Vic saiu do carro secando as lágrimas discretamente, seus irmãos pareciam magoados e confusos, honestamente achava que aquela era a reação correta a se ter.
- V-Victor... Nós podemos conversar?
Ulisses não conseguia focar seus olhos no irmão mais velho, olhava pra cima levemente assustado e Vic sabia exatamente pra onde seu meio irmão estava olhando.
- Bruno....
Nem precisava olhar pra trás pra saber a cara que o namorado fazia, com toda certeza quem visse de longe acharia que ele estava prestes a matar alguém e sabia que se pedisse com jeitinho o namorado cometeria qualquer crime sem questionar, guardaria isso só pra ele entretanto.
- O que foi Ulisses?
- Eu... Na verdade todos nós viemos esclarecer algumas coisas, eu duvido muito que a nossa mãe de alguma resposta sincera para nós.
- Bem... sinceridade não parece ser o forte dela mesmo.
Os mais novos não pareciam estar incomodados com aquela situação, isso pegou Vic de surpresa, se alguém falasse mal de sua mãe ou seu tio Gregório conheceria um lado dele nem um pouco simpático.
- Se estiver sobre meu alcance eu irei responder.
Ulisses respirou fundo e ficou bem sério olhando para seu irmão mais velho por alguns segundos, ele parecia muito exausto por algum motivo.
- Então...tu não odeia a gente?
- Que?
Nossa aquilo foi um soco na cara! Bruno só conseguiu pensar "tadinhos" parecia que todos os irmãos Hott tinham uma mistura muito grande de sentimentos.
- Nossa mãe sempre falou que tu nunca gostou da gente.
Os 5 mais novos viram Vic trocar de cor e passar a mão no rosto muito frustrado, ele também pareceu levemente ofendido.
- Não, eu nunca odiei vocês, na verdade só desejo o melhor para vocês 5, inclusive se eu tivesse conseguido a assinatura do Domingos eu daria acesso as poupanças que eu fiz pra vocês hoje mesmo, tu seria o dententor da conta dos mais novos até a maior idade Ulisses.
- Como é?
- Eu criei um fundo pra deixar vocês garantidos pra vida, levando em conta a inabilidade do Domingos de cuidar das coisas no nome dele, eu imaginei que quando ele morresse, tirando essa casa e o carro vocês não teriam muita herança, então queria ter certeza que se fosse o caso vocês teriam dinheiro para se manter por um tempo.
Ulisses parou um pouco e respirou fundo olhando para o irmão mais velho extremante intrigado e confuso com aquilo.
- Tu também tem direito a Herança.
Vic deu de ombros completamente desinteressado no dinheiro de seu pai.
- Não é por nada não, mas eu não preciso do dinheiro do Domingos, eu tenho a herança do meu tio e da minha mãe, eu não tenho absolutamente nenhuma intenção de tirar algo que eu sei que seria melhor utilizado por vocês, se juntar a casa, o carro e a loja da Sandra dá entorno de vai.. sendo bem generoso...300 mil reais de herança, cada um e de vocês receberia 60 mil reais, comigo ia ser 50, isso se vocês decidissem vender a loja da mãe de vocês, isso compra vai..um carro... eu não preciso desse dinheiro, esse também era um dos motivos d’eu ter pedido pra tirarem o nome do Domingos da minha certidão.
Até Danilo que tem só 13 anos pareceu chocado com aquilo tão confuso e difícil de engolir que olhou para os irmãos esperando alguma reação, porem todos encaravam Vic muito confusos.
- Tu realmente, não quer nada do nosso pai?
- Por que eu iria querer?
- Porque tu é o mais velho? E o dinheiro que foi usado pra comprar essa casa vem da venda da casa que nosso pai viva com a sua mãe.
Vic juntou as sobrancelhas e virou um pouco o rosto tentando entender aquela frase, se aquilo fosse o que ele estava pensando que fosse...
- Por acosso alguém disse que eu tentaria tomar a casa?
Os mais novos ficaram em silencio e isso foi resposta o suficiente para o ex policial.
- Quem disse isso?
Novamente foi-se feito silencio da parte dos irmãos hott mais novos, e isso também era resposta suficiente para Victor.
- A mãe de vocês realmente não tem limites, ou talvez ela só genuinamente acreditasse que eu era algum tipo de vilão na história dela, bem, eu nunca dormi com um homem comprometido pelo menos...
Vic soltou uma risadinha e se arrependeu de imediato vendo que tinha falado mal da madrasta na frente de seus irmãos, eles não precisam felizes, mas também não pareciam incomodados.
- Victor, por que tu ia deixar a herança? E por que seu namorado tem dinheiro?
- Robson eu agradeceria se tu não coloca meu Bruno nesse assunto, ele nada tem haver com a minha decisão, isso era algo que eu já planejava fazer antes mesmo de conhecê-lo, mesmo sem o Bruno eu estaria muito bem amparado na vida, ou esqueceram que meu tio tem um bom dinheiro.
(nota: Isso é verdade, o Gregório tem um boa casa e terrenos junto com a moto dele e mais dois carros na garagem, são coisas que ele herdou dos pais, e como ele não tem filhos e a Sarah já não está mais entre nós tudo iria para Vic)
Os irmãos ainda pareciam tão confusos e perdidos com aquela situação toda, estavam custando a acreditar que ele realmente não se importava com dinheiro, a vida toda deles Sandra falou que ele viria atras de dinheiro e da casa, era difícil entender que aquilo era mentira de sua mãe.
- AH! já ia esquecendo, Ulisse, Robson, por favor me digam que faculdades estão fazendo, vou pagar de agora em diante, também vou pagas a dos mais novos, não precisam se preocupar, na realidade eu ia perguntar qual a melhor escola particular da região, vou colocar eles lá.
Os mais novos se olharam outra vez, uma pergunta engasgada na garganta de todos, porem a única que foi capaz de fazê-la foi Cassiane.
- Por que?
- O que?
- Por que tu tá fazendo isso?
- Porque eu sou o irmãos mais velho de vocês.
Vic parou um pouco de falar e deu um sorriso tão doce e genuíno, que uma lembrança veio na memória de todos ali.
A três anos atras, domingos foi fazer uma entrega da loja com a moto, era um dia chuvoso e por ele tinha bebido um pouco no almoço, sua mãe e as funcionárias estavam tranquilos na loja quando ficaram sabendo que depois de entregar as roupas Domingos deu em cima da caixa da outra loja, caixa essa que tinha um namorado que também trabalhava na loja, para evitar um surra o bonitão arrancou, duas ruas depois derrapou na pista perdeu o controle foi de frente para um carro e, deu PT (perda total) na Moto, quebrou o braço, cortou a cara e deslocou a bacia, quebrando também a perna esquerda, ficou internado por uma semana no hospital, nesse meio de tempo ninguém da família pode ficar com os irmãos hott, e eles também não poderiam ficar sozinhos, porque eram todos de menor naquela época, ainda se lembravam da mãe desesperada procurando alguém para ficar com eles, mas ninguém podia ou queria, então apelou, afinal era a sua literal última opção.
