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História Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Tigela


Escrita por: Sachii

Notas do Autor


Oi oi gente, desculpa a demora!
O carro da minha mãe quebrou com a gente dentro (estamos bem) então a gente tava correndo pra achar mecânico!!
Esse cap e pra falar dos sentimentos dos Cohen! E no fim tem um pouco dos gaudérios.
Com a morte do X/Twitter eu tô sem me comunicar com vocês, então quem quiser/tiver me siga no bluesky:
https://bsky.app/profile/sachiikurosaki.bsky.social

Capítulo 206 - Tigela


Fanfic / Fanfiction Striptease (RPG do Cellbit "O segredo na floresta" - Tigela

Brulio deixou Christopher chorar o quanto fosse necessário, achava que faria bem para ele colocar tudo pra fora antes de conversarem.

Agradecia imensamente pela compreensão do namorado, mas estaria mentindo se não admitisse que estava um pouco envergonhado em demonstrar um lado tão sensível, olhou para cima vendo que Brulio o Observava atento, sentiu o rosto ficar um pouco mais quente e vermelho do que gostaria.

- Está melhor agora?

Se afastou do peitoral definido mas ainda sentia as mão dele nas suas costas o segurando de forma aconchegante, o olhar de Brulio era paciente e doce na sua direção.

- Quer conversar?

- hum....

Achava graça quando ele ficava tímido assim, esse lado do namorado era muito interessante de se ver, e se sentia muito especial por ser um dos poucos a saber que existia.

- Querido?

- Não acho que tenha algo a falar.

- Bem... então pode me escutar, porque eu realmente preciso conversar seriamente contigo.

Pode sentir os músculos dele tencionando, talvez tivesse escolhido o jeito errado de falar aquela frase, seu gringão pareceu bastante assustado com ela.

"Does he want to break up with me?"

- Dá pra ver o que tu tá pensando, e não é nada disso!

Soltou o ar sentindo seu corpo tencionar um pouco, sabia que não era nada atraente quebrar emocionalmente daquele jeito, ainda sim queria continuar com sua imagem um pouco intacta perante seu namorado, se ele não estava "brochado" por causa da sua queda emocional, então sobre o que ele queria conversar?

- Christopher, tu ta bem?

A pergunta pairou no ar por alguns segundos fazendo o americano parecer muito mais confuso do que qualquer um poderia imaginar, e pra ser honesto ele não sabia responder aquela pergunta verdadeiramente.

- Eu Não sei...

- Tá... ok...vamos por passos querido, o que geralmente tu e teus pia fazem quando acordam depois de visitar o túmulo do seus pais? 

- A gente toma café e vai pra sinagoga da minha família ver nossos parentes.

Brulio deu um sorriso doce e compreensivo na sua direção, sentiu a mão dele na sua bochecha do lado queimado, o dedão dele lhe fez um carinho singelo, as vezes esquecia o quão quente seu namorado era, principalmente comparado a ele, a outra mão estava o segurando pela cintura fazendo os corpos deles ficarem mais juntos do que poderia se considerar aceitável.

- Então vamos fazer isso, mas eu ainda preciso conversar contigo.

- Eu sei que não foi nada agradável me ver naquele estado, sinto muito Sweetheart.

A carranca na cara do gaúcho foi bem cômica, soltou um risinho sem querer, isso pareceu deixar Brulio em um misto de sentimentos.

- Christopher, eu não estou nem aí com o fato de tu ter entrado em luto pelo seus pais, isso não muda o que eu sinto por ti, eu não sei que experiências tu teve antes, e nem com quem as teve em relação a essa parte da tua vida, mas eu espero que tu não me coloque no mesmo balaio, eu te amo, tu entende isso? que eu amo você? que não importa o que tu faça, ou como pareça, eu vou continuar a te amar até o último dia da minha vida, tu é o único homem que eu vou amar em toda minha vida, meu coração é seu, tu mora nele até ele parar de bater, minha mente e sua, eu penso em ti a todo instante, meus braços vão ser seu lugar de descanso sempre que precisar, eu já disse antes e digo outra vez e quantas vezes forem necessárias, teu lugar é comigo Christopher.

Antes de responder a declaração de Brulio sentiu os lábios dele no seus, um beijo calmo e gentil, o gosto de cigarro e whisky na boca dele fez Chris ficar preocupado com a saúde dele, os toques, a respiração que compartilhavam ali trouxe uma sensação de pertencimento que a muito Chris não sentia.

Se separaram e Christopher estava levemente rosado.

"Que fofo" interrompeu esse pensamento de imediato, se tinha uma coisa que Chris não era, era fofo, sentiu um selinho no seus lábios e viu Christopher o olhando com aqueles olhos negros tão profundos, sua alma saiu do corpo e voltou, ficou molinho e sem chão, sua situação só piorou quando foi abraçado novamente.

- Thank you Sweetheart, eu amo você também, desculpa não saber demonstrar isso corretamente às vezes, nem entender muito bem ou falar de uma forma que seja compreensível, mas eu amo você Brulio

Viu Chris se afastar e tocar seu rosto, os dedos dele sempre eram gelados mais nunca deixavam de ser carinhosos.

- Eu amo você...

Os dois se olharam por alguns segundos e voltaram a se beijar, nenhum dos dois podia imaginar o que na cabeça de ambos eles estavam pensando exatamente a mesma coisa.

