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História Sublime - Sobre pequenos príncipes.


Escrita por: pyromanic

Notas do Autor


Olá meus amore. Como vocês estão?
Hoje novamente gostaria de deixar um agradecimento por todos os comentários e por todo mundo sempre interagir comigo no twitter isso faz os meus sábados. To emotiva hoje, relevem...
Esse capítulo gente do céu o que dizer sobre ele? É uma montanha-russa de emoções... Então por favor se preparem.
Vejo vocês nas notas finais.

Obrigado Ari pela betagem. ♡

Boa leitura.♡

Capítulo 15 - Sobre pequenos príncipes.


Fanfic / Fanfiction Sublime - Sobre pequenos príncipes.

Sublime.

Décimo quinto capítulo: Sobre pequenos príncipes.

por: pyromanic.

Ao chegar na faculdade, Baekhyun nem mesmo se deu o trabalho de ir para o jardim do campus, foi logo em direção do prédio, pegando a fila para entrar no elevador. Baekhyun saiu do cubículo ao chegar no andar da biblioteca, onde andou entre as prateleiras até encontrar seus colegas de sala, sentados em uma mesa - tinham combinado de chegarem antecipadamente para resolverem as pendências de um trabalho em grupo. Estava agradecido por estar literalmente ocupado naqueles minutos antes de entrar para a sala de aula, pois caso estivesse de bobeira, como costumava estar todos os dias, e encontrasse com o melhor amigo, teria que conversar sobre o assunto que estava o assombrando.

Porém, para a sua surpresa, não havia visto Jongin pelos arredores e nem recebido qualquer mensagem do amigo. Sabia que agora o administrador tinha outras coisas tomando sua atenção — lê-se Kyungsoo — para ficar atrás do amigo, querendo saber algo que ele nem queria falar. Mas Baekhyun tinha que admitir que estava sentindo falta do amigo lhe enchendo de mensagem até que o colocasse contra a parede para finalmente conversarem. Só que Jongin estava tão focado em seu novo mundinho, que nem estava preocupado com o que estava acontecendo com o melhor amigo, Baekhyun sabia que aquela atitude sua não era nenhum pouco convencional e isso acarretou no pedagogo preocupado, ao invés do contrário. Precisava conversar com o amigo seriamente sobre o que estava acontecendo, não apenas o diálogo raso que tiveram na noite anterior, porque tinha sido praticamente nada. Baekhyun precisava abrir os olhos do moreno, antes que algo pior acabasse acontecendo.

Ficar com seus amigos, conversando sobre a matéria que gostava e ainda tendo um trabalho árduo para fazer, foi ótimo para sua mente voltar a funcionar normalmente por algum tempo, pois toda sua atenção foi tomada para aquele momento. Porém, logo após ele teria aula, e aquele momento, todo aluno sabe, era propenso para pensamentos aleatórios surgirem, principalmente quando a mente estava tão inquieta quanto a do babá. Logo, começou a pensar no pequeno acidente que ocorreu pela manhã quando estava na mansão Park.

Já sabia que não era novidade, Chanyeol estava tomando controle das suas ações, mas a maneira como o empresário simplesmente estava aberto para realizar qualquer atitude perante a si que não se importaria, chegava a assustá-lo. Mesmo sendo uma pessoa que viveu algumas paixões, nunca algo daquele tipo havia acontecido anteriormente. Baekhyun tinha tanto medo de não ter outras oportunidades de contato com ele, que qualquer mínima chance, ele se agarrava fortemente e ficava a beira a loucura, permitindo que Chanyeol tomasse as rédeas da situação, porque com certeza ele era muito mais racional naquela relação. Mas Chanyeol estava seguindo por um caminho confuso, que fazia com que o babá não fizesse ideia do que ele estava querendo ao certo. Havia pedido para se afastarem, mas era ele quem estava lhe dando bolos de morango e correntes de ouro. Dizia que era uma insanidade completa o que estavam fazendo, mas foi Chanyeol quem o puxou para beijá-lo na terceira vez, quando já tinha desistido de levar aquela situação à diante. Não sabia o que estava acontecendo com a mente congruente que ele sempre teve, mas com certeza ele não estava agindo como o homem o qual conheceu, até parecia mais perdido e confuso que o próprio Baekhyun. E toda aquela loucura só estava servindo para acionar a parte mais intensa que tinha em sua personalidade. Porque cada pequeno detalhe, tornava-se grande, quando tratava-se dos dois e sabia que era uma pessoa um tanto exagerada, mas em relação a Chanyeol, não tinha como as coisas serem pequenas. Tinha tantas pessoas envolvidas e tanta coisa errada no significado de um pequeno toque, mas também havia tantos sentimentos que Baekhyun nem sabia que existiam, que acabam por sufocá-lo.

Mas sabia que a batalha já estava perdida, não podia fazer nada em relação às ações entre os dois, porque sua mente já havia dado o poder para Chanyeol decidir o que iria fazer, pois já não tinha mais forças para controlar seus desejos. E como desejava aquele homem, de todos os jeitos possíveis, porque de algum jeito, o empresário tornou-se a pessoa mais atraente que conhecera. Baekhyun não queria mais lutar contra aquela parte dentro de si que desejava tanto ele, por isso, caso tivesse que impedir de acontecer algo, que fosse Chanyeol que fizesse, porque ele já havia levantado a bandeira branca para si mesmo, se permitindo sentir tudo aquilo que estava se privando a todo tempo. Não eram sensações ruins e não havia motivo para controlar-se da maneira descabida como estava fazendo, mas como geraria grandes consequências, também não gostaria de levar a culpa sozinho.

Porém, se tinha algo que precisava controlar, eram seus sentimentos, Baekhyun não podia sentir nada em relação à Chanyeol que não fosse unicamente desejo carnal. Se conhecia bem o suficiente para saber o quanto se apegava às pessoas facilmente e o quanto seu coração era disposto a amar o próximo, mesmo que o indivíduo não estivesse lhe dando a mínima atenção. Visto que tinha sido exatamente o que aconteceu com Yixing. Porque quase não conversava com o chinês e se viam poucas vezes, mas o mínimo tinha sido o suficiente para sustentar um sentimento sem pé nem cabeça por meses e, caso mesmo acontecesse com Chanyeol, sabia que estava perdido.

O empresário e o geógrafo eram totalmente diferentes, até porque o moreno estava bem disposto a tentar ter algum tipo de relação com o cacheado. Ele tinha mostrado interesse, ele era compreensível e bem amoroso, adjetivos que não compunham a personalidade do Park. Caso algo viesse a crescer dentro de si, sabia que iria ter que lidar sozinho com aquilo e sofreria demais, porque jamais largaria seu emprego e as crianças, por uma ilusão. O jeito frio dele só acarretaria em seu coração quebrado, ainda mais quando imaginava que ele fosse fazer o possível para Baekhyun se magoar e esquecer a ideia de uma vez, tinha visto ele fazer isso com seus amigos e imaginava que, em uma situação amorosa, ele seria ainda pior.

Estava bem decidido sobre o que iria fazer em relação ao seu chefe e tudo que estava fazendo sua mente transbordar de sensações. E sabia que, mesmo sendo bem sentimental, também era uma pessoa bem determinada e estava focado em não se magoar por um coração partido de um sentimento não correspondido, mas também queria poder tirar uma casquinha do chefe bonito que tinha.

(...)

Quando o outro dia se iniciou, Baekhyun já estava no ônibus em direção à casa dos Park, como seguia sua rotina. Assim que entrou na residência, cumprimentou seus colegas de serviço e foi para a cozinha, para fazer a sua primeira refeição do dia. Não se assustou, como era de costume, quando encontrou Chanyeol já acordado, usando seu telefone enquanto tomava café, estranhamente se acostumou com a presença do empresário, que agora parecia estar o tempo todo na casa. Ambos se cumprimentaram e logo Baekhyun foi fazer seu chá, tentando desfocar da presença do homem ali, o que era uma missão bem difícil, visto que Chanyeol tinha quase dois metros de altura e jamais passava despercebido em qualquer lugar:

— Bem que você podia fazer um chocolate quente para mim, não é? Estou enjoado do café. — Foi a primeira coisa que Chanyeol escolheu para lhe dizer, após os cumprimentos formais, e Baekhyun não podia acreditar no quanto ele era cara de pau. Mesmo com seu jeito reservado, dava para notar que ele gostava muito de provocar, normalmente responderia na mesma altura, mas ele tinha um poder de deixá-lo sem palavras na boca.