Ainda se lembravam de ver Vic descendo do carro com uma malinha simples, ele dormiu no sofá aqueles dias, cuidou de Jaque (que era só um bebe) sem reclamar, fez comida pra 5, cuidou da casa sem um pingo de descontentamento, mas sempre com um sorriso no rosto, durante esses dias Ulisses percebeu algo, aquela semana tinha sido a maior quantidade de tampo que já tinha passado com o irmão mais velho em toda sua vida, e ele nunca se pareceu com o que sua mãe lhe falava.
Ser enganado pela própria mãe doeu muito, e estava doendo ainda mais agora que sabia que durante todo esse tempo seu irmão mais velho sempre quis um relacionamento com eles, a questões e que agora eles já não sabiam se tinham o direito de querer um também, Vic tinha uma vida sem eles, e era feliz assim, eles não tinham espaço na vida dele, e perceber isso doeu muito.
- Tu não esta bravo com a gente?
- ai Ulisses...
Vic se aproximou um pouco e mesmo sem jeito fez algo que os gaudérios sempre faziam com ele, colocou a mão na cabeça do irmão e fez um carinho singelo, Ulisses era um pouco mais alto que Vic, pouquíssima coisa, mas nesse momento ele se sentiu muito pequeno.
- Não foi culpa de nenhum de vocês... não tenho animosidade nenhuma contra vocês.
- tu fala muito formal...
- eu sou delegado, é costume...
- O pai sempre falou de ti com muito orgulho sabia?
- Não me tornei policial pra dar orgulho pros domingos, fiz por mim mesmo.
Ulisses e Robson olharam pro chão exatamente desconfortáveis com algo.
- O que foi?
Sem graça os irmãos olharam para Vic levemente pensativos, todo aquele natal estava sendo muito emocionalmente cansativo pra serem 100% honestos.
- A gente não tá na faculdade Vic, a gente tá seguindo carreira pra prestar pra Civil igual a ti.
Por algum motivo aquilo incomodou MUITO Victor, ele não estava gostando muito do rumo daquela conversa e pela cara que ele estava fazendo era bem obvio que os irmãos não estavam sendo totalmente honestos.
- Tu quer ser policial?
Demorou um pouco para Ulisses responder um não bem fraco com a cabeça, já Robson foi mais direto.
- Eu queria virar professos de ed física, mas como tu virou policial e tem uma carreira muito boa e conhecida, a nossa mãe cismou que era pra gente fazer o mesmo que ti pra que nosso pai sentisse orgulho da gente também.
A cara de Victor foi a pior possível, Bruno então parecia desacreditado com aquela informação toda, também sentiu um pouco de pena dos cunhados, seu pai sempre foi seu apoiador número um, mesmo tendo coisas que lhes eram exigidos.
- Escolham uma faculdade, vou pagar como falei, não se preocupem com a dispensa, eu dou um jeito, espero que dessa vez possam seguir o senhos de vocês, não a tentativa maluca da Sandra de me substituir.
Foi possível ver eles respirando aliviados com aquilo, como se um peso fosse tirado dos ombros de ambos, Vic ficou feliz em ajudar.
- Eu mando tudo necessário depois do ano novo, aguardem minha mensagem combinado?
Vic voltou para perto do namorado e Bruno automaticamente segurou sua mão o olhando com tanto amor que honestamente os mais novos acharam que estavam interrompendo alguma coisa.
- Posso falar algo antes de ir cupcake?
- claro que pode vida.
Os 5 mais novos só conseguiam pesar em o qual gay o irmão deles era...e estavam felizes por ele ter um bom namorado.
- Cassiane, desista de ser famosa, não é o mundo pra você mocinha, falo isso como alguém que cresceu nele, e tudo muito bonito de fora, mas por dentro... olha.... se eu pudesse não faria parte...
- fala isso pro seu pai e ele tem um piripaque.
- Nem me fale.
Isso deixou Cassiane muito brava e em choque, sem contar que estava com uma grande cara de cu pro cunhado.
- falar e fácil, tu é bonito e tem tudo na mão.
Bruno respirou fundo cansado e olhou tão feio pra Cassiane que Vic apertou a mão dele bem bravo, isso fez o gatão ficar amuado.
- Falo isso pro seu bem, não quero te ver se abalando, isso é uma recomendação, se tu quer mesmo tentar vá em frente, quem avisa amigo é.
Cassiane tinha uma ilusão bem adolescente de viver de publi e post, a vida não é um morango infelizmente, e a cara de Bruno só fazia parecer que suas ilusões eram muito mais distantes da realidade do que ela gostaria de admitir
- ok, vou pensar.
Bruno sorriu gentil pra ela.
Estava tudo acertado e Vic se despedia de seus irmãos quando viu Domingos correndo na direção deles com uma malinha.
- Filho! Espera!
- A não...
- Victor! *pegando folego* filho, eu preciso falar com seu tio... eu preciso... me desculpar... eu tenho que falar pra ele que eu estou me divorciando... eu tó saindo de casa hoje mesmo...
- Domingos, tu não deveria estar falando assim na frente das crianças
Os mais novos ficaram bem ofendidos com a insinuação de ainda serem crianças, porém escolheram deixar pra lá.
Domingos olhou para os filhos com pesar e um leve rancor, isso deixou Victor ainda mais bravo do que gostaria de admitir.
- Meus irmãos não pediram pra nascer, se não queria ter filhos deveria ter feito uma vasectomia antes, não admito que culpe eles depois de 20 anos.
Isso fez o ex taxista ficar em silêncio um pouco e também um pouco arrependido, mas então uma ideia surgiu, afinal eles eram tão vítimas da manipulação de Sandra como ele e Vic.
- Eu sei, eu sinto muito... por isso... crianças vocês querem ficar comigo?
Eles não esperavam por isso, na realidade achavam que domingos só ia sair pra comprar cigarro e nunca mais voltar.
- também entendo se quiserem ficar com a mãe de vocês, sem contar que o Danilo e a Jaque ainda são muito novos...
- e tu não tem capacidade nenhuma para cuidar dos 5!
Uma coisa que parecia que Vic tinha puxado de sua mãe ou talvez do seu tio Gregório era a habilidade de ser super protetor e carinhoso ao mesmo tempo que era um coice de mula.
- Eu cuidei de ti meu filho, coloque um pouco de fé em mim.
A cara a de Vic dizia que ele não acreditava nada em Domingos, olhou para os irmãos e depois para o pai e então pro namorado.
- Bruno.
- Sim Vic?
- Eu quero uma coisa.
Os olhos prateados brilharam empolgados, era muito raro Vic lhe pedir alguma coisa então faria qualquer coisa que seu cupcake lhe pedisse.