"Eu nunca vou te deixar querido"

"I will never leave you sweetheart" 

No andar de cima Alex e César tentavam sem muito sucesso tentando fazer com que o Arthur fosse tomar um banho. 

- meu rei a gente vai sair daqui a pouco você não pode ficar nesse estado!

- Eu tô ótimo... só um pouco tonto... Eu só preciso dormir um pouco

- Cunhado, são 9 horas da manhã e você está bêbado.

Arthur passou a mão no rosto e na barba levemente confuso, olhou pela janela do quarto de Alex e percebeu o sol, talvez por ter um pouco de jet lag e não ter descansado na noite que chegaram seu organismo estava um pouco bagunçado.

- É talvez eu esteja mesmo bêbado.

Alex soltou uma risadinha e colocou Arthur sentado na cama, o gaúcho instintivamente colocou a mão na cabeça sentindo um pouco de ressaca.

- Fica ai com ele Big brother, eu vou preparar a banheira, duvido que ele consiga ficar em pé pra tomar uma ducha.

- Beleza vai lá

Alex entrou no banheiro deixando seu marido aos cuidados do irmão, Cesar estava se segurando para não rir.

- Cunhado você tá todo torto.

- Beber com meu pai é uma sentença de morte por cirrose

- Também né? o que você queria? seu pai e dois Arthur.

- eu queria só mais uns 10 centímetros dele, aí o Alex não ia precisar virar um arco pra me beijar e seria mais tranquilo carregar o Gabi e a Agathinha igual ele faz... que saudade dos meus filhos... eu queria estar com eles agora...o que será que eles estão fazendo agora? 

César sorriu e fez um carinho na cabeça de Arthur, isso pareceu ofender muito o gaúcho, mas ele se manteve de boca fechada fazendo Cesar soltar outra risadinha meio contida.

- Você é um excelente pai Arthur.

- Você também seria um excelente pai Brother in law.

Arthur assistiu Cesar fazer uma expressão confusa e virar a cabeça pro lado evitando contato visual, isso despertou o lado psicológico de Arthur, e levando em conta o fato dele estar bêbado, os "filtros" dele não estavam funcionando muito bem.

- O que está debatendo em sua mente brilhante my beloved brother in law?

- "beloved" i dont think so...

- well...i love you... you are my hasband older brother...and my friend too...

Cesar soltou uma risadinha pelo nariz e jogou o cabelo pra trás, ele parecia bastante pensativo.

- Eu não acho que seja digno desse amor...

- Do meu amor em específico ou está projetando em mim alguém em particular? Talvez alguém com um sorriso lindo?

Cesar tampou sua boca olhando para trás esperando que Alex não tivesse ouvido aquilo.

- Shiiii se o Alex desconfiar disso nos não teremos paz até o fim da viagem.

- Então tu realmente tá pensando no Joui.

O sorriso de Arthur fez Cesar de desesperar levemente, tudo aquilo era muito difícil pra ele entender, quem dirá explicar.

- Arthur vem, teu banho tá pronto.

Por sorte Alex parecia desinteressado na conversa dos dois mais velhos, foi até Arthur e o pegou estilo noiva o levando para o banheiro.

Arthur olhou a banheira onde uma bomba de banho colorida espumava na água, o cheiro lembrava cereja.

Arthur esperava ser deixado no banheiro para se lavar, mas para seu desespero (ou alegria) assim que foi colocado no chão seu marido foi tirando suas roupas com cuidado.

Tinha que admitir que mesmo estando juntos e casados a um ano e pouco ver Alex lhe despindo e cuidando dele com tanta atenção e cuidado o deixava meio idiota e ansioso.

Novamente foi pego colo e colocado na banheira, a água estava morninha e a bomba de banho de sais tinha deixado a água rosada e cheirosa, assistiu Alex dobrar as mangas da blusa e se ajoelhar na frente da banheira.

- Grandão?

- Eu não vou te deixar sozinho dentro do banheiro depois de beber tanto, você pode se machucar.

- Tu é muito super protetor.

- Gosto de cuidar de você.

As bochechas de Arthur ficaram rosadas, Alex achou que tinha deixado a água da banheira muito quente então colocou a mão na água fazendo um movimento que separou um pouco da espuma do lugar.

- Sua gentileza às vezes me preocupa grandão.

- Você também é gentil Arthur...

- Não como tu.

O mais novo ficou ali por alguns segundos encarando o marido sem pensar em muita coisa, só estava aproveitando a companhia do marido.

- Eu estava pensando nas crianças.

Viu Alex soltar um suspiro cansado e o encarar por alguns segundos, ele juntou as sobrancelhas e olhou seriamente para Arthur, porém quando percebeu que estava sendo analisado tentou disfarçar suas expressões, infelizmente para Alex seu marido era muito mais inteligente do que muitos imaginam.

- Não adianta tentar esconder as coisas de mim darling.

Alex arregalou os olhos e se segurou muito para não entrar na banheira de roupa mesmo, algo muito primal despertava nele quando escutava Arthur usando termos de carinho em inglês com ele, porém no momento não era esse tipo de conversa que eles tinham que ter.

- Eu também pensei muito neles essa noite...

- Posso saber sobre o que exatamente?

Alex soltou um risinho e esticou a mão para Arthur, o gaúcho entendeu que era para dar a mão para ele e assim o fez, assistiu um pouco envergonhado ao sentir seu marido beijar sua mão com cuidado, o maciez dos lábios grossos rente sua pele molhada fez seu coração disparar, podia jurar que sentiu sua alma sair do corpo quando viu os olhos vermelhos de Alex o encarando de baixo ainda segurando sua mão.