— É só para momentos especiais, para você não ficar mal-acostumado. — Respondeu, dando um gole em seu chá quentinho, não sabia direito como respondê-lo, aquelas ações eram muito íntimas e Baekhyun tinha medo de acabar falando qualquer coisa e estragá-las.

— E qual foi o momento especial de ontem? — Arqueou as sobrancelhas, enquanto perguntava, Baekhyun sabia que só recebia aquilo quando estava brigado com a irmã e eles não tinham tido nenhuma durante à manhã, então não tinha sentido o que havia feito.

— Nosso decreto interno de trégua. — Voltou a colocar mais açúcar em seu chá, tentando disfarçar o quão tenso ficava com aquelas conversas tão abertas. Baekhyun nunca foi uma pessoa de fugir de assuntos sérios ou de se envergonhar fácil, mas Chanyeol havia despertado esse lado seu que ainda não tinha conhecido. — Nós não brigamos há um tempo, estamos conseguindo lidar bem com as crianças e principalmente um com o outro. Eu acho que merecia algum tipo de oficialização.

— Tudo bem. Se é o que você diz. — Deu de ombros, voltando a atenção para seu celular e Baekhyun ficou um pouco sentido por ter sido trocado tão facilmente por um objeto eletrônico.

Parecia que, por aquele dia, Chanyeol não estava realmente para conversas mais profundas, porque passou o tempo todo dando atenção para seu celular, deixando Baekhyun de lado e, quando deu o horário, o empresário apenas se despediu e saiu da residência. Tinha que admitir que o seu maior medo era vê-lo agir como antigamente, quando nem existia conversas entre eles, quando o assunto era unicamente o bem estar das crianças e quando Chanyeol não dava a mínima para a sua pessoa. Baekhyun sabia que ainda não era algo grandioso na vida dele, mas não queria perder o mínimo que havia conquistado.

Deu banho e arrumou devidamente as crianças, porque pelo visto Chanyeol não estava com vontade de fazer aquela tarefa naquele dia, apenas reforçando o quão distante ele estava querendo ficar de qualquer pequena coisa relacionada ao babá.

As deixou na escolinha, voltando para casa, tentando não se sentir mal perante as últimas atitudes do empresário. Não que estivesse esperando muita coisa, porque sabia que era o dever dele agir friamente com tudo que estava acontecendo, fingindo até que nada havia acontecido, mas a apreensão não saia mais de seu peito. E se tivesse estragado tudo?

Precisava não pensar no assunto e não tinha ninguém no mundo melhor que Sang para resolver aquela questão. Nos últimos dias, ficar sozinho com a criança estava fazendo bastante bem para seu psicológico, porque Sang era muito alegre, feliz, e estava disposto a qualquer brincadeira que o babá quisesse fazer. Além de ser super gostoso cuidar dele. Dar a mamadeira, o banho morninho e colocá-lo para dormir, fazia Baekhyun chegar às nuvens, pois o bebê criava um ambiente novo e gostoso para se viver e tirar toda a tensão de seu corpo e mente.

Quando foi buscá-lo, ele já estava animado no berço e sua animação só aumentou quando encontrou Baekhyun, que ficou imediatamente feliz também, por pegar o bebê. Sang não fazia ideia do bem que fazia ao babá, mas o babá também não tinha a mínima ideia do tamanho do amor que aquela criança havia criado por si.

Quando a tarde chegou, as crianças vieram pra casa. Elas estavam agindo em sua normalidade, Dahye animada com qualquer coisa sobre sua escola e Yong fechado na sua, apenas mastigando a comida, nem prestando atenção no que a irmã contava, animada, sobre seu dia. Estava totalmente distraído com sua comida, até que repentinamente o assunto havia voltado-se para sua pessoa:

— O Yong tem que te contar uma coisa. — Dahye disse em meio a conversa e logo Baekhyun o olhou, deixando o menino completamente nervoso, pois não sabia sobre o que a irmã mais velha estava falando. Vendo que o garotinho estava perdido, Dahye resolveu tomar as rédeas e contar por ela mesmo o que tinha acontecido. — Ele apresentou um trabalho na frente da sala inteira.

— Sério, Yong? — Animado, o babá perguntou. Não imaginava que naquela idade eles já faziam algo grande daquele jeito, mas estava feliz pelo passo gigante que seu garotinho havia dado. — O que você apresentou?

— F-foi um trabalho sobre artes. Eu mostrei o desenho que eu fiz de você e do titio. Na minha cabeça, vocês estavam comigo, então eu pensei em conversar com a sala, como se estivesse falando com vocês. E ficou… fácil. — Temeroso respondeu, não tinha comentado sobre aquela missão que tinha com ninguém, porque iria fazer como das últimas vezes: pedir a professora que apresentasse unicamente para ela. Mas como tinha sido um dia especial para ele, tomou coragem e fez o que foi pedido surpreendendo todo mundo. — E-eu não contei porque eu estava com medo.

— Oh meu amor, você podia ter contado, mesmo que fosse desistir. — Sentiu aquela sensação boa tomando conta de seu peito. Era lindo ver como Yong estava desabrochando nos últimos tempos, ele estava bem aberto, conversando bastante e se abrindo um pouquinho. E fazer parte daquela transformação ao lado de Chanyeol, era uma coisa gratificante. — Sabe que eu e seu tio estaremos aqui para você sempre, ok? Você pode fingir que estamos contigo sempre que quiser… Assim será mais fácil para você lidar com esses trabalhos difíceis.

— Acho que vou desenhar vocês dois sempre e vou levar para todos os lados, assim vocês sempre estarão comigo, né? — Perguntou, animando-se com a ideia.. Baekhyun estava com um pouco de medo ao ver Yong fazendo tantos desenhos sobre ele e o tio, ainda mais em momentos tão íntimos, mas se fosse o jeito que ele encontrou de apoio, não restava escolha a não ser apoiá-lo.

— Vai ficar me desenhando? Eu sou tão bonito assim? — Brincou com a criança, porque nenhuma delas sabia o peso que aqueles simples traços poderiam causar e Baekhyun queria deixar assim. Se fosse para alguém sofrer mediante a toda a situação, que fosse ele ou o Park, mas jamais qualquer uma das três crianças.

— Fica mais bonito quando está com o titio. — Foi a menina quem disse, rindo, causando uma timidez em Baekhyun, porque ele com certeza não estava esperando aquela resposta, nem mesmo de Dahye que era tão ousada.

— Tudo bem. Podemos ser as musas de vocês, ok? Para você também Dahye, caso precise.

— Eu quero muito ter vocês dois na plateia no dia da minha luta. Eu quero vocês torcendo para mim! — Animada ela pediu, enquanto batia as palminhas da mão. Um dos maiores desejos do babá, era ver como a menina se saia em uma luta, já que sempre conversava tão animada sobre o assunto, queria saber seu real desempenho.

— Pode ter certeza que nós dois iremos juntos torcer para você. Estarão lá, seus quatro homens. — Reforçou, porque não havia nada que desejasse mais do que sustentar por anos aquele sorriso alegre da garotinha.

— Vocês sabem se aconteceu alguma coisa com o tio de vocês? — Resolveu perguntar, já que elas eram crianças bem sinceras e não tinham problema nenhum em contar para Baekhyun tudo — ou quase tudo — que quisesse saber em relação ao tio.