- Qualquer coisa por você meu amor.
Vic sorriu e ficou um pouco vermelhinho, ainda era muito estranho ter um namorado, ainda mais um disposto a fazer de tudo por ele.
- Pode arranjar um lugar para o Domingos e as crianças ficarem.
- só isso?
Vic fez sim com a cabeça e Bruno logo pegou o celular digitando algumas coisas e então sorrindo calmamente.
- pronto.
- obrigado, não sei o que faria sem ti.
Se deram um selinho singelo por não quererem constranger Domingos, honestamente não queriam ouvir ele reclamando, porém esse era o menor dos problemas deles nesse momento.
Vindo correndo e chorando Sandra estava atrás do futuro ex marido, isso em também falava muito dela, porque ela não tinha vindo atrás dos filhos, ela parecia meio fora de si, nada normal e corria na direção deles chorando, aquilo deixou Bruno muito desconfortável porque pessoas assim tomavam decisões muito ruins e levando em conta todo o contexto da situação, achou melhor tirar todo mundo dali.
- Vamo tudo pra dentro do carro! Bora!
Bruno abriu a porta e Vic foi o primeiro a entrar, Cassiane pegou Jaque no colo e entrou também então os meninos, Bruno empurrou domingos pra dentro e entrou por último, assim que a porta fechou o motorista arrancou.
Dentro da limosine agora estava um clima de merda do caralho, se Vic não tivesse Bruno ali provavelmente estaria num cantinho encolhido em posição fetal de tão desconfortável que estava se sentindo.
- Tu tem mesmo muito dinheiro né?
- Hum? Sim minha família tem um bom patrimônio, como filho unigênito do meu pai vou herdar toda a parte dele da transportadora, minha tia e os filhos compartilharam o restante.
Domingos se lembrava da visita de Walter, podia ver um pouco dele em Bruno, principalmente na postura e olhar calmo.
- Cassiane também disse que tu é ator.
- Eu fiz algumas séries na Austrália durante a adolescência, mas sou modelo, também sou formado em engenharia de transportes e Design gráfico com pós em Design de produtos.
Silêncio no carro, realmente Bruno não era só um rostinho bonito.
- Me desculpa a pergunta, mas por que tu está com meu filho? E bem óbvio que vivemos em mundos diferentes.
Nossa mas aquilo fez Bruno ficar verdadeiramente muito zangado, mordeu a língua pra não falar besteira pro senhor.
- Na verdade eu que tenho que agradecer pela chance de namorar o Vic.
Se Vic antes estava vermelho agora ela era a descrição perfeita de uma cereja, já Domingos estava em silêncio.
- O Vic me escolheu para ser o primeiro namorado dele, mesmo tendo outras oportunidades antes, ele ainda me considerou digno de receber o amor dele, por isso eu faço e farei tudo que está ao meu alcance para saciar cada desejo e demanda do meu Cupcake, porque ser amado por ele é uma honra e um privilégio!
Sentiu a mão pequena e calejada no seus lábios o impedindo de falar, Vic ficava tão lindinho tímido daquele jeito.
- para vida! Tu não deve satisfação alguma pra ele.
Viu aquelas mãos enormes segurarem a cintura de seu filho e o olhar dele Bruno para Vic beirava o inexistência, porque não conseguia colocar em palavras a intensidade daquele amor.
- Não estou dando satisfação, só estou colocando os fatos na mesa.
- tu é muito bobo.
- Seu tio está mesmo de acordo com o relacionamento de vocês?
Vic olhou pra Domingos sem muita paciência.
- Demorou um pouco, mas ele aceitou meu relacionamento, e o meu sogro também é um amor
Viu Domingos fechando os punhos bem bravo, mas no caso estava bravo consigo mesmo no momento
- Ele é mesmo seu primeiro namorado?
Vic olhou pra Bruno e sorriu gentil.
- Primeiro e único, ele é o amor da minha vida.
- Nunca quis tentar com uma garota?
- Não, eu gosto de homens, sei disso desde os 10 anos.
- E tu guri?
- Ah, não eu gosto de homens e mulheres, já fui até noivo, mas somos melhores como amigos do que como namorados, o engraçado e que agora ela tem uma namorada e eu um namorado.
Domingos ia fazer mais perguntas porém o carro parou na frente de um prédio muito chique, não tiveram escolha a não ser descer.
Tinha uma grupo de pessoas esperando por eles, Vic deu graças a Deus por aquela interação ter acabado.
- por favor acompanhem os empregados esperando que esse meu arranjo de última hora seja do agrado de todos.
Ninguém conseguiu responder Bruno, estavam levemente envergonhados.
- Ulisses aqui está um cartão caso vocês queiram ou precisem de algo, ele não tem limite inclusive.
Se virou para irem embora mas aquilo deixou Domingos muito apavorado.
- Filho pra onde tu vai?
- Por favor, me chama de Victor, e vou dar uma passada por Carpazinha, tenho coisas a fazer antes da virada.
- Eu posso ir contigo?
- Não, são coisas pessoais dos gaudérios.
- Mas eu precisava falar com seu tio....
Vic passou a mão no rosto frustrado e olhou para o céu pensativo, honestamente não queria mais lidar com aquela situação.
- Quando eu for voltar pra SP eu levo o senhor pra falar com o meu tio, por agora fica aqui com meus irmãos.
Estava bastante óbvia a insatisfação do mais velho, porém ele só tinha a escolha de concordar, com isso Vic partiu para Carpazinha.
Os gaudérios estavam muito pensativos voltando pro ninho, cada um com um grande dilema particular.
Murilo olhava a paisagem passando corriqueira pelas janelas, não se lembrava da última vez que tinha ficado separado de Marcelo, não ter ele por perto era tão estranho e confuso, ao mesmo tempo estava muito feliz por tudo que estava acontecendo de bom na vida do primo, era um sentimento bastante agridoce.
Despretensiosamente encostou a cabeça no ombro de Ivan e sem querer viu ele encarando a tela do celular na conversa com Leonardo, soltou uma risadinha.
- Que cara e essa? Não queria tanto um namorado... então....
- As coisas no papel são muito mais fácies....
- O Leo e bonito e inteligente, e tu tá com a faca e o queijo na mão e só colocar esse sorriso e corpão pra jogo.
Ivan riu e fez um carinho em Murilo bagunçando seus cabelos loiros de farmácia.
- só o fato dele se interessar por mim, mesmo que seja só pela minha aparência já é algo muito importante e especial ao meu ver, nenhum cara se aproximou de mim até hoje.
- Tu e bonito, relaxa, te dispensar seria um ato de loucura.
- Não é bem isso Murilo...
- é o que então?
Ivan jogou um pouco do cabelo pro lado e pareceu um pouco tímido, algo que era bem raro de se ver.