- Que pergunta boba e ingênua meu rei, todos os meus pensamentos também pertencem a vocẽ.

Arthur queria ter metade do charme e sedução que Alex tinha, porque só com aquela frase ele já tinha desestruturado tudo e qualquer argumento que ele poderia criar pelos próximos cinco dias, engoliu a saliva tentando fingir normalidade para continuar a conversa.

- Então fale, sou todos ouvidos. 

Alex olhou para a água rosada e cheirosa por alguns segundos e então voltou sua atenção para seu marido, os olhos dos dois se encontraram e o gaúcho pode sentir a tristeza escondida por trás dos óculos fundo de garrafa.

- Tenho medo do que vai ser de mim sem meu pai e de como isso pode afetar nossos filhos.

Arthur sentiu como se tivessem jogado um tijolo na sua cara, era muita informação em uma frase só.

- Que?

A frustração do mais novo ficou bem evidente, tinha muitas camadas naquela conversa.

- eu fui adotado a 16 anos, e eu amo ser filho do meu pai, ele é a minha maior inspiração e exemplo, mas a 16 anos eu vejo o homem mais forte que eu já conheci sofrer de saudade do próprio pai, e eu entendo ele completamente, porque sem meu pai, eu não sei o que seria de mim...

Arthur compreendia que seu sogro era extremamente importante para Alexander, não só como figura paterna, ainda sim estava tentando entender o que isso tinha haver com seus filhos.

- Eu sempre quis ser igual a ele, meu pai e meu norte, imaginar uma vida onde ele não está me apavora, e por isso ver ele desse jeito me faz pensar que eu provavelmente passaria pelo que ele passa todo dia 26 de dezembro, eu sei que é um medo irracional, que meu pai ta mais saudável que eu, mas ainda me dói a ideia de não ter ele pra me ajudar na criação dos nossos filhos, então esse noite enquanto eu dormia abraçado com ele, eu não parava de pensar nos nossos filhos, eu não quero que eles tenham essa sensação.

- Que sensação?

O silêncio de Alex era um pouco assustador, a tristeza dele era palpável.

- De que eu posso quebrar a qualquer momento.

Arthur engoliu a saliva e se aproximou da borda da banheira fazendo Alex recuar um pouco e ficar o encarando com tanta intensidade que foi a vez do mais novo ficar envergonhado.

- Se tu quebrar eu vou estar lá para recolher os seus cacos, eu sou seu marido, e a Agatha e o Gabriel também são meus filhos, tu não precisa carregar esse peso sozinho grandão.

Pode ver um suspiro de alívio saindo dos pulmões de seu amado, mas sentia que ainda tinha muita coisa que ele estava com receio de falar.

- Eu sou seu parceiro Alexander, eu sempre vou estar ao seu lado.

As pupilas de Alex dilataram ele pareceu pensativo com aquela frase, a sensação de que aquela conversa iria se estender um pouco mais fez Arthur se preparar melhor.

- Realmente parceiros estão sempre um do lado do outro se protegendo, sendo assim nós temos que ser uma cúpula para os nosso filhos, igual meu pai foi pra mim.

- Uma cúpula?

- Sim, a cúpula tem formato de tigela, e é isso que eu quero ser pros nossos filhos, igual meu pai foi pra mim.

A carinha de confuso que Arthur fez demonstrou que Alex precisava falar melhor sobre aquele assunto, talvez ele precisasse se expressar um pouco melhor.

- Arthur, meu pai já te contou da primeira vez que eu chamei ele de "daddy"?

O gaúcho sorriu se lembrando de seu sogro orgulhoso falando sobre isso um dia que trabalharam juntos, Christopher realmente amava Alex com todas as forças.

- è seu eu te contar que ele está meio errado sobre isso?

- Que? como assim?

A indignação na voz dele era um pouco engraçada aos ouvidos de Alex, bem, ele nunca tinha contado aquilo pra ninguém antes, mas estava feliz por seu marido ser o primeiro e único a saber.

- Sim, a primeira vez que eu chamei meu pai de Pai foi em um jantar de comemoração/negócios, mas em meu coração ele já era meu pai a muito tempo, eu ainda me lembro de primeira vez que eu percebi que ele era meu pai, e que ele era o melhor pai que eu poderia ter.

Arthur sentia as rugas aparecendo em seus dedos, ainda sim era gostoso estar tendo aquela conversa, lidaria com as rugas depois, agora o importante era escutar Alex.

- Quando meu pai me trouxe para o USA a primeira vez eu era só uma criança de 7 anos, foi a primeira vez que eu andei de avião, e também conheci minha família, era verão aqui, então eu lembro de estar sentado na varanda da casa de uma das minhas tias tomando um sorvete e lendo um livrinho, era um sorvete daqueles que pintam a língua sabe? Eu lembro de ter as pontas dos meus dedos tingidas e de ver meu irmão com alguns primos mais velhos e outros da minha idade brincavam um pouco mais afastados, eles me chamaram pra brincar também... eu devo admitir que eu ainda tinha muito medo de interagir com outras pessoas nessa época, mas o César prometeu ficar do meu lado então eu fui, e então meu pai apareceu.

