História Stupid Love - I Love You

"É nos momentos de decisão que seu destino é traçado."

Eu engoli em seco algumas vezes enquanto Justin ainda segurava minha mão, o anel na ponta do meu dedo, pronto para ser inserido.

Eu sentia meu coração pulsar tão rapidamente que eu poderia ter um ataque cardíaco a qualquer momento.

Eu não havia percebido quanto tempo tinha passado até ver os ombros de Justin murcharem e seus dedos se afastarem de mim, levando o anel consigo.

– Isso foi o pior fora que eu poderia ter levado. – ele disse com a voz seca e o sorriso debochado e irritado gritando em sua face.

– E-eu, isso, – respirei fundo frustrada. – eu não. Desculpa, não sei o que responder. – relaxei o corpo me apoiando em uma perna, olhei para baixo tentando me manter controlada.

– Eu deveria saber que isso ia acontecer.

– Me desculpe, eu não sei se estou preparada para um compromisso tão grande. – ergui o olhar o vendo colocar um cigarro na boca e acende-lo.

– Está sempre se jogando com tudo em todas as coisas, arriscando tudo sempre. Fazendo tudo que vem na cabeça a qualquer momento. Mas quando alguém decide querer estar ao seu lado para se jogar com você, ai você não está preparada. – ele riu debochado tragando o cigarro e logo soprando a fumaça.

– Eu estou nervosa, caramba! – falei jogando os braços para o alto.

– Você está nervosa? Você? – ele revirou os olhos. – Você acabou de rejeitar a porra do meu pedido de casamento e você que está nervosa? – seu deboche me arrepiou da cabeça aos pés. Eu senti minhas entranhas revirarem.

– Eu não rejeitei! – falei alto, ele estreitou os olhos em minha direção e eu respirei fundo. – Eu só não respondi de imediato.

– Isso significa muita coisa, como por exemplo, um não. – sorriu me encarando. mordi o lábio com força me irritando com aquilo.

– QUER QUE EU DIGA SIM SEM NEM SABER SE EU REALMENTE QUERO? – gritei e ele travou o maxilar.

– Quero que você morra. Que volte para aquele verme e nunca mais volte.

Sabe quando você sente o chão desabar e o mundo cair ao seu redor?

Então, o que eu senti naquele momento foi mil vezes pior.

Cada parte do meu corpo entrou em choque, eu sentia meus membros doerem e enquanto via ele se afastar parecia que doíam ainda mais. Eu nem percebi quando meus olhos começaram a arder e o frio começou a tomar conta do meu corpo, a neve cobrindo meus pés de branco e meu coração apertando. Eu apenas olhava para o nada sentindo meu corpo arrepiado e as lagrimas acumuladas no canto dos olhos.

Eu não vou chorar. repetia meu subconscientes inúmeras vezes.

Quando a lua alcançou o topo do céu eu me toquei que deveria entrar, eu sentia meus dedos gelados, estavam azulados de frio.

Caminhei dentro do quarto notando que o mesmo estava intacto, Justin não estava ali, e nem viria. Me joguei na cama macia e me encolhi fechando os olhos.

Que tudo isso seja um sonho.

Acordando na manhã seguinte eu senti a maldita dor de cabeça e o frio passar por todo meu corpo, eu continuava na mesma posição, respirei fundo me levantando e seguindo em direção ao banheiro. O banho foi relaxante e quente, coloquei uma roupa quente e quando estava terminando de escovar o cabelo ouvi alguém entrar no quarto, rapidamente sai do banheiro vendo Justin carregando Dylan no colo, o mesmo estava com lagrimas nas bochechas e os olhos molhados, um bico estava na sua boca e ele o chupava freneticamente.

Justin estava com a cara amassada, deveria ter acordado agora, ele não me olhou nem por dois segundos.

– Dylan quer a mãe dele. – foi tudo o que ele disse enquanto eu caminhava na direção dos dois. Dylan esticou os braços em minha direção se jogando do colo de Justin, se eu não tivesse sido rápida ele provavelmente teria caído.

Eu segurava seu corpinho enquanto Justin o segurava junto, estávamos próximos de mais e meu corpo parecia estar em alerta. Mas não durou muito, ele logo se afastou e eu apertei mais ainda Dylan contra mim.

– Eu cuido das meninas. – Justin disse saindo do quarto, Dylan mexia em meu cabelo com um das mãozinhas enquanto sua cabeça estava repousada no meu ombro.

– Vamos tomar mama? – perguntei e ele assentiu lentamente.