— Não sei. — Dahye respondeu,, olhando para o horizonte como se estivesse buscando em suas memórias alguma coisa que causasse estresse em seu tio, até que se recordou de um momento na noite anterior. — Só o vovô que ficou ligando para ele a noite toda. Ele nem ficou muito com a gente por conta disso.

— Seu vovô, é? — Tinha achado o motivo para Chanyeol estar levemente estranho por aquela manhã, caso fosse no passado, sabia que o empresário agiria ainda pior consigo, então estava até surpreso por ele não ter agido com tanto mal humor, ele estava apenas… distante.

— Nós não gostamos muito dele. — Dahye comentou, sem que Baekhyun perguntasse absolutamente nada, mas já imaginava que seria aquele caso. Mesmo sendo apenas crianças, elas conseguiam perceber que tanto a mãe, quanto o tio possuíam desavenças com seus patriarcas e, como qualquer outra pessoa, ao possuir laços tão fortes, acabavam tomando as dores para elas. — A gente fica muito mal quando o titio deixa a gente lá.

— Seu avô é tão ruim assim? — Perguntou, ficando triste imediatamente, sabia que Chanyeol tinha que deixar as crianças um pouco com os avós, mesmo sabendo que o empresário provavelmente odiava aquilo. Havia crescido naquela casa e tinha noção do quanto era péssima a criação de seus pais, imaginava o quanto ele queria afastar seus sobrinhos daquela parte sombria da vida.

— Ele é muito grosso e age como os homens maus dos desenhos. — A menina respondeu e aquilo causou uma mínima risada em Baekhyun, que não acreditava que Dahye havia feito aquela comparação. Mas sabia que era como sua mente havia projetado a imagem de seu avô e aquilo não era engraçado, na verdade era bem triste.

— Dahye, seu avô tem os defeitos dele. Mas ele gosta muito de você, ok? — Disse, tentando disfarçar um pouco da realidade triste que a vida daquela menina se encontrava, afinal eles eram apenas crianças, não precisavam entender o motivo para que o avô deles fossem tão mal.

— Está falando igual a mamãe. — Se encolheu inteira, parecia que o assunto mexia com a garotinha. — Ela também dizia que ele gostava da gente, mas que não sabia demonstrar.

— Mas é porque é a verdade, meu amorzinho. — Reforçou seu ponto, segurando a mãozinha de Dahye para que ela acreditasse em suas palavras. Quando fosse maior, ela entenderia tudo o que acontecia realmente dentro de sua família, mas a infância não era o momento ideal para isso.

— Se ele gosta da gente, porque trata o titio tão mal? — Foi Yong quem perguntou, surpreendendo totalmente Baekhyun, não estava esperando uma resposta tão certeira de uma criança. Tinha esquecido que não podia subestimar aquelas crianças. — Quando nós crescermos, ele vai agir igual age com ele? Ele agia assim com a mamãe…

— Não, meu amorzinho, eu tenho certeza que seu avô irá mudar quando vocês forem maiorzinhos, ok? Ele vai se tornar uma pessoa melhor.

— Até lá, eu não queria mais ir para a casa deles. — Imitou o movimento de sua irmã de se encolher para dentro do próprio corpo. Dava para ver o quanto o assunto mexia com todos os Park, até mesmo o próprio Chanyeol agia com tanto medo quando o assunto eram seus pais e o ambiente onde havia crescido. Mesmo sendo o maior curioso, Baekhyun não tinha vontade nenhuma de conhecer aquela casa.

Mudou de assunto porque não queria deixá-los ainda mais tristes com isso. Mas quem acabou tomando o sentimento foi ele mesmo, porque tinha se esquecido de que, além de Chanyeol, as próprias crianças sofriam crescendo em uma família tão conturbada quanto aquela.

A tarde inteira havia se passado e resolveu dar uma folga para as crianças, por isso as três estavam tirando um cochilo, cada um em sua devida cama, enquanto Baekhyun continuava fazendo sua parte daquele trabalho grande, porque tinha poucos dias para finalizar e entregar para a professora. E foi exatamente quando seu celular tocou, ao ver o nome que estava sinalizado na tela, logo se preocupou, porque imaginava que algo tinha acontecido:

— Alô? Chanyeol, está tudo bem? — Sua pergunta veio de forma apreensiva, porque o empresário não era de muitas ligações, aquele evento só havia acontecido quando ele estava em viagem e não podia resolver os assuntos pessoalmente, como de costume.

Baekhyun, aconteceu um imprevisto. — Sua voz estava tensa e dava para notar que ele estava nervoso, assim como quando pensou que não conseguiria as passagens para voltar de viagem.

— O que aconteceu? — Não conseguiu evitar sua preocupação, odiava ver como Chanyeol ficava tenso em momentos como aquele, queria de alguma forma poder ajudá-lo.

Eu tenho que ficar até mais tarde aqui para resolver algumas coisas, à pedido do meu pai. Eu só vou pedir para que você ficar aí um tempo a mais, enquanto eu peço para a outra babá ir, ok? Me desculpa por isso. — Explicou, mostrando que novamente não estava contente com as escolhas feitas por seu pai, mas como antes, também não tinha poder suficiente para ir contra elas.

— Chanyeol, está tudo bem. Quando você me contratou, a Wendy deixou bem claro que coisas como essas eram comuns de se acontecer, afinal você tem a vida bem agitada, não é? — Perguntou de um jeito retórico, não conseguia evitar ficar mal, notando o quanto o empresário estava irritado por estar naquela situação. Decidiu que iria ajudá-lo para tentar deixá-lo um pouco melhor. — Não precisa chamar aquela moça. Eu irei ficar com eles.

Como assim, Baekhyun? Eu não sei que horas eu volto. Você tem aula hoje. — Confuso respondeu, não tinha entendido onde o Baekhyun queria chegar com o que havia dito.

— Eu sei, mas não quero deixar elas sozinhas. É só por um dia, não faz mal Chanyeol.

Não foi você quem disse que estávamos tomando seu tempo de estudo? — Questionou, porque no dia anterior havia sido exatamente o que Baekhyun havia dito e ele sabia que era verdade, que estava ocupando um espaço a mais em sua vida, fazendo o se perder dentro da vida acadêmica.

— Situações extremas, pedem medidas extremas. Elas vão ficar muito mal sem você aqui por mais tempo. Já foi o suficiente por uma semana, não acha? — Novamente, fez uma pergunta a qual não precisava de resposta. Ouviu ele respirar fundo na linha, dava para notar a exaustão com cada pequena coisa.

Eu vou ter que dar para você todo o dinheiro que eu tenho, de tantos favores que anda me fazendo. — Resolveu brincar para deixar o clima mais leve e aquilo acarretou em um riso saindo dos lábios de Baekhyun.

— Olha, eu aceito apenas uma parcela. Tenho certeza de que eu já salvaria minha família com esse pouco.

Você deve pensar que eu sou extremamente rico. — Estendeu o assunto, por alguma razão desconhecida. Mas Baekhyun não achou aquilo nenhum pouco ruim, havia descoberto que gostava de falar com Chanyeol via telefone. Talvez fosse porque o empresário não pudesse notar o quão nervoso e tímido ficava, por apenas uma simples conversa.

— E você não é? — Perguntou, de maneira óbvia. Estava até estranhando o jeito humilde com o qual Chanyeol estava levando aquela conversa, porque tinha duas coisas que com certeza aquele homem não era: pobre e humilde.

Não do jeito que você pensa. Mas eu juro que vou recompensar.

— Você tem muitas maneira do qual fazer isso. — Deixou sua mente falar mais alto e aquilo escapou de sua boca de um jeito automático. Morrendo de vergonha levou a mão à boca, nem ele mesmo estava acreditando no que havia acabado de dizer ao chefe.

Como assim, Baekhyun? — Sua voz automaticamente havia ficado mais grossa e podia até vê-lo com as sobrancelhas levantadas, os braços cruzados e aquela pose de desafio que gostava de fazer para testar os limites do babá.

— Nada. Podemos fingir que não disse nada? — Perguntou querendo morrer novamente, não sabia o que estava o levando a ter tantos momentos vergonhosos na frente do empresário, quando tudo aquilo só serviria de material para ele caçoar de si em um futuro próximo.