A voz doce e saudosista pareceu derreter em amor, será que Christopher tinha noção de quanto seus filhos o amavam? Pelo que Alex estava falando duvidava que ele soubesse do impacto positivo que tinha em suas vidas.

- Ele trouxe uma tigela redonda e falou pra mim colocar meu sorvete lá e ir brincar, e eu fiz isso, mas sempre que eu ficava com sede e ele estava lá e me oferecia meu sorvete outra vez, e numa dessas idas e vinda de chupar o sorvete e brincar eu pensei "nossa...como eu tenho um papai legal", obviamente meu pai não poderia ficar o tempo todo com meu sorvete ali, então ele entrou, e naquela noite, depois de jantar e tomar banho, meu pai veio e perguntou se eu queria terminar meu sorvete, ele tinha guardado no congelador... e eu pensei outra vez... " eu tenho um pai que cuida de mim, que quer que eu seja feliz mesmo com as coisas mais simples..." ele é presente e constante... eu posso tomar todas as decisões, ele vai estar ali pra me ajudar, mesmo que eu não peça, ele não é perfeito...longe disso! mas ele me mostrou o que é ser amado nas pequenas coisas, mesmo quando eu não estou no meu melhor, ele ainda me protege como uma cúpula, e vai estar ali com a tigela na mão pra mim, independente de qualquer coisa, desde o momento que eu percebi que eu tinha um pai de verdade, não como o Marquês que só me deu metade do meu DNA, ou o pobre coitado do Edgar eu mesmo sendo um merda, tentou ser bom pra mim...O Christopher é meu pai... e eu não sei o que seria de mim sem o exemplo dele...

Arthur prestou atenção com todo seu coração no que seu marido falava, tudo que ele pensava era: "o meu sogro é um homem bom e um pai maravilhoso" torcia muito pra ele saber disso.

- Alexander, eu acredito que a melhor forma de mostrar para o seu pai o quanto tu é grato e aprendeu com ele é sendo um bom pai, e isso meu grandão...tu já é...

Alex pareceu pensativo e brincou com os dedos timidamente, nessas horas Arthur se lembrava que era 6 anos mais velho que seu marido, aquelas expressões inocentes o faziam parecer muito mais novo do que realmente era, achava isso fofo, e também se achava velho.

- Eu amo nossos filhos Arthur....

Arthur sorriu e se aproximou mais ainda dá banheira derrubando um pouco de água no chão, antes de Alex se afastar para não se molhar sentiu os lábios de Arthur nos seus e fechou os olhos aproveitando o toque singelo entre os dois.

- Eu sei...e tenho certeza que eles te amam, e sem contar que nossos filhos de parecem muito mais contigo graças a Deus.

O sorriso todo bobo e inocente de Alex fazia Arthur se derreter dentro da banheira, ele realmente tinha muito sorte.

- Só porque a Agatha tem olhos vermelhos? É só uma coincidência bonita.

- Coincidência sim ou não, esse simples detalhe é muito importante pra ela Grandão, ela deve se sentir muito especial por ter os olhos parecidos com o seus, porque assim como o seu Christopher é seu porto seguro, tu é o porto seguro dela e do Gabriel.

O mais novo não sabia o que falar, sentia o coração quentinho e estava com saudades de seus filhos, seria qualquer coisa para ter eles em seu colo agora.

- Você também é um excelente pai Arthur 

- Tenho minhas dúvidas sobre isso.

Aquila frase deixou Alex com a pulga atrás da orelha.

- Arthur....

- Não me olha desse jeito.

- Eu acabei de te contar um dos meus maiores medos e inseguranças, acho que tenho direito de saber o que se passa na sua cabeça.

A bufada que Arthur deu fez o mais novo ficar inquieto, sentia que seu marido ainda tinha algumas barreiras que não tinham caído ainda.

- Arthur, Se não quiser falar tudo bem...

- Não amor, tu merece saber.

O mais novo pareceu ansioso e a expressão seria de seu marido o deixou um pouco inquieto, ainda sim se manteve o mais imparcial possível.

- Enquanto tu parece que foi feito para ser pai, eu me sinto bastante incompetente.

- incompetente?

- Sim, eu vejo como tu cuida dos nossos filhos e de mim também... Eu sei que meu pai não me tratou muito bem durante minha adolescência, mas ele se redimiu....eu não sei se conseguiria evoluir como ele.

Alex pareceu muito bravo ouvindo aquilo, respirou fundo e esticou a mão para ajudar a Arthur sair da banheira.

- Meu Rei, você é um pai maravilhoso, e o marido perfeito pra mim, nós somos parceiros como você mesmo disse, e eu sei que além de estar ao meu lado você irá proteger minhas costas quando necessário, ninguém é perfeito, então não se sinta mais desse jeito.

Arthur olhou para cima vendo a mão estendida, por algum motivo se sentiu "abençoado" como se ter seu marido fosse a resposta de uma questão que ele não sabia que tinha.

Segurou a mão de Alex e se levantou, a água escorreu pelos seus músculos, Alex desviou o olhar tentando não parecer afetado pela beleza do amor da sua vida.

- Eu vou pegar sua roupa com meu irmão, espera um pouquinho.

Antes de Arthur responder Alex saiu do banheiro, Cesar estava deitado na cama jogando alguma coisa no celular.

O mais velho olhou pro lado vendo seu irmão mais novo quase igual uma beterraba e achou graça.

- Que cara é essa?

- Meu marido é lindo.