- quando eu entendi minha sexualidade a ideia de ficar com um outro homem me apavorava bastante, principalmente por ainda ser um adolescente na época, porém com o tempo passando eu percebi que eu tinha criado uma barreira entre mim e as minhas vontades, sair com ele de mãos dadas ou então conversar sobre o futuro hipotético já é um grande passo pra mim, tenho honesto medo de decepcionar ele.
- Bem, eu te conheço a muito tempo e posso garantir que tu é muito mais que um rostinho bonito e músculos
Ivan sorriu e abraçou o amigo com bastante carinho.
- falando em Portinari, o Dante não te chamou pra ir na festa da família do González?
- Chamou, mas eu não quis atrapalhar, é um momento importante na vida do Thiago e do Gon, então eu não queria estar lá no meio da família deles, não e porque eu sou um amor que eu não tenho noção do meu lugar
Recebeu outro carinho na cabeça e se recostou em Ivan novamente, ambos acabaram tirando um cochilo.
Gregório parecia muito pensativo com alguma coisa, nem percebeu quando Ivete segurou sua mão.
- O Vic tá bem Gregório.
Soltou um risinho pelo nariz e olhou para a amiga querida por alguns segundos, ele parecia bastante cansado.
- Eu sei que ele tá, ele é muito mais forte do que as pessoas dão mérito.
- Lógico que ele é assim, afinal quem criou ele foi tu.
Outro risinho fraco, olhou pela janela parecendo bastante longe da realidade, ele pensava de mais em coisas que não poderia mudar, afinal, estavam no passado.
- Tu acha que eu deveria ter sido mais incisivo com o Domingos quando a Sarah morreu?
- o que?
- Tu acha que se eu tivesse batido o pé e colocado ele pra morar comigo as coisas seriam diferentes?
Ivete suspirou cansada.
- Gregório, tu é um bom homem, não são todos que perdoariam o Domingos por ter traído a irmã, menos ainda o chamariam para morar junto.
- Eu só estava pensando no Vic quando fiz essa proposta.
- Ainda sim isso mostra que metade do seu coração e seu corpo inteiro.
O senhor suspiro cansado olhando para a paisagem lá fora, sentiu Ivete e apertando sua mão outra vez.
- tenho muito medo de como o Vic vai lidar com a família do Domingos, meu piá...acha que eu deveria ter ido com ele?
- Gregório, ele não está sozinho lembra? O Bruno foi com ele.
O senhor parou um pouco e sorriu timidamente, estava muito feliz pelo seu piá ter com quem contar.
- Quando eles voltarem eu vou fazer um bolo pra eles.
Ivete sorriu, por mais mal humorado e cabeça dura que Gregório fosse, ele ainda era um excelente pai.
Marcelo olhou para a mala honestamente preocupado com Olívia lá dentro, será que ela não estava desconfortável???
O trajeto até o aeroporto particular levou mais tempo do que Marcelo gostaria de admitir, olhava a mala com tanta intensidade que se continuasse abriria um buraco nela.
Quando finalmente chegaram foi deixado em uma ala vip, era uma sala particular com algumas comidinhas e café, mas ele não teria tempo para aproveitar.
- Marcelo!
- Samuel!
A expressão de alívio de Marcelo foi bem visível, e levando em conta que ele não se expressava muito era bem claro que ele estava ansioso.
Marcelo queria muito abrir a mala e tirar Olivia de lá de dentro imediatamente, na cabeça dele aquilo era tão desconfortável! Na inocência dele ainda não entendia que a herdeira tinha passado por treinamentos justamente para quelas situações, na verdade aquela mal era mais confortável do que poderiam imaginar.
- Pelo visto você entendeu muito bem o que eu queria, estou impressionado.
- fico feliz em ajudar, porém... e agora?
Ele olhava pra mala todo tadinho e confuso, até Jiro achou ele fofo, ele era bem fofo mesmo, até contrastava com aquele corpão todo e cara de mal encarado e cheio de tatuagens.
- Você achou um amor muito bom em Sammy
Samuel olhou pro primo bem sério, um olhar que dizia “não se atreva” isso fez Jiro soltar uma risadinha meio maldosa.
- É não seria melhor resolver o que tá na mala?
- Ainda não, só no rio, vamos os dois, Marcelo pode continuar levando-a por favor?
- claro...
Eles não precisaram passar por nenhuma segurança então entraram rapidamente no jatinho, eles foram muito bem recebidos e tratados, porem Marcelo não conseguiu comer se lembrando que Olivia estava na mala, ele tinha um coração bom demais pra ignorar esse fato.
Assim que posaram em solo carioca a inquietação do gaúcho ficou ainda mais visível, Samuel tomou nota disso mentalmente, mas em poucos minutos eles estavam no Lobbe de um hotel muito chique, a preocupação do bonitão era tanta que ele nem prestou atenção no percurso que fizeram para chegar no local.
- Marcelo, já tem reservas feitas em meu nome, faça nosso check in por favor.
- Sim senhor Veríssimo.
Deixou a mala com Jiro, mas ficou olhando ainda preocupado, no balcão quando a moça pegou o RG de Samuel foi possível ver os olhos da mulher dilatando e ela olhando pra ele em real desespero, a moça pegou o telefone apavorada e olhando pra Marcelo disse em um tom mais baixo: “os veríssimos chegaram! Como está a suíte presidencial?” e então ficado aliviada com a resposta que teve se voltou para o homem bonito na sua frente.
- Tudo pronto, os concierges estarão com os Senhores Verissimo em alguns instantes, enquanto isso senhor Leite gostaria de algo em particular no quarto que ira dividir com o senhor Verissimo? Temos excelentes planos para casais.
Em degrade o rosto de Marcelo foi ficando vermelho, até suas orelhas tinham mudado de cor, ele estava tão tímido e envergonhado que mal conseguia abrir a boca.
- n-não... Mas p-poderia me dizer.. se nesse quarto tem duas camas?
A moça fez uma cara meio confusa, afinal era um quarto de casal.
- Não senhor, só uma cama king de casal... algum problema?
O Ar dos pulmões de Marcelo saiu de uma vez e as pernas ficaram bambas, bem teria que se preocupar com suas pernas mais tarde.
- Não, nenhum, o-brigado...
Se virou para ver os dois herdeiros e a cara de Samuel dizia que ele sabia exatamente que o porque ele estava demorando tanto para voltar pra junto deles, tentou se recompor porem seu corpo parecia vibrar de um jeito esquisito a cada passo que dava.
- tudo certo Marcelo?
O jeito maldoso que os lábios dele se convertiam em um quase sorriso vendo a reação dele, ele nunca imaginou que teria medo de alguém antes, mas Samuel mais uma vez tinha tirado seu senso de estabilidade sem nem se importar com as consequências.
- Tudo perfeito, os quartos estão quase prontos.
- Você um excelente trabalho, o que quer de recompensa?
- minha integridade física no momento e minha prioridade.