Tudo bem. — Podia jurar que ouviu um riso do outro lado da linha, mas não sabia dizer ao exato o que fora. — Pode deixar. Eu irei recompensar muito bem. Até mais. — Foi o que disse, antes de desligar a linha e Baekhyun sentiu seu coração querer transbordar para fora de seu tórax. Sabia que aquilo tinha sido só brincadeira por parte do empresário para zoar com sua cara, mas mesmo assim suas palavras tinham causado um frio gigantesco pela sua espinha. Só evidenciando o quanto Baekhyun havia realmente perdido o controle de seu corpo, quando tratava-se de Chanyeol, mas ele mesmo já havia decidido que não iria lutar contra aquelas sensações.

O babá suspirou fundo e, tentando distrair sua mente, foi atrás de sua maior obrigação: as crianças.

Para sua surpresa, Sang já tinha acordado e estava inquieto em seu bercinho, o cacheando retirou o bebê do lugar que estava, rumando para o quarto que os irmãos dividiam. E, entrando lá, também se surpreendeu por encontrar ambos acordados já, Yong estava brincando com a casinha de bonecas da irmã, porque aparentemente ele gostava daquele ofício, enquanto Dahye estava empenhada em destruir a própria casa com suas bonecas, que estavam servindo mais de personagens de ação. Baekhyun adorava aqueles momentos, entre as crianças, principalmente quando os via brincando junto, sem os julgamentos que normalmente pessoas adultas costumam fazer, as crianças só procuravam se divertir ao máximo.

— Baek! — Ambas gritaram quando o babá entrou no cômodo, e isso o fez sorrir, era sempre uma alegria vê-los animados apenas com sua presença. Elas correram em sua direção, querendo mostrar alguma coisa que estavam fazendo, mas só conseguiu sorrir ao notar que eles ainda estavam com os rostinhos amassados devido ao sono.

— Baek. — Uma quarta pessoa naquele espaço disse e acabou tomando toda atenção. Baekhyun ainda não estava acreditando que o bebê em seus braços tinha acabado de dizer sua primeira palavra. Mas tinha sido tão rápido que até parecia um surto de sua mente. A criança parada, percebendo que todos estavam a olhando, tomou como incentivo para voltar a pronunciar. — Baek! — Ele estendeu as mãozinhas para o alto como se estivesse amando o que estava fazendo e o babá não aguentou a fofura e acabou abraçando a criança, ainda não acreditando que estava fazendo parte daquele momento.

— Não acredito! — Dahye gritou, devido a sua animação, e Baekhyun desejava muito fazer o mesmo que ela. Estava animado demais pelo que havia acabado de acontecer. — O Sang disse a primeira palavra dele.

— Finalmente, o Sang vai começar a falar com a gente. — Yong comentou esperançoso, e Baekhyun achou uma graça como o garotinho tinha dito apenas uma palavrinha e todos já estavam aguardando altos diálogos com ele. — Sang, fala com a gente!

— Calma Yong. — Baekhyun pediu, rindo da animação da criança, com a participação mais ativa do irmãozinho nas conversas, quando ele sempre ficava de canto, devido a falta de palavras ainda. — Uma hora ele começa a falar com a gente. Mas tem que ter paciência.

— A primeira palavra dele foi Baek! — O garotinho respondeu, ainda empolgado com o acontecimento de alguns minutos atrás. — Isso foi bem legal.

— Foi mesmo. — Baekhyun respondeu, olhando para a criança, sentindo uma sensação que nunca havia sentindo antes. Estava muito emocionado por ter acompanhado a primeira palavra dele, principalmente por ela ter sido justamente “Baek”. Sabia que isso era devido a grande convivência do babá dentro daquela casa e como sempre ouvia seus irmãos pronunciando aquela palavra, Sang acabou repetindo, porque achou que era o certo a se fazer, ainda mais como a resposta dos mais velhos tinha sido positiva. Não sabia por que aquilo havia mexido tanto consigo, até parecia que estava ouvindo a primeira palavra de seu filho e quando menos percebeu, seus olhos encheram d'água, comovido com a situação.

— Baek, o que aconteceu? — Yong, carinhoso como sempre, perguntou preocupado, o menino sempre se comovia com o pouco que o babá fazia. Até parecia que aquela criança que cuidava de si e não ao contrário. O menino, vendo o babá derrubar algumas lágrimas, não aguentou e acabou passando a mão no rosto dele, tentando apagar os rastro de tristeza. — Não chora, Baek. O momento não é feliz?

— É feliz sim, meu amor. São lágrimas de felicidade. — Respondeu, tentando confortá-lo. Aquela ação do outro garoto, só havia servido para Baekhyun acabar se emocionando mais ainda. Amava demais aquelas crianças, com todo seu coração e estava muito afundando nelas de um jeito que sabia que não era saudável. — Sabia que o Baek gosta muito de vocês?

— A gente gosta muito de você, Baek. Muito mesmo. — Dahye respondeu, se aproximando do babá, querendo também participar daquele momento de ternura. — Desde que você chegou, tudo que era triste ficou bem feliz. Até o titio tá mais alegre.

— Pode acreditar que eu, com certeza, também estou bem mais feliz depois que eu conheci vocês três. — Deixou um sorriso surgir em meio as lágrimas que não paravam de escorrer de seu rosto.

— Baek! — Sang voltou a gritar, quebrando o clima tenso que havia se instaurado em meio aos quatro, fazendo todos rirem, agora o garotinho vendo que todos haviam gostado daquela ação, iria repetir um milhão de vezes para atrair mais aquele tipo de atenção.

O babá só conseguia olhar para as três crianças e ver o quanto elas haviam se tornado seu tudo em uma pequena fração de tempo. Baekhyun já não imaginava sua vida sem algum daqueles três, porque cada um deles era deveras importante para si. Dahye, com suas lutas e jeito alegre, estava sempre disposta para uma conversa animada com o babá. Yong, com seus desenhos lindos e palavras tocantes, que mesmo para uma criança de apenas cinco anos, vinha carregado de uma sabedoria surpreendente. E Sang, que era apenas um bebê de colo, mas era o maior motivo para lembrá-lo de todos os motivos para ele ser tão apaixonado pela profissão que escolhera. Não podia mais viver sem elas e sabia que elas também tinham uma dependência emocional muito grande dele. E mesmo sendo bem errado, Baekhyun não conseguia ver aquilo como ruim. Sentimentos como aqueles, mesmo uma bagagem um pouco bagunçada, como era o caso deles, jamais poderiam ser vistos de uma maneira ruim.

— Eu preciso falar com vocês. — Disse, após passar pelo momento tão sentimental, ainda tinha uma missão a cumprir. E conversar com as crianças sobre assuntos sérios nunca seria um tarefa fácil. — Vocês sabem que, às vezes, o titio de vocês chegará mais tarde, porque ele tem um trabalho bem difícil que pede para ele ficar mais tempo trabalhando, não é?

— A gente sabe sim. — Dahye respondeu, voltando a ficar desanimada. Mas ela se abalava bem menos que os irmãos, quando Baekhyun tinha aquele tipo de conversa. — A mamãe também era assim.

— Igual seu tio? — Perguntou, um pouco surpreso, porque não imaginava que Yoora fosse igual a Chanyeol no quesito trabalho. Na verdade, imaginava que ela fosse o completo oposto, tinha se esquecido de que ela era tão herdeira daquele império, quanto ele.

— Uhum. — Explicou para o babá, expondo uma parte de sua antiga vida que ainda não possuía conhecimento. — A gente tinha outra babá e ela ficava com a gente sempre, porque os papais eram muito ocupados.

— E vocês ficavam tristes? — Quis saber, porque era a parte mais importante, nada mais poderia sobressair as emoções de seus pequenos.