Andamos até a cozinha da enorme casa e não deveriam ser 7AM, porque estava muito escuro. Acendi a luz da cozinha e andei até a geladeira. Peguei o leite, nesquik, açúcar e a mamadeira, aprontei tudo e dei para ele que ainda estava em meu colo. O mesmo deitou no meu ombro enquanto tomava.

– Vamos assistir um desenho? – perguntei enquanto desligava a luz da cozinha e procurava pela sala de televisão.

Enquanto caminhava ouvi o barulho de vozes e andei em direção, empurrei uma porta e vi Justin deitado no sofá com Amy ao seu lado e Kim em cima dele. Sorri de lado vendo os três assistirem um desenho idiota na televisão, eles olharam para mim e desviaram o olhar de volta pra televisão. Caminhei até o sofá me sentando na parte que não estava ocupada, Dylan deitou de costas para mim apoiando a cabeça nos meus peitos.

Depois de alguns minutos eu já sentia a respiração pesada de Dylan e seu corpo mole, ele provavelmente estava dormindo. Me levantei segurando ele da melhor maneira possível e me virei para o sofá o colocando deitado bem longe da ponta. Peguei algumas almofadas e fiz uma pequena barreira para ele não rolar e cair e depositei um beijo em sua testa.  Levei meus olhos até as minhas meninas e Kim estava dormindo em cima do peito de Justin, Amy estava assistindo desenhos enquanto chupava a chupeta, seus olhos pesados.

– Quer que eu pegue ela? – sussurrei para Justin, me referindo a Kim, ele assentiu lentamente e eu peguei a pequena no colo, ela fez menção de acordar e eu a sacudi um pouco, logo ela voltou a cair no sono. Andei até o outro sofá e a deitei lá fazendo as mesma coisas que eu fiz com Dylan. Quando terminei de dar o beijo em sua testa, vi Justin arrumando Amy no sofá, ele olhou rapidamente para mim enquanto ia em direção da porta, chamou-me para ir ao escritório.

Segui ele até o grande escritório, ele se sentou na grande cadeira e eu me sentei em sua frente, em uma das confortáveis poltronas.

– Hoje vou liberar Emma, semana que vem você ira se encontrar com Luke, vamos dar um jeito de vocês conversarem. – assenti lentamente, ele não havia me encarado, seus olhos estavam fixos em alguma coisa na mesa.

Eu sentia o mundo desabar.

A semana passou lentamente o que me deixou furiosa, Emma e Justin viviam de conversinhas o que me irritava ao extremo. Emma vivia com as crianças o que me enjoava e me preocupada. Eu literalmente havia sido largada por todos.

Hoje eu iria até a casa de Emma, a dois dias passei por lá e deixei um recado escrito em um papel para Luke, hoje estaria lá para nos encontrarmos e provavelmente ele estaria lá.

Eu terminava de me agasalhar quando Justin entrou no quarto, as mãos pendentes nos bolsos e o gorro no topo da cabeça. Ele mordeu a bochecha antes de me encarar completamente.

– Eu sei que paramos de conversar ultimamente, mas eu quero que saiba que eu realmente te amo. Que eu realmente sempre vou estar aqui e que uma parte de mim sempre estará com você. Eu não sei como será daqui para frente, eu não sei quando vamos nos ver novamente, mas eu quero que saiba que se algo der errado, eu vou fazer de tudo para te tirar de lá, não importa o que aconteça.

Assenti sentindo meu peito arder, minhas pernas começaram a se movimentar sem minha permissão e eu só percebi que eu sentia tanta falta dele, quando seus braços me prenderam contra ele, e eu senti seu delicioso cheiro.

– Me desculpe por tudo. – sussurrei sentindo seus dedos tocarem meus cabelos.

– Apenas dei-me amor. – ele falou baixo puxando meu rosto para o seu, seus olhos castanhos me prendendo, respirei fundo sentindo nossos rostos próximos de mais, nossos lábios se tocaram fazendo meu corpo entrar em combustão, era mágico o modo como ele me fazia sentir.

Eu me sentia em um daqueles contos de fadas, talvez em uma das música de Ed Sheeran. Eu não queria pensar em como tudo seria daqui para frente, eu não queria pensar nos erros, eu queria apenas o aqui e o agora.

Parei o carro preto na frente do velho prédio, olhei ao redor antes de descer do mesmo, as pessoas muito bem agasalhadas, a neve caindo, os carros passando em um velocidade tão lenta que parecia anormal, respirei fundo colocando minhas luvas, desci do carro fechando a porta, tranquei o mesmo andando ao redor e comecei a andar em direção a rampa do prédio.

