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História Sublime - Sobre melhores amigos.


Escrita por: pyromanic

Notas do Autor


Olá, sábado chegando e com isso um capítulo de Sublime kkkkk (vou parar de iniciar assim, eu juro) Como vocês estão? Eu sei que é uma época muito difícil para todos e eu estou mandando forças para cada um, espero que tudo ocorra muito bem com vocês e com a família de vocês. E também espero que minha fanfic sirva de entretenimento para vocês, nessa época, espero que conseguiam espairecer um pouquinho com o Chanyeol, Baekhyun e as crianças!

Vocês morreram de amores com o último capítulo não foi? Bom se vocês já estavam tombando pro ladinho do Chanyeol no capítulo anterior, estou imaginando depois desse viu... Esse com certeza é um capítulo muito importante para vocês compreenderem mais ele e também para a história em si.

Quero agradecer a tantos comentários que teve no último capítulo, isso mostra que vocês estão gostando muito da história! E me deixou extremamente feliz por ver como vocês estão realmente se envolvendo tanto quanto a mim!!! É incrível isso...Não tomarei mais o tempo de vocês...( e eu tenho que admitir que amo tanto o Jongin quanto vocês, ele tomou a cena totalmente)

Obrigada Ari, meu amor, por beta. E Boa leitura^^

Capítulo 5 - Sobre melhores amigos.


Fanfic / Fanfiction Sublime - Sobre melhores amigos.

Sublime.

Quinto capítulo: Sobre melhores amigos.

por: pyromanic

Era mais uma vez tarde do dia, Baekhyun estava sentado no sofá ao lado de Yong e com Sang em seus braços. Dahye estava em suas aulas de luta, aproveitando a tarde da maneira que mais gostava e, enquanto isso, Baekhyun havia decidido descobrir mais sobre o que Yong gostava de fazer. Deixou para ele a escolha das atividades por aquela tarde e, com o clima mais ameno, o menino decidiu assistir um filme de desenho na companhia de seu babá e seu irmão. O menino havia escolhido assistir zootopia, alegando que, além de ser um filme que gostava muito, também conseguiria prender a atenção de seu irmão por haver muitos bichinhos e era algo que ele sabia que o bebê gostava. Mesmo não estando na lista, Baekhyun resolveu fazer pipoca para comerem durante o filme, um dia saindo da rotina alimentícia não faria mal e o clima pedia por uma pipoca amanteigada.

— O titio Chan adora. — Comentou, prestando atenção no desenho.

— O que, meu bem? — Baekhyun perguntou, enchendo a mão de pipoca e levando até a boca, ele realmente amava comer aquilo.

— Zootopia, ele adora. A gente vivia assistindo sempre que eu vinha para cá, porque ele gosta muito.

— Sério? — Perguntou, um pouco surpreso, não imaginava que Chanyeol podia possuir gostos infantis. Não conseguia imaginá-lo vendo um filme de desenho por diversão própria.

— É sério. Ele tem até camiseta do Nick. E ele me deu uma muito linda. — Apresentou a nova informação para Baekhyun que olhou para a criança. Ele daria tudo para ver o empresário sério vestido com uma camiseta estampada de desenho, ele precisava ver aquilo.

— Eu queria ver isso.

— Ele quase não usa. — Yong fez um biquinho nos lábios. — Você podia usar um dia. Ficamos combinando.

— Claro que sim. — Sorriu, porque havia gostado da sugestão do menino, queria ser mais participativo. — A gente compra uma da Judy para Dahye.

— Isso! — Ele ficou animado com os planos que Baekhyun estava sugerindo. — A gente vai sair, não vai, Baek?

— Podemos fazer algo, Yong. Estaremos lindos demais para ficar em casa.

— Qual o seu desenho favorito? — Perguntou, animando-se com assunto, Baekhyun se sentia realizado por estar conseguindo o deixar mais confortável.

— Hum. Difícil essa, mas acho que é "O rei leão". — Disse, após pensar por alguns minutos, ninguém nunca tinha feito aquela pergunta para ele.

— O meu também. — Yong praticamente gritou devido a empolgação e Baekhyun riu. — O da Dahye é zootopia, por causa do titio.

— Então ela vai ficar muito chateada em saber que estamos vendo sem ela.

— Quando ela chegar a gente vê outro. — Tentou contornar a situação como pode, Baekhyun só conseguia achar graça no menino.

— Ela e seu tio eram próximos? — Perguntou de maneira inocente, pelo o que havia percebido a menina mais velha era muito próxima de Chanyeol.

— A Dahye e o titio Chan? Sim, muito. — Comentou, finalmente devolvendo o olhar para o babá. — Eles faziam bastante coisa juntos.

— Como o que?

— Jogavam futebol, vídeo-game… O titio até já participou das aulas junto com a Dahye.

— E você? — Novamente outra questão veio, Baekhyun não conseguia de parar de investigar a vida daquelas crianças.

— Ele fazia muita coisa comigo. A gente desenhava, pintava, ele já tentou me ensinar a tocar. Mas acho que não tenho jeito. — Outra vez um bico formou-se em seus lábios, tornando-se a mania mais fofa que Baekhyun já havia visto.

— Acho que o seu tio tem que voltar a fazer tudo isso.

— Ele tem que voltar a ser legal. — Cruzou os braços emburrado, ainda com o bico em sua boca. 

— Eu concordo contigo. — Baekhyun puxou a bochecha dele porque não aguentou de tamanha fofura. — Mas seu tio vai mudar, Yong. Ele vai ficar mais com vocês.

— Eu sinto saudades. 

— Iremos dar um jeito nisso. — Tentou tranquilizá-lo, porque ele realmente iria fazer de tudo para ajudar o menino. — A aula da sua irmã está acabando, quer ir comigo buscar ela?

— Quero!

Baekhyun levantou-se do sofá com Sang em seus braços e, segurando a mão de Yong, saiu da residência, caminhando até a garagem. Colocou eles na cadeira apropriada e depois seguiu até a do motorista. Mesmo dirigindo nervoso, Baekhyun estava aprendendo a lidar com aquele veículo e já não ficava com tanto medo como havia ficado no primeiro dia, quando Chanyeol sugeriu que usasse. Agora até gostava da ideia, porque conseguia fazer as coisas com mais praticidade e mais rápido. Caso fosse fazer outras atividades com as crianças, como o planejado, o carro seria bastante útil.