— Sim. Mas tudo bem, porque a gente se acostumou. — Dahye deu de ombros e Baekhyun sentiu o pesar daquela palavras. Infelizmente,, o mundo no qual vivia era bem diferente, os pais eram terrivelmente presentes, tanto que às vezes acabavam sufocando seus filhos. Mas, pessoas com muito dinheiro, por mais amorosas que fossem, ainda possuíam um trabalho que demandava tanto tempo que os filhos viravam segunda opção, muitas vezes. — Mas agora a gente tem você e vai ser bem mais legal.

— Sim. — Sorriu para garotinha, reforçando as palavras que ela mesmo tinha dito. — Vai ser muito mais legal, porque o Baek vai deixar esses dias mais legais.

— Então quer dizer que você vai dormir com a gente hoje? — Yong perguntou afobado, parecia que estava ansiando por aquele momento por algum tempo e Baekhyun não conseguiu evitar a felicidade que o atingiu, era bom saber que era tão importante para elas, quanto elas eram para ele.

— Vou sim. Vamos no divertir da mesma maneira que no final de semana passado. Mas você tem que prometer que não vão aprontar nada, ok? — Perguntou, relembrando da raiva que elas o fizeram passar, quando simplesmente resolveram pintar a casa inteira.

— Tudo bem, Baek. A gente vai se comportar. — Yong prometeu, já animado com o que a mente criativa de Baekhyun estava tramando por aquela noite.

O babá, acreditando na promessa da criança, seguiu com os três para a famosa sala de jogos, porque precisava inventar qualquer coisa que fosse divertida o suficiente para distraí-las por um bom tempo.

Dahye ajudou em sua missão, trazendo uma tabuleiro de banco imobiliário para eles jogarem em conjunto, porque segundo ela, queria alguma coisa para o babá também brincar com eles.

Então passaram aquele restinho de tarde daquela maneira: brincando, despertando o lado mais competitivo de Dahye, que parecia se estressar com o lado mais estratégico da irmão, que sempre zoava ela por não usar tanto a mente. Com o bônus de que Sang, com sua palavra nova aprendida, parecia adorá-la repeti-la apenas para ver a reação alegre de Baekhyun, toda vez que ele fazia a mesma coisa.

Quando a noite caiu, Baekhyun deu um banho nos três e depois ele mesmo foi tomar um banho porque estava precisando, após um dia tão agitado ao lado de três crianças. E logo foi para a sala de jantar, para comer juntamente com suas crianças que pareciam terrivelmente cansadas:

— O Chanyeol costuma jantar com vocês? — Perguntou, levando um pouco da comida até a boquinha de Sang, porque ele ainda precisava de ajuda naquele ofício. Baekhyun nem media mais as palavras, quando se tratava daquelas crianças, já tinham uma intimidade bem significativa e elas se acostumaram com o fato do babá perguntar bastante sobre o tio.

— Sim. Quase todas as noites, quando ele não está no escritório. — Foi a garotinha quem respondeu e pelo menos aquilo havia deixado Baekhyun feliz, poderia não ser todas as noites que aquilo acontecia, mas pelo menos eram quase todas. — A gente gosta muito quando ele fica com a gente.

— È legal, não é? Eu também gosto muito quando ele fica com a gente. — Respondeu, usando da mesma sinceridade que elas costumavam usar consigo, não havia problemas, afinal não era mentira, gostava muito quando Chanyeol deixava de ser um homem de negócios e se tornava apenas o Chanyeol.

— E principalmente quando você está junto. Vou falar isso sempre. — Yong entrou na conversa e Baekhyun acabou rindo do jeito como ele acabou dizendo.

— Pode dizer, meu amor. Eu também gosto muito.

Após o jantar, ficou assistindo televisão junto das crianças, até vê-las pegando no sono. Sang foi o primeiro a não aguentar muitos minutos da programação da televisão e acabou cochilando em seus braços. Logo em seguida, Dahye, porque a menina sempre gastava muita energia pelo dia e acabava sempre dormindo antes de Yong. Mas o garotinho também não demorou muito para acabar caindo em sono, pois, pelo visto, como qualquer criança, ele dormia cedo. Mesmo não querendo e se sentindo bem mal, teve que despertar o sono daquelas crianças, pois o sofá ainda não era um lugar apropriado para dormir.

Primeiro colocou Sang no bercinho e o menino, contrariando qualquer outro bebê, nem ao menos fez qualquer barulho indicando choro, só virou o corpinho do lado, para poder relaxar como deveria. Deixou um beijinho do cabecinha pequena da criança e saiu do cômodo, apagando qualquer luz, apenas deixando a babá eletrônica ligada, para que qualquer coisa que acontecesse, acionasse Baekhyun.

Quando foi para os quartos que os irmãos dividiam, cada um já estava em sua devida cama, ele ia apenas se despedir delas e iria dormir, porque, assim como elas, estava cansado. Mas, ao contrário de seu irmão, Dahye estava sentada em sua cama, apenas aguardando que o babá se aproximasse para mostrar que carregava um livro em suas mãos e que desejava que ele lesse:

— Por favor, Baek. Lê para a gente, o tio Chan nunca faz isso. — Yong pediu do outro lado do quarto e sua voz veio como quase uma súplica e não aguentou, acabou segurando o livro em sua mãos, vendo que se tratava de um dos clássicos que mais gostava.

Dahye tinha lhe dado “O pequeno príncipe” e não evitou sorrir ao ver aquele exemplar novamente. Acabou recordando-se de quando sua mãe ou seu pai, acabavam lendo aquele livro para ele e para Yeri, quando eles tinham a idade parecida com a das duas crianças. Tinha sido um livro bem importante para ele naquela fase da vida, até porque quando era criança, ele não entendia muitas mensagens que o livro tentava passar, mas graças aos seus pais, ele começou a compreendê-las melhor e tudo ficou ainda mais claro com o envelhecimento. Jamais poderia recusar um pedido daqueles, ainda mais vindo dos dois maiores anjinhos de sua vida, Baekhyun não conseguia recusar nada à eles.

— É uma escolha interessante, esse livro. — Comentou, antes de sentar em uma cadeira que estava ali perto de uma escrivaninha. — Eu adoro esse livro.

— Foi um presente da mamãe. — Dahye respondeu. Quando abriu o livro notou que havia uma dedicatória pequena, bem na primeira página. Estava um pouco nervoso por tocar em algo tão íntimo. A letra de Yoora era delicada, assim como tudo nela aparentava ser. Era um texto simples, mas carregado de amor, dedicando à obra para seus filhos e Baekhyun, que nunca tinha tido o prazer de conhecê-la, sentiu os olhos encherem de lágrima, se emocionando por sentir o amor de mãe naquelas linhas. — Ela tinha começado a ler para gente.

— Mas ia ser legal se você começasse do início, Baek. — Yong pediu e Baekhyun acabou sorrindo pelo jeito como a criança estava tirando proveito de sua boa vontade.

O babá não iria dizer mais nada, apenas abriu o livro e iniciou a leitura, começando a sentir aquela nostalgia gostosa o abater, estava revivendo seus tempos de infância a cada parágrafo lido.

Como era uma criança perdida dentro de um corpo de adulto, Baekhyun inventou de fazer vozes para cada personagem diferente e isso causou muitas risadas nas crianças, que estavam adorando toda a encenação do homem. Porém, no meio da história, as risadas passaram para um clima tenso, pois o jeito como estava conduzindo a história, estava os prendendo demais em sua narrativa, até os fazendo perder o sono, que era o total contrário do que estava planejando com a leitura.

Estavam em um momento bem divertido e descontraído, rindo com as crianças devido a última cena que havia lido. Até que uma quarta pessoa surgiu no breu que estava tornando-se o quarto, assustando as crianças e Baekhyun que estava tão envolvido com a história que não o havia notado até então:

— Posso saber o que é isso? — Chanyeol perguntou, chocado por encontrar eles tão dispersos naquelas alturas da noite. Olhou para Baekhyun, que estava encolhido na cadeira, pois sabia que ele era o motivo para as crianças estarem acordadas e, para piorar, bem elétricas. E o babá também sabia que era para ele que viria a bronca, pelo empresário ter chegado bem naquela hora.

