peitoral de ambos se tocarem.
Segurou o rosto de Marcelo e fez ele olhar dentro de seus olhos laranja e quase que automaticamente Marcelo ficou mole e todo abobado.
- Bonito e fofo desse jeito tudo que você faz pra mim é uma provocação.
Sentia seu coração sambando dentro do peito e se desesperou quando sentiu o joelho de Samuel entrando no meio da suas pernas.
- Eu tô louco pra ver que tipos de expressão eu consigo te fazer ter...
Seu queixo foi puxado pra baixo o fazendo abrir a boca, e aí o desespero bateu de verdade, ele estava TÃO fodido...literal e figurativamente.
Foi libertado pelo seu Veríssimo e quase teve um troço, ficou lá parado na pilastra imóvel por uns bons 15 minutos olhando Samuel continuar cuidando das músicas.
- Caralho o que tem dentro das bebidas do mestre Aron????
Ivan tinha saído pra fumar um pouco e também pra clarear a cachaça da cabeça, aquela musiquinha fofa em coreano que começou a tocar na estava lhe ajudando também, ver todos os casais felizes o deixava com inveja e não gostava daquele sentimento.
"cupid - fifty fifty (twin version)"
- Ivan?
Olhou pra trás e lá estava Leonardo claramente bem bêbado e bastante confuso, ele tinha as roupas meio amarrotadas e parecia nervoso.
- Eita! Tu tá bem?
Sentia seu coração batendo no peito a quase mil por hora, a garganta ficou seca e as palavras morreram na língua, começou a puxar o ar em real pânico.
"Coragem Leonardo"
Olhou para os olhos azuis preocupados e teve um troço ali mesmo, pegou o bilhete e empurrou no peito de Ivan voltando correndo pra festa deixando o gaúcho super confuso na varanda.
- mas que???
Apoiado no peitoral do namorado e curtindo a música tocando nos auto falantes Vic parecia bastante feliz em estar ali.
- Eu gosto dessa música.
"rush - dutch melrose feat benny mayne"
Olhou pra Bruno que parecia curtir a batida da música, pra ele que curtia mais metal e rock ouvir esse tipo de música estava se tornando algo que ele escutava com mais frequência graças ao namorado.
- Vic eu tava pensando.....
- Hum?
- Você quer casar comigo?
O celular de Vic foi ao chão era bem óbvio que Bruno estava falando bem sério e ele acabou travando de boca aberta.
- Que?
- Victor você tá pálido.
- é lógico que eu estou pálido, tu tá fazendo sério! Eu te conheço quando tu tá mais tranquilo com as coisas, você tá 1000% falando sério!!!
- Desculpa cupcake, e que depois desse fiasco garantir sua segurança e conforto virou prioridade.
- Não precisa disso tudo pra mim.
- precisa sim.
Sentiu a mão de Bruno em seu pescoço e o olhar dele fixo no seu, era diferente de ser a prioridade de seu tio e dos outros gaudérios, o jeito que Bruno o olhava o fazia sentir que ele era a coisa mais importante do mundo.
- E pelo visto vai precisar de outro celular.
Bruno pegou o aparelho com a tela quebrada mas ainda utilizável, isso deu a ele uma ideia.
- Talvez até um novo número.
Isso deixou Vic curioso.
Jiro olhou ao redor e respirou fundo cansado, realmente a presença de Olívia fazia imensa falta, ela sempre era a sua companhia pra fofocar.
- Onii-chan...
Olhou pro lado e Naomi segurava algumas rodelas de laranja cristalizadas com chocolate.
- Eu peguei pra você.
Jiro olhou as frutas e depois pra Naomi e balançou a cabeça negativamente soltando um suspiro.
- Obrigado Naomi, mas eu não sou muito fã de laranja.
- Mas... Você sempre comeu comigo...
Jiro sorriu e colocou a mão na cabeça da irmã mais nova pra então se afastar, ele não queria estar perto de ninguém no momento.
Olhando a bebida no copo Laila se lembrava dos olhos de sua irmã, o alaranjado dos olhos dela eram diferentes do seus e os de sua mãe, cadê Veríssimo tinha um tom de laranja, mas agora percebi o quanto sentia falta de sua irmã em situações como aquela, se Olívia estivesse lá, as coisas com Rebecca seriam diferentes, ela queria ser um pouco mais parecida com a irmã.
Enquanto isso no apartamento de Jiro mesmo com saudades Olívia estava em paz.
🌸💮⛩️🗡️
- Esse é perfeito!
Akemi andava pelo duplex com um sorriso no rosto, tinha 4 quartos e um escritório e já estava mobiliado prontinho pra morar.
"Será que o Joui vai gostar? Será que o Jun quer alguma coisa no quarto dele??"
Aquela sensação era muito boa, finalmente ela poderia ser a mãe que queria para seus filhos.