Cesar juntou as sobrancelhas e pareceu genuinamente confuso com aquela afirmação, Alex riu um pouco.

- Vai entender isso quando estiver casado com o Joui.

- WHAT???

Alex riu e voltou pra dentro do banheiro com as roupas de Arthur, enquanto isso Cesar estava tendo uma crise existencial na cama.

No banheiro o gaúcho se secou e se vestiu com uma quantidade de roupa que achou um pouco exagerada, Alex lhe ajudou a arrumar o cabelo e ele deixou a barba muito bem feita, quando saíram do banheiro Arthur estava se parecendo com alguém de old money com toda certeza.

- Estou pronto.... Ué? O que foi Cesar?

- Big Brother?

Desde que Alex tinha entrado no banheiro até agora o primogênito dos Cohen não tinha se mexido.

- Eu sou um merda.

- Como é?

- WTF???

Cesar soltou um suspiro pesaroso e olhou para os Açucarados, ele parecia muito pensativo e conflituoso.

- Big brother, What exactly is going on? 

- If I tell you, you have to promise not to freak out.

- ok...You have my word.

Cesar não pareceu 100% convencido, mas não tinha muito como voltar atrás, respirou fundo e jogou o cabelo pra trás, admitir isso, principalmente para Alex era como jogar uma bomba no meio de um campo minado.

- I'm in love with Joui

Foi-se feito o silêncio mais aterrorizante que Cesar já ouviu vindo de seu irmão casula, ele olhou para ele e tomou um susto do caralho!

- Minha nossa.

- Grandão Calma.

Uma panela de pressão prestes a explodir, os olhos de Alex estavam com o pupila tão dilatada que nem parecia que eram vermelhos, a cara dele era igualzinha a de um psicopata, ele queria pular no irmão mais velho e rodar com ele em pura felicidade.

Alex respirou fundo e fechou os olhos tentando se acalmar.... Falhou miseravelmente.

- VOCÊ ESTA APAIXONADO PELO MELHOR AMIGO, NOS VAMOS SER UMA FAMÍLIA SÓ, EU VOU PLANEJAR O CASAMENTO DE VOCÊS, A AGATHA VAI SER A DAMINHA JUNTO COM O GABRIEL DE PAGÉ, A JASPER VAI SER A FLORISTA JUNTO COM O PEDRO, A GENTE TEM QUE COMEÇAR A VER UMA CASA PRA VOCÊS MORAREM JUNTOS! EM QUE ESTADO VOCÊS VÃO SE CASAR? VOCÊ VAI FICAR TÃO LINDO CASANDO! EU POSSO SER SEU PADRINHO? VAI SER UM CASAMENTO TRADICIONAL JUDAICO?

O JOUI PODE USAR UM KIMONO!

A cada palavra que saia da boca de Alex a vermelhidão no rosto de Cesar aumentava, ele estava as portas de uma crise de choro e Arthur não sabia o que fazer.

- Alexander respira pra falar!

Isso pareceu acalmar o mais novo, porém Cesar estava realmente quase chorando de tanta timidez que estava sentindo.

- Eu não presto não é?

Arthur juntou as sobrancelhas e olhou para o marido que também achou aquilo muito esquisito.

- Brother in law? 

Cesar não pareceu ouvir seu cunhado e enfiou as mãos no cabelo puxando com considerável força, nessa hora os Açucarados correram para segura-lo com medo que ele se machucasse.

- Eu sou um nojento! O Joui não merece um monstro predador como eu!

O buraco daquela conversa era muito mais embaixo do que qualquer um deles queria imaginar.

- Ei gracinha, não é assim que as coisas são.

- Big Brother you are not a monster....

Sentiu o abraço carinhoso de se cunhado e então um beijinho na cabeça dado pelo seu irmão mais novo.

Cesar ficou um pouco sem jeito por ter se deixado vazar daquele jeito na frente dos mais novos, ele não queria parecer tão instável assim.

- Cesar, o que aconteceu?

Arthur estava sentado na cama um pouco afastado dos irmãos, levando em conta que Alex estava praticamente no colo do irmão achou melhor não se intrometer no contato físico dos dois.

O cabeludo pareceu muito desconfortável ou melhor, vulnerável em falar aquilo, e ele não gostava de se sentir assim, ponderou um pouco e achou melhor falar de uma vez.

- É que... Eu me sinto um predador quando se trata do Joui.

Arthur cruzou os braços e juntou as sobrancelhas de forma irritadiça.

- A tua diferença de idade com o Joui e de só quatro anos, 2 anos a menos do que eu e o Alex que temos 6 anos de diferença, e também menor entre o Thiago e o Gonzalez que tem 7 anos de diferença e entre seus pais que eram de 10 anos de diferença....

Cesar ficou quieto por alguns segundos e Arthur olhou bem pra ele, foi aí que percebeu uma coisa.

A perna de Cesar parecia uma britadeira de tanto que ele batia o pé, ele também estava evitando contato visual com os dois mesmo Alex estando abraçado nele e a cabeça estava baixa, ele estava muito desconfortável tendo aquela conversa.

- Cesar...tu não tá se referindo a idade... não é?

Novamente ele desviou o olhar, ele se sentiu um pouco sujo aleatoriamente.

- Eu conheço o Joui a 3 anos... Eu tratei ele muito mal durante esses 3 anos... Que direito eu tenho de gostar dele depois de ter ignorado ele antes.

- Cesar...