Logo que chegou a academia onde Dahye tinha suas aulas, a menina veio correndo até o veículo com a animação que era uma de suas fortes características. Cumprimentou todos, até fazendo certa gracinha para o bebê e, durante o caminho inteiro, comentou sobre os movimentos que estava aprendendo com o professor.

Quando chegaram a residência, a menina correu, atirando sua mochila pelo corredor como era de seu costume e Baekhyun sempre a recolhia, mesmo já tendo brigado com a menina em outros momentos no quais ela havia feito a mesma coisa:

— Eu não acredito! — Ela gritou ao ver o que estavam assistindo antes dela chegar. — É meu desenho favorito.

— O Yong só me avisou mais tarde, eu disse que você ficaria chateada. — Baekhyun deu sua versão dos fatos, vendo a menina virar contra o irmão de braços cruzados. 

— Você sabe que eu amo esse filme. — Pela primeira vez, havia visto Dahye tomar o posto manhoso de Yong e não poderia achar mais adorável.

— Ainda está no meio do filme, podemos continuar. — Baekhyun intrometeu-se antes de Yong se defender. — O tio Baek fez pipoca.

— Pipoca. — A menina logo voltou ao seu estado normal, pulando de alegria com algo simples.

— Vai lá pra cima tomar banho e trocar de roupa que eu irei fazer mais. — O babá pediu e nem precisou dizer mais nada porque logo a garota correu, subindo as escadas e indo fazer o que lhe foi mandado.

Com os outros dois em seus encalço, Baekhyun foi preparar mais pipoca na cozinha, o que era uma tarefa bastante fácil já que Chanyeol possuía utensílios para praticamente tudo e tinha uma pipoqueira parada na bancada da cozinha que estava implorando para ser usada. Fez bastante pipoca, porque queria que eles aproveitassem mais um pouco do dia, além das atividades que faziam durante o período escolar, queria dar mais alegria a eles.

Quando Dahye disse que era seu filme favorito, não estava brincando. A menina sabia quase todas as falas e gostava de repeti-las durante as cenas, mesmo recebendo muitas broncas de seu irmão mais novo que gostava de prestar atenção nos mínimos detalhes.

Depois que o filme acabou, Dahye escolheu outra coisa para assistir, porque havia sobrado muita pipoca e eles estavam apreciando veridicamente a sessão repentina de filmes. Baekhyun tinha acabado de selecionar outro filme na netflix quando a porta foi aberta de maneira brusca assustando todos os presentes no cômodo. 

Para a surpresa de qualquer um, Chanyeol entrou na residência caminhando com feições não muito amigáveis pela sala de estar. Cumprimentou todos com educação e logo correu para a cozinha, fazendo um sinal para que Baekhyun o seguisse até o cômodo e, mesmo muito assustado com os últimos acontecimentos, Baekhyun levantou-se do sofá e seguiu seu chefe pelo local.

— Está tudo bem? — Perguntou preocupado, sentia que algo havia acontecido para ele aparecer tão cedo em casa e ainda não estando de bom humor.

— Não. — Procurou o filtro de água se servindo com um copo do líquido transparente. — Eu tenho uma reunião daqui a pouco. Será aqui em casa, então por favor cuide das crianças para mim e não as deixe descer, eu prefiro fazer isso aqui e não no escritório.

— Tudo bem, eu cuido deles. Não precisa se preocupar com isso.

— Está me ajudando muito.

— Desculpa, senhor Park. Mas por que não está fazendo essa reunião na empresa? — A curiosidade falou mais alto que a noção e Baekhyun teve que fazer aquela pergunta.

— Porque é um assunto pessoal. — Respondeu sem dar muitos detalhes, Baekhyun já esperava por aquilo.

— Ah, eu entendi. 

— Eu estou indo tomar banho. — Comentou tirando a gravata do pescoço, ficando apenas com o terno e a blusa social branca por baixo. 

Suas expressões continuavam sérias e ele parecia muito preocupado com o que estava por vir. E, de algum jeito estranho, Baekhyun se pegou prestando atenção nos movimentos que o chefe fazia. Ele estava nervoso, então tudo o que fazia, seguia a mesma linha. Seu uniforme já estava fora das perfeições e padrões que normalmente seguia. Amassado e manchado pelo suor que escorria do corpo de Chanyeol em puro nervosismo e, mesmo estando naquele estado, Baekhyun finalmente conseguia entender o que o seu melhor amigo tentou lhe dizer a noite inteira: Chanyeol era atraente para um cacete.

Ele tinha as feições sérias, o que era um charme particular. O cabelo platinado alinhado combinava perfeitamente com o rosto, ainda mais por não ser o preto padrão dos empresários, o encaixando em uma beleza única. Além das roupas, que combinavam super com o estilo de vida que levava e o deixava com uma aparência predadora. No estado em que elas se encontravam, deixavam a suspeitava do que Chanyeol escondia atrás de tanto pano, evidenciando que uma dieta realmente poderia valer a pena.

— Está tudo bem? — Ouviu a voz do Chanyeol o acordando para a realidade. — Você está me olhando de uma maneira estranha.

— Desculpa. — Sacudiu a cabeça, tentando se livrar dos pensamentos que o atingiram sobre seu chefe naquele instante. — Eu me distraí.

— Isso parece ser recorrente. — Novamente Chanyeol deixou palavras ácidas saírem de seus lábios. Não era a primeira vez que pegava Baekhyun distraído daquele jeito.

— Pois não é. Não sou tão avoado assim.

— Certeza? — As sobrancelhas erguidas em tom de provocação irritaram Baekhyun profundamente. Ele nem falava consigo e, nas poucas vezes que o fato ocorria, ele conseguia irritá-lo facilmente.

— Sim, eu tenho certeza. — Cruzou os braços, agindo igual Dahye havia agido com Yong minutos atrás. — Está tentando se distrair? — Usou a ousadia que carregava em sua personalidade, atingindo Chanyeol em cheio que o olhou diretamente, ele não era muito bom para disfarçar.

— Você é esperto garoto. — Encheu o segundo copo de água, estava realmente preocupado. — Situações pessoais me deixam nervoso.

— Para um homem que lida com negócios diariamente, isso é uma surpresa.

— Eu prefiro muito mais lidar com papéis e falar sobre empresas do que ter que lidar sobre certas coisas. — Respondeu sincero, Baekhyun estava gostando de ter a primeira conversa decente com ele.