A sorte não estava ao meu favor, no segundo passo meu pé escorregou e eu poderia ter caido com tudo se não fosse o par de mãos fortes segurando em minha cintura.

– Você não era tão estabanada. – ouvi sua voz sussurrar em meu ouvido me fazendo arrepiar. – Está atrasa, Mellany. – Luke disse passando em minha frente, eu senti cada pelo do meu corpo se arrepiando. Guiei meus pés para dentro do prédio sentindo meu coração cada vez mais acelerado. – Ande mais rápido. – ouvi sua voz grossa falar já dentro do elevador. Me obriguei a acelerar os passos, e assim que entrei no elevador, Luke fechou as grades e empurrou a alavanca para cima, fazendo o elevador tremer ao subir os três andares. – Creio que temos muito a conversar. – ele falou com a voz seria eu apenas assenti e me retirei do elevador quando ele abriu as grades e deu-me passagem.

A porta do apartamento estava aberta como sempre, eu empurrei a mesma e o gato de Emma pulou em meus pés, ignorei ele e continuei entrando mais fundo no pequeno apartamento. Ouvi a porta ser fechada e me virei para encarar Luke que colocava o grosso casaco no sofá, o gato ronronou quando Luke passou os dedos pelo seu pelo.

– Eu não quero mais ficar naquela casa, eu não quero mais estar perto de Justin Bieber. – fui direta chamando sua atenção, ele arqueou as sobrancelhas e eu franzi o cenho.

– Querer não é poder. – ele deu de ombros.

– Eu não quero mais estar lá vendo ele me destruir e levar Emma comigo. – cruzei os braços jogando todo o medo para longe. Eu precisava ser forte.

– Porque Emma está lá? – ele perguntou se levantando e caminhando em minha direção.

– Me diga você, por que minha irmã está lá? – sorri de canto, ele travou o maxilar me encarando antes de soltar um riso.

– Alguém esta afiada hoje. – ele se aproximou de mim, passou por mim me deixando parado ao lado da parede, ele estava de lado, não podia ver seu rosto. – Você está parecendo com ele, mas querida, – Luke riu alto antes de dar uma cotovelada em meu estomago me curvando e seu antebraços bater em meu pescoço me empurrando contra a parede. – não se esqueça de quem é o chefe. – eu fiquei conta com seus golpes e sua braço me apertando contra a parede não ajudou em nada. – Quero que fale para seus amigos não nos seguirem quando sairmos daqui ou irei matar você. – disse se afastando de mim me fazendo cair no chão para recuperar o ar, meus dedos estavam amortecidos.

– Eu não tenho como falar com eles, sai escondida. – minha voz saiu fraca e eu senti quando seu pé me empurrou me fazendo cair de costas no chão, tossi fraco fechando os olhos com força.

– Então fale olhando para a câmera, eu tenho certeza que ele ira ver isso logo, logo.

Abri os olhos lentamente vendo Luke segurando o celular em mãos, ele sorria olhando para a tela. Levantei lentamente e assim que  estava em pé o empurrei com força contra a parede, eu vi seu dedo clicando em algo na tela para gravar.

– Eu quero estar com você, eu vou estar com você. – falei colocando meu braço contra se pescoço, meu rosto próximo ao seu. – Eu sou sua. – sussurrei tão próximo a sua boca que elas quase se tocavam. – Justin Bieber nunca me terá, porque eu sou eternamente sua. – então eu fechei meus olhos deixando nossos lábios se tocarem, eu senti sua mão tocar em meu braço o tirando de seu pescoço e senti quando ele jogou meu corpo para o lado fazendo minhas costas baterem contra a parede, arfei com a dor.

Ele sorriu de lado vindo até mim e me prendendo contra a mesma, seus lábios tocaram os meus rapidamente. Suas mãos ágeis me apertando por cima de toda a roupa.

Eu não queria isso, mas eu não estragaria tudo.

 – Prove. – ele disse entre um beijo e outro. – Prove que você é apenas minha. – Seu rosto se afastou por alguns instantes, encarei seus olhos azuis sentindo meu estomago arder. – Prove que eu não preciso me preocupar.

Dei um passo a frente fazendo ficarmos completamente colados, ergui minha cabeça o encarando profundamente, eu sentia seu peito subir e descer lentamente. Puxei forte o ar e o soltei lentamente deixando as palavras fluírem pelo ar.

– Eu te amo.