- Eu sou muito hipócrita! E o pior e que eu não consigo me importar com a opinião dele sobre isso!

- Como é?

Arthur ficou um pouco chocado com aquela frase, Alex por sua vez soltou o irmão do abraço e segurou o rosto do irmão o encarando bem seriamente.

- Aí Cesar....

Arthur sentia que tinha algo sendo escondido dele e não gostou nem um pouquinho disso.

- Alguém pode me explicar o que tá acontecendo?

O mais novo dos Cohen soltou um suspiro cansado e voltou sua atenção ao marido novamente.

- Você quer explicar pra ele ou eu explico?

Cesar automaticamente começou a roer as unhas, ele não sabia se queria falar sobre isso porém sentia que não tinha lá muita escolha.

- Gente assim eu imagino coisas absurdas, me falem o que tá acontecendo por favor...

Alex passou a mão na cabeça, ele ainda não estava acostumado com o fato de ter um cabelo maior que 2 na máquina, a textura pareceu o deixar levemente irritado.

- Brother...

Cesar olhou pro irmão lhe dando uma autorização silenciosa.

- Você sabe do diagnóstico de Sociopatia do meu pai e do meu irmão, isso faz eles serem mais frios e terem uma GIGANTESCA dificuldade de entender ou melhor assimilar várias emoções, porém como uma grande ironia do destino, eles são Empatas sombrios, ou seja eles entendem os sentimentos dos outros e usam disso a favor deles, eles só assimilam um sentimento uma vez, depois eles já entendem o que tá acontecendo nas situações necessárias, geralmente essa reação química é muito poderosa no cérebro deles, quanto mais forte for o entendimento do sentimento, mais forte será a reação deles em relação a esse sentimento, por isso quando eles se apaixonam... Eles se tornam completamente obcecados.

Arthur se recostou lentamente na cabeceira da cama, então isso queria dizer que....

- Tu quer fazer alguma coisa muito bizarra com o Joui... Por isso tu tá se sentindo um monstro?

Cesar não respondeu, só continuou a roer as unhas em transe.

- Cesar?

O cabeludo olhou lentamente para Arthur, olhos negros vazios e emanando a sensação mais bizarra e ameaçadora que Arthur já tinha visto nele, ao mesmo tempo era suave e meiga, era assustador em um nível aterrorizante.

- Eu NUNCA faria nada pra machucar my flower, eu quero cuidar dele e dar a ele a vida perfeita que ele merece.

- Ok.... Isso foi assustador.

Cesar voltou a roer as unhas e pareceu bastante abalado, entretanto essa situação fez Arthur levantar uma questão.

- Então tu nunca gostou de mim de verdade!

Era estranho se sentir aliviado com isso? Não queria parecer um cuzão, mas isso era algo que o incomodava um pouco a um tempo, afinal Joui e Thiago eram sinceros em seus sentimentos, mas nunca entendeu o que Cesar sentia verdadeiramente por ele.

Cesar o encarou por alguns segundos e soltou o ar bem cansado e um pouco triste também.

- Arthur...meu cunhado e amigo querido, eu amei você sim, mas não é nem perto do que eu sinto pelo Joui, acredito que o que senti por você era uma curiosidade mórbida e desejo de controle sobre os outros.

- misericórdia...

Aquilo era honestamente muito assustador de se ouvir, chegou a sentir um arrepio e dor de barriga.

- sua cara está engraçada.

- e tu é assustador!

Cesar riu, ele parecia bastante confortável em falar sobre aquilo, talvez por imaginar que aquela conversa estava fadada a acontecer.

- Eu te amo Arthur, meu amor por você é muito parecido com o que sinto pelos meus irmãos mais novos, mas não totalmente igual, em meu coração e mente eu me comprometi a cuidar de você até onde minhas habilidades puderem, você é o amor da vida da pessoa que eu mais amo em toda minha vida.

Cesar se virou e colocou a mão no rosto de Alex lhe dando um sorriso gentil, os irmãos se olharam por alguns segundos e juntaram as testas para então darem um beijinho de esquimó.

- O Amor que eu tenho pelo Alexander me faz uma pessoa melhor, o que eu sou hoje e apenas o exemplo que eu queria dar para o meu irmãozinho, o Alex é meu raio de sol, então quando você apareceu eu tive muito medo de perder a minha melhor parte, juntando isso com a atração sexual que eu sentia por você e toda a sensação de competição que te envolvia eu não consegui resistir a ideia de ir atrás de você.

Arthur tinha se arrependido de fazer aquela pergunta, aquela expressão era aterrorizante, os olhos fixos nele com as sobrancelhas juntas mostravam uma leve ameaça, mas o pior era aquele sorriso, chegava a sentir o corpo arrepiar, aquilo era um predador! Cesar era a mesma bela planta carnívora, com uma aparência e voz daquelas era fácil conseguir o que quisesse.

- então tu me amou, mas não o suficiente pra ficar obcecado por mim? 

- Acredito que sim, mas os sentimentos que assimilei por você me fizeram entender o que eu sinto pelo Joui.... Acho que você foi o meu Arnaldo...

- Que? O que tem o pai do Thiago.

- Bem de acordo com o que meu papaizinho falou, antes dele se apaixonar pela minha mãe ele se apaixonou pelo tio Arnaldo, mas foi pela minha mãe que ele ficou obcecado.

- nossa mais só piora minha situação! 