— O senhor tem problemas sociais, isso é notável. — Comentou, agora o provocando, atraindo mais uma vez sua atenção.

— E você tem uma língua bem afiada. — Respondeu surpreso, não imaginava que o babá fosse o responder a altura.

— Eu tenho mesmo. Mas fica tranquilo, eu irei deixar as crianças ocupadas para elas não incomodarem o senhor, seja o que for, você parece bastante nervoso com isso. — Estava prestes a sair da cozinha e deixar Chanyeol sozinho como ele parecia gostar de estar.

— E se mantenha por perto também. — Chanyeol fez o pedido, conseguindo surpreender o estudante pela segunda vez em questão de minutos. — Você consegue deixar o clima mais tranquilo, de algum jeito estranho.

Baekhyun havia gostado do que ele havia dito e foi impossível evitar o sorriso nos lábios, seus planos de ajudar seus garotos finalmente estavam trilhando o caminho que ele gostaria que trilhassem, porque tudo partiria daquele tio mau humorado que eles tinham.

— Por que o sorriso? — Novamente o Chanyeol que ele conhecia voltou a tona, agora cruzando os braços.

— Por nada não, senhor Park. — Usou o tom de provocação novamente e Chanyeol ergueu as sobrancelhas, parecendo surpreso com as atitudes que seu empregado estava seguindo.

— Você sempre foi assim? — Chanyeol continuou o assunto, parecia que estava gostando de conversar com Baekhyun.

— Sim. Não deve ter percebido, porque quase nunca está em casa. — Mais uma vez provocou seu chefe, cruzando uma linha perigosa, mas naquele dia ele decidiu que arriscaria.

— Está me julgando? Eu sou um homem ocupado e continuarei sendo. É para isso que você está aqui.

— Eu nunca ousaria te julgar. — Cinicamente respondeu, estava gostando do jogo no qual havia entrado. — Mas saiba que os seus sobrinhos precisam mais de você. Eu já tenho um carinho grande por eles, porém, infelizmente não sou o suficiente.

Não queria mais continuar o assunto com o empresário porque sentiu que já estava trilhando um caminho perigoso e estava amando demais seu emprego para acabar perdendo por ser intrometido demais.

Arrumou a bagunça que ele e as crianças haviam feito, havia brinquedos espalhados e muita pipoca caída pelo chão. Limpou tudo com muito cuidado e teve que dizer às crianças que a sessão pararia por ali, porque o tio teria um evento importante e logo eles ficaram muito tristes. Cada uma passou a se entreter como podia enquanto Baekhyun estava deixando tudo organizado. Enquanto fazia seu trabalho, o babá começou a pensar em coisas que poderia fazer para entreter aquelas crianças, porque elas já estavam desapontadas por tirarem elas de uma atividade que aparentavam estar gostando e agora ele precisaria recompensar aquilo.

Estava quase terminando, quando ouviu a campainha tocar, logo correu para atender porque, estranhamente, por aquele dia a casa estava movimentada. Quando abriu a porta, não pôde surpreender-se mais ao encontrar um homem muito bonito, com roupas sociais iguais a de Chanyeol e segurando uma maleta preta na mão. O homem logo o encarou e parecia tão nervoso quanto seu chefe. O fato de Baekhyun ficar o olhando por longos segundos não parecia estar ajudando.

— Oi, o Chanyeol já chegou? — O homem resolveu quebrar o gelo, acordando novamente Baekhyun. Nem acreditava que a “pesquisa” que havia feito no dia anterior iria ajudá-lo.

— Já sim. Ele está tomando banho, mas logo irá te receber. — Deu passagem para o homem entrar na residência e logo ele fez, ficando em pé ao lado da porta, esperando algo acontecer.

Baekhyun estava tentando compreender a situação no qual estava. Não era normal para nenhum dos dois agirem daquele jeito, porque, segundo as redes sociais, eles eram melhores amigos e se conheciam há anos, aquele nervosismos e formalidade eram totalmente fora do usual para o contexto.

— Está tudo bem? — Baekhyun perguntou para o advogado, que agradeceu mentalmente por não ficar em total silêncio. — Parece estar nervoso.

— É porque eu estou. Até parece que estou indo defender alguma empresa de algo grave. — Entrou no clima da conversa e Baekhyun surpreendeu-se ao descobrir que Junmyeon não era parecido com Chanyeol.

— Pensei que fossem melhores amigos. — Jogou a verdade, porque estava curioso do motivo pelo qual ambos estavam agindo com tanta estranheza.

— Eu também pensava. — Sorriu de uma maneira triste e Baekhyun sentiu muito naquele momento. — Ele se afastou bastante, ainda mais depois da morte de Yoora. Acho que ele sente que não merece ninguém, eu fico triste por ele. Ninguém merece se isolar assim e eu sinto falta dele. O Chanyeol pode ser um arrogante de merda, mas também é uma das melhores pessoas que já conheci. 

— Meu deus, mas o que será que houve com esse homem? — Baekhyun disse alto para si mesmo, mas Junmyeon estava ouvindo e logo deu risada do jeito do babá. — Ele nem parece ser a pessoa que eu conheço. 

— É porque, mesmo sendo desse jeito, ele consegue conquistar as pessoas, há uma parte dele muito bonita. — Junmyeon explicou, estava sendo mais claro que as crianças. Mas as histórias se encaixavam, parecia que havia outro Chanyeol por dentro daquele homem sério que Baekhyun conhecia.

— E por que vocês se afastaram?

— Também gostaria de saber. Mas o Chanyeol sempre teve essa mania de afastar as pessoas dele.

— Acho que você deveria ajudá-lo. — Tentou sugerir, ganhando a completa atenção de Junmyeon. — Você gosta e sente falta do melhor amigo e eu acho que é disso que o Chanyeol precisa no momento, de uma apoio muito grande. Você pode conversar com ele e tentar distraí-lo.

— E você acha que eu já não tentei isso? — O advogado perguntou como se não fosse óbvio. — Eu tentei de tudo quando a irmã dele morreu, mas o Chanyeol não queria falar comigo.

— Para ajudar um amigo, não se tenta só uma vez. Meses se passaram, a cabeça dele esfriou, com certeza está pensando de outro jeito.

— Tínhamos algo importante para resolver hoje. — Junmyeon analisou o menino de cabelos cacheados a sua frente, ele parecia ser muito simples e ele sabia que era um funcionário da casa. Não havia problema em comentar aquilo com ele. — É sobre a guarda dos sobrinhos.