— O Baekhyun está lendo para gente! — Dahye respondeu na frente do babá. Mas Chanyeol continuava olhando para o verdadeiro culpado por aquela pequena festa, afinal ele era o adulto e tinha que tomar as rédeas da situação, não deixar as crianças livres para fazerem o que bem entendiam. — Ele está lendo o livro que a mamãe lia para gente.

— A mãe de vocês deu esse livro para vocês? — Disse pegando delicadamente o objeto da mão de Baekhyun, um pouco admirado por Yoora ter dado justo aquele livro para seus filhos. Chanyeol folheou suas páginas, notando que elas estavam bastante gastas, percebendo que não era um livro qualquer, principalmente quando encontrou a última página. Era o livro que eles haviam ganhado de Nabi quando ainda eram bem pequenos. — É o nosso livro.

— Como assim? — Baekhyun perguntou, querendo saber o motivo para Chanyeol ter esquecido toda a bronca que queria dar à ele e ficado tão sentimental repentinamente.

— É o livro que a nossa babá nós deu quando éramos pequenos. Não acredito que a Yoora guardou isso. — Voltou a folhear, sentindo como se estivesse em uma máquina do tempo, que o teletransportou automaticamente para quando ainda era apenas um garotinho e, como ele era medroso naquela época, só conseguia dormir depois que Nabi lesse uma história para ele e para Yoora dormirem, igualando-se ao Baekhyun estava fazendo naquele momento. — Eu amava ele quando era criança.

— E pelo visto sua irmã também. — Completou, vendo como o homem estava feliz por notar que algo de seu passado bom estava sendo repassado para as crianças.

— Você estava fazendo exatamente o que a Nabi fazia. É quase como se eu fosse o Yong e Dahye a Yoora. Meu deus, que nostalgia. — Entregou novamente o livro para o babá, mas Baekhyun decidiu que não queria mais exercer aquela função, Chanyeol tinha que agir como pai deles.

— Engraçado você dizer isso. Porque meus pais também liam para eu e minha irmã antes de dormir. Era exatamente assim… — Respondeu a fala de Chanyeol, porque o empresário não tinha sido o único a ficar abalado com um simples livro. — Por que você não faz o papel da babá hoje e lê para eles?

— Eu não sei fazer isso. — Respondeu, ficando um pouco nervoso e Baekhyun estranhou sua atitude, afinal não via Chanyeol perder a postura há um tempo considerável, e toda vez ainda seria uma grande surpresa.

— Não sabe ler, Chanyeol? Como foram deixar você no comando de uma empresa? — Perguntou, brincando, e ele não foi o único a dar risada, já que as duas crianças, bem espertas, começaram a rir junto do babá, fazendo o empresário ficar nervoso por alguns segundos.

— Vamos titio. Lê para gente. — Yong pediu, após acabar com a sessão de risos.

Como não tinha outras escolhas, decidiu acatar o pedido e se sentou ao lado de Baekhyun, em outra cadeira que sempre estava por ali. O empresário segurou o livro carregado de memória em sua mão e voltou a leitura do exato ponto, onde Baekhyun havia parado. Porém, Chanyeol não estava lendo do mesmo jeito que o babá, ao contrário dele, que parecia carregar uma emoção em cada frase que dizia, Chanyeol estava lendo como se fosse um manual de instruções e não uma história para entreter crianças.

— Não assim não. Tem que fazer as vozes. — O garoto o cortou, fazendo Chanyeol parar sua leitura para encará-lo, não estava acreditando que seu sobrinho ainda estava tendo a audácia de reclamar da maneira como estava lendo.

— Eu não vou fazer voz alguma. — Chanyeol disse, ficando novamente irritadinho, não estava gostando das atitudes que seus sobrinhos estavam tomando, aliás ele nem deveria estar fazendo aquilo, após um dia tão longo de trabalho.

— O Baek lê com voz de personagem. — Novamente, foi Yong que disse e isso despertou uma parte ainda mais nervosa de Chanyeol.

Foram alguns minutos de silêncio que se estenderam, até que o empresário decidisse voltar a ler, porém dessa vez, inventando voz para os personagens. A história estava no justo momento onde o pequeno príncipe estava tendo uma conversa promissora com sua rosa e ele foi obrigada a fazer uma voz fina para interpretar aquele personagem. Porém a voz de Chanyeol estava longe ser fina e gerou em uma imitação extremamente estranha e engraçada, fazendo todos presentes no cômodo rirem de sua péssima interpretação.

— Eu não vou ler mais nada. — Respondeu, bravo, ao ver como todos estavam reagindo à sua tentativa de fazer algo legal. — Não entendi o que foi tão engraçado.

— Você sendo uma bela rosa. — Baekhyun comentou, voltando a rir, o jeito como Chanyeol ficava bem infantil às vezes, também era bem engraçado. — Não precisava ter afinado tanto a voz.

— Olha eu acho que já deu, né? Foi emoção demais para um dia. Amanhã o Baek pode continuar lendo para vocês. — Respondeu, levantando-se da cadeira porque cansou de servir de palhaço para as pessoas e precisava urgentemente dormir, assim como as crianças que tinham aula no dia seguinte.

— Ou você pode fazer isso. — Baekhyun incentivou. Queria muito que o Chanyeol fizesse aquilo para entender que não iria apenas prestar o papel de pai para aquelas crianças, ele teria que ser igual a Nabi foi para ele e sua irmã no passado.

— Vocês podem fazer isso juntos. Vai ser bem legal. — Dahye deu a sugestão e ambos os homens se olharam, porque com certeza não estava no plano de nenhum prolongar momentos juntos. Mas eles também amavam demais aquelas crianças para recusar um pedido carinhoso daqueles.

— Se vocês forem bonzinhos, quem sabe? Mas não pode zoar o titio. — Chanyeol disse, colocando sua cadeira no lugar e deixando o livro sobre a escrivaninha, porque sabia que iria fazer aquilo novamente de qualquer jeito, só para deixá-las com aquele sorriso alegre no rosto.

— Tudo bem. A gente promete. — Yong respondeu, querendo que o tio acreditasse em suas palavras e não tinha como não acreditar, com o garotinho dizendo aquilo de uma maneira tão doce.

O empresário seguiu até a cama de cada um e fez algo que não fazia há muito tempo: deu um beijinho na testa de cada um e foi um gesto que mexeu bastante com as crianças, pois ambos sorriram após o contato. Baekhyun seguiu logo atrás, repetindo a mesma ação carinhosa, mas como condizia sua personalidade, ele também disse palavras doces à elas:

— Boa noite, meus amores. — Foi o babá quem disse, ao se despedir após apagar a luz e fechar a porta, ouvindo um “boa noite tio Baek e tio Chan” em resposta, e ele sabia que iria ter uma noite maravilhosa após aquilo.

Depois de fechar a porta, só restavam os dois homens no ambiente do corredor que estava com uma iluminação bem precária, para deixar o clima ainda mais tenso, pois ambos tinham muita coisa na mente, mas nenhuma palavra era dita, pois nenhum deles sabia exatamente o que dizer:

— Pela primeira vez, temos algo em comum. — Foi Baekhyun quem quebrou o silêncio, atraindo a atenção de Chanyeol, que estava bem curioso pelas suas próximas palavras.  — Nós dois tínhamos irmãs com as quais dividimos o quarto quando éramos menores, apenas para ouvir uma boa história, e o livro também era o mesmo.

— Isso, é bem legal. Porque também é algo que temos em comum com eles. Eu ainda não tinha percebido nada neles que remetiam a minha infância, até porque o mundo mudou tanto...

— Mas boas histórias continuam sendo boas histórias, principalmente quando alguém especial lê apenas para você dormir, não é? — Perguntou, voltando a se sentir nostálgico, estava se vendo demais na situação que havia passado há alguns minutos. — Eu amava quando meus pais faziam isso. Você deveria fazer isso mais vezes com eles, é muito bom.