Cesar riu e Alex lhe deu um beijinho no topo da cabeça o fazendo sorrir genuinamente, isso fez outra dúvida surgir na cabeça do gaúcho.

- Cesar... Se tu realmente tivesse se apaixonado por mim, mas eu escolhesse o Alex... O que teria acontecido.

Os irmãos Cohen olharam para Arthur com expressões parecidas mas com significados diferentes.

Alex tinha os olhos arregalados e boca aberta mostrando surpresa, Cesar também tinha os olhos arregalados mas um leve sorriso, a serenidade em seu olhar era reconfortante, ele voltou a sua atenção novamente para o irmão e fez carinho em seu rosto de forma carinhosa.

- Nada seria diferente, vocês estariam juntos igual...

- Brother....

- Eu amo o Alex mais do que minha vida...se você fosse o homem a fazer ele feliz, eu não me importaria de arrancar meu coração com minhas próprias mãos de fosse necessário.

Arthur ficou sério e um pouco triste, precisava de um cigarro com relativa urgência.

- Espero que se o Joui te rejeitar tu esteja disposto a deixá-lo ir igual me deixaria.

Cesar olhou para Arthur sentindo medo e uma grande dor no coração, isso não o impediu de fazer um sim com a cabeça.

- Por mais que eu queira ele comigo, a felicidade dele é mais importante pra mim.

Arthur não percebeu que precisava ouvir aquilo, soltou um suspiro de alívio e olhou para Cesar, ele também queria que seu cunhado fosse feliz.

- Tu realmente tá apaixonado, espero que consiga conquistar seu amor meu amigo.

Cesar sorriu e olhou para o teto colocando a mão encima do peito do lado do coração soltando um suspiro apaixonado.

- O que eu sinto pelo Joui parece muito a expansão do universo, comparando com outros sentimentos e como se todo o resto fosse um grão de Areia.

- Então tente se confessar quando voltarmos.

As bochechas do mais velho ficaram vermelhas, falar sobre isso fez muito bem a ele, pelo menos não se sentia tão sozinho.

Os três decidiram descer, eles estavam tão distraídos juntos que não perceberam que os maçã caramelada estavam abraçados conversando num canto da sala.

Brulio também tinha tomado uma ducha e colocado uma grande quantidade de roupas de frio.

- Paizão!

Arthur correu para o pai vendo que ele estava bem bonito com aquela jaqueta preta com forro branco de lã, também parecia bem quentinho.

- Tá melhor filhão?

- Estou sim!!!

Sentiu um carinho na sua cabeça e abriu um sorriso muito honesto e gostoso, nada melhor que o carinho de seu pai.

- Já que estamos todos aqui, vamos tomar café no restaurante!

Cesar se sentia uma enorme e grossa vela entre os casais, porém ver o pai e irmão felizes fazia valer a pena o constrangimento.

Chris tinha que admitir que sentir sua mão ser segurada tão abertamente depois de tantos anos fazia seu coração acelerar, sem contar que Brulio cuidava dele com muito carinho, estava genuinamente feliz.

A mesa dos Cohen era afastada das demais, o senso de exclusividade era bem presente no ambiente, logo eles estavam sendo servidos com tudo do bom e do melhor.

- Cesar por favor meu filho como uma fruta!

- Eu gosto de cereal!

- Alexander! Nada de doces! Você sabe que aqui a quantidade de açúcar aqui é muito maior do que no Brasil! Aqui, come uma fruta!

- Prefiro as frutas lá de casa.

- Eu também sunshine, mas come por favor!

O cuidado, carinho e paciência de Christopher com seus filhos era algo muito bonito de se ver, ele era um excelente pai.

Café americano era fraco, então optaram por suco de laranja, o clima da mesa estava bem agradável, pelo menos até uma família começar a fazer "auê" a algumas mesas de distância.

- This is horrible! Redo it!

A cara de Christopher estava um amargamente tenebroso, ele respirou fundo e olhou para Arthur e depois para Brulio.

- Ela está comendo exatamente o mesmo que vocês, por acaso o de vocês está ruim?

Os Ceveros se olharam e fizeram um não com a cabeça.

- Exatamente, então o problema não é o prato.

Chris deu um gole no seu suco de laranja, definitivamente gostava mais das frutas brasileiras.

- Permitam que esse velho empresário que trabalhou ao lado de seus pais extremamente rigorosos e perfeccionistas lhes dê uma lição.

Arthur em particular ficou muito interessado no que seu sogro tinha a dizer, se fosse algo que o ajudaria nos ciclos mais ricos iria absorver com toda certeza.

- Money screams...Wealth is Silent.

(Nota: a tradução dessa frase seria nas linhas de: Dinheiro e escandaloso, riqueza e silenciosa, o Chris está falando que quem precisa anunciar que é importante ou tem dinheiro na verdade é miserável ou sem educação)

Por sorte eles já tinham terminado de comer, novamente Chris chamou um motorista deixando Brulio em alerta, porém dessa vez eles foram bem tranquilamente no carro, conversaram e agora sim eles pareciam felizes em estar ali.

O percurso foi muito rápido, nem 20 minutos e estavam na frente de uma grande sinagoga, os Ceveros nem sabiam.se podiam entrar lá dentro.

- vamos....

Para a surpresa dos dois Chris os levou para andar mais ou menos meia quadra, havia um pequeno prédio com várias janelas que parecia muito velho, ele tinha uma entrada lateral meio desgastada, e qual foi a surpresa quando Chris tirou uma chave abrindo o portão para entrar na propriedade e então abrir a porta que dava acesso ao interior do prédio.