Até Olivia dentro da mala teve que segurar a risada, já Jiro não conseguiu e caiu na gargalhada, Samuel por sua vez tinha aberto um sorriso bem macabro, as vezes o silencio era seu maior aliado, Marcelo tinha acabado de descobrir isso.
- Não se preocupe com isso, vou ser gentil.
Definitivamente não teria paz aquela noite.
Os concierges vieram e foram levados para seus aposentos, mas antes de descansar os primos precisavam realmente discutir sobre aquela situação.
- Olivia, pode sair, e seguro agora.
O gaúcho fez uma expressão muito aliviada e abriu o zíper, porém se lembrou que a moça estava sem roupa e entrou em pânico, olhou para Jiro e Samuel e sem prensar direito os abraçou enfiando a cara deles no seu peitoral impedindo a visão de ambos sobre a prima.
Jiro arregalou os olhos sentindo os músculos enormes e os peitões gostosos do Gaúcho, sem contar também que ele tinha “cheiro de macho” o perfume dele era obviamente bem masculino e amadeirado, as mãos eram bem grandes e ele tinha músculos invejáveis, se ele não fosse comprometido e tivesse um pouco mais de coragem de enfrentar seu primo mais velho arriscaria com toda certeza alguma coisa com o belo rapaz.
Olhou pro lado vendo Samuel praticamente vibrando, não só por Marcelo ser gostoso, mas também por ele ser seu amor, ele sentia que tinha ganhado na loteria.
- estou pronta.
Usando um vestidinho amarelo bem fofo e suave a moça estava bem mais confortável do que gostaria de admitir.
- muito obrigada por se preocupar comigo Marcelo, você é um doce.
- acho que agora eu não tenho mais autorização para estar na conversa, fico feliz que esteja bem Lady Olivia, espero da próxima vez que precisarmos viajar juntos não seja dessa maneira.
- Também espero, obrigada.
- com isso peço licença...
Marcelo saiu do quarto e o ar ficou mais pesado do que os primos gostariam de admitir, ainda sim era possível sentir que o plano de Samuel ainda tinha uma longa fase.
Erin olhou para o primo e percebeu que ele estava bastante pensativo, mas nada se comparava com a cara de Miguel.
- Vocês estão me assustando com essa cara feia ai...
- Desculpa Priminha, e que... a gente tava tão bem com a Mari esses dias... ver ela indo pra casa dos pais sem nem falar direito com a gente meio que machuca um pouco.
- Nossa, mas vocês são muito burros mesmo!
- Erin!
A voz de Miguel a repreendendo era bastante efetiva, querendo sim ou não ele também tinha ajudado na criação dela.
- Desculpa, mas se vocês não perceberem que a Mari só foi embora sem falar nada com vocês justamente pra não convidar vocês pra casa dos pais dela eu não tenho outra palavra pra descrever ambos, além de burros.
Por alguns segundo as duas montanhas musculosas encararam a ruivinha como se ela fosse um ser de outro planeta.
- a pelo amor de Deus! É serio que vocês não tinham entendido isso?
- Não nos nunca...
- eu ainda não to entendendo na realidade...
- seria muito doloroso pra Mari ver vocês interagindo com a família dela e com os trigêmeos sabendo que já não existe nada entre vocês, ela fez isso para preservar a família dela e a saúde mental dela.
Silencio.
Os dois homens se olhavam se sentindo ainda mais incapazes de entender a mulher que amavam, talvez eles devessem tentar algo diferente agora.
Enquanto a realidade batia para os dois bonitões, Erin estava era preocupada com outra coisa.
Gal via a paisagem mudando de forma rápida dentro da van, em um momento bem grande de autoconfiança ele achava que se quisesse chegaria mais rápido em casa correndo, não era algo impossível se for pensar propriamente dito, mas ainda seria muito cansativo pra ele.
Ele e foi o primeiro dos Portinari a ter uma das alterações genéticas vantajosas da humanidade, achava que seu pai até o favoreceria se ele também não fosse tão delicado quanto uma folha de papel, essa era outra características que alguns Portinari tinham em comum.
Giovanni era um homem velho e fraco fisicamente, ainda sim ele sabia usar muito bem as armas que tinha, sua inteligência e manipulação, muitos dizem que vaso ruim não quebra, e acreditava muito nisso porque mesmo seu pai sendo doente fisicamente ele já estava chegando quase aos 90 anos.
(Nota o Giovanni tem 86 anos, ele é mais velho do que as mães dos patriarcas, pra vocês terem noção se a Apple estivesse viva ela teria 81, a Sierra 79, e a Rosa 83, esse velho tá fazendo hora extra)
Gal e Dante era os filhos mais frágeis de Giovanni em quesito saúde, então mesmo que o bonitão tivesse velocidade isso o deixava mais propício a se machucar e adoecer, não valia nada para Giovanni um filho assim.
Olhou pro lado e viu Léo fissurado na tela do celular, era fofo ver seu irmão daquele jeito, porém tinha medo dele acabar se machucando.
- Tu já pensou onde vai levar o Ivan?
Leo fez não com a cabeça e olho para o irmão levemente tímido, ele parecia um pouco ansioso.
- Eu não imaginei que fosse conseguir...eu preciso de ajuda para fazer um encontro legal...será que a Bea e o Dante me ajudariam?
- a Bea eu não sei mais o Dante com todo certeza não perderia a oportunidade de participar de uma fofoca.
Os dois riram um pouco disso, torciam para Dante e Bea se divertirem muito na festa da família de Gonzalez.
Era por volta das duas da tarde quando a van que levava os Fritz e os Obscurite para a casa da família Medina finalmente chegou ao seu destino, o cheiro do churrasco e as músicas animadas tocando bem alto, Gonzalez saiu do carro com o maior sorriso que Thiago já tinha visto ele dar.
- Mama! Abuela!
Rosário abriu um sorriso lindo vendo o seu filho chegando, a avó do rapaz estava sentada em uma cadeira parada olhando pro nada, ela já era velha quando Thiago era criança, pelas contas dele ela estava próxima de fazer 100 anos.
- Filho tem pessoas te esperando lá dentro.
Não entendeu muito bem quem poderia o estar esperando mas quando viu várias pessoas loiras saindo se sentiu muito amado.
- Did you really think we would leave without saying goodbye?
Aquele era o melhor natal de sua vida, sua host family e sua família juntas, e mais importante, sua filha e o amor da sua vida estavam todos no mesmo lugar.
- Gonzalez! Eu tava te esperando!
- Brian!
O único outro homem da geração de Gonzalez na família, cabelos castanhos escuro encaracolados e olhos castanhos mel, diferentes do de Gonzalez mas igualmente bonitos os Medina faziam pessoas bonitas.
Os primos se abraçaram começaram a falar rápido em espanhol, Gon foi cercado por suas irmãs e sobrinhas assim como suas host family, Thiago ficou em absoluto choque.