— Eu não tenho tempo. Por mais que eu me dedique muito, no final do dia eu estou cansado, Baek. Eu só quero dormir, porque meu dia seguinte vai ser bem puxado, eles sempre são. — Explicou as razões que tinha para não fazer daquela ação uma rotina, amava suas crianças, mas também amava o estilo de vida que levava e precisava sustentá-la de alguma forma. — Eu queria que você estivesse aqui para fazer isso por elas.

— Eu gostaria muito. — Foi sincero. Seu dia tinha sido maravilhoso, poderia passar a noite inteira na companhia das crianças, assim como já eram suas manhãs e não tinha problema algum. — Mas eu tenho faculdade e, às vezes, mais aulas em dia do que em outros. É tão ruim como temos outras obrigações que nos impedem de sermos pessoas melhores para eles.

— Mas eu tenho certeza que eles entendem a gente. — Chanyeol disse, deixando um suspiro bem cansado sair de entre seus lábios. — São crianças de ouro e muito compreensíveis.

— E a gente compensa com outros momentos também. Aliás eu espero que você tenha falado realmente sério, sobre isso. — Baekhyun disse, um pouco esperançoso, afinal não era apenas as crianças que desejavam ter mais momentos com Chanyeol. O babá gostaria muito de ter companhia deles mais vezes, como estava acontecendo com uma boa frequência. — Elas falaram disso hoje o tempo todo.

— Eu irei. — Novamente, outro suspiro exausto saiu de sua boca, enquanto ele olhava o vulto de Baekhyun, que estava pouco iluminado devido a baixa intensidade que tinham deixado as luzes pelo corredor. — Está sendo bom, não somente para eles.

— Ainda bem que você também tira proveito disso. Seu semblante até mudou, Chanyeol. — Respondeu seu chefe, porque queria que ele soubesse que estava notando cada pequena mudança em sua personalidade. Ainda continuava o mesmo, mas estava evoluindo em muitos quesitos e queria que ele soubesse que notava tudo.

— É, você não foi o único me falando isso por essa semana. — Recordou-se da conversa que teve com o melhor amigo, até porque Junmyeon havia dito que Baekhyun tinha um grande peso naquelas mudanças e ele sabia que era verdade. — Agora vamos dormir. Aposto que está muito cansado.

— Eu estou mesmo. — Foi a sua vez de deixar um suspiro cansado sair de sua boca. Olhou uma última vez para o empresário, sentindo seu coração começar a bater rápido em uma fração de segundos. Não sabia os motivos para aquele homem mexer tanto consigo, fazendo literalmente nada.

Estava saindo do corredor, para descer as escadas e ir para o quarto de hóspedes que tinha no andar de baixo, porque não gostaria de dormir no mesmo andar que o Chanyeol e as crianças, parecia que era íntimo demais e sabia que aquele quarto era dedicado aos amigos mais próximos para quando precisassem ficar pela casa. Mas seus passos foram impedidos por Chanyeol o chamando, até o assustando um pouco:

— Você não vai dormir com essa roupa, Baekhyun. — Disse e Baekhyun acabou olhando para os próprios trajes, estava com uma camiseta que levava na mochila às vezes, mas ainda estava com sua calça jeans, porque não esperava que fosse dormir fora de casa por aquela noite, então não tinha se preparado nada, mas estava esperando chegar no quarto para se livrar dela. — Vem, deve ter alguma coisa no meu quarto que serve para você.

Seguiu o caminho pelo corredor, e Baekhyun respirou fundo antes de seguir seus passos, estava nervoso, mesmo não havendo um motivo plausível para isso, mas sua cabeça estava à todo momento agitada. Afinal, ele estava seguindo para o quarto do empresário as altas horas da noite, até estava parecendo que outra coisa poderia se seguir dali.

Quando chegou no cômodo, ficou perto da porta, porque não queria que Chanyeol notasse seu nervosismo, enquanto isso, sem se importar com muita coisa, o platinado começou a tirar suas vestimentas. Começou pelo sapato social, que tirou ainda em pé, como se os sapatos estivessem maltratando seus pés. Depois, jogou seu terno em uma cadeira que tinha por ali e que aparentava servir apenas para sustentar roupas que não iam para o balde de roupas sujas. Também desatou o nó de sua gravata, dando o mesmo fim que as outras roupas. E para finalizar, começou a abrir os botões de sua camisa social, fazendo aqueles movimentos seguirem em câmera lenta, na cabeça de Baekhyun, pois o próprio estava hipnotizado por cada pequena ação que Chanyeol fazia. Estava observando como ele ficava bem sexy, quando estava cansado, ao ponto de tirar sua roupa com tanta pressa, apenas a fim de se livrar de seus apertos, para poder finalmente relaxar. Era uma ótima visão, não havia nada mais bonito do que Chanyeol para si nos últimos tempos e por isso sabia que, caso ele terminasse de tirar a blusa, não responderia pelos seus próprios atos.

— C-chanyeol a r-roupa. — Sua voz saiu de maneira falha e nem ele tinha percebido o quão aflito estava. Suas palavras fizeram o empresário parar as ações para olhá-lo.

— Eu só queria me livrar disso logo. — Explicou seus motivos, virando-se de frente para Baekhyun, que perdeu o fôlego com a visão que encontrou. Os cabelos bagunçados, as marcas de cansaço no rosto, a calça amassada e a blusa quase toda aberta, revelando que seguir uma boa dieta como a dele valia muito a pena. — Você pode ir no meu closet e vestir algo.

Tinha escutado o que ele havia dito, mas sua voz grossa e rouca, que estava lenta por aquela noite, só serviu para alimentar ainda mais a imaginação fértil que Baekhyun tinha. O homem ficou parado o olhando, sendo manequim para seus desejos mais obscuros, enquanto Baekhyun estava impossibilitado de expressar qualquer ação, porque tudo que queria era apenas realizar uma: Jogar aquele homem sobre o colchão da própria cama, enquanto subiria por cima, terminando de bagunçar os cabelos tão alinhados que sustentava pelo dia. Beijando seus lábios grossos que sempre pareciam estar a convite dos lábios finos de Baekhyun e terminar de tirar aquela camisa, para revelar tudo que escondia por debaixo daquelas roupas formais.

— Baekhyun. Você está bem? — Perguntou, ainda mais próximo de si do que se lembrava. Novamente havia se perdido em sua ilusão, ao ponto de Chanyeol ser obrigado a despertá-lo.

— Eu estou. — Respirou fundo, tirando qualquer imagem que tinha sua em cima de seu chefe da cabeça. Ele precisava pensar em outra coisa, até porque seria naquela casa que iria dormir e ele precisava se controlar. — Pode ir comigo. Eu acho estranho invadir seu espaço pessoal assim.

— Isso você acha estranho, né? Depois de tudo que você já fez. — Comentou brincando, até porque não era uma total mentira.

— Mas é seu quarto, sua cama, suas roupas, suas coisas. É muito estranho. — Respondeu afobado, porque ainda não tinha superado tudo que estava pensando à minutos atrás.

Decidiu que não iria discutir com o babá e fez um gesto para que ele o seguisse até uma pequena porta que tinha no seu quarto, ali era a parte que ficava entre seu quarto e o banheiro, ou seja, seu closet. Quando Baekhyun entrou no lugar, não poderia ficar mais deslumbrado, sempre imaginou que mulheres ricas tivessem um bom uso de tanto espaço, devido a tantas vestimentas diferenciadas que elas possuíam, principalmente por viverem em festas. Mas não imaginava que Chanyeol também usava muito o ambiente, com tantos ternos e camisetas sociais que tinha guardadas ali.

O homem foi até uma das gavetas pretas e retirou de uma camiseta que parecia ser larga, mas não como todas que usava e também escolheu um de seus shorts que quase nunca usava e, por isso, eles acabavam gastos e pequenos, e entregou para Baekhyun, pois com certeza seria bem melhor do que dormir com que ele estava usando no momento.