— Como isso pode ser algo difícil?

— Chanyeol nunca quis ter uma família, acho que ele não está conseguindo lidar com a situação. É complicado para alguém que viveu sozinho a vida inteira e pretendia continuar assim, se ver responsável por três crianças tão novas, ainda mais  esses três que são tão complicados.

— A cabeça dele deve estar muito pilhada.

— Mais do que sempre foi. — Suspirou cansado, Junmyeon parecia travar uma batalha consigo mesmo quando falava sobre o amigo. — Por isso eu estou tão nervoso. Ninguém pensou que seria Chanyeol o guardião das crianças, mas com certeza estão bem melhores do que se estivessem com os pais dele.

— Acho que é só mais um motivo para você ajudá-lo. Tenta levar ele para um bar e ter uma conversa do dia a dia com ele. O Chanyeol precisa de algo fora da responsabilidade para livrar a cabeça dele de tanto compromisso, sua vida profissional é muito complicada, a pessoal não deveria seguir o mesmo caminho

— Você parece muito preocupado. — Junmyeon, usando as artes que aprendeu na faculdade, analisou Baekhyun. — Eu nunca te vi aqui antes, ou seja, é funcionário novo.

— Sim, eu sou. Mas eu sou muito mais sensível que qualquer pessoa daqui e eu não consigo ficar parado vendo tudo acontecer. Me deixa agoniado as circunstâncias nas quais o próprio Chanyeol se colocou. E me deixa pior ainda ver o que ele está fazendo com os sobrinhos por ser tão difícil, então, se ele não vai fazer algo, eu vou.

— Eu já gostei de você. — Junmyeon deu um sorriso largo para Baekhyun e o menino quase foi ao chão de tão lindo que aquele homem era, além de muito simpático. — Posso saber seu nome?

— Byun Baekhyun. Eu juro que não sou tão intrometido assim, normalmente eu só faço meu papel que é cuidar das crianças.

— Mesmo aparentemente você já sabendo disso, me chamo Kim Junmyeon. — Novamente o sorriso simpático surgiu em seus lábios. — Eu gostei do seu jeito, então não há problemas. E eu decidi que irei seguir sua sugestão.

— Sério? — Perguntou, animado feito uma criança, fazendo a conexão com Junmyeon aumentar, ele realmente havia gostado do estudante.

Antes de respondê-lo Chanyeol surgiu de um jeito repentino na sala. Ele trocou suas vestimentas formais, por outras formais, usando agora uma camisa de botões azul marinho e uma calça preta. Cores escuras que combinaram bastante com seu corpo, deixando ainda mais ele proporcional. Além do cabelo claro, que se destacou em seu rosto, o deixando com uma aparência ainda mais bonita. Baekhyun encarou ele por longos minutos, porque não conseguia não prestar atenção na beleza de seu chefe e queria matar Jongin por ter abertos seus olhos, queria permanecer em sua ignorância. 

O empresário caminhou até onde a conversa descontraída acontecia, meio receoso. Junmyeon nunca conversou muito com os empregados da casa, mesmo sendo sempre muito simpático com todos. O que já era um fato estranho, aquele diálogo acontecendo, só tornava-se pior quando o empresário notou risadas vindo daquela conversa.

— Está tudo bem aqui? — Perguntou, notando que sua presença havia quebrado totalmente o clima.

— Sim, está sim. — Foi Junmyeon que respondeu, tentando não deixar Baekhyun desconfortável. 

— Com licença. — Baekhyun fez uma reverência saindo sorrateiramente da conversa como se de alguma maneira fosse um intruso ali e aquilo incomodou Chanyeol, queria fazer parte da descontração que permanecia antes.

— Decidi que não iremos falar da guarda hoje. — Junmyeon explicou vendo as expressões confusas de Chanyeol retomarem. — Vamos sair, conversar.

— Para onde? Não se muda os planos do nada.

— Quando é com os amigos, se muda sim. E você não pode ir contra mim. — Sua mão foi para as costas de Chanyeol incentivando o menino a sair da casa e funcionou porque ele parecia cansado para iniciar qualquer discussão.

Baekhyun assistiu de longe, vendo seu chefe rendendo-se ao melhor amigo e ficou orgulhoso de si mesmo por estar conseguindo, de algum jeito, fazer o tio favorito das crianças voltar daquela profundeza na qual havia se colocado sozinho.

(...)

Por ser um dia da semana, eles optaram para ir a um café que ficava próximo a casa de Chanyeol, Junmyeon insistiu muito em ir a um bar para relembrar os velhos tempos, mas o empresário não conseguia deixar as responsabilidades de lado, logo mais Baekhyun iria embora e ele tomaria conta de seus sobrinhos e não poderia fazer isso alcoolizado. Além de que Chanyeol era um homem bem mais sossegado, gostava de festa, mas seu amigo Junmyeon era viciado nesse tipo de coisa.

O platinado estava estranhando muito seu melhor amigo, sabia que já não conhecia mais todas suas manias desde que se afastaram bastante por culpa sua, mas Junmyeon estava agindo de um jeito estranho. Pensou que a conversa seria carregada de estranhismo e frieza, apenas resolveria a guarda das crianças, que já estava sendo um processo muito delicado, porém o amigo o surpreendeu ao convidá-lo para uma conversa como há tempos não fazia.

— Eu nem te vejo na empresa. — O advogado comentou bebericando sua xícara de café com leite. — Sempre entocado naquela sala.

— Muita coisa para resolver. E meu pai está louco desde que o acidente aconteceu, só me lotou mais de trabalho. — Tentou se explicar, passando as mãos no cabelo em puro nervosismo.

— Eu acho que você trabalha demais. — Pontuou algo que o amigo tinha a plena noção, porque ouvia muito aquilo.

— Todos acham. — Respondeu com indiferença, ele já sabia daquilo e não tinha pretensão de mudar.

— Porque é uma verdade. — O amigo comentou usando o mesmo tom, queria que Chanyeol ouvisse suas palavras e começasse a entender seu ponto de vista.

— Por que você está fazendo isso? — Resolveu ir direto ao assunto, não gostava de enrolações.

— Isso o que? — Se fez de desentendido, voltando a bebericar seu café com leite e Chanyeol tratou de esclarecer as coisas:

— Isso. Sabe, estamos afastados. Nosso contato é unicamente profissional. — Explicou de maneira óbvia e seu melhor amigo o olhou. O olhar de Junmyeon estava carregado de decepção e o empresário sentiu a tristeza o atingir, não transparecendo o sentimento.