Ver o quanto Gonzalez era amado e querido pelas pessoas era um sentimento bastante agridoce, até porque não queria ter ciúmes até das suas próprias sobrinhas, mas ver ele tão rodiado de amor daquele jeito fez Thiago sentir um pouco de inveja.
Sentiu uma mão no seu ombro e outra segurando sua mão um pouco tímida, olhou para o lado vendo Dante e Bea ainda um pouco timidos, respirou fundo e pegou coragem.
- Estão prontos?
- ..... por que parece que tu tá indo pra guerra?
- Ou pra guilhotina?
Thiago olhou os primos um pouco apreensivo, ele estava muito ansioso.
- Eu nunca tive sogra, estou honestamente com muito medo de fazer merda.
Os irmãos Portinari riram um pouco disso, porém ver uma família tão grande e bonita como aquela era algo muito difícil de absorver pra eles.
- Então é assim uma família normal e amorosa...
- O Gon tem muita sorte...
Por alguns segundos Os três Fritz sentiram inveja, mas ao mesmo tempo era muito incrível saber que Gon era tão amado.
Thiago segurou na mão dos primos como se dissesse "estamos juntos nessa" e respirou fundo, tinha que se acalmar.
- Estão prontos?
Os dois mais novos acentiram positivamente, aquele seria um almoço e tanto, Thiago olhou pra dentro da Van vendo Desirée segurando Jasper, essa era sua maior motivação.
Max e Yuki também estavam parados ouvindo a música alta e risadas, o cheiro da carne na brasa junto com o leve apimentado no ar, a casa simples e aconchegante... Ter uma família parecia realmente algo incrível.
"Eu espero poder ter uma um dia"
Yuki via todas aquelas crianças e se perguntava como devia ser difícil e divertido uma casa com toda aquela alegria, esperava um dia experienciar isso.
Max não era contra a ideia de ter filhos, mas não sabia se poderia ser um bom pai, as vezes estava sonhando alto demais.
Dominic olhava para Jasper no colo de sua mãe e sorria bem sincero.
"Que bom que você tem uma família Jasper"
Mark e Desirée no momento dividiam um único neurônio, pra eles a oportunidade de ficar completamente longe dos deveres era uma dádiva, então eles tinham que aproveitar.
Laura olhava vênus com o fucinho coberto de sangue, ela ainda abanava o rabinho de forma inocente e a olhava com aqueles olhinhos de quando o cachorro quer atenção, uma cena tão fofa quanto macabra, mas vênus não era o problema no momento.
Se em algum momento já tinha visto Liz brava estava desconsiderando, ela estava FURIOSA agora.
A luzidio que foi desrespeitosa com Laura levou 5 pontos na perna por causa da mordida de Vênus e depois de se recuperar ficaria isolada e sem interações com Veríssimos e luzidios por um tempo, basicamente uma prisão domiciliar, porém pra Liz aquilo era muito pouco.
- Elizabeth?
O rosto dela se suavizou rapidamente olhando sua namorada, Pedro dormia no colo dela como se nada tivesse acontecido, talvez tivesse que se preocupar com isso no futuro.
Tinha que admitir, Liz ficava assustadora quando estava seria daquele jeito, porém o olhar dela parecia muito doce na sua direção.
- Sim amor.
- Tu...tu tá bem?
Suspirou cansada e olhou para os doces olhos azuis da namorada, ela era tão meiga e gentil, não merecia ter passado por aquela situação.
- Estou, vou ficar melhor quando estivermos em casa.
O rostinho da loira se entristeceu um pouco e Liz se apavorou, não queria causar desconforto a sua mulher.
- Meu amor?
- Desculpa por não conseguir me defender sozinha.
Liz ficou visivelmente muito irritada e fechou os punhos nervosa.
- Laura, eu sou sua mulher, eu que tenho que te proteger, nunca se sinta precionada a enfrentar alguém, esse é o mais básico dos meus deveres.
- Ainda sim, eu tenho que aprender a ser mais dura, o Pedro estava comigo na hora... Eu não sei o que poderia acontecer se tu não tivesse chegado.
- Laura, você tem um bom coração... Diferente de mim, você é pura e carinhosa, mudar essa natureza não é algo fácil...
- Mas é necessário....se não por mim, por você e pelo Pedro...
- Amor você não precisa se forçar a algo por minha causa.
- Tenho que fazer isso por mim Liz, eu preciso...
Liz honestamente não queria que Laura sofresse mais ameaças e desrespeito, porém não podia permitir que ela mudasse toda sua personalidade apenas por dever, tinha que ter uma grande conversa com ela depois.
Sem Alex em solo brasileiro as Leore pareciam um pouco ansiosas em relação a si mesmas, afinal não tinham ninguém a quem seguir as ordens.
Carla estava a uns bons minutos admirando o anel de noivado, Carina achou isso imensamente adorável.
- Você tá linda irmã! Uma verdadeira noiva.
Carla riu e abraçou a irmã e o clima ficou um pouco estranho, Carina olhou para a irmã e ela parecia um triste.
- Tenho certeza de que nossos pais não vão querer comparecer no casamento... então... provavelmente...quem irá me levar ao altar e você minha irmãzinha.
A tristeza se fez presente no olhar das irmãs, eles sabiam que as coisas pra elas só iriam ficar mais complicadas.
Artemis também tinha coisas a acertar, ela não iria deixar sua esposa sem um "dote" que prestasse.
Brulio adorava Cesar e Alex, de verdade tinha um carinho enorme pelos dois (por Mariana também obviamente) mas no momento o pobre gaúcho desejava muito mesmo não estar com os dois no mesmo avião.
- Seu Brulio que cor o senhor quer na sua unha?
- Eu posso colocar uma tiara no seu cabelo?
Brulio não tinha filhas, e suas netas ainda não tinham idade pra brincar de casinha, então aquela era sua primeira experiência com esse nível de coisas do universo feminino, e o pior era não conseguir dizer não prós dois.
- Faz o que cês quiser!
O sorriso dos irmãos Cohen foi tão doce e genuíno que chegou a doer na vista do gaúcho, pra ele aquela viagem ia ser mais longa que o normal.
Christopher e Arthur já tinha passado pelo salão de beleza improvisado dos irmãos Cohen, a diferença era que como eles tinham cabelo curto, não geravam muito entretenimento aos dois, então agora eles jogavam uma partida de xadrez.
- Xeque mate father in law...
Arthur soltou uma risadinha, mas seu sogro estava com uma careta considerável.
- again.
- Está gostando de perder meu sogro?
Arthur recebeu outro olhar bem bravo, se sentia bastante privilegiado em poder jogar com seu sogro, ler os pensamentos dele era fascinante.
- Sinto que estou sendo feito de trouxa....ou de cobaia...
Arthur deu de ombros, era muito difícil compreender Cesar e Chris, então se tinha uma chance de aprender a ler os comportamentos deles, agarraria sem pensar duas vezes.