— Obrigado. — Disse ao pegar o que seriam suas vestes por aquela noite.

— Não precisa agradecer. E, Baekhyun, dorme no quarto de cima, nem faz sentido você ficar lá embaixo. — Ofereceu ao babá, e ele ficou bem tocado pelo gesto gentil, mas ainda não achava uma boa ideia, estava imaginando o que seus colegas de trabalho iam pensar.

— É muito íntimo. Esse quarto é para seus amigos e…

— Baekhyun, sério mesmo? Você fazendo o humilde. Por favor. Você vive praticamente dentro dessa casa. Além de que você é quem cuida dos meus sobrinhos e eu acho que já temos intimidade o suficiente.

Não o suficiente, era o que Baekhyun gostaria de dizer, até porque caso tivessem, a última coisa que estariam fazendo seria estar tendo aquela conversa. Mas não poderia responder nada, estava contente por Chanyeol ter dito aquilo, até porque realmente os laços entre eles estavam aumentando gradativamente. Ia apenas se despedir de seu chefe e lhe desejar uma noite de sono, quando, despreocupadamente, o empresário voltou a dedicar a atenção para sua camisa, querendo se livrar dela. Em uma atitude impensada, Baekhyun segurou sua mão impedindo seus movimentos, causando uma expressão espantada no rosto do Park.

— Pode esperar eu sair daqui?! — Desequilibrado perguntou, ainda mantendo sua mão no mesmo local, notando após alguns segundos o que havia feito.

— Por que? Isso te incomoda? — Arqueou as sobrancelhas, claramente querendo provocar Baekhyun. Estava completamente ferrado por ter dado brechas ao maluco indeciso do Chanyeol, que tinha uma parte que adorava implicar consigo, sem se importar com os limites. — Qual foi, Baekhyun? Só estou tirando minha camisa.

— E-eu sei. — Nervoso respondeu, porque não sabia ao menos o que dizer, pois não havia motivo plausível para ter agindo daquele jeito, mas estava a um passo de voar em cima de seu chefe. — Não me incomoda. Eu vou dormir, ok? Boa noite.

— Está fugindo? — Voltou a chamá-lo, fazendo, por impulso, Baekhyun voltar a ficar dentro do closet, pois mesmo em estado de choque, ele odiava ser provocado daquela maneira. — O que foi agora?

— Não é possível que você seja tão ingênuo. Não é possivel, Chanyeol. — Respondeu, ficando ainda mais tenso com toda a cena, além de tudo, ele tinha adquirido o poder de deixá-lo desconcertado. — Não é possível que você não note que é tão gostoso. — Tapou a boca imediatamente após dizer as palavras, sentindo que estava ficando extremamente vermelho por pura vergonha e só queria sair dali.

— Pena que eu não sou tão inocente quanto você pensa. Mas não notei que você tinha reparado nisso. — Um sorriso largo cresceu em seus lábios e Baekhyun queria muito sair dali correndo porque não sabia lidar com aquele lado ousado do Park. — E muito menos esperava que apenas isso te afetasse.

— Vai à merda. — Nervoso respondeu, não sabia porque não estava encontrando palavras certas naquele momento. Odiava quando Chanyeol conseguia reverter os papéis entre eles e quem acabava ficando nervoso, era ele. Gostava muito mais quando ele era o motivo dos cabelos desalinhados dele. — Já elevou seu ego, já?

— Não é no meu ego que eu estou pensando. — Respondeu, voltando a ficar sério. E, naquele momento, ele mordeu o lábio inferior, enquanto seus olhos observavam Baekhyun da cabeça aos pés, secando cada milímetro de seu corpo. Um frio perigoso correu a espinha de Baekhyun, devido a angustia que surgiu por aquele olhar que o atingiu, era mais um dos olhares de Chanyeol que ainda não conhecia e era mais um que tinha gostado, e muito. — Com certeza não é no meu ego que eu estou pensando.

— E por que você não me dá o prazer de saber? — Resolveu entrar na onda de Chanyeol, afinal já não tinha o que perder mesmo.

— Acho que você sabe muito bem que não é o prazer que eu quero te dar. — Como sempre, Chanyeol era direto e não possuía rodeios. Era uma das coisas que mais gostava no empresário, ele sempre ia direto ao ponto. E, esse também era o maior motivo para Baekhyun ficar tão desajustado sempre. — Melhor você ir para seu quarto.

— Tudo bem. — Respirou fundo, sentindo o calor percorrendo todo seu corpo. Afinal, por um segundo, todas as suas fantasias poderiam se tornar verdade e Baekhyun queria muito que Chanyeol realizasse seus maiores desejos,

Mas se apenas um beijo poderia causar muitos desastres na relação dos dois, imagine caso fossem além. Por isso, deixou que sua parte racional, que nunca era presente, tomasse as rédeas e saiu do quarto, praticamente correndo, porque não sabia agir de outra maneira, era desesperado daquela forma.

Chegou ao quarto, nem dando tempo para se deslumbrar com a beleza que ele tinha, afinal todos os cômodos daquela casa foram planejados nos mínimos detalhes. E, mesmo estando em um quarto que tinha o dobro do tamanho do seu e com uma decoração bem melhor que seu gosto particular, não tinha cabeça para notar os detalhes. Sua mente ainda estava no closet de Chanyeol, onde sua mão estava estava em seu abdômen, em um momento impulsivo, se misturando com o olhar que ele lhe deu depois de uma conversa que havia o deixado tenso em questão de minutos.

Sabia que seria uma missão difícil dormir na mesma casa que o empresário com sua mente tão conturbada. Mas não imaginou em uma fração de minutos tudo aquilo poderia acontecer. Poderia ter ido apenas buscar a camiseta e saído logo, mas Chanyeol tinha que agir insanamente desencadeando todos aqueles eventos que com certeza não estava preparado.

Não seria fácil conseguir dormir quando sabia que a alguns passos, poderia chegar ao quarto dele e finalmente matar todas as vontades que estava o consumindo a dias, até porque ele havia deixado bem claro que compartilhava dos mesmo desejos. E Chanyeol com certeza era bem mais fácil, porque por Baekhyun ele mandava tudo pro inferno e terminava de tirar a camisa dele agora mesmo. Mas não podia, mesmo querendo muito, não podia.

Por isso respirou fundo, caminhando até o pequeno banheiro que tinha dentro do quarto, porque ele precisava de uma água gelada, pois seu corpo tinha ficado animado até demais. Mesmo Baekhyun aceitando todas as vontades que tinha perante ao chefe, ainda não era fácil lidar com eles, ainda mais quando parecia que estavam ficando cada vez mais intensos. E Chanyeol não facilitava em nada, fazendo o possível para provocá-lo até o fazendo chegar no limite, onde palavras impulsivas saiam em seu vocabulário, tornando tudo ainda pior.

Sabia que uma hora ou matava aqueles desejos ou eles o mataria. Afinal, ele estava a literalmente três passos de cometer uma insanidade maluca. Pois o diabo dormia ao lado.


Notas Finais


EAI GENTE?
Meu deus doeram de agonia para fazer o Chanyeol ir atrás do Baekhyun no meio da noite. Imagina só esse louco entrando no quarto. Mano o quanto eu queria fazer isso!!! Ele invadindo o quarto do nada e esquecendo de tudo... Imagina essa cena galera? Pena que infelizmente nosso Chanyeol não seria maluco a esse nível. (O Baekhyun sim)

Enfim comentem sobre tudo, vamos falar das partes fofas também como a primeira palavra do Sang saiu!!!! Mano a primeira palavra dele tinha que ser essa afinal né? Ele fica o tempo todo com o Baekhyun.

E também vamos falar sobre o Chanyeol lendo livrinho infatil para as crianças. Quem te viu quem te ver viu senhor Park? Quem diria que um dia estaria assim... Ora ora.

Enfim, vim pedir para vocês entrarem no nosso grupinho não quero acabar perdendo o contato com os meu leitores :(
Meu twitter: pcysoliste.
Até sábado que vem.


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