— E você acha isso certo? — Cruzou os dedos, colocando as mãos sobre a mesa evidenciando que, a partir daquele ponto, a conversa seguiria um rumo sério. — Você sempre teve esse jeito retraído. Mas éramos próximos, eu sentia que comigo, pelo menos, você se abria. Estávamos sempre nos bares, festas. Eu não queria que estivéssemos na situação que estamos agora.

— Desculpa. Mas eu não tenho cabeça para nenhuma festa ou barzinho no momento. — Explicou para o advogado, que, mais uma vez, suspirou pesadamente. Precisava fazer o empresário escutá-lo

— Não é esse o ponto. — Impaciente disse, porque seu amigo não conseguia entender. — Chanyeol. Você precisa compreender que tem a mim, como amigo. É divertido ir para bares, mas eu sempre fiz as coisas chatas que você gosta, como ir ao museu, porque sou seu amigo.

— Eu não queria falar com ninguém, Junmyeon. A Yoora seria a pessoa para quem eu iria conversar se eu precisasse de alguma ajuda e, quando eu notei que não iria mais ter ela para nada, eu... surtei. — Em um rompante de coragem confessou, Chanyeol não era muito de falar sobre seus sentimentos.

— O problema é que você sempre achou que só tinha ela. — Em um tom cansado respondeu. — Você esquece que tem mais gente.

— Isso é verdade, eu sempre me vi muito só. — Rendeu-se a sinceridade, não queria estar tendo aquela conversa, mas não podia fugir mais.

— Eu sei disso. E é mentira. — Tentou o convencer de sua fala. — A gente viveu tanta coisa juntos já. Eu sei que você não entende direito essas relações e acha que amigos, principalmente homens, não demonstram sentimentos.

— Eu não acho nada. — Desviou o olhar em uma clara demonstração de nervosismo. Junmyeon o conhecia bastante para saber que Chanyeol não gostava daquele tipo de comentário, mas se tinha alguém que faria aquele homem abrir a mente, seria ele.

— Chanyeol, você teve uma criação de merda. É por isso que não consegue compreender a nossa amizade. — Explicou para ele com calma, deixando o nervosismo para outra hora, afinal, estava feliz por ele estar aberto finalmente àquela conversa. — Mas você é importante pra mim. Eu quero te ver bem e eu sei que se isolar em um momento desses é a pior coisa que pode fazer.

— Você também é. — Sorriu tentando transparecer ser verdadeiro, Chanyeol não sabia agir naquele tipo de situação. — E eu não vou me afastar mais.

— Lógico que não. Eu não vou deixar. — Seu comentário fez Chanyeol rir, aquela conversa estava seguindo um rumo mais agradável do que imaginou. — Aliás agradeça ao Baekhyun por isso.

— O babá? Eu sabia que era estranha aquela conversa na minha sala. — Bufou irritado, aquele menino estava começando a lhe incomodar.

— Não faça essa cara, eu adorei ele. Divertido, carismático.

— Não se esqueça do intrometido. — Pontuou, porque o babá não parava de se fazer comentários sobre sua vida e agora havia descoberto que ele resolveu intervir também.

— Isso realmente. Deve ser uma ótima combinação. Você extremamente fechado e ele curioso...

— Combinação? Ele está começando a me estressar, não gosto de funcionários agindo dessa maneira. — Bufou, agora ficando estressado apenas com a menção do Byun, porque realmente estava se sentindo incomodado com o jeito dele.

— Acho que vai ser interessante. — Voltou a dizer com um sorriso ardiloso nos lábios, o que irritou ainda mais Chanyeol. 

— Eu não acho. Sinceramente temo ter que tirá-lo de casa, devido a isso. Estranhamente as crianças estão muito apegadas a ele.

— É porque ele conquista as pessoas facilmente. Deveria aprender com ele. — Junmyeon provocou, vendo o que a menção do babá causava em seu amigo. — Por que está tão nervoso? Aposto que você nem conversa direito com ele...

— Mas é porque o mínimo contato que a gente tem ele consegue ser intrometido, curioso e ainda teve a audácia de me dar um sermão. E depois do que ele disse, não consegui mais parar de pensar no assunto. — Novamente um suspirou irritado saiu de seus lábios, não estava gostando de lembrar da conversa que havia tido com Baekhyun.

— O que ele te disse? — Agora o curioso foi o advogado, que estava interessado na questão.

— Foi a respeito dos garotos. Que eu deveria dar mais atenção a eles. — Respondeu com sinceridade novamente, precisava aprender a desabafar sobre seus pensamentos.

— Ele não está errado, são crianças muito novas ainda.

— Eu sei, mas é difícil, eu não tinha essa responsabilidade antes. Eu não sei como agir com crianças.

— Você irá aprender. — Tentou confortá-lo, imaginava o quanto era difícil para ele. — Você só não pode desistir. A Yoora confiou os filhos dela a você, Chanyeol, e com certeza ela via potencial para isso, ela não deixaria eles com qualquer pessoa. São as pessoas que ela mais amava no mundo.

— É isso que eu não consigo compreender. — Nervoso deu o primeiro gole em seu café, que havia esfriado. — Como ela foi capaz de deixá-los comigo. Ela sabia que eu nunca quis constituir família ou algo do tipo.

— Você não quis ou foi convencido que isso não é para você? — Aproveitando que seu amigo estava sendo mais solicito naquele dia, resolveu fazer aquela questão porque era algo que já pensava há algum tempo.

— Sinceramente? Acho que foi uma mistura dos dois. — Riu sem humor algum, o rumo da conversa havia começado a deixá-lo desconfortável. — Eu não tenho aptidão nenhuma para ser pai e, com meus sobrinhos lá em casa, só está provando isso. Eu sempre soube que não era bom no assunto.

— Eu acho que dificilmente você não é bom em algo. — Tentou animar o amigo, fazendo uma brincadeira. — Park Chanyeol, sempre foi uma pessoa boa em muitos assuntos.

— Bom, pelo visto não em todos. 

— Por que você não aproveita o Baekhyun? — Sugeriu tentando buscar algum caminho para que Chanyeol não desistisse de seus sobrinhos.

— Como assim? — A pergunta veio de forma assustada. Não imaginava que Junmyeon fosse lhe recomendar algo daquele tipo. — Está querendo que eu peça ajuda a ele?