Parecia que estavam em uma cozinha ou dispensa, tinha claramente sinal de que uma ceia havia sido preparada ali, Brulio olhou ao redor reparando que aquele lugar era bem antigo.

- uncle kitty! 

- Joshua!

Um rapaz alto e com uma barba bem feita usando um kepa entrou no cômodo, o sorriso dele vendo Christopher foi muito bonito e genuíno.

O rapaz se aproximou e deu um abraço em Chris, depois em Cesar, nele deu dois tapinhas nas costas e no final abraçou Alex o balançando um pouco.

- Ima! dod sheli higi’a

Hebraico, a língua paterna de Christopher e também a língua de sua fé, finalmente os Ceveros iriam conhecer todos os membros da família dos Cohen.

Vic não estava com paciência para lidar com os chiliques de Tadeu, se fosse necessário usar força bruta ele não via nenhum problema.

- Victor porque estão retirando as coisas do meu irmão e do meu primo do apartamento?

- Pra vagar o apartamento, seu Nazareno vai alugar pra temporada, carnaval tá aí, tem o festival da laranja, tu sabe que a cidade lota.

Bruno inocentemente ficou curioso sobre esse festival, sabia que Naomi iria adorar saber disso, mandaria mensagem pro Jiro depois.

- Não....e o que vai acontecer quando eles voltarem?

- Eles não vão voltar.

Curto e grosso! Não devia cortesia a Tadeu, como seu veterano de faixa tinha um certo respeito por ela, agora como ser humano queria era distância.

Sus indiferença pareceu incomodar muito o mais velho, o mais velho ali foi até Vic e segurou o pulso dele com força, Bruno quase mata Tadeu ali mesmo, porém o murro que Vic deu foi muito mais rápido.

Tadeu sentiu o impacto e cambaleou para trás sentindo uma dor profunda no nariz, passou a mão sentindo algo molhado percebendo que era sangue.

- Tu tá louco Vic?

- Tu que veio tentar me segurar, não te dei autorização para chegar perto de mim.

- Porra desgraçado! Não é porque tu é policial que tu é intocável não caralho.

- Tadeu, para de puxar briga! As meninas tão aqui!

- não se mete Tati!!!

Tadeu fez sinal de que iria pra cima de Vic porém ele puxou a jaqueta um pouco pra trás mostrando a 38 mó coldre, isso fez o rapaz parar na hora.

- Se tu quer reclamar, liga pro teu irmão, eu falo pra ele atender, mas agora me deixa por favor, eu tenho muitos problemas pra resolver.

- isso não vai ficar assim!!!

Tadeu foi embora com as meninas e não demorou 30 minutos pra cidade inteira ficar sabendo que os primos leite e Ivan iriam se mudar da cidade, a notícia chegou onde Vic queria.

Bruno tinha o braço envolto na cintura do seu namorado observando os luzidios trabalhando tranquilos, porém tomou um susto digno de um filme de terror.

- Vic...O Ivan tem uma irmã gêmea?

Olhou para trás e viu se aproximando uma mulher muito bonita, os cabelos loiros era lisos lambida e iam até os joelhos, um vestido modesto e uma aparência jovial.

- E que a dona Marisa teve ele muito jovem.

- o que?

A senhora olhava pra Vic com olhos vermelhos, ela parecia muito cansada, e também muito triste.

- DR Hott....

- Dona Marisa....

A senhora parecia ansiosa, apertava os dedos enquanto segurava a dor no seu coração para conseguir falar.

- E verdade que o meu Filho não vai voltar.

Gregório estava com um mal pressentimento a algum tempo, sentia que Vic iria se meter em encrenca, se perguntava como ele podia ser tão diferente e tão igual a mãe ao mesmo tempo.

- Seu Gregório! 

Abriu um sorrisinho doce vendo Murilo se sentando na sua frente com um mate na mão, ele parecia mais tranquilo esses dias.

- oi pia!

- O senhor quer um chimarrão? Eu faço pro senhor.

Sorriu outra vez, quem via os gaudérios de longe nem imaginava que eles podiam ser queridos daquele jeito.

- Não, obrigado já tomei, mas acho que o Ivan ainda não.

- Ele tá no jardim dele, não acho que vai querer agora.

- Ainda? Ele tá lá desde cedo....

- pois é! Eu não sei o que ele tanto tá fazendo.

Ivan olhou para suas plantinhas sem entender, da noite pro dia tudo tinha frutificando! Até aqueles que não tinham brotado direito.

- Que trem esquisito....

Coçou a cabeça e então sentiu seu celular vibrando, pegou pra ver quem era e sorriu vendo a foto de Vic.

- Fala Vic!

A linha ficou em silêncio por alguns segundos fazendo o loiro acreditar que a linha tinha caído, mas então uma voz muito conhecida atravessou a ligação.

- Ivan? Filho?


Notas Finais


O Cesar admitindo os próprios sentimentos e um grande passo pra ele!
Chris se deixando ser amado de verdade!
Alex e um bom pai, ele aprendeu com o melhor.
O Chris tem todo um amor e cuidado com o Alex que é lindo de se ver!
Vic poucas ideias com o Tadeu!
Vamos ver mais coisas dos gaudérios individualmente em breve.
Bjs até o próximo capítulo 😘✌🏽


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