- Talvez um pouco dos dois, mas estou me divertindo com o senhor, não se preocupe, eu gosto desses momentos com o senhor meu sogro.
- Eu também gosto muito de estar com você Arthur - Chris olhou pra trás e se curvou um pouco cobrindo um dos lados do rosto pronto para contar um segredo - You are my favorite son-in-law.
Arthur ficou rosinha e sorriu com sinceridade, seria muito estranho admitir que queria um abraço do seu sogro?
Sentiu a mão grande em sua cabeça e olhou pro senhor de sorriso fácil na sua frente, ele realmente gostava dele, Arthur ficou muito feliz.
Chris organizou as peças novamente e olhou para o genro o desafiando de forma divertida, logo eles estariam chegando em NY.
Daniel olhava a gaiola com os ratinhos se sentindo muito sortudo, os olhinhos dele brilhavam vendo os roedores dentro da caixinha de transporte
- Eu prometo cuidar muito bem de vocês.
Aaron sorriu vendo a felicidade de seu filho, mas do outro lado Joui parecia meio alheio as coisas.
- Meu filho?
- ah, desculpa oto-san...estava distraído...
- Meu filho, tem algo te incomodando?
Joui olhou para o pai e cheio de dúvidas, ele não sabia como se comunicar muito bem com uma figura de autoridade parental.
- Eu não sei exatamente.... Eu só tô sentindo algumas coisas... Por um alguém?
- Cesar?
Joui simples mudou de cor olhando para Aaron quase chorando em desespero, e se ele não aprovasse aquele cruch? E se ele ficasse bravo com ele por se relacionar com Cesar?
- Aquele rapaz....
Joui engoliu a saliva e segurou o ar nos pulmões.
- Ele é bem perigoso...mas não fará mal a você... Ainda sim... é muito difícil entender ele, tome cuidado filho.
- Então...eu posso...ficar com ele?
- ....você já não está com ele? Vocês dormem juntos que eu sei.
Envergonhado Joui não conseguiu manter contato visual com seu pai depois daquela frase.
- não estou te julgando, ele é muito bonito e tem lábia, te envolver não deve ter sido difícil, ele tem todas as cartas e sabe jogar o jogo muito bem.
- Então o senhor acha que ele só está brincando comigo.
- Não, mas ele também está bem confuso... Talvez esse tempo de vocês um pouco separados faça as coisas se alinharem de forma mais orgânica.
Letícia e Tristan faziam planos de passar o ano novo juntos, enquanto isso Fernando parecia um pouco ansioso.
- Fé? O que foi meu bem?
- Eu queria passar um tempo a mais com o Alex, as coisas estão indo tão bem entre nós...tenho medo de algo acontecer e estragar tudo mais uma vez.
Luciano sentiu um pouco de tristeza pelo marido e o abraçou com carinho afim de confortar seu grande amor.
- Não pense dessa forma, nada de ruim vai acontecer entre vocês outra vez.
- Assim espero...mas eu ainda tenho medo...
- Não se preocupe, eu vou sempre estar ao seu lado te apoiando.
Fernando sorriu com muito carinho e relaxou consideravelmente, ainda sim estava com a pulga atrás da orelha, só não sabia o porquê.
Todos já tinham ido embora e os Veríssimos pareciam prontos para lidar com os problemas particulares deles no momento.
Fabian não tinha cara para encarar os Veríssimos e falando honestamente ele não era do tipo que gostava de participar de conflitos, então lhe fez o que foi pedido, se vestiu e ficou esperando em uma sala separada.
- Não acho que isso seja lugar para as meninas.
Jhonny estava prevendo uma grande confusão entre os patriarcas e Rebecca, não queria que as casulas vissem o que iria acontecer.
- Você tem razão.... Leve-as pra algum lugar lugar afastado.
Amava a sintonia que tinha com seu marido, Jhonny realmente era sua alma gêmea.
Mia parecia muito séria no momento, Naomi e Laila nunca tinham visto ela tão séria daquele jeito antes.
- Meninas.
As três moças olharam para o marido do primo e ele parecia um pouco falso no momento, talvez querendo esconder algo delas.
- A conversa que vai acontecer agora não é apropriada para vocês.
- o que? Por que?
O Romani pareceu procurar palavras para explicar a situação, mas nenhuma frase que se formava em sua mente parecia boa o suficiente.
- E complicado...por favor meninas..só aceitem isso...
- mas eu sou a próxima líder da Ordem, eu deveria saber o que tá acontecendo....
Jhonny respirou fundo e encarou a herdeira por alguns segundos, ela parecia bastante frustrada com a situação.
- por favor Mia, e só por alguns minutos...
As moças se entre olharam para no fim acabarem seguindo Jhonny e serem colocadas juntos ao próprio Fabian.
Rebecca estava honestamente muito envergonhada, porém nada se comparava com a cara de decepção de seu pai pra ela no momento.
- o que você achou que iria atingir com esse comportamento minha filha?
Rebecca abaixou a cabeça bastante frustrada, ela parecia arrependida mas não muito ligada nas consequências negativas da situação.
- vocês mandaram eu ser útil pra ordem, então pensei e ter um filho.
Hector respirou fundo decepcionado, aquilo já tinha passado muito do limite e ela continuava a desconsiderar tudo e todos.
- Se o Thiago descobrir que não cumpriu a sentença eu não poderei fazer nada para a
Aplacar a fúria dele.
- não acho que ele se importaria.
- o Thiago em si não, agora o Fritz já não tenho tanta certeza.
- sua desobediência está fazendo as coisas ficarem mais difíceis.
- Talvez fosse melhor mandá-la para um convento.
Rebecca travou no lugar e encarou o pai, porém balu estava sem palavras no momento.
- Não... Vamos apenas fazer o que o Thiago pediu.
Hector só queria que àquilo terminasse de uma vez.
- E quanto a Fabian?
- O rapaz não tem culpa... vamos dar uma advertência e proibir o contato dos dois.
- mas e se eu tiver engravidado?
- Veremos isso depois, pô enquanto Becca...só fiquei longe e cumpra suas restrições...as coisas vão ficar muita feias para você caso ignore esse aviso.
Rebecca engoliu a saliva e viu a tristeza no olhar de seu pai e tios finalmente a ficha das atrocidades que ela tinha feito começava a cair, e ela se sentiu péssima, uma pena que já era tarde demais.
☠️🕸️ Assombrados ☠️🕸️
Lorenzo olhou ao redor da cama e soltou um suspiro cansado e satisfeito, eles estavam ficando muito bons naquilo, com toda certeza aquele tinha sido seu melhor presente de natal.
Enquanto Lorenzo curtia o momento com os namorados e Rodolfo passava um natal romântico com Guilherme, nenhum deles imaginou as coisas começariam a acontecer graças ao vício de Lúcio.