— E qual é o problema disso?

— Qual o problema? O Baekhyun parece não gostar muito de mim. Não sei como lidaremos com essa situação, porque eu também estou tomando antipatia pelo jeito como ele está invadindo meus assuntos.

— Sinceramente, eu não vejo problema. — Voltou a dizer, querendo retomar o ponto onde havia parado. — As crianças amam ele já em pouco tempo, ele cursa pedagogia ou seja ele realmente sabe cuidar de crianças, como qualquer profissional excelente, e ele é muito bom em socializar. Ele é bom em exatamente tudo que você é péssimo, só há como você tirar vantagens disso.

— Você está brincando, eu não vou fazer isso. — Mais um gole de café puro e frio escorreu para dentro de sua garganta, o empresário nem sabia porque insistia em beber o líquido.

— Faz um teste. Você não tem nada a perder e vai ser bom para seus sobrinhos. Pode fazer isso de um jeito sutil, aprender pelo menos o básico e cuidar deles como um bom guardião. — O platinado continuava o olhando com a mesma expressão, como se Junmyeon estivesse sugerindo algo absurdo. — Eu sei que você ama muito seus sobrinhos, mas você precisa lutar por eles também. Prove que Yoora não estava errada quando te confiou os maiores tesouros da vida dela

— Eu posso tentar. — Deu-se por vencido, porque o seu melhor amigo estava certo, como quase sempre estava.

— Eu gosto de ouvir você falando assim. 

— Você consegue me convencer fácil ainda.

— Isso porque eu nem tive que recorrer a Joohyun hein? — Brincou voltando a deixar o clima leve e descontraído. — Aposto que ela estaria agora me apoiando.

— Com certeza. Ela é pior do que você, quando se trata de atormentar meus pensamentos.

— Eu acho que seríamos péssimos amigos se não fizéssemos isso. — Deu dois tapinhas no ombro do empresário que olhou com uma raiva que o advogado sabia que não era verdadeira.

— E como está sua vida? — Tentou mudar de assunto, já haviam conversado demais sobre a tragédia que parecia não abandonar Chanyeol nunca.

— A mesma coisa de sempre. — Respondeu sem muito ânimo, parecia estar cansado de sua rotina. — Passo o dia na empresa e, aos finais de semana, eu vou para a balada ou para algum bar que a galera costuma me levar.

— Saudades de compartilhar dessa vida. — Tomou os últimos goles de seu café, já se preparando para pedir mais uma xícara

— É disso que estou falando. — A animação começou a tomar conta de suas palavras. — Eu quero te ver assim. Eu sinto saudades também e é por isso que iremos voltar a sair mais.

— Não se esqueça que agora sou praticamente um… Na verdade, você sabe que eu tenho um papel de guardião a seguir.

— Mas isso não quer dizer que você está morto. Aliás, está bem vivo e solteiro, temos que aproveitar. — Levantou o copo de café com leite, como se tivesse algum tipo de álcool o acompanhando. Aquele era o Junmyeon que conhecia e estava acostumado.

— Você mesmo disse que eu tenho que aprender e me dedicar a essa tarefa. Não mude de opinião agora. — Jogou a carta na mesa, vendo as expressões do moreno mudarem, ele havia ficado sem resposta.

— A gente vai conseguir fazer você conciliar as duas vidas. — Achou um caminho seguro a seguir. — Irá cuidar de seus sobrinhos com toda a responsabilidade e ainda conseguirá sair e ter a vida boa de qualquer homem solteiro.

Chanyeol sorriu pela segunda vez naquela conversa, porque o assunto realmente estava sendo agradável para si. Fazia tempos que não se sentia confortável daquela maneira, principalmente desde que Yoora o havia deixado sozinho. Estava feliz por Junmyeon insistir em sua amizade, mesmo tendo o afastado de maneira brusca e ainda começado a agir como se apenas trabalhassem na mesma empresa. Com a tentativa inútil de apagar o advogado de sua vida, juntamente com as memórias que compartilhavam juntos.

Junmyeon sempre foi um homem de bebidas e festas. Durante a época da faculdade foi ele que começou a convidar Chanyeol para curtir aquele tipo de entretenimento. No começo, teve dificuldade para se adaptar à vida que o advogado levava, porque o empresário não era uma pessoa que conseguia facilmente conversar com pessoas desconhecidas, além de ser um péssimo dançarino e sempre preferir ficar na bancada do bar do que na pista como seus colegas. Porém foi justamente a personalidade divergente que tornaram os dois amigos, pois Chanyeol achou uma espécie de divertimento, porque era algo que não esperava vivenciar na faculdade e o jeito de Chanyeol fez com que Junmyeon aprendesse muito mais sobre a vida do que imaginou. Afinal, Chanyeol tinha uma visão de mundo distorcida e sua mente parecia uma bagunça que não conseguiria ser arrumada com tanta facilidade. 

Quando Yoora faleceu, Junmyeon tentou ligar para o amigo diversas vezes, sem contar as inúmeras mensagem que havia deixado em seu celular e até persegui-lo no trabalho fez. Mas Chanyeol tornou-se arrisco e ninguém conseguia mais falar com o platinado, sem receber uma resposta grosseira. Depois de tanta insistência, Junmyeon acreditou que havia perdido de seu amigo e desistiu de tentar conversar com o mesmo. Mas a conversa com Baekhyun fez ele voltar a notar como era a personalidade do amigo, afinal, Chanyeol só estava agindo daquele jeito porque, de maneira inconsciente, era o que ele achava que merecia.

O empresário não gostava de falar sobre, mas a criação na família Park era complexa e um tanto complicada. Como faziam parte da nobreza, tornava-se difícil que seus filhos não seguissem uma linha de raciocínio a qual os paradigmas da sociedade pediam. Junmyeon também era de uma família rica, mas eles eram mais evoluídos de pensamentos, sendo que todos trabalhavam em alguma área do direito, tinham que abrir suas mentes para outras realidades e assim o Kim cresceu em um lar diferente de Chanyeol. Yoora, quando mais nova pensava, igual ao seu irmão, mas a menina viajou bastante, conheceu diferentes pessoas e culturas, abrindo seu pensamento para novas ideias e tornando-se diferente ao decorrer do tempo. E Junmyeon sabia que Chanyeol fazia o mesmo, mas de uma maneira muito mais vagarosa. Desde que conheceu ele, o empresário se mostrava insatisfeito com muitas coisas em sua família, mas parecia que ele ainda não havia encontrado forças suficientes para lutar, porém com o passar dos anos Chanyeol foi se mostrando uma pessoa diferente, ele realmente estava mudando, mesmo que o próprio nem notasse isso.