Se Hidetaka pudesse ele teria rodado o Japão todo atrás de Akimi, mesmo não estando mais juntos Akemi tinha deixado o futuro ex marido condicionado a várias coisas e agora sem ela esse conforto desaparecia.
Yome olhou para Jun trabalhando e sorriu inocente relendo a mensagem de Akemi, ela tinha sido a primeira a saber que a matriarca estava em solo brasileiro.
🌸💮⛩️🗡️
❤️👹
Os irmãos chegaram em casa caindo de bêbados, mas pelo menos eles tinham se divertindo, sabiam que o pai tinha ido a um evento antes do natal e só voltaria na véspera, então esse era o momento para os irmãos Portinari serem um pouco mais abertos sobre os seus sentimentos e espaços dentro da casa.
Assim que entraram na cozinha viram Nubi e Hana os esperando com remédio pra ressaca na cozinha.
- Não quero ouvir.
- Não falamos nada.
Anthony colocou Henriel sentado na cadeira e o bonitão parecia bastante arrependido de ter bebido e transando tanto.
Os quatro irmãos ficaram em um silêncio levemente desconfortável.
- Henri, você ta bem?
- Tô ótimo! só preciso...
- Não...tô perguntando se você tá bem em relação a pressão que o pai tá colocando por causa da traição do Gal
Henri ficou em silêncio por alguns segundos e então começou a chorar, realmente a pressão era demais pra ele aguentar sozinho.
❤️👹
💚💉
Enquanto o pai dava comida prós pintinhos e separava os galetos Miriã e Raquel estavam fazendo tricô no futuro cativeiro.
O ambiente com toda certeza era simplesmente aterrorizante, qualquer filme de terror ficaria com inveja daquele lugar.
Uma cana/colchão colocada em um espaço de 2 metros no máximo com uma janelinha daquelas estilo vitro, o chão tinha cacos de vidro estrategicamente colocados, a cozinha era um laboratório de química agora e tinha um lugar que claramente parecia que seria usado para fazer uma refilmagem de "centopéia humana 2"
Não é atoa que elas eram demoníacas.
💚💉
🔪🗑️
- Boris você não precisava ficar aqui comigo.
- Preciso sim, o que pode acontecer com você se eu não estiver por perto?
Damir sorriu e abraçou o irmão mais novo com carinho e lhe deu um beijinho na testa de forma bastante afetiva e fraternal.
- Boris, a gente precisa sair desse mundo...
- mas a única coisa que a gente sabe é matar e seguir ordens.
- Esse não foi o futuro que eu planejei pra ti.
- Eu não me importo com o que esteja trabalhando contanto que eu possa te ajudar.
Damir sorriu e abraçou o irmão mais novo outra vez, realmente eles só tinham um ao outro.
☠️🕸️ Assombrados ☠️🕸️
Ainda se lembrava de como conheceu seu Rodolfo.
Era de noite quando seu pai havia chegado do trabalho, sua mãe estava terminando o jantar e ele fazia o dever de casa, parecia um começo de noite qualquer em sua casa até ouvir seu pai subir as escadas nervosamente.
Viu a porta do seu quarto ser escancarado e o seu pai parado na porta com cara de poucos amigos.
- Que história é essa de você ter beijado um garoto na escola Lúcio??
- o que??
- É verdade isso pia?
- Não pai eu....
- não mente pra mim!
Ia negar outra vez porém de detrás do seu pai um homem usando o mesmo uniforme da empresa que seu velho trabalhava apareceu e do lado dele e então para o seu desespero lá estava atrás de todos o Garoto que tinha beijado.
- piá se tu mentir pra mim as coisas vão ser piores pra ti, fala logo se beijou esse pia ou não.
Engoliu a saliva e olhou para o rapaz e um pedido mudo por ajuda mas o que recebeu foi um olhar culpado, e então a frase que mudaria sua vida.
- FORA DA MINHA CASA!!
Viu o pai se aproximar e o segurar pela orelha o arrastando pela casa para no fim o Jogar literalmente na rua.
- Tu não é mais bem-vindo aqui.
Olhou para a casa uma última vez teve a porta fechada em sua cara, não se lembrava de se sentir tão sozinho e desesperado antes.
- piá...o que aconteceu? Por que tá fora de casa só de bermuda, tá muito frio aqui fora!
Guerra.
O sobrenome que toda Carpazinha conhecia muito bem, o último herdeiros de uma família de latifundiários, e uma figura no mínimo assustadora.
- meu pai ... Meu pai me colocou pra fora de casa...
- o que? Vem piá você não pode ficar nesse frio, vem pra minha casa e me explica melhor essa história...
Tirou sua jaqueta e entregou para o adolescente se proteger, foram de moto de volta para o casarão.
Rodolfo olhava na direção da casa dos Assombrados da laje da casa de Guilherme, se perguntava como Lúcio estava no momento.
☠️🕸️ Assombrados ☠️🕸️
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