Como os traficantes estavam proibidos de vender drogas par Lucio ele tinha que achar outra fonte, infelizmente a comunidade ao lado também não lhe vendia por questão de simpatia a Guilherme (o traficante era amigo de Guilherme) muitas de suas saídas demoravam tanto por causa da distância que tinha que percorrer para conseguir a fonte de seu vício.
Lucio começou com drogas leves, uma maconha ali, uma balinha em algum show, muita bebida acola, mas isso logo virou uma rotina, uma rotina que já tinha 12 anos.
Em carpazinha não era novidade que os assombrados andavam meio “altos” sempre de alguma coisa, por incrível que pareça eles até que estavam mais limpos nos últimos anos, até porque se Vic os pegasse com meio cheiro de algo ilegal era cadeia na certa, aquele rapaz era o cão! E também não ajudava o fato que em carpazinha não tinha trafico, até porque não tinha população suficiente para existir trafico de drogas dentro da cidade.
Já tinha um tempo que o pessoal dessa outra comunidade tinha colocado os olhos em Lucio, um moço bonito alto e musculoso cheio de tatuagens com sotaque gaúcho forte por demais, e vindo de duas comunidades a frente, era impossível ignorar a existência dele, ainda mais quando descobriram que o chefe dele tinha rixa com Guilherme, talvez estivesse na hora de usar isso a favor deles.
🕸️☠️ Assombrados ☠️ 🕸️
🗑️🔪
Damir olhava a paisagem sem se importar muito com as coisas ao redor, ele tinha que montar um bom plano, principalmente com o seu empregador em solo BR.
Acendeu um cigarro e tragou sem muita preocupação, Boris estava apagado, ele era incrivelmente leve pra bebidas, ficava bêbado muito rápido e apagava mais rápido ainda, já Damir era praticamente de ferro.
- me dá um?
T-bag olhava pro cigarro praticamente salivando, fazia um bom tempo que ele não fumava e tinha um excelente motivo pra isso.
- Sua recuperação ainda não acabou, não pode fumar, só te deixei beber por ser uma data especial.
O projeto de ser humano parecia bem amuado como sempre levando verdades na cara, ainda sim entendia a preocupação, mas poxa ele estava vivo a 40 anos em estado pior até.
- Sua preocupação e um pouco desnecessária
- Você quase morreu de infecção
T-bag pareceu levemente frustrado com isso, ainda sim também parecia grato.
- Obrigado por terem cuidado de mim, posso dizer que nunca estive tão saudável.
- não é porque somos assassinos que não temos compaixão, sem contar também que nem um cachorro merece morrer desse jeito.
- então valho tanto quanto um cachorro?
Damir tragou seu cigarro e encarou Theodore que parecia prestes a aprontar algo digno de uma surra de Boris.
- Não me importaria se você me tratasse como pet...
Damir revirou os olhos cansado.
- esse seu joguinho esta indo longe demais.
- Não estou jogando, me sinto atraído.
Damir deu outra virada de olho e pareceu um pouco revoltado.
- Não devia provocar se não vai aguentar as consequências.
- acha que eu não te aguento?
Damir olhou de cima a baixo desconfiado, por mais forte que T-bag fosse ele ainda era bem maior e pesado do que o maltratado assassino de aluguel.
- Prefiro não desfazer meu trabalho duro te machucando.
Os dentes afiados e olhar completamente louco do homem a sua frete fez jus a assassino sujo que ele era, ainda sim não era algo desagradável de se ver, sede de sangue era sempre muito bom no ramo deles.
- Acredite quando eu digo que ser machucado por você esta sendo um dos meus objetivos.
Damir riu e jogou a bituca de cigarro pela janela olhando o para t-bag por alguns segundos, valia a pena tentar.
- se é o que quer, boa sorte pra conseguir.
🗑️🔪
❤️👹
Giovanni estava bem feliz com o resultado de sua festa, já seus filhos....
- O jeito que eles olhavam pra mim me deu arrepios...
Hanna parecia extremamente desconfortável com alguma coisa e suas irmãs acompanhavam seu desconforto.
Giovanni não era um bom pai de menina, preferia meninos, então o número de irmãs para irmãos era bem desregular.
Hanna, Nubi, Blear, Bea, Macha e Nina (falecida) essas eram as únicas filhas do artista e todas muito bonitas, ainda sim pra ele moedas de troca, as pobres moças mal tinham vida e a pouca que tinham eram usadas para atrair mais pessoas para o seu culto maligno.
- Não fica assim, pelo menos acabou.
- Como será que tá o Henri?
- o Anthony foi ver ele.
- nessas horas eu adoraria ter nascido um menino...
Todas concordaram com a fala de Nubi, porque era extremamente cansativo ser filha de Giovanni.
❤️👹
💉💚
- Miriã?
Sentiu a mão da sua irmã nas suas costas e se lembrou que não estava mais no hotel, aquela sensação de sufoco era desesperadora, quem diria que justamente ela acharia que ser mantida em cárcere privado era incomodo, ainda sim em seu cérebro perturbado ele não via o que queria fazer com Daniel era ainda pior.
De um jeito completamente distorcido e toxico a ruiva ainda era apaixonada pelo bruxinho, a necessidade de ter alguém que dependesse dela 24 horas por dia e jamais a abandonasse, seria isso o resultado dos traumas de ter cuidado de sua mãe acamada quando ela estava no leito de morte? Ou algo na personalidade dela que apenas despertou com esse fato? Independente da resposta... não era algo saudável.
“Matheus”
Lembrar do hotel era horrível, mas saber que não estava sozinha parecia lhe trazer paz...talvez...só talvez...quando estivesse com Daniel, eles pudessem ficar com Matheus.
💉💚
🌸💮🗡️⛩️
Fazia um bom tempo que não vinha sozinho para o Brasil, terra de sua mãe e sua e de seu irmão também...Junichi com toda certeza iria adorar passear em alguns lugares, talvez ele devesse aproveitar a visita.
Dia 25 de dezembro sem neve, era uma visão muito diferente do seu cotidiano, mas não era algo desagradável, o Brasil era um pais de belezas e muito alegria, tinha orgulho de ter trazido ao mundo o seu doce Joui com sangue brasileiro.
Jun parou alguns segundos para admirar sua madrasta, achou que ela ficou muito bonitinha de cabelo curto.
(Nota: O Jun vê sim a Akemi como mãe em certos níveis, mas como eles tem a idade mais próxima do que parecem ele não consegue ver ela totalmente como uma senhora, pra ele sua madrasta é uma digníssima e respeitada senhora e bela mulher)
- Jun-chan
- “chan”???
Sentiu um abraço e travou no lugar e três beijos na bochecha, o rosto pegou fogo e a ti
midez se espalhou por todo seu corpo, olhou para sua madrasta e sentia que algo muito estranho estava pra acontecer.
🌸💮🗡️⛩️
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