E, como ele tinha conhecimento da carga emocional que o empresário carregava, Junmyeon conseguia entender o motivo dele pensar daquela maneira, além de achar que só tinha Yoora em sua vida, quando na verdade mesmo possuindo aquele jeito, muitas pessoas o amavam. Junmyeon não possuía problemas em fazer outra tentativa de ajudar o amigo e, daquela vez, usando uma estratégia diferente havia conseguido alcançar o seu objetivo. Estava muito feliz por estar tendo após meses uma conversa distraída com o platinado. Além da conversa profunda que tiveram anteriormente, fazendo Chanyeol falar sobre o que lhe afligia, tanto sobre sua irmã, quanto sobre seus sobrinhos. Era uma vitória imensa e, mesmo sendo um homem que amava o álcool, se contentava em comemorar com um café quentinho em um dos lugares favoritos do melhor amigo.

(...)

Após o papo descontraído que teve com o melhor amigo, se despediram com a promessa de que momentos como aquele se repetiriam mais vezes e que não deixariam mais o tempo tomar as oportunidades dele, como já havia feito.

O Park estava voltando para casa muito mais feliz do que quando chegou do serviço, afinal o medo estava correndo por seus poros quando o dia de conversar com Junmyeon a respeito de seus sobrinhos havia chegado e ele não sabia como resolver a questão. E, sendo um homem de negócios, aquilo chegava a ser insulto para si.

Mas vendo o rumo que a situação tomou, pela primeira vez em sua vida, conseguia ficar genuinamente feliz pelo fato de que tudo saiu conforme o não planejado. Estava feliz por ver que o advogado continuava o mesmo bobo de sempre, além do amigo que estava ali para ajudá-lo em circunstâncias tensas como era aquela que ele se encontrava no momento. Também havia lhe dado conselhos de como lidar com a situação e, mesmo parecendo bem idiota, ele estava disposto a tentar de tudo para que seus sobrinhos voltassem a encontrar a felicidade.

Porém, o que Junmyeon havia lhe sugerido fazia com que tivesse que incluir outra pessoas em seu plano. E, de uma maneira profissional, Chanyeol conseguiria lidar fácil com aquilo, afinal era seu dever como empresário. Mas o platinado não estava conseguindo misturar sua vida pessoal com o profissional e todos seus preceitos contra o babá estavam dominando sua mente a ponto dele nem querer cogitar a ideia de pedir alguma ajuda.

Era verdade que havia conversado muito pouco com Baekhyun, porque o horário que chegava era o mesmo no qual dispensava o babá, porque era seu momento de cuidar das crianças. Porém, no mínimo de contato que tiveram, o choque de personalidades foram eminentes. Baekhyun era o total oposto de Chanyeol, começando pela escolha que ele tinha de carreira e seus planos de vida. Ainda possuía um jeito bem extrovertido e bastante curioso, coisa que o platinado não era nenhum pouco. Baekhyun parecia gostar de levar uma vida simples e leve e com certeza aqueles dois adjetivos não faziam parte da rotina do herdeiro, já que tudo sempre que o envolvia era uma tremenda bagunça, tornando sua vida muito agitada, até mais do que gostaria. Sabia que o babá, não gostava muito da maneira como levava as coisas, ele conseguia perceber que ele se incomodava, mas também sabia que ele não iria opinar diretamente consigo sobre. Pelo menos era o que ele esperava até aquele dia. Baekhyun lhe contando seus pensamentos e dizendo com toda clareza o que pensava sobre o empresário o pegou de surpresa e ainda o deixou pensativo por bastante tempo. Chanyeol odiava admitir, mas sabia que o babá estava certo em alguns quesitos, ainda mais quando era ele quem estava ficando mais com seus sobrinhos e sabia sobre coisas das quais o empresário não fazia ideia. Mas Chanyeol era muito orgulhoso para admitir qualquer coisa, além de parecer que o estudante era um campo complicado de se entrar, ele sentia que precisava estudá-lo antes de agir.

Voltou a sua residência sendo recepcionado pelo homem que, de algum jeito estranho, havia dominado seus pensamentos. Enquanto caminhava pela casa, sentia o olhar de Baekhyun o perseguindo como se estivesse analisando e, de uma maneira nada sutil, ele tentava disfarçar. O empresário fingiu que não havia percebido o olhar o seguindo, mesmo sendo bastante evidente. Caminhou em direção ao tapete da sala, onde Sang estava brincando com seus bichinhos de pelúcia. Normalmente o empresário não permitia que as crianças brincassem ali, tanto que construiu uma sala só para isso. Mas notou que era algo que Baekhyun estava gostando de fazer, talvez para deixar as crianças mais à vontade.

Passaram longos minutos desde que o empresário retornou a própria casa e Baekhyun tentava evitá-lo, dando atenção às crianças mais velhas, porém o babá não estava sendo efetivo em sua missão, já que o empresário conseguia perceber todos os momentos em que ele estava o olhando, o pegando no flagra, deixando-o totalmente constrangido. Baekhyun ficava analisando Chanyeol, como se estivesse esperando ele dar o próximo passo depois da conversa com Junmyeon ou que ele pelo menos comentasse algo, mas parecia que seu chefe continuava irredutível. Já Chanyeol estava começando a se divertir bastante com o jogo que criou com Baekhyun, ainda mais quando via o exato momento em que ele estava o observando. 

Cansado de brincar com a curiosidade do estudante, vendo que estava o ajudando a aflorar aquele traço do garoto, Chanyeol resolveu finalmente dizer algo para quebrar o clima estranho que estavam o rodando:

— Será que eu posso conversar com você? — O platinado deixou sua voz rouca correr pela casa, assustando Baekhyun que, pela primeira vez, parecia realmente concentrado no que Dahye estava o contando.

— Comigo? — Apontou para si mesmo, como se não acreditasse. Uma sombra de sorriso surgiu nos lábios de Chanyeol, já não conseguia esconder que havia começado a simpatizar com ele. O empresário assentiu e Baekhyun ficou mais espantado ainda. — Claro. — Claramente nervoso respondeu.

Chanyeol deixou Sang brincando novamente com os seus brinquedos, vendo os outros dois se juntarem naquela diversão. Enquanto isso, ambos os homens caminharam em silêncio até a cozinha, onde o mais alto tratou de analisar todas as partes do cômodo para ter a plena certeza que estavam sozinhos, antes de dizer algo. Mas aquela cerimônia só estava deixando Baekhyun ainda mais ansioso, ele estava curioso para saber de qual assunto ele e Junmyeon haviam tratado, mesmo aquilo não sendo da sua conta, e o fato de Chanyeol não ter dito exatamente nada desde que voltara só conseguiu o deixar ainda mais nervoso:

— Você estava conversando com o Junmyeon, a respeito de mim. — O empresário finalmente havia iniciado aquele diálogo que prolongou por tempo até demais. — Por que você fez isso?

— Eu não sei dizer ao certo…— Respondeu porque também era verdade, queria ajudar suas crianças. Mas não podia fazer coisas que estava começando a fazer. — Eu só queria fazer algo. Sinto muito, não consigo ver situações como essa e não agir.

— Tudo bem. — Deixou um suspiro escapar de sua boca, o estudante era sincero. — Eu não estou reclamando. Hoje foi um dia diferente… E foi bom.

— É sempre bom sair da rotina. — Novamente o tom animado surgiu em sua voz, deixando o nervosismo para trás. — Ainda mais quando estamos na companhia dos amigos, tudo tende a melhorar.

— Você está certo e aposto que você sabe que eu estava afastado de Junmyeon.

— Sim, eu sei. Mas sempre dá tempo de melhorar, não é? O Junmyeon parece gostar bastante do senhor. Aposto que ele vai voltar a te ajudar bastante.

— Eu também aposto. E eu também devo te agradecer por estar disposto a fazer de tudo para ajudar meus sobrinhos.

— São crianças de ouro, é o mínimo que posso fazer.

— Bom. Já que aparentemente você gosta muito deles, preciso de ajuda. — Começou finalmente a parte interessante da conversa, fazendo a apreensão correr novamente pelo sangue de Baekhyun. O babá não esperava que Chanyeol fosse precisar logo de sua ajuda. 

— Da minha ajuda? — Outra vez pareceu assustado com que Chanyeol estava para lhe falar. — Em que eu poderia te ajudar?

— Por você parece tão assustado? — Quis saber, porque parecia que apenas sua presença conseguia afetar o mais baixo daquela maneira.

— Eu não imaginava que um dia você fosse me pedir ajuda para algo. — Confessou sendo sincero, Chanyeol parecia arrogante demais para tal ato.

— Todos precisam de ajuda em algum momento. — Deu de ombros, como se não se importasse, mas seu jeito tenso revelava totalmente ao contrário.

— E com o que eu poderia te ajudar? — Se interessou pelo assunto, porque estava muito curioso sobre o que Chanyeol queria lhe contar.

— A guarda dos meus sobrinhos ainda não é definitiva. — Cruzou os braços rente ao corpo, em uma clara demonstração de nervosismo, o Park odiava o assunto. — Minha irmã e meu cunhado realmente deixaram em um testamento que eu seria o guardião dos três, caso algo ocorresse com eles. Mas nada é sempre tão perfeito e eu terei avaliações com a assistente social. Ela passará para verificar a ordem da casa, o que eu me preocupo de menos, já que tenho a mesma condição financeira que a minha irmã. Porém ela irá me analisar bastante antes do julgamento e acho que você percebeu que eu não tenho tanto jeito com crianças e muito menos com pessoas.

— Isso são coisas que qualquer um percebe. — Brincou, tentando descontrair o clima, o que funcionou já que o empresário não pareceu afetado. 

— Por isso, eu gostaria que me ajudasse a manter a guarda dos meninos. Você já foi babá em muitas casas e está cursando pedagogia, mostrado que habilidade você tem de sobra. E também parece ser bastante sociável, já que além de conquistar as crianças em poucos minutos de conversa, meu melhor amigo te adorou.

— Então você quer minha ajuda para conseguir a guarda dos seus sobrinhos?

— Sim. Mas só se você quiser, eu serei bastante grato. E com certeza pagarei bastante pelas horas extras que você terá, já que provavelmente teremos que fazer mais coisas além do combinado.

— Eu não vejo problema nenhum, senhor Park. Eu disse que queria ajudar as crianças e, vendo agora o senhor disposto a isso também, só posso dizer que estou dentro. — Deixou um sorriso lindo evidenciar-se em seus lábios e, por algum motivo, Chanyeol apreciou bastante aquele ato.

— Então tudo bem. Acho que agora trabalharemos em equipe, espero que você não surte.

— Acho que será mais fácil você surtar, não sabe como são as crianças quando se convive integralmente com elas. — Comentou rindo, estava feliz pelo clima descontraído que a conversa seguia.

— Prefiro lidar com um milhão de acionistas. — Resolveu aceitar o caminho amigável que a conversa estava seguindo.

— Aposto que os acionistas não te dão um sorriso lindo no final do dia ou te enchem de beijinhos apenas por fazer o mínimo por eles.

— Você não tem ideia do que acontece nas reuniões. — Brincou, fazendo Baekhyun dar uma risada e, outra vez, Chanyeol prestou atenção em como o menino parecia uma pessoa verdadeiramente feliz com a vida.

— As crianças continuam sendo melhores. — Respondeu, depois de alguns segundos nos quais deixaram o silêncio confortável permanecer. — Então, como as pessoas fazem em seu mundo? Temos um negócio fechado? — Ele estendeu a mão em sua direção, mesmo não sendo algo comum em seus país aquele tipo de cumprimento, sabia que ele estava interpretando os filmes americanos.

Temos um negócio fechado, Baekhyun. — Apertou sua mão de volta, um sorriso tímido surgiu em seus lábios. Chanyeol não estava conseguindo lidar com o jeito ousado o qual Baekhyun esbanjava, mas estava sendo uma descoberta nova para ambos os homens, que eles eram bem mais do que pré julgavam.

 


Notas Finais


Enfim, espero que tenham gostado. E que eu tenha conseguido distrair um pouquinho da mente de vocês, fiquem bem meus amores e lavem bem as mãos, ok? Não esqueçam de me dizer o que estão achando, a opinião de vocês é muito importante!!! ♡ Me sigam no twitter, para falarmos muito por lá também. Até sábado que vem ♡


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